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Sexta-Feira, 14 de Junho de 2024 às 18:00:00
Biblioteca Estadual Epiphanio Dória comemora 176 anos de história
A biblioteca é o maior patrimônio da leitura de Sergipe e conta atualmente com mais de 100 mil títulos

Para celebrar os 176 anos de fundação e 50 de instalação no bairro 13 de Julho, a Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória realizou uma programação especial, com a presença de autoridades, intelectuais, familiares dos homenageados, usuários e comunidade em geral. As celebrações contaram com a apresentação da Camerata de Violões do Conservatório de Música de Sergipe.

A programação seguiu com o lançamento do catálogo e vídeo institucional sobre a trajetória histórica da Epiphanio Dória, homenagens a personalidades sergipanas que contribuíram para a história da casa literária e abertura da exposição sobre os 50 anos de instalação da biblioteca no bairro 13 de Julho.

Exercendo sua função social de fomento à leitura, à informação e à cultura, ao longo destes 176 anos, a instituição, que é o maior patrimônio da leitura de Sergipe, conta atualmente com mais de 100 mil títulos, espalhados nos diversos setores que abrigam obras de grande importância histórica e bibliográfica, atendendo a públicos diversificados, sendo, portanto, um dos mais significativos pontos de referência de pesquisa no estado.

A Biblioteca Pública Epiphanio Dória foi fundada em 1848 como Biblioteca Provincial de Sergipe. Foi inaugurada somente no ano de 1851, numa sala do Convento São Francisco, em São Cristóvão. Anos mais tarde, com a mudança da capital, a biblioteca foi transferida para Aracaju, quando passou a ser chamada Biblioteca Pública do Estado. Em 30 de dezembro de 1970, com o Decreto 2020, a Instituição passou a se denominar Biblioteca Pública Epiphanio Dória. Há 50 anos, está instalada na rua Leonardo Leite, no bairro 13 de Julho, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

O secretário-executivo da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), Marcel Rezende, representando o secretário Zezinho Sobral, falou sobre a importância da instituição e salientou que a Biblioteca Epiphanio Dória não é apenas a quarta biblioteca mais antiga do Brasil, mas também uma das instituições brasileiras mais antigas. "É muito difícil resistir a tanto tempo, aperfeiçoar-se, principalmente em uma área tão complicada quanto a cultura, a preservação da memória. Observar como essa instituição sobreviveu e de forma bastante altiva, sempre melhorando, sempre incorporando tudo o que é novo, moderno, só mostra que a biblioteca continua muito viva, não somente como um espaço para salvaguardar a memória do seu povo, mas também como um espaço cultural, de debates, exposições, seminários. Enfim, quero parabenizar a direção e todos os presentes nesta celebração, e desejar vida longa à Epiphanio Dória", ressaltou.

A diretora Juciene Maria Santos de Jesus abriu a solenidade saudando e agradecendo a cada um dos presentes na  comemoração. "Hoje é um dia marcante, que certamente aquele que nomina esta nobre casa dos saberes sergipanos acrescentaria à sua tão conhecida coleção de efemérides. Casa esta que abriga, sob seu teto, os mais ilustres nomes da nossa intelectualidade do passado, presente e futuro", disse Juciene, que continuou citando as relevantes contribuições dos homenageados, uma representação de escritores, pesquisadores e memorialistas que contribuíram com a história da Biblioteca Epiphanio Dória. 

A engenheira Ana Luzia Martins Moura, que recebeu a homenagem dedicada ao seu pai e ex-vice-governador de Sergipe, Adalberto Moura (in memoriam), que, junto ao então governador, Paulo Barreto de Menezes, atuou na construção do atual prédio da biblioteca, agradeceu emocionada. "Hoje, com essa celebração dos 176 anos da Biblioteca Epiphanio Dória e o cinquentenário da edificação que representa uma fase muito bela da arquitetura e das artes, que foi a fase modernista, tão importante para a literatura, arte e cultura brasileira. Neste dia tão especial, a verdadeira homenagem recebida é da educação, do saber", salientou.

Representando os servidores da instituição, Francisco Barros dos Santos, servidor mais antigo da Biblioteca Epiphanio Dória, também foi homenageado pela dedicação e empenho com que realiza suas atividades. "São muitos anos de trabalho, mas também de aprendizado, de amizades sinceras, de alegrias. Aqui me sinto acolhido e procuro fazer o meu trabalho da melhor forma possível. Não tem como não amar esse lugar. Sou feliz e grato por fazer parte dessa biblioteca há mais de três décadas, disse o senhor Francisco.

Epiphanio Dória

Epiphanio da Fonseca Dória e Menezes nasceu em 7 de abril de 1884, na fazenda Bairro Caído, na cidade de Poço Verde. Documentarista, jornalista e pesquisador, Epiphanio dirigiu a Biblioteca do Estado de Sergipe de 1914 a 1943. Tornou-se ainda presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, membro da Associação Sergipana de Imprensa, da Academia Sergipana de Letras e de várias instituições literárias do Brasil e do exterior.

Em 1935, o documentarista torna-se deputado estadual e em 1937, no governo Eronildes de Carvalho, ele é nomeado secretário de Estado da Justiça, Agricultura e Fazenda. Ele morreu em 8 de junho de 1976, vítima de câncer no aparelho digestivo. Atualmente, ele é considerado um dos mais competentes e importantes conservadores das fontes históricas de Sergipe.