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Quinta-Feira, 08 de Junho de 2023 às 12:45:00
Samba de Coco da Mestra Iolanda emociona público em primeira apresentação sem sua fundadora no Arraiá do Povo
Público testemunhou a apresentação do grupo, que, pela primeira vez, enfrentava os holofotes sem a presença de sua fundadora

"O coco da Bahia nunca foi baiano. Se você quer saber, esse coco é sergipano". Foi com essas palavras de Dominguinhos que Maria Zélia, a cantora do renomado grupo Samba de Coco da Mestra Iolanda, da Barra dos Coqueiros, iniciou sua apresentação emocionante no palco Barracão da Sergipe, no Arraiá do Povo. Promovida pelo Governo de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), esta edição do evento contou com a vibrante performance do tradicional grupo do estado.

Na noite de quarta-feira, 7 de junho, o público testemunhou a apresentação do grupo, que, pela primeira vez, enfrentava os holofotes sem a presença de sua fundadora, Mestra Iolanda. Mesmo com a saudade e a ausência de sua líder, a energia e a alegria tradicionais se mantiveram vivas, proporcionando momentos memoráveis aos participantes.

Mestra Iolanda, falecida em 29 de março de 2021, deixou um legado na cultura sergipana, fortalecendo a identidade cultural do estado e garantindo a perpetuação das tradições afro-brasileiras às futuras gerações. A filha da Mestra Iolanda, Simone, agora assume o grupo e mantém viva a tradição. "É muita emoção pisar aqui pela primeira vez sem minha mãe, mas o samba de coco é e sempre será Iolanda", disse ela.

“Estou dando continuidade ao Samba de Coco, que era o sonho e a vida dela. Hoje, estar aqui sem a Mestra Iolanda, é muita emoção. Causou uma tristeza quando cheguei, mas, enfim... A gente tem que voltar e fazer o que ela gostava de fazer, e ela adorava estar aqui”, completou Simone.  

A veterana cantora Maria Zélia, de 68 anos, que é membro do grupo desde a sua criação, ressaltou a emoção de se apresentar novamente no Barracão da Sergipe. "Foi uma emoção muito forte, até porque dá saudade da Mestra Iolanda. Mas deu para levar alegria para o público, o que é uma honra para mim e para todo mundo do grupo", frisou.

Em uma performance interativa, o grupo, composto por 18 mulheres, conquistou o público ao formar uma imensa roda de dança e celebração. Integrante do Samba de Coco, Dona Aliete, de 70 anos, disse que "foi muito bom ver a multidão, ver as pessoas brincando com a gente. O Samba de Coco representa tudo para mim: alegria e amor".

Turistas como Dona Cornélia, de 81 anos, e seu filho Alberto, também desfrutaram da apresentação. Moradora da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Cornélia visitava Sergipe pela primeira vez com sua família. "Gostei muito da apresentação, e se não tivesse problemas na coluna, rebolaria muito mais com elas", afirmou.

Com a mesma alegria, Alberto compartilhou sua experiência do contato com essa cultura. "Foi muito bonito ver a apresentação das mulheres e a interação do grupo conosco. Sergipe é lindo, e enquanto estivermos aqui, viremos todos os dias", garantiu.

Samba de coco

De origem africana, o Samba de Coco ganha destaque na cultura sergipana. Segundo fontes históricas, era comum que as pessoas negras envolvidas no processo de extração de polpas do coco cantassem e tocassem durante o ritual de quebra, criando um ritmo único para a dança. Na obra "Danças e Folguedos", de Aglaé D'Ávila Fontes, o Samba de Coco é caracterizado da seguinte forma: "sapateado que demonstra todo o vigor do brincante, ele pode ser dança de conjunto, mas sem perder as interferências dos solos e das umbigadas. O canto, com seu ritmo sincopado, é sempre acompanhado de palmas batidas com os braços erguidos e requebros sensuais. Tem samba de coco de várias formas, mas a raiz é sempre a mesma: o batuque africano”.

