Há cerca de um ano, foi assinada ordem de serviço da reforma, modernização e ampliação do tradicional Colégio Estadual Cel. João Fernandes de Brito, em Propriá, orçada em R$ 3.599.220,21. A fachada histórica, as escadaria e os corredores foram preservados, mas a escola ganhou um sistema de acessibilidade para pessoas com deficiência, com elevador; os sistemas elétricos e hidrossanitários passaram por readequação com materiais modernos; a escola ganhou climatização nos ambientes, amplos refeitórios, laboratórios e sala de multimeios didáticos.

Na terça-feira, 26, o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, visitou o canteiro de obras e verificou que falta pouco para que a população do baixo São Francisco possa novamente sentir o pertencimento de estudar num prédio datado de 1923, mas preparado com serviços que exigem a Educação que prepara para o futuro.

“Como há um elenco de obras em andamento, é importante que a gente visite para acompanhar o desenvolvimento. A gente precisa circular por elas para garantir que sejam ofertados aos nossos alunos ambientes de qualidade, ambientes físicos capazes de fornecer a melhor educação e acolher nossos professores. Aqui em Propriá, fico feliz por esse colégio de tradição, que carrega a formação de vários personagens ilustres e muita história”, afirmou Zezinho Sobral.

O secretário visitou todos os compartimentos, verificou a construção da quadra coberta com vestiários e arquibancadas e lembrou que, quando esteve pela primeira vez no canteiro de obras, ali havia um terreno desnivelado e com matagal. “Falta pouco para que os alunos voltem ao prédio original completamente moderno. Temos trinta e oito obras entregues e outras em andamento em vias de entregar. A ideia é que a gente possa fazer no máximo até o mês de abril, porque os alunos retornam para sua casa, vêm para o seu ambiente e aqui têm a oportunidade de vivenciar esse novo momento, esse novo espaço com mais oportunidade”, afirmou.

Zezinho Sobral ainda lembrou que, junto com a reforma da estrutura física, a escola também recebe novos mobiliários, laboratórios de ciências com materiais de primeira linha, além de software e hardwares programados com a educação para o futuro em laboratórios e salas de multimeios. “A gente traz a reforma e há climatização, carteiras novas e mobiliários, equipamentos novos de informática, laboratórios de biologia, laboratórios de matemática. Entregamos escolas estaduais com qualidade, com obras de excelência”, destacou.

Patrimônio e história

A reforma do Colégio Cel. João Fernandes de Britto preserva a fachada histórica que data em seu início de construção de 1923, no período do governo Graccho Cardoso, considerado um visionário e progressista para a educação sergipana. A edificação histórica apresenta os traços das obras de Graccho Cardoso (1922 a 1926), permanecendo o estilo padronizado, sempre identificado por ‘águias’ de cimento colocadas, ora no frontão central dos prédios, ora nas suas extremidades.

O então grupo escolar foi construído num momento histórico em que o então governo sergipano buscava adequar a educação sergipana composta pelas escolas denominadas de isoladas a uma nova realidade brasileira dos grupos escolares.

Segundo a historiadora Crislaine Barbosa Azevedo, em seu livro ‘A Modernidade no Governo Graccho Cardoso e a Reforma Educacional de 1924 em Sergipe’, dentre os grupos escolares de Sergipe que têm a mesma estrutura, “em março de 1923, foi inaugurado o Grupo Escolar Gumersindo Bessa, em Estância; em julho desse mesmo ano, o Grupo Escolar Sílvio Romero, em Lagarto; e em setembro, o Grupo Escolar Vigário Barroso, na cidade de São Cristóvão”.

A pesquisadora ainda completa que, a partir de 1923, também foram construídos o Fausto Cardoso (Simão Dias), João Fernandes de Brito (Propriá), Olympio Campos (Neópolis) e, na capital, os grupos escolares Manuel Luís e José Augusto Ferraz. Além dessas, as Escolas Reunidas Severiano Cardoso (Boquim) e Esperidião Monteiro (Santo Amaro).

“A preocupação com a construção dos edifícios escolares denotava uma busca do administrador público pela influência de representações sobre educação e modernidade para além dos muros das instituições. A arquitetura deveria abarcar valores de ordem e disciplina, constituindo-se em signo de modernização do ensino”, destaca a autora Crislaine Barbosa Azevedo.

Mais visitas

Também nesta terça-feira, 26, o secretário Zezinho Sobral esteve no canteiro de obras do Centro de Excelência Manoel Dantas, uma unidade da rede pública estadual de Cedro de São João que funciona no modelo do ensino médio em tempo integral e atende mais de 214 alunos matriculados. As obras foram iniciadas em março de 2023, e a previsão é de que também seja entregue no mês de abril de 2024, com investimentos em torno de R$ 1.934.134,71.

Uma reivindicação antiga da comunidade escolar, a unidade de ensino recebe climatização em todos os ambientes. Para que esse item fosse possível, a escola passou por renovação do sistema e aumento de carga elétrica. Também foi construído o sistema de acessibilidade com rampas, além da modernização dos banheiros, das oito salas com revestimentos mais resistentes, revisão da cobertura, da esquadria e melhoria da biblioteca e dos laboratórios de Informática, de Ciências e uma sala multiuso.