A juventude sergipana terá vez e voz durante o principal evento nacional de discussão sobre a participação efetiva dos jovens nos rumos políticos do país. Nesta quinta-feira, 14, os 18 delegados que representarão Sergipe na etapa nacional da 4ª Conferência da Juventude embarcam para Brasília, onde participam até o próximo sábado, 17, das plenárias que definirão diretrizes e prioridades na construção de políticas públicas para o público jovem. O evento deve reunir cerca de 1.300 delegados de todo o país.

Após um hiato de mais de cinco anos sem realização, a conferência vai debater o tema central ‘Reconstruir no presente, construir o futuro: desenvolvimento, direitos, participação e bem viver’. A expectativa da delegação sergipana é de levar para as discussões os temas aprofundados durante as etapas municipais e estadual e, assim, representar os anseios e necessidades da juventude dos 75 municípios do estado.

“Sergipe vai bem representado para Brasília, com uma delegação plural e bem participativa, com mulheres, homens, LGBTs, pessoas com deficiência, enfim, uma juventude que vai discutir não apenas a implementação e o retorno das Casas de Juventude, como a implementação do Plano Nacional da Juventude, do Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve), assim como a reestruturação de recursos e fundos para execução dessas políticas, na certeza de retornar com a bagagem cheia de conhecimentos e aprendizados”, frisa a superintendente da Juventude do Governo de Sergipe, Larissa Alves, que também será uma das representantes da delegação.

Ela explica que, durante a etapa nacional, os delegados terão a oportunidade de escolher os eixos temáticos que mais se identificam para contribuir com as discussões em nível nacional. A expectativa da delegação sergipana é contribuir ativamente com os debates e concentrar as atenções em demandas que são urgentes para juventude do estado. Entre essas preocupações, ela elenca como principais a situação de mais de 200 mil jovens que se enquadram no que tem sido chamado de ‘juventude sem-sem’ (sem estudo e sem trabalho); a necessidade de construção de políticas que oportunizem a geração de empregos, e o necessário acesso a novas tecnologias.

“Sergipe conta hoje com 660 mil jovens, sendo que quase um terço são ‘sem-sem’. Então, para nós, discutir a juventude ‘sem-sem’ é um tema estratégico, assim como discutir a oferta de emprego, uma vez que se trata de uma política prioritária do Governo do Estado, que implementou recentemente o Programa Primeiro Emprego, trazendo para Sergipe esse impacto positivo da participação do jovem na economia. Outro tema que é importante é a questão do acesso da nossa juventude à tecnologia, que é condição para o mercado de trabalho”, acrescenta Larissa Alves.

Legados

De acordo com o secretário de Estado-Chefe da Casa Civil, Jorginho Araujo, todo o caminho percorrido desde a realização das convocatórias, com o fomento da participação da juventude em cada etapa municipal, com as articulações com as prefeituras, os debates plurais e assertivos sobre a realidade de cada município deixa um legado positivo de construção coletiva e conscientização política da juventude sergipana.

“Esse é o encontro em que a juventude sergipana terá a oportunidade de discutir com jovens do Brasil inteiro novas perspectivas e a construção de um novo amanhã. Na plenária estadual, conseguimos aglutinar o máximo de informações colhidas com os jovens que participaram das etapas municipais e também do encontro estadual, para construir o nosso Plano Estadual da Juventude sergipana, que é justamente o que esperamos deixar de legado na construção de políticas efetivas para juventude”, ressalta Jorginho.

Expectativas

Para a delegada Jhully Souza, moradora do bairro Santa Maria, em Aracaju, muito mais do que possibilitar a participação dos jovens sergipanos na construção de políticas nacionais, a conferência também abre um importante espaço para o aprendizado, para a troca de experiências e, sobretudo, para ampliação da visão sobre política pública para a juventude.

“Espero também aprender bastante com os demais companheiros, conhecer experiências que vêm dando certo em outros estados e tentar trazer para a realidade de Sergipe. Entre os temas que avalio como prioritários, estarei mais focada na questão do extermínio da juventude negra e da democratização do acesso à cultura, eixos sobre os quais já desenvolvo atividades aqui em Aracaju, e que são assuntos emergenciais”, destacou.