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Terça-Feira, 05 de Março de 2024 às 23:00:00
Produtores e instituições públicas participam de workshop sobre apicultura e meliponicultura
O evento acontece de 5 a 7 de março, no Complexo Industrial Marcelo Déda, em Tobias Barreto, e tem como um dos principais objetivos a criação da Rota do Mel de Sergipe

Apicultores, meliponicultores e representantes de instituições públicas realizam o segundo Workshop Abelhas. O evento teve início nesta terça-feira, 5, e vai até a quinta-feira, 7, no Complexo Industrial Marcelo Déda, localizado no município de Tobias Barreto, no centro-sul sergipano. De acordo com os organizadores, o encontro inclui palestras sobre temas específicos da apicultura, a exemplo de genética das abelhas, e trata também do diagnóstico estadual desta cadeia produtiva, elaboração de projetos, apoio financeiro, formação do Conselho Estadual de Apicultura e Meliponicultura e passos para a criação da Rota do Mel de Sergipe. 

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, essa mobilização para criação de uma Rota do Mel é mais um resultado do diagnóstico realizado pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), com o objetivo de estruturar o setor da apicultura e da meliponicultura no estado. 

Ainda segundo o gestor, esse processo conta com a parceria da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Integração Regional, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Companhia De Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Banco do Nordeste (BNE).

“O primeiro passo foi o diagnóstico que a Seagri provocou junto à Fapitec, justamente para fazer o diagnóstico dessa cadeia produtiva. No ano passado, fizemos o primeiro evento em Nossa Senhora da Glória, e agora neste segundo momento estamos juntos com os parceiros e representantes de várias associações de produtores para mostrar os primeiros resultados desse trabalho, discutir correções de rumo para fortalecer a apicultura e meliponicultura no estado, como também tratar da criação da Rota do Mel, que está sendo apoiada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional”, detalhou Zeca da Silva.

Durante a abertura do workshop, o superintendente da Codevasf em Sergipe, Jefferson França, autorizou a doação de equipamentos para o início do polo produtivo da Rota do Mel. No ato, a Associação de Apicultores e Meliponicultores de Campo do Brito recebeu balança eletrônica, tanques decantadores, centrífuga elétrica e mesa desoperculadora.

O professor do departamento de Biologia para Genética da Universidade Federal de Sergipe e coordenador do diagnóstico contratado pela Fapitec, Edilson Divino de Araújo, faz uma relação entre o estudo e a criação da Rota do Mel. “Essa pesquisa tem tudo a ver com a Rota do Mel. Aliás, ela é fruto dessa pesquisa. A ideia que a Secretaria de Estado da Agricultura tinha junto com a Fapitec era justamente para entender como está a cadeia apícola aqui no estado de Sergipe. Nós passamos mais de uma década sem informações precisas a respeito dessa cadeia, então junto com as informações nasceu uma necessidade de organização envolvendo diversas instituições. Hoje, temos 13 instituições, entre organizações estaduais e outras, como IBGE, Senar, Codevasf, Sebrae, Embrapa, IFS, UFS, para poder formar esse conselho que nós estamos tratando hoje, com apoio do Mapa e do Ministério da Integração”, explica Edilson Divino.

“Esse projeto estruturante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já ocorre em vários estados, como Paraná, Piauí, Ceará, Minas Gerais, e agora chegou a Sergipe. A ideia aqui basicamente é gerar riqueza com as abelhas. Esse é o objetivo, e nosso ponto focal é o produtor, o apicultor e o meliponicultor”, acrescentou o professor Edilson.

O geógrafo e representante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Samuel Castro Menezes, enfatiza o encontro como a possibilidade de criar uma sinergia necessária no sentido de criar polos produtivos de mel e derivados. “A criação da Rota do Mel faz parte de uma política de desenvolvimento regional do Governo Federal, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Um dos instrumentos é a Rota de Integração Nacional, ou seja, a criação dessa sinergia entre os entes federados, municípios, estado e Governo Federal com a universidade, apicultores, agências de empreendedorismo como Sebrae e Senar, em prol da apicultura e meliponicultura no estado de Sergipe. Sergipe tem oportunidade de criar esse polo produtivo, e o ministro está aqui para somar. Nós queremos, daqui a quatro ou cinco anos, alcançar a profissionalização da produção, aumentar a renda familiar e melhorar a qualidade de vida dos apicultores e meliponicultores”, afirmou.

