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Sexta-Feira, 22 de Março de 2024 às 11:45:00
Especialistas do Huse destacam a importância do cuidado com a saúde mental de acompanhantes durante período de internação 
No hospital, os pacientes admitidos e seus acompanhantes contam com uma equipe de psicólogos e protocolos específicos para acompanhamento e suporte emocional

O papel do acompanhante é fundamental na recuperação do paciente em um ambiente hospitalar. No entanto, alguns fatores também são significativos quando se fala no cuidado de quem acompanha o enfermo. A mudança de rotina ou outras causas sociais podem potencializar fatores emocionais. Neste sentido, o suporte psicológico e uma escuta qualificada são importantes para minimizar o sofrimento emocional durante um processo de adoecimento e hospitalização.  

No Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), os pacientes admitidos na unidade hospitalar e seus acompanhantes contam com uma equipe de psicólogos e protocolos específicos, em todos os setores do hospital, para acompanhamento e fornecimento do suporte emocional.

Segundo a psicóloga e técnica de referência de Psicologia do Huse, Adriana Viana Rêgo, o trabalho do psicólogo dentro do hospital envolve o atendimento e acompanhamento psicológico tanto ao paciente quanto ao seu acompanhante durante o período de internação. “O adoecimento retira o paciente e seu acompanhante da zona de conforto para um lugar antes desconhecido para eles, onde precisarão lidar com um diagnóstico, com a finitude, com angústias e esperança, com negação e fé, com certezas e incertezas. Eles se deparam com um novo que muitas vezes não sabem lidar”, frisou.    

A profissional acrescentou ainda que o acompanhante é o vínculo que o paciente possui com o mundo exterior ao hospital, com sua rede de apoio, com sua vida fora do ambiente hospitalar. “Em sua maioria, eles não sabem lidar com oscilações emocionais provocadas nesse período de adoecimento, internação e tratamento. O acompanhante, então, é acolhido pela equipe de Psicologia e, se for necessário, acompanhado até a alta do nosso paciente, pois ele precisa ter seus recursos psíquicos fortalecidos para lidar com o processo de adoecimento e hospitalização de seu ente querido”, ressaltou Adriana Viana. 

A professora Andréa Chagas, moradora da capital e acompanhante da paciente Maria José Oliveira, internada na Ala Azul do Huse, ressalta a importância do apoio psicológico na unidade hospitalar. “Precisamos deixar a família em casa, crianças, deixar de trabalhar para cuidar de um ente querido, além de que não me sinto bem em hospital, seja para qualquer atendimento, e sinto que meu psicológico fica fragilizado. Além do apoio que recebemos da equipe de Humanização aqui no hospital, fui bem acolhida pela equipe médica, enfermeiros, auxiliares e psicólogos”, enfatizou.         

Humanização

Além do suporte psicológico e priorizando o acolhimento e um atendimento cada vez mais humanizado na unidade hospitalar, o setor de Humanização do Huse realiza diversas iniciativas para levar palavras de conforto e apoio durante o período de permanência dos pacientes, acompanhantes e familiares no hospital. “O cuidado de quem cuida é um tema importante e, por vezes, negligenciado pelos acompanhantes. Sabemos que não é proposital, é do próprio compromisso de cuidar. Como se falasse: o meu foco é o doente, eu estou bem, não preciso de nada, mas aí está o engano e a armadilha do adoecimento dos cuidadores e acompanhantes”, afirmou o psicólogo Dirceu Bertin, profissional da equipe multidisciplinar do setor de Humanização do Huse. 

O profissional destaca ainda que há uma relação humana existencial entre o cuidador e o enfermo, seja este familiar ou não. Os sintomas como tristeza, irritabilidade, isolamento social e falta de motivação podem afetar as relações e, mais ainda, a saúde mental de quem está ali dando suporte e apoio. “A identificação é uma certa constatação de que o cuidador ou acompanhante, por ser igualmente humano, também está sujeito a um adoecimento semelhante. A constatação nem sempre é consciente, às vezes, ocorre lá no inconsciente. Neste momento, o sinal está claro de que o cuidador ou o acompanhante está no limite da sua saúde física e mental”, salientou.

Os cuidados estão voltados em ouvir as necessidades, assim como promover ações com mensagens de força e empatia. Entre as ações estão os projetos de Sala de Espera Integrada e Musicoterapia. “Nossa perspectiva é ampliar cada vez mais as ações voltadas ao nosso paciente e acompanhante, com uma humanização sempre presente, com um olhar de acolhimento e uma sensibilização diante de um momento que, por vezes, se torna difícil durante o período de internamento, com palavras de fé e esperança”, destacou a gerente do Setor de Humanização do Huse, Keyla Galdino.

