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Terça-Feira, 19 de Março de 2024 às 07:00:00
Governo do Estado incentiva a produção dos artesãos sergipanos por meio do fomento e valorização da atividade
No Dia do Artesão, comemorado nesta terça-feira, 19, gestão estadual reconhece o valor cultural das artes feitas à mão que, em Sergipe, é importante vetor do segmento que é tradicional, mas também econômico

É mais do que justo que autoras e autores de expressões tão genuínas de uma cultura tenham uma data para celebrar. O Dia do Artesão, lembrado em 19 de março, foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reconhecer o valor da transformação de matérias primas como a madeira, a linha, o barro, a palha, o fio, e tantas outras em arte, por meio das mãos, em todo o mundo. A data faz referência ao carpinteiro José, pai de Jesus, a quem ele também ensinou seu ofício. São José, para os católicos, é homenageado também em 19 de março. No Brasil, a atividade foi reconhecida como profissão somente em 2015 com a publicação da lei nº 13.180, alcançando, na ocasião, cerca de dez milhões de pessoas que tiram seu sustento das diferentes atividades artesanais.

A lei identifica o artesão como "o indivíduo que exerce uma atividade predominantemente manual, que pode contar com o uso de ferramentas e outros equipamentos, com produção feita de forma individual, coletiva, associada ou cooperativada". Sergipe se destaca pela rica e diversificada tradição cultural, que preserva técnicas ancestrais, proporciona oportunidades econômicas e autoestima aos artesãos.

Em reconhecimento a esse saber-fazer, o Governo do Estado tem buscado incentivar a atividade e fortalecer a presença do artesanato nos eventos oficiais do segmento como uma das ações desenvolvidas por intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), que possui em seu organograma uma Diretoria de Artesanato e Empreendedorismo por meio da qual a gestão estadual investe em toda a cadeia produtiva artesanal para preservação e valorização desses profissionais.

Ainda no primeiro ano de gestão, em 2023, o artesanato sergipano marcou presença em três feiras nacionais realizadas em Olinda (PE), Fortaleza (CE) e Brasília (DF). O incentivo para a participação em feiras e exposições nacionais relacionadas à presença de representantes sergipanos em importantes espaços, de grande e pequeno portes, gerou em 2023 receitas superiores a R$ 1.557.788, entre vendas efetivas no local e encomendas contratadas aos artesãos participantes, o que demonstra o sucesso dessa iniciativa a curto e longo prazo.

Marlene de Brito Nunes é artesã da cidade de Ribeirópolis e o artesanato também surgiu em sua vida como algo terapêutico, após ela ter que encerrar um trabalho que mantinha em sua casa. Com o tempo, foi se aperfeiçoando. “Aumentou a minha renda familiar e de mais cinco pessoas que trabalham comigo, contribuí na nossa cultura e sou muito feliz por fazer parte da arte em um dos 3.700 municípios brasileiros que contribuem para a nossa cultura, economia e turismo. Hoje, só tenho a agradecer por tudo”, compartilha a artesã.

Escolhidos pelo artesanato

Na família dos artesãos Kelly Alves e Luciano Félix, a prática não foi uma herança familiar ou aprendida em algum curso. Surgiu a partir de um presente da filha deles em 2018. Uma planta enxertada no tronco, que morreu com menos de dez dias. Por não querer perder um presente tão significativo, ele pegou um coco, parafusou naquele tronco e plantou. Daí surgiu a atividade que o casal nunca mais abandonaria. “Hoje eu posso dizer que sou artesã porque o artesanato nos escolheu”, afirma Kelly, por ela e seu companheiro.

Ela conta que, na época, só trabalhavam como cabeleireiros e aproveitaram o espaço do salão para inserir a peça criada, o que gerou curiosidade e incentivo por parte dos clientes que frequentavam o local. Assim, a atividade, que surgiu meio que por acaso, foi tomando um espaço cada vez mais importante na família e se tornou uma importante fonte de renda. No período pandêmico, com o salão fechado, Kelly ressalta que foi o artesanato que salvou a família. Atualmente, passado o período crítico, a arte supre 80% das despesas da casa, segundo a artesã.

Para ela, isso acontece “porque o artesanato sergipano está sendo muito valorizado”, completa.  “Eu não imaginava que poderia tomar essa proporção. É muito importante porque geramos não só renda para a nossa família, como também a gente consegue ainda colocar outras pessoas para trabalhar”, finaliza.

