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Quarta-Feira, 12 de Janeiro de 2022 às 18:15:00
Irrigação Pública Estadual influencia maioria dos itens da cesta básica de Aracaju
Itens da cesta básica da capital sergipana foram considerados os mais baratos dentre as 17 capitais avaliadas em todo país. Batata inglesa não é pesquisada no Norte e Nordeste; macaxeira, batata-doce e inhame são substitutos produzidos nos perímetros da Cohidro

Cotados em dezembro de 2021 no valor de R$ 478,05, os itens da cesta básica que tem seus preços pesquisados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em Aracaju, foram considerados os mais baratos dentre as 17 capitais avaliadas em todo país. Essa avaliação positiva ocorre desde agosto, sendo que de janeiro a março do último ano, a capital sergipana também foi a que teve o custo de alimentação mais baixo. A irrigação pública, fornecida pelo Governo do Estado em seus seis perímetros irrigados, influencia nos preços de sete, dos 12 itens pesquisados no Norte e Nordeste: banana, tomate, leite, farinha de mandioca, açúcar, manteiga e carne bovina. Isso sem contar com os produtos, colhidos nos perímetros, que servem como substitutos aos que são pesquisados.
 
Os lotes atendidos com irrigação e assistência técnica agrícola pela subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe), produzem diretamente o tomate e a banana; colhem a mandioca e a cana, que são matérias primas para a farinha e o açúcar; e também fornecem uma grande variedade de grãos, folhas e restos culturais que servem de ração animal para produzir leite, seu subproduto manteiga e a carne bovina. “Temos o Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, que é praticamente todo voltado à produção de proteína animal, a partir da produção irrigada de material forrageiro. Tem lote com tanques de piscicultura, criatórios de ovinos de corte, mas a maioria investe em gado de leite”, destacou o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

José Francisco planta a banana em seu lote em Riachuelo, irrigado pelo perímetro Jacarecica II. Sem agrotóxico, garante ele. "Tenho a banana pão, a maçã e tenho a prata. A produção é boa, eu tiro por semana, da prata, 40 caixas. Agora no verão eu chego a tirar 50 a 60 caixas por semana. Vai tudo para o mercado do [bairro] Augusto Franco, em Aracaju. Eu vendo na minha banca e um pouco eu boto para a Coopersus (Cooperativa de Produtores Orgânicos de Sergipe). A irrigação é a parte fundamental, sem a água não vai para frente", esclarece.

Para colher o tomate, que está na pesquisa da cesta básica, é necessário ter boa irrigação e pouca chuva, conforme explica o produtor irrigante Gilvan Fontes. "A irrigação é na mangueira no gotejo, porque se colocar a água por cima, já entra a lagarta-minadora, que anda na folha. Daí tem que combater, porque se não ela risca o fruto e para o comércio, não é bom mais. Na minha área, sempre tem algum que morre, mas foram plantados 3.500 pés. Sem irrigação não tem cria, tem que ter irrigação", avalia o agricultor com lote irrigado pelo perímetro Piauí, em Lagarto.

Segundo João Fonseca, diretor de Irrigação da Cohidro, os perímetros irrigados produzem também substitutos dos alimentos pesquisados na avaliação mensal do custo da cesta básica. “Em todas as capitais é pesquisado o preço dos feijões carioquinha ou preto, mas nos perímetros irrigados tem produção do feijão-de-corda e de feijão de arranca, que adequadamente servem como substitutos na dieta do sergipano. Por outro lado, há uma infinidade de variedades de batatas-doces, inhames e de macaxeiras sendo produzidas nos lotes assistidos e irrigados pela Cohidro. Estes, não são itens pesquisados na cesta básica, mas são os principais substitutos da batata inglesa, que tem produção irrelevante no Norte e Nordeste e por isso, acaba não sendo pesquisada pelo DIEESE nestas regiões. Portanto, se forem levados em conta a utilização destes produtos, a influência da irrigação pública é ainda maior”, conclui.

