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Sexta-Feira, 15 de Setembro de 2023 às 19:15:00
Oficinas de artesanato são destaques do ‘Sergipe é aqui’ em Santo Amaro das Brotas
Duas artesãs sergipanas ministraram oficinas de confecção de peso de porta e de biscuit. Além da ação, a Secretaria do Trabalho ofertou serviços públicos destinados aos trabalhadores santoamarenses e da região 

Sucesso nas edições passadas, as oficinas de artesanato sergipano têm ganhado cada vez mais espaço durante o programa de governo itinerante ‘Sergipe é Aqui’. Os municípios de Itaporanga d’Ajuda e Capela, localizados no leste do estado, foram os primeiros a experienciar a novidade. Nesta sexta-feira, 15, foi a vez da população de Santo Amaro das Brotas ser recebida com a troca de conhecimentos e experiências na confecção do artesanato, além de outros serviços públicos ofertados pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), também no âmbito da economia solidária e de apoio ao trabalho. 

Artesã há 25 anos e especialista na técnica do patchwork, um trabalho feito com a utilização de recortes de tecidos, Irailde Alves foi quem ministrou a oficina de confecção de peso de porta destinada à população santoamarense. Ela, que trabalha com uma diversidade de tipologias, conta como é importante e significativo estar compartilhando conhecimento e mostrando um pouco do seu trabalho para outras pessoas amantes da área. “É muito bom, porque a gente não fica com o nosso conhecimento só para nós. Eu passo a minha técnica, eu passo os modelos, e aí cada pessoa que for fazendo desenvolve a sua criatividade num peso de porta. Então eu só vou passar a técnica, mas o desenvolvimento e a criatividade é de quem vai fazer”, destaca. 

Com o mesmo período de experiência no artesanato, Cristiane Novais também ministrou a segunda oficina do dia, desta vez, de biscuit. “Cada um joga um pouquinho de amor para o seu artesanato e nunca fica igual, mesmo ensinando a 20 pessoas a mesma modelagem nunca sai igual. A pessoa joga sua identidade na peça e fica tudo diferente e muito lindo”, explica. 

Além de ressaltar a singularidade existente em cada peça do artesanato, a artesã também salienta a sua paixão pela arte e trabalho que exerce há mais de 25 anos. “Eu amo ensinar o que eu sei, porque eu vivi e vivo do artesanato. Trabalho com ele, ganho um dinheirinho. É uma terapia e, para mim, é muito gratificante passar isso para outra pessoa que está precisando, que quer ajudar a família”, ressalta ela que, além de artesanatos, também é responsável pela produção do Licor do Cangaço, uma marca sergipana criada a partir de receitas familiares. 

Cristiane também aproveitou para ressaltar o apoio e comprometimento da gestão estadual para alavancar o artesanato sergipano, criando mais oportunidades para a categoria. “Veio para fazer a diferença. Eu estou achando maravilhoso o apoio do governo em relação ao artesão, ao microempreendedor. Estou amando mesmo!”, afirma. 

A realização das oficinas contou com a parceria da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e apoio da Prefeitura Municipal. De acordo com a diretora de artesanato da Seteem, Daiane Santana, a ação foi pensada com objetivo de gerar valor e novas ideias para a categoria, além de desenvolver as técnicas de acabamento das peças artesanais, fortalecer as profissionais e incentivar o diálogo e interação para produções conjuntas. “A partir disso, nasce uma economia em grande escala. Uma oficina como essa agrega a junção de uma categoria para que eles busquem melhorias na própria arte que eles fazem”, disse. 

Artesanato como renda e terapia

Os benefícios associados às produções artesanais foram ressaltadas pelas artesãs participantes da 11ª edição do ‘Sergipe é aqui’, em Santo Amaro das Brotas. Raquel Lima é uma delas e conta como o crochê foi fundamental não somente para a garantia do sustento familiar, mas também como um autocuidado para sua saúde mental. “O crochê, além de ser uma renda na minha família, também me ajuda. O crochê é um trabalho e uma terapia”, conta Raquel, que comercializou algumas de suas produções durante a ação itinerante. 

Para a artesã Maria José, do povoado Recanto dos Papagaios, o ‘Sergipe é aqui’ cria novas oportunidades para o artesanato. “É uma porta que se abre. Eu sinto uma paz, uma satisfação muito grande em poder estar levando sustento para a minha família, e mostrando, também, para a cidade, a importância de uma artesã. Nós amamos esse trabalho que nós próprios fabricamos e pintamos com muito amor para as pessoas poderem ter uma peça de artesanato dentro de casa”, afirma a artesã, que esteve junto ao seu esposo na exposição e comercialização das esculturas de papagaios durante a ação. 

Quem também teve sua vida transformada pelo artesanato foi Marcele Andrade. Expositora nesta edição do ‘Sergipe é aqui’, ela contou como foi o encontro e a permanência na área. “Precisava pagar o transporte para a universidade, então tive a ideia de fazer quadros para vender. Isso acabou se tornando o que eu sou; me formei, mas não exerci, porque preferi continuar no ramo do artesanato”, relatou.

O trabalho manual e a materialização das ideias e sonhos das pessoas foi o que tocou o seu coração. Para Marcele, é muito importante o apoio que o governo tem dado aos artesãos sergipanos. “Quando você dá espaço para essas pessoas exporem o seu trabalho, outras pessoas que não conhecem vão conhecer e passam a valorizar. É um trabalho que dá muito trabalho, são peças únicas. É muito importante valorizar a criatividade do artesão”, finaliza. 

Outros serviços

Além das oficinas de artesanato, exposições e comercialização de produtos artesanais, também foram realizados cadastramentos de empreendimentos econômicos populares e solidários. O serviço tem sido ofertado em cada edição do ‘Sergipe é aqui’, oportunidade na qual também são descobertas novas potencialidades existentes na região. 

Segundo a diretora de Economia Solidária da Seteem, Elayne Araujo, as ações itinerantes também funcionam como um diagnóstico para conhecer as diferentes realidades de cada município sergipano e registrar esses empreendedores em uma base de dados para desenvolvimento de políticas públicas destinadas ao setor. “A gente vem percebendo a dificuldade deles, seja em comprar o maquinário para trabalhar, seja na própria compra da aquisição da matéria-prima para poder confeccionar, para poder produzir seus alimentos, para poder vender, e uma das coisas que eles relatam bastante é o quão importante é esse momento de comercializar, gerar renda mesmo. Quando tem evento na cidade, consequentemente, eles têm trabalho e renda”, explica. 

Também houve orientações sobre a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) digital; cadastro de empregadores para captação de vagas; cadastro e atualização de cadastro de trabalhadores em busca de emprego; cadastro para recebimento do seguro-desemprego; cadastro e atualização das carteiras de artesãos; orientações sobre as feiras nacionais e estaduais de artesanato; orientações para artesãos interessados na captação de recursos da Lei Paulo Gustavo (LPD). 

No âmbito do trabalho, Leonardo Barreto, designer gráfico, aproveitou para conseguir informações sobre o seguro-desemprego. “A gente ficou sabendo dos diversos serviços, acho que mais de 100 serviços foram ofertados no dia de hoje. Como eu estava com pendências trabalhistas, vim pegar algumas orientações aqui, e o pessoal foi muito receptivo. Foi bem bom, tirou várias dúvidas minhas, e agora já estou sendo encaminhado para tentar resolver o meu problema”, conta o designer que, ao longo de todo o dia, teva acesso a mais de três serviços públicos e gratuitos durante a ação.