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Quarta-Feira, 08 de Março de 2023 às 09:15:00
Dia da Mulher: Segurança Pública conta histórias e momentos marcantes das profissionais da SSP
Histórias foram vivenciadas pelas próprias servidoras e demonstram que elas estão nas profissões em que elas mesmas escolheram para atuar

Em um combate a incêndio, em um resgate de uma criança, no atendimento a uma ocorrência de violência doméstica ou na verificação de vestígios de um crime. O lugar da mulher é onde ela quiser e, claro, também nas missões que são desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros e pelas polícias Civil, Militar e Científica de Sergipe. E, em homenagem ao Dia da Mulher, nesta quarta-feira, 8 de março, a SSP destaca o trabalho das profissionais da Segurança Pública de Sergipe, com quatro histórias marcantes vivenciadas por servidoras da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

No Corpo de Bombeiros, a história marcante contada pela SSP é a da 1ª sargento Perla Vieira. Ela estava atuando na Unidade de Resgate no dia 28 de março de 2021, data em ocorreu um incêndio no Hospital Nestor Piva, na Zona Norte de Aracaju. "A gente acompanhou o trem de socorro, para atuar no resgate de vítimas na ocorrência. Quando chegamos ao local, ainda não tínhamos noção da proporção da ocorrência”, relembrou.

“As equipes de busca e salvamento e combate a incêndio entraram primeiro, conforme o protocolo, e evidenciaram a quantidade de vítimas. E a gente foi junto com a equipe porque era uma ocorrência de grande vulto. Tínhamos a informação de que haviam dez vítimas na sala tomada de fumaça. Vimos uma janela no fundo do prédio. Colocamos uma escada e conseguimos visualizar aquelas pessoas lá dentro”, rememorou a 1ª sargento.

Da janela, foi que a bombeiro militar viu uma senhora que seria a última a ser retirada do local em função da disposição dos leitos. “Eu fiquei sentada na janela, tirei ela do ventilador mecânico e colocamos oxigênio nela. Todos estavam entubados ali naquele setor. E como ela seria a última, a gente conseguiu oxigenar ela pela janela com um cilindro portátil, até que ela fosse retirada. Foi muito marcante”, narrou.

Na Polícia Civil, uma atuação marcante foi a do resgate de um menino que havia sido levado sem autorização pelo ex-companheiro da mãe da criança. A história foi vivenciada pela agente de polícia Jaqueline Andrade, que contou como teve contato com a ocorrência. “A vítima estava com a irmã registrando a ocorrência. Ela começou a relatar que tinha um relacionamento de três meses com um rapaz”, iniciou.

“Ela contou que tinha terminado o relacionamento porque ele a havia agredido pela segunda vez. A vítima narrou que ele estava a ameaçando dizendo que só entregaria a criança em troca dela, que ele estava pedindo para que eles reatassem o relacionamento. E ela dizendo que não queria retomar o relacionamento. Ele começou a mandar fotos do filho dela e fez áudios e vídeos mostrando que a criança estava bem”, revelou Jaqueline Andrade.

Para o resgate dessa criança e preservando a mãe, foi montada uma ação de intervenção. “Ele acabou concordando em deixar o menino na casa da irmã da mãe da criança. Quando chegou na esquina da rua São Cristóvão com a avenida Pedro Calazans, bem na esquina, o semáforo estava fechado. Eu perguntei onde ele estava, e ela disse que ele estava na garupa de uma motocicleta”, rememorou a agente contando o momento da prisão.

Já na Polícia Militar, a atuação de proteção à mulher envolve as mais diversas ocorrências. E o amor pela profissão acontece de forma inesperada, conforme destacou a soldado Flávia Carvalho. “ Eu resolvi ingressar, mas para ser bem sincera eu não tinha noção do que era ser um policial militar. Durante o curso de formação, e agora de fato sendo policial, é que eu venho entendendo o que é estar nessa profissão”, mencionou a policial militar.

E, como policial militar, o desejo de servir à sociedade abrange o cuidado com as vítimas de violência doméstica. “Sempre procuramos atender essas essas ocorrências com a maior atenção possível e com a maior urgência possível assim que somos acionados. Nos dirigimos diretamente à mulher vítima, porque sempre encontramos uma pessoa nervosa e fragilizada”, revelou a soldado.