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Irrigação Pública Estadual influencia maioria dos itens da cesta básica de Aracaju
Itens da cesta básica da capital sergipana foram considerados os mais baratos dentre as 17 capitais avaliadas em todo país. Batata inglesa não é pesquisada no Norte e Nordeste; macaxeira, batata-doce e inhame são substitutos produzidos nos perímetros da Cohidro
Quarta-Feira, 12 de Janeiro de 2022 às 18:15:00

Cotados em dezembro de 2021 no valor de R$ 478,05, os itens da cesta básica que tem seus preços pesquisados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em Aracaju, foram considerados os mais baratos dentre as 17 capitais avaliadas em todo país. Essa avaliação positiva ocorre desde agosto, sendo que de janeiro a março do último ano, a capital sergipana também foi a que teve o custo de alimentação mais baixo. A irrigação pública, fornecida pelo Governo do Estado em seus seis perímetros irrigados, influencia nos preços de sete, dos 12 itens pesquisados no Norte e Nordeste: banana, tomate, leite, farinha de mandioca, açúcar, manteiga e carne bovina. Isso sem contar com os produtos, colhidos nos perímetros, que servem como substitutos aos que são pesquisados.
 
Os lotes atendidos com irrigação e assistência técnica agrícola pela subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe), produzem diretamente o tomate e a banana; colhem a mandioca e a cana, que são matérias primas para a farinha e o açúcar; e também fornecem uma grande variedade de grãos, folhas e restos culturais que servem de ração animal para produzir leite, seu subproduto manteiga e a carne bovina. “Temos o Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, que é praticamente todo voltado à produção de proteína animal, a partir da produção irrigada de material forrageiro. Tem lote com tanques de piscicultura, criatórios de ovinos de corte, mas a maioria investe em gado de leite”, destacou o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

José Francisco planta a banana em seu lote em Riachuelo, irrigado pelo perímetro Jacarecica II. Sem agrotóxico, garante ele. "Tenho a banana pão, a maçã e tenho a prata. A produção é boa, eu tiro por semana, da prata, 40 caixas. Agora no verão eu chego a tirar 50 a 60 caixas por semana. Vai tudo para o mercado do [bairro] Augusto Franco, em Aracaju. Eu vendo na minha banca e um pouco eu boto para a Coopersus (Cooperativa de Produtores Orgânicos de Sergipe). A irrigação é a parte fundamental, sem a água não vai para frente", esclarece.

Para colher o tomate, que está na pesquisa da cesta básica, é necessário ter boa irrigação e pouca chuva, conforme explica o produtor irrigante Gilvan Fontes. "A irrigação é na mangueira no gotejo, porque se colocar a água por cima, já entra a lagarta-minadora, que anda na folha. Daí tem que combater, porque se não ela risca o fruto e para o comércio, não é bom mais. Na minha área, sempre tem algum que morre, mas foram plantados 3.500 pés. Sem irrigação não tem cria, tem que ter irrigação", avalia o agricultor com lote irrigado pelo perímetro Piauí, em Lagarto.

Segundo João Fonseca, diretor de Irrigação da Cohidro, os perímetros irrigados produzem também substitutos dos alimentos pesquisados na avaliação mensal do custo da cesta básica. “Em todas as capitais é pesquisado o preço dos feijões carioquinha ou preto, mas nos perímetros irrigados tem produção do feijão-de-corda e de feijão de arranca, que adequadamente servem como substitutos na dieta do sergipano. Por outro lado, há uma infinidade de variedades de batatas-doces, inhames e de macaxeiras sendo produzidas nos lotes assistidos e irrigados pela Cohidro. Estes, não são itens pesquisados na cesta básica, mas são os principais substitutos da batata inglesa, que tem produção irrelevante no Norte e Nordeste e por isso, acaba não sendo pesquisada pelo DIEESE nestas regiões. Portanto, se forem levados em conta a utilização destes produtos, a influência da irrigação pública é ainda maior”, conclui.