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Segunda-Feira, 12 de Abril de 2021 às 12:15:00
Educação Inclusiva: matrícula na rede estadual de Sergipe aumenta durante três anos consecutivos
Na primeira matéria da série “Educação Inclusiva”, a Seduc inicia a Semana para Sensibilização e Defesa da Educação Inclusiva, instituída pelo Governo de Sergipe, por meio da Lei nº 8.670, de 31 de março de 2020

A Educação Inclusiva na rede estadual de Sergipe vem garantindo expressivas evoluções na oferta do Atendimento Especializado Educacional. Essas evoluções começam com o aumento da matrícula entre os anos letivos de 2018 a 2019, quando saltou de 1.822 alunos matriculados para 2.964, segundo o Censo Escolar. Já em 2020, de acordo com o mesmo levantamento, foram 3.185 alunos com deficiência matriculados no ensino regular da rede estadual. Parte desses resultados deve-se aos investimentos na contratação de profissionais, formações continuadas, sobretudo o comprometimento e abnegação dos professores das 325 escolas estaduais. Com a pandemia, esse trabalho foi ainda mais fortalecido graças à reinvenção das equipes escolares.

A rede estadual de ensino perpetua que toda escola pública estadual seja inclusiva, pois todas as unidades escolares estão aptas a acolher essas crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência. Atualmente, Sergipe possui 122 Salas de Recursos Multifuncionais em funcionamento, distribuídas em todas as diretorias regionais de educação (DREs), que oferecem o Atendimento Educacional Especializado (AEE), prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem, por meio de professores com formação na área da Educação Especial.

Situada em Aracaju, a Escola Estadual Augusto Maynard vem edificando com muita sensibilidade a missão de formar cidadãos. A diretora dessa unidade de ensino, Rose Mary Andrade Santana, conta que a educação inclusiva é um compromisso entre escola, famílias e todos os profissionais envolvidos. “A escola precisa atuar com muita responsabilidade nas necessidades reais dos alunos, preparando não só aquilo que se refere aos aspectos estruturais, como também um plano educacional personalizado, o atendimento individualizado, aplicação adequada de técnicas pedagógicas, materiais didáticos e recursos diversos”, afirmou ela, destacando que as aulas continuam no formato remoto, com acompanhamento via WhatsApp, além da disponibilização de material impresso. A escola ainda tem profissionais de Apoio Escolar I e II.

De acordo com a diretora do Departamento de Educação, professora Ana Lúcia Lima, os investimentos na contratação e qualificação de profissionais são elementos cruciais para o aumento da matrícula da rede estadual. No último ano, a Seduc efetuou a contratação de 35 profissionais de Apoio Escola II, que são os servidores que prestam atendimento aos alunos que compõem o público da Educação Especial, os quais necessitem de apoio no âmbito da alimentação, higiene, locomoção; e contratação de 110 profissionais de Apoio Escolar II, que prestam atendimento aos alunos da Educação Especial, nos Ensinos Fundamental e Médio que não realizam atividades pedagógicas com independência, conforme as especificidades apresentadas pelo estudante, relacionadas à sua condição de funcionalidade e não à condição de deficiência, além de 34 Tradutores e Intérpretes de Libras que prestam atendimento aos alunos com surdez, e continua em processo de novas lotações desses profissionais.

A coordenadora do Serviço de Educação Inclusiva (Seinc), professora Lilian Alves, destaca que o setor imprime um política de Educação Especial pautada na perspectiva Inclusiva, em que as especificidades, individualidade e funcionalidade dos estudantes direcionam o trabalho pedagógico a ser desenvolvido com os mesmos; “e o resultado de nossa valorização à inclusão escolar é o crescente aumento de nossa matrícula da Educação Especial”, declarou ela, pontuando que todo esse trabalho é estruturado na universalização do ensino e efetivação da inclusão.

Educação Inclusiva e Remota

A pandemia do novo coronavírus fez muitos segmentos pararem. As portas das escolas fecharam, mas, mesmo assim, elas permaneceram abertas em outro formato. Esse movimento não seria diferente com a Educação Inclusiva, que, naturalmente, vive ressignificando as metodologias de ensino. Em 2020, a equipe do Centro de Atendimento Educacional Especializado João Cardoso Nascimento Júnior, em Aracaju, fez exatamente assim: expandiu as alternativas e levou o conteúdo para todos os 122 alunos, priorizando o tempo, ritmo e forma de aprendizagem de cada um deles.

A manutenção do acompanhamento pedagógico nesse momento foi crucial. No campo da deficiência de alto comprometimento, especificamente a realidade do Centro João Cardoso, um dos grandes compromissos assumidos pela gestão e corpo docente foi promover não apenas o acesso, mas também a permanência dos alunos, com o objetivo de potencializar as habilidades, dentro das possibilidades de aprendizagem de cada um. Essas ações demandaram a construção de uma proposta curricular diferenciada das demais unidades de ensino a partir do que está fixado nas normas vigentes, fundamentadas no Currículo Funcional Natural (CFN).