Diante do quadro atual de valorização e fomento à atividade artesanal por parte do Estado, ela conta que a maior dificuldade mesmo, como artesã, é desapegar da produção. “Porque as coisas feitas à mão, que é o artesanato, a arte, a gente se apega, a gente faz com tanto amor, coloca tanta energia naquilo que a gente não quer vender. Tudo é peça única, é especial”, conta.

Para a artesã, que trabalha junto com o seu companheiro, a expectativa para o setor é a melhor possível. Ela acredita que com o turismo aumentando em Sergipe, eventos acontecendo e sempre com a inclusão do artesanato, todos os artesãos do estado serão beneficiados. “E eu vou dizer, eu nunca vi o artesanato sergipano tão em alta, tão bem valorizado, e o que é melhor, não só aqui no estado, mas fora do estado, porque até os eventos fora, a gente vede bem e temos muito trabalho”, relata.

Reconhecimento

A presença do artesanato nos eventos oficiais do segmento é justamente uma das ações desenvolvidas pelo Governo de Sergipe, por intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo. Além das participações nas feiras nacionais, durante o ano passado, nesse mesmo período, a renda irlandesa, um saber-fazer sergipano considerado Patrimônio Cultural do Brasil, chamou a atenção de diplomatas representantes da Irlanda e de outros países.

Com incentivo do governo, houve visita do embaixador irlandês no Brasil, à época, Seán Hoy, além da produção de um catálogo para exportação da renda irlandesa e do cumprimento de agenda internacional na Irlanda para fortalecimento dos laços diplomáticos e promoção de intercâmbio comercial desse artesanato produzido em Sergipe.

O Governo do Estado reconhece no artesanato não somente sua relevância cultural e artística, mas também um importante vetor econômico capaz de gerar emprego, renda e prosperidade para milhares de famílias. A gestão, por meio da Seteem e do seu setor vinculado, a Diretoria de Artesanato e Empreendedorismi, investe em toda a cadeia produtiva artesanal para preservação e valorização.

De acordo com a diretora do setor, Daiane Santana, o papel da gestão dentro dos eventos, sejam do próprio governo ou de outras entidades, é assegurar a legitimidade da participação de artesãos que desenvolvem os seus melhores trabalhos. “É importante a comunidade entender que a diretoria de artesanato é preconizada em cima de leis federais que amparam e legitimam a execução das ações. Claro que, dentro do processo do Estado, nós abrimos um edital, aportamos vagas para que artesãos de 75 municípios de Sergipe possam concorrer e, tão logo, possam estar comercializando seus produtos, expondo e vivificando esse espaço”, explica a diretora. 

Investimento

Ainda de acordo com Daiane, tão importante quanto manter as tradições, é transformá-las em rentáveis. Considerando que a sua própria sobrevivência depende do ciclo de concepção, execução, produção e venda das peças resgatando os costumes regionais, resultando na profissionalização da produção artesanal, com base nas vocações e oportunidades locais.

Dentro das ações próprias da gestão, a presença do artesanato nas edições do ‘Sergipe é aqui’, com realização de oficinas de aprendizagem, identificação e registros para emissão de carteira de artesão, foi um importante investimento da pasta. Oficinas como as de bolsas de papel, ocorrida em Itaporanga, seguidas das oficinas de peso de porta, biscuit, fuxico, retalho, crochê e Richelieu ocorridas respectivamente em Capela, Santo Amaro das Brotas, Ilha das Flores, Riachuelo, Campo do Brito e Tobias Barreto.

Outro destaque foi a realização do Fórum de Artesanato da Federação das Associações e Grupos Produtivos do Estado de Sergipe (Fearts), ocorrido na sede da Seteem, que reuniu mais de 80 artesãos de todo o estado para discutir políticas públicas relacionadas ao artesanato.

A fim de ampliar a valorização e fomentar a cultura e a geração de emprego e renda no âmbito do artesanato, a pasta está projetando a construção de nove centros de comercialização em todo o estado e prevê, também, a participação de artesãos sergipanos em seis feiras nacionais neste ano.

Vila da Páscoa Iluminada

Como mais um exemplo de compromisso com a cadeia produtiva do artesanato sergipano, no mês de fevereiro deste ano, a Secretaria de Trabalho abriu edital para concorrência direta de artesãos selecionados para ocupar espaço no evento - este que tem movimentado a capital Aracaju na antecedência da Páscoa e do feriado prolongado da Semana Santa, época de atração de turistas para a cidade. Até o dia 31, os participantes poderão expor, comercializar e, sobretudo, vivenciar as experiências possíveis em ações desse tipo que inspiram a produzir cada vez mais e melhor, tornando Sergipe um lugar único quando se pensa na arte feita à mão.

