Notícias

Segunda-Feira, 10 de Julho de 2023 às 16:30:00
‘Casa dos Saberes e Fazeres’ é encerrada com difusão do artesanato e da gastronomia sergipanos
No último dia do evento promovido pelo Governo de Sergipe, por meio da Setur, foi realizada oficina de artesanato voltada à confecção de bonecas em palha de milho

Chegou ao fim a edição da ‘Casa dos Saberes e Fazeres’, promovida pelo Governo de Sergipe, por meio Secretaria de Estado do Turismo (Setur). O evento aconteceu entre os dias 21 de junho e 9 de julho, na área externa do Oceanário de Aracaju, na Orla da Atalaia, em Aracaju. Objetivando a promoção e o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do artesanato e da gastronomia sergipanos, a ação foi realizada em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Projeto Tamar, Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap/SE), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio/SE), Centro de Convenções AM Malls Sergipe, Sebrae Sergipe e Megga Atacadista.

A ‘Casa dos Saberes e Fazeres’ possibilitou a divulgação do trabalho dos artesãos de 22 municípios do estado, dentre eles, Aracaju, São Cristóvão, Laranjeiras, Itaporanga D’Ajuda, Salgado, Lagarto, Simão Dias, Divina Pastora, Nossa Senhora do Socorro, Pacatuba e Frei Paulo. Mais do que isso: na avaliação da coordenadora do evento, Léa Duarte, servidora da Setur, promoveu a valorização do trabalho desses artistas.

Na opinião de Léa Duarte, a mostra foi bastante produtiva e trouxe resultados positivos para os participantes. Isso foi observado por meio de uma planilha de vendas entregue diariamente aos artesãos e que era devolvida quando eles saíam. “Percebemos que houve bastante vendas, até mais do que no Arraiá do Povo. Isso se deve, além da excelência no trabalho apresentado, à união entre as artesãs. Elas têm uma forma de vender muito peculiar. São pessoas muito agradáveis e interessadas no que fazem”, comenta a coordenadora. Além disso, ela aponta o fluxo que se deu no Oceanário e o trabalho diário de divulgação em hotéis e agências de viagens, também, contribuíram para o sucesso do evento.

A bióloga da Fundação Projeto Tamar, Caroline Pulita, disse que, por meio da parceria entre Setur, Seteem e outros envolvidos, a ‘Casa dos Saberes e Fazeres’ proporcionou aos visitantes conhecerem um pouco da cultura sergipana. Isso porque, com a exposição dos produtos regionais, foi possível mostrar o que cada um dos municípios tem de melhor. “Além de sensibilizarmos sobre a questão da conservação da tartaruga marinha, também, conseguimos fazer com que o público interaja, agregando arte e cultura”, explicou.

Artesãos

Para Rídaci Evangelista, artesã de São Cristóvão, na Grande Aracaju, a iniciativa desperta novos olhares sobre o trabalho dela e também proporciona interação com artistas que fazem outros tipos de artesanato. Empreendedora individual, ela disponibiliza produtos em couro, cuja marca autoral é ‘Fijo’ – iniciais dos nomes dos pais, Fidelina e José. As roupas, bolsas laterais e acessórios também têm agregados tecidos, cipós, bordados, crochês e pinturas.

Ridaci Evangelista, inclusive, revela que o primeiro passo da Associação Mãos que Pensam, criada há alguns meses, foi dado na ‘Casa dos Saberes e Fazeres’, pois todas as integrantes tiveram a oportunidade de mostrar os trabalhos delas. “Tivemos o apoio da nossa prefeitura e estou muito satisfeita. Com certeza, a equipe de São Cristóvão sai feliz da ‘Casa dos Saberes e Fazeres’”, considerou.

Do município de Laranjeiras, no estado de Sergipe, o artesão Ademar Lima, conhecido por ‘Demar’, levou esculturas em madeira que revelam a grandiosidade da arte sacra em detalhes talhados e expressos em troncos de cedro e amburana. “Achei muito bom participar desse evento, afinal, foi uma alegria partilhar e expor a minha arte, que pode ser tocada e sentida”, afirmou.

A artesã Jussimara Florípedes, de Carmópolis, no Vale do Cotinguiba, pôde expor produtos como geleias, licores, trufas, bolachas e biscoitinhos. “Foi uma excelente oportunidade para comercializar meus produtos e dar, também, mais visibilidade [a eles]. Afinal, estamos na Orla da Atalaia, onde tem um fluxo de turistas bem grande”, argumentou. Ressalte que Jussimara é integrante do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Sergipe (Ascama), em parceria com a Petrobras, com apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba de Sergipe (MCM).

Oficina

Além da apresentação do artesanato e da gastronomia, foi realizada uma oficina voltada à confecção de bonecas em palha de milho, ministrada pela artesã de Simão Dias, Cristina Nunes. Ela destacou a importância desse tipo de trabalho, enfatizando que se deve, principalmente, à questão do aproveitamento da matéria-prima encontrada na natureza, assim como proporcionar bem-estar às pessoas por meio desse tipo de trabalho artesanal. “Saio daqui satisfeita em transmitir meu conhecimento que, de imediato, foi agregado por essas artesãs ao apresentarem beleza em seu produto final e, também, pela oportunidade em representar a Casa”, disse.  

A artesã Erilene dos Santos, de Itaporanga D’Ajuda, falou sobre a importância e a experiência proporcionada pela ‘Casa dos Saberes e Fazeres’ na divulgação dos produtos dela e também por participar da oficina de palha de milho. “Gosto muito da natureza e já trabalho nessa área com a tibaca da dicurizeira, confeccionando artigos como luminárias e arranjos. Essa oficina me oportunizou aprender algo diferente que foi fazer a flores com a fibra da palha de milho”, declarou.