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Quinta-Feira, 21 de Setembro de 2023 às 23:00:00
Palácio Museu Olímpio Campos recebe a exposição de arte ‘A Ressurreição Desenhada’
Série homenageia os 117 anos da morte de Fausto Cardoso, um dos personagens mais emblemáticos da história de Sergipe

Memória viva da trajetória política de Sergipe, o Palácio Museu Olímpio Campos (Pmoc) também tem sido palco de importantes manifestações artísticas. Nesta quinta-feira, 21, o prédio histórico recebeu o lançamento da exposição ‘A Ressurreição Desenhada’, do artista plástico Elias Santos. Organizada em 13 obras, distribuídas entre pinturas, xilogravuras e esculturas, a série resgata o legado do poeta, filósofo e político Fausto Cardoso, considerado um dos personagens mais emblemáticos da história de Sergipe. 

“Essa exposição partiu da minha curiosidade como artista e cidadão sergipano de conhecer mais a história deste personagem que sempre me chamou atenção pelo seu chapéu. Ao mergulhar na história de Fausto Cardoso, percebi a grandeza desse homem público, um político à frente de seu tempo, com uma habilidade notável de conquistar multidões com a sua oratória em defesa dos menos favorecidos”, frisa o artista Elias Santos.

Para ele, resgatar a história de Fausto Cardoso e manter vivo o seu legado político também é uma forma de acertar as contas com o passado. “Fausto costumava dizer que a liberdade é algo que se constrói com o cimento do tempo e o sangue dos homens. Quando ele foi alvejado e morto, aos 44 anos, a sociedade sergipana o esqueceu, talvez por medo, pela conjuntura política da época, claramente comandada pela família do seu algoz, Olímpio Campos. O fato é que ele teve um fim muito triste. Então, a minha intenção com a exposição é ajudar a resgatar sua trajetória”, acrescenta.

A homenagem também é um testemunho da habilidade e do talento artístico de Elias Santos. Embora retratem um único personagem, as obras são trabalhadas com técnicas diferentes e em momentos distintos da vida do artista plástico. Entre as técnicas utilizadas estão desenhos realizados com lápis comum H e HB sobre tela e tinta látex; desenhos feitos de carvão sobre tela; xilogravura em papel; escultura em resina e em cimento. 

Centenário

No último mês de agosto, o falecimento de Fausto Cardoso completou 117 anos. Para a historiadora Isaura Ramos, a exposição ‘A Ressurreição Desenhada’, como o próprio nome sugere, resgata a memória de um dos personagens mais emblemáticos da história política de Sergipe.

“Fausto Cardoso foi um grande homem, de ideias liberais e modernistas, protagonista de um dos momentos mais simbólicos da história política de Sergipe, que foi o seu assassinato por Olimpio Campos. A morte foi um choque para todo o país, já que Fausto era deputado federal em seu terceiro mandato e um político muito querido pela população”, frisa a historiadora.

Exposição

De acordo com o diretor do Pmoc, Elicelmo Zuzarte, democratizar o acesso da população à cultura e à arte é uma das missões do palácio. “Nós estamos felizes de receber mais uma importante exposição de um grande artista sergipano. Desde que se tornou um Palácio-Museu, o Pmoc tem sido um grande apoiador da cultura e do artista sergipano, abrindo as suas portas e possibilitando a exposição de diferentes manifestações. Valorizar o artista da terra também é um compromisso do Governo do Estado, e a nossa meta é ampliar o acesso da população a essas diferentes obras”, destaca Elicelmo Zuzarte.

Admirador da obra de Elias Santos há anos, o advogado Marcus Regilio, 46, foi um dos visitantes que prestigiou o lançamento da exposição. “Minha mãe também é artista e nós conhecemos o trabalho do Elias há anos. Nesta série, ele mais uma vez surpreende, trazendo uma justa homenagem a um grande sergipano que vem sendo esquecido ao longo dos tempos”, elogiou.

A exposição ‘A Ressurreição Desenhada’ estará aberta à visitação até o próximo dia 21 de outubro, de terça a sexta, das 9h às 16h30, e nos sábados das 9h às 12h30.