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Governo do Estado incentiva a produção dos artesãos sergipanos por meio do fomento e valorização da atividade
No Dia do Artesão, comemorado nesta terça-feira, 19, gestão estadual reconhece o valor cultural das artes feitas à mão que, em Sergipe, é importante vetor do segmento que é tradicional, mas também econômico
Terça-Feira, 19 de Março de 2024 às 07:00:00

É mais do que justo que autoras e autores de expressões tão genuínas de uma cultura tenham uma data para celebrar. O Dia do Artesão, lembrado em 19 de março, foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reconhecer o valor da transformação de matérias primas como a madeira, a linha, o barro, a palha, o fio, e tantas outras em arte, por meio das mãos, em todo o mundo. A data faz referência ao carpinteiro José, pai de Jesus, a quem ele também ensinou seu ofício. São José, para os católicos, é homenageado também em 19 de março. No Brasil, a atividade foi reconhecida como profissão somente em 2015 com a publicação da lei nº 13.180, alcançando, na ocasião, cerca de dez milhões de pessoas que tiram seu sustento das diferentes atividades artesanais.

A lei identifica o artesão como "o indivíduo que exerce uma atividade predominantemente manual, que pode contar com o uso de ferramentas e outros equipamentos, com produção feita de forma individual, coletiva, associada ou cooperativada". Sergipe se destaca pela rica e diversificada tradição cultural, que preserva técnicas ancestrais, proporciona oportunidades econômicas e autoestima aos artesãos.

Em reconhecimento a esse saber-fazer, o Governo do Estado tem buscado incentivar a atividade e fortalecer a presença do artesanato nos eventos oficiais do segmento como uma das ações desenvolvidas por intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), que possui em seu organograma uma Diretoria de Artesanato e Empreendedorismo por meio da qual a gestão estadual investe em toda a cadeia produtiva artesanal para preservação e valorização desses profissionais.

Ainda no primeiro ano de gestão, em 2023, o artesanato sergipano marcou presença em três feiras nacionais realizadas em Olinda (PE), Fortaleza (CE) e Brasília (DF). O incentivo para a participação em feiras e exposições nacionais relacionadas à presença de representantes sergipanos em importantes espaços, de grande e pequeno portes, gerou em 2023 receitas superiores a R$ 1.557.788, entre vendas efetivas no local e encomendas contratadas aos artesãos participantes, o que demonstra o sucesso dessa iniciativa a curto e longo prazo.

Marlene de Brito Nunes é artesã da cidade de Ribeirópolis e o artesanato também surgiu em sua vida como algo terapêutico, após ela ter que encerrar um trabalho que mantinha em sua casa. Com o tempo, foi se aperfeiçoando. “Aumentou a minha renda familiar e de mais cinco pessoas que trabalham comigo, contribuí na nossa cultura e sou muito feliz por fazer parte da arte em um dos 3.700 municípios brasileiros que contribuem para a nossa cultura, economia e turismo. Hoje, só tenho a agradecer por tudo”, compartilha a artesã.

Escolhidos pelo artesanato

Na família dos artesãos Kelly Alves e Luciano Félix, a prática não foi uma herança familiar ou aprendida em algum curso. Surgiu a partir de um presente da filha deles em 2018. Uma planta enxertada no tronco, que morreu com menos de dez dias. Por não querer perder um presente tão significativo, ele pegou um coco, parafusou naquele tronco e plantou. Daí surgiu a atividade que o casal nunca mais abandonaria. “Hoje eu posso dizer que sou artesã porque o artesanato nos escolheu”, afirma Kelly, por ela e seu companheiro.

Ela conta que, na época, só trabalhavam como cabeleireiros e aproveitaram o espaço do salão para inserir a peça criada, o que gerou curiosidade e incentivo por parte dos clientes que frequentavam o local. Assim, a atividade, que surgiu meio que por acaso, foi tomando um espaço cada vez mais importante na família e se tornou uma importante fonte de renda. No período pandêmico, com o salão fechado, Kelly ressalta que foi o artesanato que salvou a família. Atualmente, passado o período crítico, a arte supre 80% das despesas da casa, segundo a artesã.

Para ela, isso acontece “porque o artesanato sergipano está sendo muito valorizado”, completa.  “Eu não imaginava que poderia tomar essa proporção. É muito importante porque geramos não só renda para a nossa família, como também a gente consegue ainda colocar outras pessoas para trabalhar”, finaliza.