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Samba de Coco da Mestra Iolanda emociona público em primeira apresentação sem sua fundadora no Arraiá do Povo
Público testemunhou a apresentação do grupo, que, pela primeira vez, enfrentava os holofotes sem a presença de sua fundadora
Quinta-Feira, 08 de Junho de 2023 às 12:45:00

"O coco da Bahia nunca foi baiano. Se você quer saber, esse coco é sergipano". Foi com essas palavras de Dominguinhos que Maria Zélia, a cantora do renomado grupo Samba de Coco da Mestra Iolanda, da Barra dos Coqueiros, iniciou sua apresentação emocionante no palco Barracão da Sergipe, no Arraiá do Povo. Promovida pelo Governo de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), esta edição do evento contou com a vibrante performance do tradicional grupo do estado.

Na noite de quarta-feira, 7 de junho, o público testemunhou a apresentação do grupo, que, pela primeira vez, enfrentava os holofotes sem a presença de sua fundadora, Mestra Iolanda. Mesmo com a saudade e a ausência de sua líder, a energia e a alegria tradicionais se mantiveram vivas, proporcionando momentos memoráveis aos participantes.

Mestra Iolanda, falecida em 29 de março de 2021, deixou um legado na cultura sergipana, fortalecendo a identidade cultural do estado e garantindo a perpetuação das tradições afro-brasileiras às futuras gerações. A filha da Mestra Iolanda, Simone, agora assume o grupo e mantém viva a tradição. "É muita emoção pisar aqui pela primeira vez sem minha mãe, mas o samba de coco é e sempre será Iolanda", disse ela.

“Estou dando continuidade ao Samba de Coco, que era o sonho e a vida dela. Hoje, estar aqui sem a Mestra Iolanda, é muita emoção. Causou uma tristeza quando cheguei, mas, enfim... A gente tem que voltar e fazer o que ela gostava de fazer, e ela adorava estar aqui”, completou Simone.  

A veterana cantora Maria Zélia, de 68 anos, que é membro do grupo desde a sua criação, ressaltou a emoção de se apresentar novamente no Barracão da Sergipe. "Foi uma emoção muito forte, até porque dá saudade da Mestra Iolanda. Mas deu para levar alegria para o público, o que é uma honra para mim e para todo mundo do grupo", frisou.

Em uma performance interativa, o grupo, composto por 18 mulheres, conquistou o público ao formar uma imensa roda de dança e celebração. Integrante do Samba de Coco, Dona Aliete, de 70 anos, disse que "foi muito bom ver a multidão, ver as pessoas brincando com a gente. O Samba de Coco representa tudo para mim: alegria e amor".

Turistas como Dona Cornélia, de 81 anos, e seu filho Alberto, também desfrutaram da apresentação. Moradora da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Cornélia visitava Sergipe pela primeira vez com sua família. "Gostei muito da apresentação, e se não tivesse problemas na coluna, rebolaria muito mais com elas", afirmou.

Com a mesma alegria, Alberto compartilhou sua experiência do contato com essa cultura. "Foi muito bonito ver a apresentação das mulheres e a interação do grupo conosco. Sergipe é lindo, e enquanto estivermos aqui, viremos todos os dias", garantiu.

Samba de coco

De origem africana, o Samba de Coco ganha destaque na cultura sergipana. Segundo fontes históricas, era comum que as pessoas negras envolvidas no processo de extração de polpas do coco cantassem e tocassem durante o ritual de quebra, criando um ritmo único para a dança. Na obra "Danças e Folguedos", de Aglaé D'Ávila Fontes, o Samba de Coco é caracterizado da seguinte forma: "sapateado que demonstra todo o vigor do brincante, ele pode ser dança de conjunto, mas sem perder as interferências dos solos e das umbigadas. O canto, com seu ritmo sincopado, é sempre acompanhado de palmas batidas com os braços erguidos e requebros sensuais. Tem samba de coco de várias formas, mas a raiz é sempre a mesma: o batuque africano”.