Por isso, todos os atendimentos às ocorrências que têm mulheres como vítimas é feito todo o trabalho de orientação para que elas saiam do contexto de violência. “É uma oportunidade para orientar que ela procure o mais rápido possível a delegacia para formalizar o registro da denúncia contra aquele parceiro. É uma oportunidade de dizer para que ela não espere chegar ao limite da violência”, comentou a policial militar.

E as mulheres não estão sozinhas mesmo diante de um cenário cruel e violento. A perita criminal Grasielle Oliveira atuou para identificar o autor de um crime de feminicídio com a perícia em local de crime. "Foi uma morte violenta ocasionada por faca e, ao chegar à cena, eu observei que existia o movimento de móveis indicando que houve um confronto corporal. Também foi observado no exame da vítima que ela tinha lesões de defesa”, relembrou.

Em cenários de crime como esse, conforme a perita criminal, também é considerada a possibilidade de haver sangue do autor da morte no local do fato. “Então, o perito deve analisar as manchas de sangue com acuidade para tentar determinar qual o sangue vai ser da vítima e qual sangue, possivelmente, vai ser do autor. Nesta cena, foi encontrada uma bermuda masculina com algumas morfologias de mancha de sangue”, contou a perita.

Uma das manchas de sangue, conforme rememorou a perita, era justamente do autor do crime. “Ao analisar a interpretação das morfologias de manchas de sangue e também a disposição dessas manchas, pôde se construir uma dinâmica em que a pessoa que estava utilizando aquela bermuda participou do evento criminoso, ou seja, seria o autor. E, a partir dessa mancha de sangue, nós temos o perfil genético do autor do crime”, indicou a perita.

Essas são quatro histórias marcantes da atuação das mulheres da segurança pública e que marcam a satisfação delas em servir à sociedade, como sintetizou Grasielle. “Eu me sinto honrada. Principalmente quando a gente passa na viatura e vejo crianças, muitas vezes meninas, nos dando tchau, me enxergando como referência. Eu me sinto honrada”, concluiu Grasielle Oliveira, representando todas as profissionais mulheres da SSP.

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Histórias foram vivenciadas pelas próprias servidoras e demonstram que elas estão nas profissões em que elas mesmas escolheram para atuar
Quarta-Feira, 08 de Março de 2023 às 09:15:00

Em um combate a incêndio, em um resgate de uma criança, no atendimento a uma ocorrência de violência doméstica ou na verificação de vestígios de um crime. O lugar da mulher é onde ela quiser e, claro, também nas missões que são desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros e pelas polícias Civil, Militar e Científica de Sergipe. E, em homenagem ao Dia da Mulher, nesta quarta-feira, 8 de março, a SSP destaca o trabalho das profissionais da Segurança Pública de Sergipe, com quatro histórias marcantes vivenciadas por servidoras da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

No Corpo de Bombeiros, a história marcante contada pela SSP é a da 1ª sargento Perla Vieira. Ela estava atuando na Unidade de Resgate no dia 28 de março de 2021, data em ocorreu um incêndio no Hospital Nestor Piva, na Zona Norte de Aracaju. "A gente acompanhou o trem de socorro, para atuar no resgate de vítimas na ocorrência. Quando chegamos ao local, ainda não tínhamos noção da proporção da ocorrência”, relembrou.

“As equipes de busca e salvamento e combate a incêndio entraram primeiro, conforme o protocolo, e evidenciaram a quantidade de vítimas. E a gente foi junto com a equipe porque era uma ocorrência de grande vulto. Tínhamos a informação de que haviam dez vítimas na sala tomada de fumaça. Vimos uma janela no fundo do prédio. Colocamos uma escada e conseguimos visualizar aquelas pessoas lá dentro”, rememorou a 1ª sargento.

Da janela, foi que a bombeiro militar viu uma senhora que seria a última a ser retirada do local em função da disposição dos leitos. “Eu fiquei sentada na janela, tirei ela do ventilador mecânico e colocamos oxigênio nela. Todos estavam entubados ali naquele setor. E como ela seria a última, a gente conseguiu oxigenar ela pela janela com um cilindro portátil, até que ela fosse retirada. Foi muito marcante”, narrou.