Diante do quadro atual de valorização e fomento à atividade artesanal por parte do Estado, ela conta que a maior dificuldade mesmo, como artesã, é desapegar da produção. “Porque as coisas feitas à mão, que é o artesanato, a arte, a gente se apega, a gente faz com tanto amor, coloca tanta energia naquilo que a gente não quer vender. Tudo é peça única, é especial”, conta.

Para a artesã, que trabalha junto com o seu companheiro, a expectativa para o setor é a melhor possível. Ela acredita que com o turismo aumentando em Sergipe, eventos acontecendo e sempre com a inclusão do artesanato, todos os artesãos do estado serão beneficiados. “E eu vou dizer, eu nunca vi o artesanato sergipano tão em alta, tão bem valorizado, e o que é melhor, não só aqui no estado, mas fora do estado, porque até os eventos fora, a gente vede bem e temos muito trabalho”, relata.

Reconhecimento

A presença do artesanato nos eventos oficiais do segmento é justamente uma das ações desenvolvidas pelo Governo de Sergipe, por intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo. Além das participações nas feiras nacionais, durante o ano passado, nesse mesmo período, a renda irlandesa, um saber-fazer sergipano considerado Patrimônio Cultural do Brasil, chamou a atenção de diplomatas representantes da Irlanda e de outros países.

Com incentivo do governo, houve visita do embaixador irlandês no Brasil, à época, Seán Hoy, além da produção de um catálogo para exportação da renda irlandesa e do cumprimento de agenda internacional na Irlanda para fortalecimento dos laços diplomáticos e promoção de intercâmbio comercial desse artesanato produzido em Sergipe.

O Governo do Estado reconhece no artesanato não somente sua relevância cultural e artística, mas também um importante vetor econômico capaz de gerar emprego, renda e prosperidade para milhares de famílias. A gestão, por meio da Seteem e do seu setor vinculado, a Diretoria de Artesanato e Empreendedorismi, investe em toda a cadeia produtiva artesanal para preservação e valorização.

De acordo com a diretora do setor, Daiane Santana, o papel da gestão dentro dos eventos, sejam do próprio governo ou de outras entidades, é assegurar a legitimidade da participação de artesãos que desenvolvem os seus melhores trabalhos. “É importante a comunidade entender que a diretoria de artesanato é preconizada em cima de leis federais que amparam e legitimam a execução das ações. Claro que, dentro do processo do Estado, nós abrimos um edital, aportamos vagas para que artesãos de 75 municípios de Sergipe possam concorrer e, tão logo, possam estar comercializando seus produtos, expondo e vivificando esse espaço”, explica a diretora. 

Investimento

Ainda de acordo com Daiane, tão importante quanto manter as tradições, é transformá-las em rentáveis. Considerando que a sua própria sobrevivência depende do ciclo de concepção, execução, produção e venda das peças resgatando os costumes regionais, resultando na profissionalização da produção artesanal, com base nas vocações e oportunidades locais.

Dentro das ações próprias da gestão, a presença do artesanato nas edições do ‘Sergipe é aqui’, com realização de oficinas de aprendizagem, identificação e registros para emissão de carteira de artesão, foi um importante investimento da pasta. Oficinas como as de bolsas de papel, ocorrida em Itaporanga, seguidas das oficinas de peso de porta, biscuit, fuxico, retalho, crochê e Richelieu ocorridas respectivamente em Capela, Santo Amaro das Brotas, Ilha das Flores, Riachuelo, Campo do Brito e Tobias Barreto.

Outro destaque foi a realização do Fórum de Artesanato da Federação das Associações e Grupos Produtivos do Estado de Sergipe (Fearts), ocorrido na sede da Seteem, que reuniu mais de 80 artesãos de todo o estado para discutir políticas públicas relacionadas ao artesanato.

A fim de ampliar a valorização e fomentar a cultura e a geração de emprego e renda no âmbito do artesanato, a pasta está projetando a construção de nove centros de comercialização em todo o estado e prevê, também, a participação de artesãos sergipanos em seis feiras nacionais neste ano.

Vila da Páscoa Iluminada

Como mais um exemplo de compromisso com a cadeia produtiva do artesanato sergipano, no mês de fevereiro deste ano, a Secretaria de Trabalho abriu edital para concorrência direta de artesãos selecionados para ocupar espaço no evento - este que tem movimentado a capital Aracaju na antecedência da Páscoa e do feriado prolongado da Semana Santa, época de atração de turistas para a cidade. Até o dia 31, os participantes poderão expor, comercializar e, sobretudo, vivenciar as experiências possíveis em ações desse tipo que inspiram a produzir cada vez mais e melhor, tornando Sergipe um lugar único quando se pensa na arte feita à mão.