Respeitar e valorizar todas as manifestações culturais, os artistas sergipanos e as suas várias formas de expressão. Estas são as bases das discussões entre o Governo do Estado e a Fundação Banco do Brasil para a criação de uma Central de Articulação e de Formação da Artesã e do Artesão sergipanos no prédio onde funciona o Núcleo de Trabalho Comunitário de Sergipe (Nutrac). O anúncio foi feito na noite desta terça-feira, 20, pela secretária de Estado de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Ana Lucia Menezes, durante a abertura da Semana do Artesanato Sergipano.

“O artesanato, que é considerado a cultura popular, não tem o respeito e a valorização que precisa ter. No país, aqueles que constroem com toda criatividade a nossa cultura não são valorizados. Precisamos centrar os nossos objetivos e esforços em um processo de desenvolvimento social, entendendo que isso se dá quando acontece o desenvolvimento econômico e quando estão articulados”, disse a secretária. 

Segundo Ana Lucia, não adianta tentar valorizar e priorizar uma política de inclusão social sem a valorização da educação, saúde, das políticas culturais, do esporte, lazer e principalmente da sensibilização econômica. “É preciso investimento. Do contrário, não vamos conseguir, dentro de quatro anos, mostrar algum resultado positivo no sentido das políticas públicas no campo social que é exatamente do desenvolvimento e da inclusão”.

Semana do Artesanato

A abertura da Semana do Artesanato Sergipano teve, também, uma mesa-redonda sobre Artesanato e Patrimônio Cultural com a participação da pesquisadora e estudiosa da cultura sergipana, Beatriz Góis, e a cientista social da UERJ e técnica do IPHAN, Joseane Brandão. A noite terminou com a apresentação da Companhia de Artes Mafuá. 

A Semana do Artesanato comemora o Dia do Artesão, celebrado na segunda-feira, 19 de março, e acontece no Centro de Arte e Cultura de Sergipe. O evento vai até esta quinta-feira, 22. Nesta quarta-feira tem a palestra ‘Artesanato e Cultura Popular’, do professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Fernando Lins. Em seguida, haverá apresentação de César Leite, com “Boi de Barro” e “A Banda Pilão de Pífano”. Na quinta-feira, às 19h, o economista Luiz Moura fala sobre “A importância do artesanato para a economia de Sergipe”. Encerrando a Semana, o Samba de Coco, da Barra dos Coqueiros, e um coquetel de confraternização.

Segundo a diretora do Centro de Arte, Maria Aparecida Lacerda, o objetivo do evento é divulgar o trabalho dos artesãos, mostrar a importância da manutenção da cultura e das raízes sergipanas na economia do Estado e na tradição, além de reconhecer o trabalho de cada um dos artesãos. O evento conta com a participação de artesãos sergipanos que estão apresentando trabalhos de várias tipologias.

Segundo a secretária Ana Lucia, muitas vezes, os artesãos são explorados pelo atravessador por não encontrarem um espaço para melhorar a sua vida, como artista e manifestação da cultura. Segundo ela, a importância da Semana do Artesanato Sergipano é disseminar políticas publicas para que o espaço acolha sempre o artista no sentido de mostrar à sociedade sergipana e ao país todas as expressões.