Irailde Gomes Aragão de Melo, educadora da área de Práticas de Ampliação Motora e Cognitivas, é um dos exemplos inspiradores do Centro de Atendimento Especializado João Cardoso N. Júnior que tem desenvolvido, desde o início da pandemia, atividades gravadas e realizado encontros ao vivo para acompanhar os alunos. “Nosso isolamento é muito prejudicial na quebra da rotina deles. Mães relataram que seus filhos estavam agressivos e ansiosos. Comecei lendo histórias folclóricas brasileiras, ao final, interpretação oral e, gradativamente, fui ampliando os horários de cada aluno. Àqueles cujas famílias dispõem de computador com impressora enviei também atividades e, aos demais ao fim do conteúdo, aplico um exercício”, disse.

Por meio da contação de histórias, outra professora que tem garantido as aulas remotas aos seus alunos é Edilma Silva Santos, do Colégio Estadual Pedro Diniz Gonçalves, em Areia Branca. “Os alunos amam. Por isso, ainda no mês de abril do ano passado, fiquei pensando o que eu poderia fazer para amenizar o sentimento de isolamento deles. Aí resolvi contar. Primeiro contei e enviei via Facebook e WhatsApp, mas depois comecei a alimentar o canal do YouTube. Daí alguns colegas também passaram a incluir nas suas aulas quando passaram a ser remotas. E como eu já passava atividades após cada contação, com a obrigatoriedade das Aulas Não Presenciais só fiz dar continuidade”, declarou.

Outras ações

O Centro de Referência em Educação Especial (Creese) tem o compromisso na gestão da Educação Pública do Estado de Sergipe em nortear os processos de avaliação diagnóstica biopsicossocial de alunos matriculados na Rede Pública Estadual. Esse compromisso é cumprido a partir de diretrizes que subsidiem a caracterização biopsicossocial do aluno por equipe multidisciplinar composta de assistente social, psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.

A ação do Creese estende-se aos municípios do território sergipano em regime de colaboração no tocante à formação e orientação com vistas à criação da equipe multidisciplinar de cada rede pública municipal. Todas as diretrizes de organização e funcionamento estão descritas na portaria nº 3320/2020, de 31 de agosto de 2020.

Com o intuito de fortalecer o atendimento aos estudantes que integram o público da Educação Especial, a Seduc mantém Termos de Fomento com o Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), que atualmente oferece educação bilíngue a 45 estudantes com deficiência auditiva/surdez e com o Centro de Integração Raio do Sol (Ciras), que atende atualmente a 100 estudantes no que concerne à Educação Especial.

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Educação Inclusiva: matrícula na rede estadual de Sergipe aumenta durante três anos consecutivos
Na primeira matéria da série “Educação Inclusiva”, a Seduc inicia a Semana para Sensibilização e Defesa da Educação Inclusiva, instituída pelo Governo de Sergipe, por meio da Lei nº 8.670, de 31 de março de 2020
Segunda-Feira, 12 de Abril de 2021 às 12:15:00

A Educação Inclusiva na rede estadual de Sergipe vem garantindo expressivas evoluções na oferta do Atendimento Especializado Educacional. Essas evoluções começam com o aumento da matrícula entre os anos letivos de 2018 a 2019, quando saltou de 1.822 alunos matriculados para 2.964, segundo o Censo Escolar. Já em 2020, de acordo com o mesmo levantamento, foram 3.185 alunos com deficiência matriculados no ensino regular da rede estadual. Parte desses resultados deve-se aos investimentos na contratação de profissionais, formações continuadas, sobretudo o comprometimento e abnegação dos professores das 325 escolas estaduais. Com a pandemia, esse trabalho foi ainda mais fortalecido graças à reinvenção das equipes escolares.

A rede estadual de ensino perpetua que toda escola pública estadual seja inclusiva, pois todas as unidades escolares estão aptas a acolher essas crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência. Atualmente, Sergipe possui 122 Salas de Recursos Multifuncionais em funcionamento, distribuídas em todas as diretorias regionais de educação (DREs), que oferecem o Atendimento Educacional Especializado (AEE), prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem, por meio de professores com formação na área da Educação Especial.

Situada em Aracaju, a Escola Estadual Augusto Maynard vem edificando com muita sensibilidade a missão de formar cidadãos. A diretora dessa unidade de ensino, Rose Mary Andrade Santana, conta que a educação inclusiva é um compromisso entre escola, famílias e todos os profissionais envolvidos. “A escola precisa atuar com muita responsabilidade nas necessidades reais dos alunos, preparando não só aquilo que se refere aos aspectos estruturais, como também um plano educacional personalizado, o atendimento individualizado, aplicação adequada de técnicas pedagógicas, materiais didáticos e recursos diversos”, afirmou ela, destacando que as aulas continuam no formato remoto, com acompanhamento via WhatsApp, além da disponibilização de material impresso. A escola ainda tem profissionais de Apoio Escolar I e II.