Jucilene dos Santos, do município de Brejo Grande, é apicultora há 24 anos, e contou que considera a realização do workshop fundamental para o setor. "A Rota do Mel é fundamental, porque hoje a gente não pode ter a apicultura como uma atividade amadora, ela pode ser profissionalizada, e a gente precisa fazer diferente para mudar a realidade dos produtores através da apicultura. Basta acreditarmos e trabalharmos para isso", explicou Jucilene. Ela trabalha com a produção de pólen, faz parte de uma associação e também é microempreendedora individual (MEI), a fim de alavancar sua produção, que hoje é comercializada em todo o Brasil.

Diagnóstico da apicultura e meliponicultura

Segundo o professor Edilson Divino, o projeto está em andamento, mas já trouxe constatações importantes. “Hoje, podemos dizer que, em relação à produção apícola do estado, temos números que não contam a realidade, porque boa parte da produção não é registrada, é vendida sem registro ou nem é vendida em Sergipe. Verificamos que Sergipe tem uma produção maior. O último registro da produção feito no estado foi de 35,5 toneladas, quando, na verdade, se pegarmos os municípios de Tobias Barreto e Glória, juntos, somam 50 toneladas, sem contar toda a região litorânea, tabuleiros costeiros e os outros que fazem parte das regiões agreste e sertão do estado”, evidenciou.

“Até antes do estudo pensávamos que tínhamos apenas 11 associações de apicultores no estado e, agora, sabemos que são 29 associações. Isso tudo precisa ser saneado, muita coisa precisa ser feita em termos estruturais, e aí vem o projeto Rota do Mel para ajustar isso. Esse projeto foi fundamental para dar início a esse desenvolvimento. Certamente, daqui a três, quatro anos, Sergipe vai ser um estado destaque no Nordeste e no Brasil na área de produção de abelhas, e o projeto Rota do Mel tem tudo a ver com isso”, acrescentou o professor.

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Produtores e instituições públicas participam de workshop sobre apicultura e meliponicultura
O evento acontece de 5 a 7 de março, no Complexo Industrial Marcelo Déda, em Tobias Barreto, e tem como um dos principais objetivos a criação da Rota do Mel de Sergipe
Terça-Feira, 05 de Março de 2024 às 23:00:00

Apicultores, meliponicultores e representantes de instituições públicas realizam o segundo Workshop Abelhas. O evento teve início nesta terça-feira, 5, e vai até a quinta-feira, 7, no Complexo Industrial Marcelo Déda, localizado no município de Tobias Barreto, no centro-sul sergipano. De acordo com os organizadores, o encontro inclui palestras sobre temas específicos da apicultura, a exemplo de genética das abelhas, e trata também do diagnóstico estadual desta cadeia produtiva, elaboração de projetos, apoio financeiro, formação do Conselho Estadual de Apicultura e Meliponicultura e passos para a criação da Rota do Mel de Sergipe. 

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, essa mobilização para criação de uma Rota do Mel é mais um resultado do diagnóstico realizado pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), com o objetivo de estruturar o setor da apicultura e da meliponicultura no estado. 

Ainda segundo o gestor, esse processo conta com a parceria da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Integração Regional, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Companhia De Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Banco do Nordeste (BNE).

“O primeiro passo foi o diagnóstico que a Seagri provocou junto à Fapitec, justamente para fazer o diagnóstico dessa cadeia produtiva. No ano passado, fizemos o primeiro evento em Nossa Senhora da Glória, e agora neste segundo momento estamos juntos com os parceiros e representantes de várias associações de produtores para mostrar os primeiros resultados desse trabalho, discutir correções de rumo para fortalecer a apicultura e meliponicultura no estado, como também tratar da criação da Rota do Mel, que está sendo apoiada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional”, detalhou Zeca da Silva.

Durante a abertura do workshop, o superintendente da Codevasf em Sergipe, Jefferson França, autorizou a doação de equipamentos para o início do polo produtivo da Rota do Mel. No ato, a Associação de Apicultores e Meliponicultores de Campo do Brito recebeu balança eletrônica, tanques decantadores, centrífuga elétrica e mesa desoperculadora.

