O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio, no domingo (17), foi marcado por bastante tranquilidade pelos alunos da rede estadual de ensino, que responderam às questões de Ciências Humanas, Linguagens e Códigos, além da Redação, cujo tema foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Realizado em um momento atípico e no contexto da pandemia da covid-19, o Enem em todo o Brasil teve um grande índice de abstenção. No geral, foram 48,5% de candidatos presentes e 51,5% ausentes. O Estado de Sergipe seguiu uma tendência parecida, com 53,8% presentes e 46,2% ausentes. O segundo dia de provas será o próximo domingo(24),quando os participantes terão questões de Ciências da Natureza e Matemática.

Em Sergipe, 87.502 candidatos se inscreveram para fazer o Enem impresso, sendo que desse total, 12.720 são da rede estadual de ensino. A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) prestou todo o apoio aos estudantes nesse primeiro dia de provas, disponibilizando uma frota de 270 veículos, entre ônibus, micro-ônibus e vans, para transportar mais de 4.500 alunos distribuídos em quase todos os municípios do Estado.

Uma equipe do Curso Pré-Universitário da Seduc esteve nos principais locais de prova para entregar máscaras e oferecer uma mensagem de incentivo aos alunos. “Estivemos o ano todo preparando os nossos estudantes. Iniciamos as aulas no modelo costumeiro, mas veio a pandemia e tivemos que reinventar todo o programa Pré-Universitário. Hoje, com as regras impostas pela pandemia, estamos aqui mostrando aos nossos estudantes que acreditamos no potencial e na trajetória de estudos deles”, disse a professora Eliane Passos, diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase/Seduc).

A coordenadora do Pré-Universitário, professora Gisele Pádua, também foi conferir de perto como os alunos estavam nesse primeiro dia do Enem. “Chegamos à reta final. A gente bateu muito nessa tecla de que os estudantes devem confiar na trajetória que construíram, confiar em todas as lives a que assistiram. A gente fez o melhor que podia, com o que a gente tinha para chegar até eles. Desejamos confiança, foco e o pensamento positivo de que vai dar tudo certo”, declarou.

Alunos preparados

No campus Farolândia da Universidade Tiradentes (Unit), pouco a pouco os alunos foram chegando para aguardar a abertura dos portões. Uma delas era a aluna Gleice Kelly dos Santos Profeta, de 19 anos, que estuda na Escola Estadual Paulino Nascimento, em Aracaju. Ela está pensando em cursar medicina ou veterinária, e disse que “mesmo que as aulas tenham sido online, por conta da pandemia, elas foram importantes para que todos os alunos pudessem estar preparados para este dia de hoje”.

Quem também chegou cedo ao local de prova foi Gabrielle Nascimento Bispo, aluna do Pré-Universitário, no polo Jackson de Figueiredo. Ela contou que também estava se sentindo bastante preparada. “Os professores me ajudaram bastante nesse momento, assisti a todas as lives e encontros virtuais. O Preuni foi maravilhoso. É muito bom saber que o aluno da escola pública pode contar com esse apoio”, afirmou.

Maria Janaína Marques da Silva, coordenadora do Centro De Excelência Prof. José Carlos De Sousa, também compareceu ao local de prova para fazer um acolhimento aos seus alunos. “Mesmo diante de todas as adversidades, nós conseguimos realizar um bom trabalho. Fizemos os aulões com os alunos que acompanharam as aulas presenciais, desde quando houve a retomada, e nessa última semana nós intensificamos as revisões. As nossas expectativas são as melhores possíveis”, disse.

Em frente ao Colégio Patrocínio São José, o jovem Douglas da Silva Lisboa, aluno do polo Maria das Graças Azevedo Melo, do Pré-Universitário, também estava tranquilo aguardando a hora de entrar para fazer a prova. Ele pensa em cursar medicina veterinária e contou que estava confiante. “Tivemos um ano puxado, mas os professores, com as lives diárias, ajudaram bastante. Ontem eu dei uma revisada em algumas questões e descansei. Estou com grande curiosidade sobre o tema da Redação, mas me sinto preparado”, declarou.

Outro tradicional local de provas é o prédio do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, unidade de ensino que teve 302 alunos inscritos no Enem. Para o diretor Daniel Lemos, esse dia é o resultado da soma de diversos anos de estudos. “A gente pede que eles venham calmos para a prova para fazerem o melhor. O Atheneu sempre deu bons resultados no Enem porque todos nós acreditamos muito nesses estudantes. Claro que esse foi um ano adverso, mas eles têm todas as condições de se sair bem nas provas e garantir a aprovação”, afirmou.

O jovem Miguel Ângelo di Luca Santos estudou no Atheneu durante todo o ensino médio e agora pretende cursar Design Gráfico. Ele revelou que teve uma certa dificuldade para conseguir dormir na noite anterior, mas que no dia da prova estava mais calmo. “Por mais que tenha sido difícil, com o decorrer do tempo, a escola se tornou mais eficiente em trazer de volta o acolhimento e o zelo que tinha nas aulas presenciais. A escola pública me deu uma ótima preparação, desde o primeiro ano do ensino médio”, disse.

A mesma opinião foi compartilhada por sua colega, Ana Letícia Leal Brito, de 17 anos, que quer fazer o curso de Educação Física. “O Atheneu é uma escola completa; me ajuda tanto na questão profissional quanto no aprendizado para a vida. Estou me sentindo preparada para as provas. Procurei revisar os assuntos durante a semana e descansar ontem, para ver se eu consigo fluir melhor ao responder às questões”, declarou.