De acordo com a diretora do Departamento de Educação, professora Ana Lúcia Lima, os investimentos na contratação e qualificação de profissionais são elementos cruciais para o aumento da matrícula da rede estadual. No último ano, a Seduc efetuou a contratação de 35 profissionais de Apoio Escola II, que são os servidores que prestam atendimento aos alunos que compõem o público da Educação Especial, os quais necessitem de apoio no âmbito da alimentação, higiene, locomoção; e contratação de 110 profissionais de Apoio Escolar II, que prestam atendimento aos alunos da Educação Especial, nos Ensinos Fundamental e Médio que não realizam atividades pedagógicas com independência, conforme as especificidades apresentadas pelo estudante, relacionadas à sua condição de funcionalidade e não à condição de deficiência, além de 34 Tradutores e Intérpretes de Libras que prestam atendimento aos alunos com surdez, e continua em processo de novas lotações desses profissionais.

A coordenadora do Serviço de Educação Inclusiva (Seinc), professora Lilian Alves, destaca que o setor imprime um política de Educação Especial pautada na perspectiva Inclusiva, em que as especificidades, individualidade e funcionalidade dos estudantes direcionam o trabalho pedagógico a ser desenvolvido com os mesmos; “e o resultado de nossa valorização à inclusão escolar é o crescente aumento de nossa matrícula da Educação Especial”, declarou ela, pontuando que todo esse trabalho é estruturado na universalização do ensino e efetivação da inclusão.

Educação Inclusiva e Remota

A pandemia do novo coronavírus fez muitos segmentos pararem. As portas das escolas fecharam, mas, mesmo assim, elas permaneceram abertas em outro formato. Esse movimento não seria diferente com a Educação Inclusiva, que, naturalmente, vive ressignificando as metodologias de ensino. Em 2020, a equipe do Centro de Atendimento Educacional Especializado João Cardoso Nascimento Júnior, em Aracaju, fez exatamente assim: expandiu as alternativas e levou o conteúdo para todos os 122 alunos, priorizando o tempo, ritmo e forma de aprendizagem de cada um deles.

A manutenção do acompanhamento pedagógico nesse momento foi crucial. No campo da deficiência de alto comprometimento, especificamente a realidade do Centro João Cardoso, um dos grandes compromissos assumidos pela gestão e corpo docente foi promover não apenas o acesso, mas também a permanência dos alunos, com o objetivo de potencializar as habilidades, dentro das possibilidades de aprendizagem de cada um. Essas ações demandaram a construção de uma proposta curricular diferenciada das demais unidades de ensino a partir do que está fixado nas normas vigentes, fundamentadas no Currículo Funcional Natural (CFN).

Irailde Gomes Aragão de Melo, educadora da área de Práticas de Ampliação Motora e Cognitivas, é um dos exemplos inspiradores do Centro de Atendimento Especializado João Cardoso N. Júnior que tem desenvolvido, desde o início da pandemia, atividades gravadas e realizado encontros ao vivo para acompanhar os alunos. “Nosso isolamento é muito prejudicial na quebra da rotina deles. Mães relataram que seus filhos estavam agressivos e ansiosos. Comecei lendo histórias folclóricas brasileiras, ao final, interpretação oral e, gradativamente, fui ampliando os horários de cada aluno. Àqueles cujas famílias dispõem de computador com impressora enviei também atividades e, aos demais ao fim do conteúdo, aplico um exercício”, disse.

Por meio da contação de histórias, outra professora que tem garantido as aulas remotas aos seus alunos é Edilma Silva Santos, do Colégio Estadual Pedro Diniz Gonçalves, em Areia Branca. “Os alunos amam. Por isso, ainda no mês de abril do ano passado, fiquei pensando o que eu poderia fazer para amenizar o sentimento de isolamento deles. Aí resolvi contar. Primeiro contei e enviei via Facebook e WhatsApp, mas depois comecei a alimentar o canal do YouTube. Daí alguns colegas também passaram a incluir nas suas aulas quando passaram a ser remotas. E como eu já passava atividades após cada contação, com a obrigatoriedade das Aulas Não Presenciais só fiz dar continuidade”, declarou.

Outras ações

O Centro de Referência em Educação Especial (Creese) tem o compromisso na gestão da Educação Pública do Estado de Sergipe em nortear os processos de avaliação diagnóstica biopsicossocial de alunos matriculados na Rede Pública Estadual. Esse compromisso é cumprido a partir de diretrizes que subsidiem a caracterização biopsicossocial do aluno por equipe multidisciplinar composta de assistente social, psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.

A ação do Creese estende-se aos municípios do território sergipano em regime de colaboração no tocante à formação e orientação com vistas à criação da equipe multidisciplinar de cada rede pública municipal. Todas as diretrizes de organização e funcionamento estão descritas na portaria nº 3320/2020, de 31 de agosto de 2020.

Com o intuito de fortalecer o atendimento aos estudantes que integram o público da Educação Especial, a Seduc mantém Termos de Fomento com o Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), que atualmente oferece educação bilíngue a 45 estudantes com deficiência auditiva/surdez e com o Centro de Integração Raio do Sol (Ciras), que atende atualmente a 100 estudantes no que concerne à Educação Especial.