O professor do departamento de Biologia para Genética da Universidade Federal de Sergipe e coordenador do diagnóstico contratado pela Fapitec, Edilson Divino de Araújo, faz uma relação entre o estudo e a criação da Rota do Mel. “Essa pesquisa tem tudo a ver com a Rota do Mel. Aliás, ela é fruto dessa pesquisa. A ideia que a Secretaria de Estado da Agricultura tinha junto com a Fapitec era justamente para entender como está a cadeia apícola aqui no estado de Sergipe. Nós passamos mais de uma década sem informações precisas a respeito dessa cadeia, então junto com as informações nasceu uma necessidade de organização envolvendo diversas instituições. Hoje, temos 13 instituições, entre organizações estaduais e outras, como IBGE, Senar, Codevasf, Sebrae, Embrapa, IFS, UFS, para poder formar esse conselho que nós estamos tratando hoje, com apoio do Mapa e do Ministério da Integração”, explica Edilson Divino.

“Esse projeto estruturante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já ocorre em vários estados, como Paraná, Piauí, Ceará, Minas Gerais, e agora chegou a Sergipe. A ideia aqui basicamente é gerar riqueza com as abelhas. Esse é o objetivo, e nosso ponto focal é o produtor, o apicultor e o meliponicultor”, acrescentou o professor Edilson.

O geógrafo e representante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Samuel Castro Menezes, enfatiza o encontro como a possibilidade de criar uma sinergia necessária no sentido de criar polos produtivos de mel e derivados. “A criação da Rota do Mel faz parte de uma política de desenvolvimento regional do Governo Federal, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Um dos instrumentos é a Rota de Integração Nacional, ou seja, a criação dessa sinergia entre os entes federados, municípios, estado e Governo Federal com a universidade, apicultores, agências de empreendedorismo como Sebrae e Senar, em prol da apicultura e meliponicultura no estado de Sergipe. Sergipe tem oportunidade de criar esse polo produtivo, e o ministro está aqui para somar. Nós queremos, daqui a quatro ou cinco anos, alcançar a profissionalização da produção, aumentar a renda familiar e melhorar a qualidade de vida dos apicultores e meliponicultores”, afirmou.

Jucilene dos Santos, do município de Brejo Grande, é apicultora há 24 anos, e contou que considera a realização do workshop fundamental para o setor. "A Rota do Mel é fundamental, porque hoje a gente não pode ter a apicultura como uma atividade amadora, ela pode ser profissionalizada, e a gente precisa fazer diferente para mudar a realidade dos produtores através da apicultura. Basta acreditarmos e trabalharmos para isso", explicou Jucilene. Ela trabalha com a produção de pólen, faz parte de uma associação e também é microempreendedora individual (MEI), a fim de alavancar sua produção, que hoje é comercializada em todo o Brasil.

Diagnóstico da apicultura e meliponicultura

Segundo o professor Edilson Divino, o projeto está em andamento, mas já trouxe constatações importantes. “Hoje, podemos dizer que, em relação à produção apícola do estado, temos números que não contam a realidade, porque boa parte da produção não é registrada, é vendida sem registro ou nem é vendida em Sergipe. Verificamos que Sergipe tem uma produção maior. O último registro da produção feito no estado foi de 35,5 toneladas, quando, na verdade, se pegarmos os municípios de Tobias Barreto e Glória, juntos, somam 50 toneladas, sem contar toda a região litorânea, tabuleiros costeiros e os outros que fazem parte das regiões agreste e sertão do estado”, evidenciou.

“Até antes do estudo pensávamos que tínhamos apenas 11 associações de apicultores no estado e, agora, sabemos que são 29 associações. Isso tudo precisa ser saneado, muita coisa precisa ser feita em termos estruturais, e aí vem o projeto Rota do Mel para ajustar isso. Esse projeto foi fundamental para dar início a esse desenvolvimento. Certamente, daqui a três, quatro anos, Sergipe vai ser um estado destaque no Nordeste e no Brasil na área de produção de abelhas, e o projeto Rota do Mel tem tudo a ver com isso”, acrescentou o professor.