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Especialistas do Huse destacam a importância do cuidado com a saúde mental de acompanhantes durante período de internação 
No hospital, os pacientes admitidos e seus acompanhantes contam com uma equipe de psicólogos e protocolos específicos para acompanhamento e suporte emocional
Sexta-Feira, 22 de Março de 2024 às 11:45:00

O papel do acompanhante é fundamental na recuperação do paciente em um ambiente hospitalar. No entanto, alguns fatores também são significativos quando se fala no cuidado de quem acompanha o enfermo. A mudança de rotina ou outras causas sociais podem potencializar fatores emocionais. Neste sentido, o suporte psicológico e uma escuta qualificada são importantes para minimizar o sofrimento emocional durante um processo de adoecimento e hospitalização.  

No Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), os pacientes admitidos na unidade hospitalar e seus acompanhantes contam com uma equipe de psicólogos e protocolos específicos, em todos os setores do hospital, para acompanhamento e fornecimento do suporte emocional.

Segundo a psicóloga e técnica de referência de Psicologia do Huse, Adriana Viana Rêgo, o trabalho do psicólogo dentro do hospital envolve o atendimento e acompanhamento psicológico tanto ao paciente quanto ao seu acompanhante durante o período de internação. “O adoecimento retira o paciente e seu acompanhante da zona de conforto para um lugar antes desconhecido para eles, onde precisarão lidar com um diagnóstico, com a finitude, com angústias e esperança, com negação e fé, com certezas e incertezas. Eles se deparam com um novo que muitas vezes não sabem lidar”, frisou.    

A profissional acrescentou ainda que o acompanhante é o vínculo que o paciente possui com o mundo exterior ao hospital, com sua rede de apoio, com sua vida fora do ambiente hospitalar. “Em sua maioria, eles não sabem lidar com oscilações emocionais provocadas nesse período de adoecimento, internação e tratamento. O acompanhante, então, é acolhido pela equipe de Psicologia e, se for necessário, acompanhado até a alta do nosso paciente, pois ele precisa ter seus recursos psíquicos fortalecidos para lidar com o processo de adoecimento e hospitalização de seu ente querido”, ressaltou Adriana Viana. 

A professora Andréa Chagas, moradora da capital e acompanhante da paciente Maria José Oliveira, internada na Ala Azul do Huse, ressalta a importância do apoio psicológico na unidade hospitalar. “Precisamos deixar a família em casa, crianças, deixar de trabalhar para cuidar de um ente querido, além de que não me sinto bem em hospital, seja para qualquer atendimento, e sinto que meu psicológico fica fragilizado. Além do apoio que recebemos da equipe de Humanização aqui no hospital, fui bem acolhida pela equipe médica, enfermeiros, auxiliares e psicólogos”, enfatizou.         

Humanização

Além do suporte psicológico e priorizando o acolhimento e um atendimento cada vez mais humanizado na unidade hospitalar, o setor de Humanização do Huse realiza diversas iniciativas para levar palavras de conforto e apoio durante o período de permanência dos pacientes, acompanhantes e familiares no hospital. “O cuidado de quem cuida é um tema importante e, por vezes, negligenciado pelos acompanhantes. Sabemos que não é proposital, é do próprio compromisso de cuidar. Como se falasse: o meu foco é o doente, eu estou bem, não preciso de nada, mas aí está o engano e a armadilha do adoecimento dos cuidadores e acompanhantes”, afirmou o psicólogo Dirceu Bertin, profissional da equipe multidisciplinar do setor de Humanização do Huse. 

O profissional destaca ainda que há uma relação humana existencial entre o cuidador e o enfermo, seja este familiar ou não. Os sintomas como tristeza, irritabilidade, isolamento social e falta de motivação podem afetar as relações e, mais ainda, a saúde mental de quem está ali dando suporte e apoio. “A identificação é uma certa constatação de que o cuidador ou acompanhante, por ser igualmente humano, também está sujeito a um adoecimento semelhante. A constatação nem sempre é consciente, às vezes, ocorre lá no inconsciente. Neste momento, o sinal está claro de que o cuidador ou o acompanhante está no limite da sua saúde física e mental”, salientou.

Os cuidados estão voltados em ouvir as necessidades, assim como promover ações com mensagens de força e empatia. Entre as ações estão os projetos de Sala de Espera Integrada e Musicoterapia. “Nossa perspectiva é ampliar cada vez mais as ações voltadas ao nosso paciente e acompanhante, com uma humanização sempre presente, com um olhar de acolhimento e uma sensibilização diante de um momento que, por vezes, se torna difícil durante o período de internamento, com palavras de fé e esperança”, destacou a gerente do Setor de Humanização do Huse, Keyla Galdino.