Na Polícia Civil, uma atuação marcante foi a do resgate de um menino que havia sido levado sem autorização pelo ex-companheiro da mãe da criança. A história foi vivenciada pela agente de polícia Jaqueline Andrade, que contou como teve contato com a ocorrência. “A vítima estava com a irmã registrando a ocorrência. Ela começou a relatar que tinha um relacionamento de três meses com um rapaz”, iniciou.

“Ela contou que tinha terminado o relacionamento porque ele a havia agredido pela segunda vez. A vítima narrou que ele estava a ameaçando dizendo que só entregaria a criança em troca dela, que ele estava pedindo para que eles reatassem o relacionamento. E ela dizendo que não queria retomar o relacionamento. Ele começou a mandar fotos do filho dela e fez áudios e vídeos mostrando que a criança estava bem”, revelou Jaqueline Andrade.

Para o resgate dessa criança e preservando a mãe, foi montada uma ação de intervenção. “Ele acabou concordando em deixar o menino na casa da irmã da mãe da criança. Quando chegou na esquina da rua São Cristóvão com a avenida Pedro Calazans, bem na esquina, o semáforo estava fechado. Eu perguntei onde ele estava, e ela disse que ele estava na garupa de uma motocicleta”, rememorou a agente contando o momento da prisão.

Já na Polícia Militar, a atuação de proteção à mulher envolve as mais diversas ocorrências. E o amor pela profissão acontece de forma inesperada, conforme destacou a soldado Flávia Carvalho. “ Eu resolvi ingressar, mas para ser bem sincera eu não tinha noção do que era ser um policial militar. Durante o curso de formação, e agora de fato sendo policial, é que eu venho entendendo o que é estar nessa profissão”, mencionou a policial militar.

E, como policial militar, o desejo de servir à sociedade abrange o cuidado com as vítimas de violência doméstica. “Sempre procuramos atender essas essas ocorrências com a maior atenção possível e com a maior urgência possível assim que somos acionados. Nos dirigimos diretamente à mulher vítima, porque sempre encontramos uma pessoa nervosa e fragilizada”, revelou a soldado.

Por isso, todos os atendimentos às ocorrências que têm mulheres como vítimas é feito todo o trabalho de orientação para que elas saiam do contexto de violência. “É uma oportunidade para orientar que ela procure o mais rápido possível a delegacia para formalizar o registro da denúncia contra aquele parceiro. É uma oportunidade de dizer para que ela não espere chegar ao limite da violência”, comentou a policial militar.

E as mulheres não estão sozinhas mesmo diante de um cenário cruel e violento. A perita criminal Grasielle Oliveira atuou para identificar o autor de um crime de feminicídio com a perícia em local de crime. "Foi uma morte violenta ocasionada por faca e, ao chegar à cena, eu observei que existia o movimento de móveis indicando que houve um confronto corporal. Também foi observado no exame da vítima que ela tinha lesões de defesa”, relembrou.

Em cenários de crime como esse, conforme a perita criminal, também é considerada a possibilidade de haver sangue do autor da morte no local do fato. “Então, o perito deve analisar as manchas de sangue com acuidade para tentar determinar qual o sangue vai ser da vítima e qual sangue, possivelmente, vai ser do autor. Nesta cena, foi encontrada uma bermuda masculina com algumas morfologias de mancha de sangue”, contou a perita.

Uma das manchas de sangue, conforme rememorou a perita, era justamente do autor do crime. “Ao analisar a interpretação das morfologias de manchas de sangue e também a disposição dessas manchas, pôde se construir uma dinâmica em que a pessoa que estava utilizando aquela bermuda participou do evento criminoso, ou seja, seria o autor. E, a partir dessa mancha de sangue, nós temos o perfil genético do autor do crime”, indicou a perita.

Essas são quatro histórias marcantes da atuação das mulheres da segurança pública e que marcam a satisfação delas em servir à sociedade, como sintetizou Grasielle. “Eu me sinto honrada. Principalmente quando a gente passa na viatura e vejo crianças, muitas vezes meninas, nos dando tchau, me enxergando como referência. Eu me sinto honrada”, concluiu Grasielle Oliveira, representando todas as profissionais mulheres da SSP.