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Terça-Feira, 18 de Junho de 2024 às 11:15:00
Tradições juninas e turismo religioso são destaque em capela na Vila do Forró
Recepcionados pelo ‘Padre Belga’ e pela ‘Irmã Iris’, visitantes e turistas se surpreendem e se encantam com pequena igreja na cidade cenográfica

Na Vila do Forró, mais uma vez, a réplica de uma capela foi erguida pelo Governo de Sergipe, simbolizando um dos aspectos dos festejos juninos no estado: a religiosidade. A igrejinha na cidade cenográfica em plena Orla da Atalaia, em Aracaju, faz referência às tradições em homenagem a Santo Antônio, São Pedro e São João, santos da Igreja Católica celebrados no mês de junho em atos religiosos e culturais em todo o Nordeste. Ressalte-se, ainda, que a pequena edificação também remete à importância do turismo religioso em Sergipe, com forte apelo em diversas cidades, a exemplo de Divina Pastora, São Cristóvão e Laranjeiras.  

Este ano, a igrejinha está repaginada, com nova fachada na cor branca com detalhes em amarelo, cor vibrante que, muitas vezes, é replicada em capelas no interior de Sergipe. Porém, dentro dela, os elementos religiosos que a caracterizam foram mantidos. Há bancos de madeira, que parecem convidar o visitante a se sentar enquanto faz uma oração sob as bênçãos dos santos, representados pelas imagens sacras. No altar, foram dispostas figuras de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, de Nossa Senhora de Fátima, dos santos juninos, de Jesus crucificado, entre outros. Assim, os visitantes se sentem como se estivessem, de fato, em uma igreja.

Para completar, quem visita a capela é recepcionado pelo ‘Padre Belga’ e pela ‘Freira Iris’, personagens representados, respectivamente, pelos atores Gariolando Silva e Márcia Iris Alves. Falando com sotaque de ‘origem’, o ‘Padre Belga’ explica que, há 23 anos, participa dessa manifestação cultural junina. Segundo ele, este ano, a igrejinha tem sido visitada por um grande número de turistas, muitos deles americanos, italianos, argentinos, baianos, cariocas, paulistas, pernambucanos, paraibanos, entre outros. “As pessoas estão encantadas com a capela. É um turismo totalmente diferente, uma forma diferenciada de celebrar os festejos juninos aqui na Vila do Forró. Está sendo bacana, ótimo!”, comenta.

O ‘Padre Belga’ acredita que este tipo de espaço na cidade cenográfica contribui para evidenciar e valorizar o turismo religioso no estado. De acordo com ele, muitas pessoas entram na capela movidas pela fé, mas, também, vão pela curiosidade em saber se são um padre e uma freira de verdade que recepcionam e abençoam os ‘fiéis’. Independentemente do que os mobiliza, o ‘religioso’ ressalta a importância de a igrejinha fazer parte dos festejos juninos, pois revisita a História, descrevendo a origem deles, quando os portugueses faziam quermesses em homenagem a Santo Antônio.

‘Fiéis’ se encantam

O aposentado Valmir Invernizzi, de Bento Gonçalves/RS, já conhecia Sergipe. Em 2022, ele esteve no estado, mas não no período junino, por isso a Vila do Forró foi uma grata surpresa para ele. Católico, Seu Valmir foi diretamente pedir a benção ao ‘padre’. “Achei bem diferente. Nunca tinha visto isso em lugar nenhum. Estou achando muito bom, muito bom! A capelinha é um espetáculo, muito bonita. Me surpreendeu. Vou levar boas lembranças com certeza”, disse com entusiasmo.

O gaúcho, aliás, considera que a igrejinha na festa junina é uma espécie de lembrete a fomentar o turismo religioso no estado e a sugerir aos turistas conhecerem o que Sergipe tem nesse âmbito. “É importante, principalmente, para renovar a fé das pessoas, que hoje está desaparecendo”, opina.

Já Antônio Passos aproveitou a noite para levar o netinho Márcio, de 4 anos, para conhecer a Vila do Forró. A primeira parada da dupla sergipana foi na capelinha, que o aposentado estava visitando pelo segundo ano consecutivo. “A igrejinha com os santos juninos – São Pedro, São Antônio e São João – faz parte da nossa tradição. Em todo forró, esses santos estão presentes. E, aqui, tem a figura do ‘padre’, que também é lendária da nossa cultura sergipana”, afirma.

O também aposentado comenta, ainda, que a religiosidade do povo nordestino – e, neste caso, do sergipano – é sempre evidenciada por parentes e amigos quando visitam o estado. “Eles dizem que uma das coisas que chamam a atenção é a religiosidade do povo do Nordeste, geralmente em cidades menores, onde isso é mais visível ou maior do que nos grandes centros urbanos onde residem”, destaca.

Turismo religioso

Vale destacar que o turismo religioso é importante indutor do desenvolvimento regional em Sergipe. Entre os inúmeros roteiros, destaque para a Romaria do Senhor dos Passos, em São Cristóvão, durante a Quaresma. Já Laranjeiras chama a atenção para a Semana Santa, Festa de Reis e a tradicional Festa do Padroeiro Sagrado Coração de Jesus. Além das festividades voltadas ao catolicismo, há celebrações ligadas às religiões de matrizes africanas, muito fortes também naquele município.

Outro exemplo é o turismo religioso em Divina Pastora, no leste do estado, marcado pela tradicional peregrinação. O evento católico acontece sempre no mês de outubro, quando os fiéis saem do município de Riachuelo e de outros municípios com destino ao Santuário de Divina Pastora, padroeira de Sergipe, construído no século XIX e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan).

País do forró

Durante 60 dias, o clima junino tomará conta de Sergipe, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).