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Quarta-Feira, 09 de Agosto de 2023 às 13:45:00
Toques indicam violência doméstica que intimida mulheres em público
O objetivo dos agressores é silenciar a vítima e retirá-la do convívio social com amigos e familiares, dificultando a denúncia do crime à polícia

O cenário que envolve o ciclo da violência doméstica é formado por diversos tipos de agressões praticadas contra a mulher. Por mais que não deixem marcas físicas, os agressores deixam marcas psicológicas, que amedrontam as vítimas. Parte dessa violência doméstica acontece em público e consiste nos toques intimidatórios feitos pelos agressores para impedir que as vítimas prossigam falando sobre algum assunto ou para que elas continuem em um determinado lugar.

E mesmo que não deixem marcas físicas, esses toques intimidatórios são violência, conforme evidenciou a delegada Vanessa Feitosa, da Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) de Lagarto, no centro-sul de Sergipe. “Não é porque não deixam marcas que não é violência doméstica. Esses tipos de gestos e atitudes de certos agressores acontecem muitas vezes em público. Então são aqueles beliscões e empurrões para silenciar a mulher”, exemplificou.

De acordo com a delegada, os toques intimidatórios são formas de o agressor controlar a mulher. “Para que ela faça o isolamento de todos os seus amigos, dos seus familiares. É uma forma de diminuição dessa mulher e dizer que ela não é capaz de estar naquele ambiente. Com isso, essa mulher vai ficar fragilizada, o que vai dificultar que a vítima saia desse relacionamento abusivo e desse ciclo de violência”, explicou Vanessa Feitosa.

A violência contra a mulher praticada com toques intimidatórios acontece por diversas vezes em ambientes coletivos, como aponta a delegada. “É uma forma realmente de intimidar e diminuir a mulher frente às outras pessoas. Essa prática também pode acontecer em ambientes de trabalho e até mesmo dentro de casa, na presença de outros familiares e de filhos, sempre com esse intuito de diminuir a mulher”, detalhou.

Ainda segundo a delegada, em diversos casos, a mulher não percebe que esses toques são intimidatórios e que estão em um contexto de violência doméstica. “Muitas vezes a mulher sequer entende que esse tipo de violência doméstica acontece com ela e que está vivenciando a violência doméstica. Então dificulta mais ainda ela sair dessa violência e conseguir denunciar esse relacionamento para as autoridades”, pontuou.

Vanessa Feitosa ressalta também que os toques intimidatórios também estão ligados ao sentimento de posse que os agressores têm das vítimas. “Com isso, ele se entende como dono daquela mulher, e ela não pode fazer absolutamente nada que ele não queira. Então, quando ela quer fazer alguma coisa que ele não aceita, ele passa a intimidá-la na frente de qualquer pessoa, entrando no ciclo da violência doméstica”, acrescentou a delegada.

Denúncia

Para quebrar o ciclo de violência doméstica, é fundamental denunciar o crime à polícia, como orienta a delegada Vanessa Feitosa. “Procurar uma delegacia especializada ou a delegacia do município. Caso a vítima esteja se sentindo muito intimidada para ir à delegacia, pode ligar para o Disque-Denúncia (181). Os casos de flagrantes podem ser direcionados à Polícia Militar (190). Qualquer pessoa pode denunciar”, finalizou a titular da DAGV Lagarto

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Toques indicam violência doméstica que intimida mulheres em público
O objetivo dos agressores é silenciar a vítima e retirá-la do convívio social com amigos e familiares, dificultando a denúncia do crime à polícia
Quarta-Feira, 09 de Agosto de 2023 às 13:45:00

O cenário que envolve o ciclo da violência doméstica é formado por diversos tipos de agressões praticadas contra a mulher. Por mais que não deixem marcas físicas, os agressores deixam marcas psicológicas, que amedrontam as vítimas. Parte dessa violência doméstica acontece em público e consiste nos toques intimidatórios feitos pelos agressores para impedir que as vítimas prossigam falando sobre algum assunto ou para que elas continuem em um determinado lugar.

E mesmo que não deixem marcas físicas, esses toques intimidatórios são violência, conforme evidenciou a delegada Vanessa Feitosa, da Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) de Lagarto, no centro-sul de Sergipe. “Não é porque não deixam marcas que não é violência doméstica. Esses tipos de gestos e atitudes de certos agressores acontecem muitas vezes em público. Então são aqueles beliscões e empurrões para silenciar a mulher”, exemplificou.

De acordo com a delegada, os toques intimidatórios são formas de o agressor controlar a mulher. “Para que ela faça o isolamento de todos os seus amigos, dos seus familiares. É uma forma de diminuição dessa mulher e dizer que ela não é capaz de estar naquele ambiente. Com isso, essa mulher vai ficar fragilizada, o que vai dificultar que a vítima saia desse relacionamento abusivo e desse ciclo de violência”, explicou Vanessa Feitosa.

A violência contra a mulher praticada com toques intimidatórios acontece por diversas vezes em ambientes coletivos, como aponta a delegada. “É uma forma realmente de intimidar e diminuir a mulher frente às outras pessoas. Essa prática também pode acontecer em ambientes de trabalho e até mesmo dentro de casa, na presença de outros familiares e de filhos, sempre com esse intuito de diminuir a mulher”, detalhou.

Ainda segundo a delegada, em diversos casos, a mulher não percebe que esses toques são intimidatórios e que estão em um contexto de violência doméstica. “Muitas vezes a mulher sequer entende que esse tipo de violência doméstica acontece com ela e que está vivenciando a violência doméstica. Então dificulta mais ainda ela sair dessa violência e conseguir denunciar esse relacionamento para as autoridades”, pontuou.

Vanessa Feitosa ressalta também que os toques intimidatórios também estão ligados ao sentimento de posse que os agressores têm das vítimas. “Com isso, ele se entende como dono daquela mulher, e ela não pode fazer absolutamente nada que ele não queira. Então, quando ela quer fazer alguma coisa que ele não aceita, ele passa a intimidá-la na frente de qualquer pessoa, entrando no ciclo da violência doméstica”, acrescentou a delegada.

Denúncia

Para quebrar o ciclo de violência doméstica, é fundamental denunciar o crime à polícia, como orienta a delegada Vanessa Feitosa. “Procurar uma delegacia especializada ou a delegacia do município. Caso a vítima esteja se sentindo muito intimidada para ir à delegacia, pode ligar para o Disque-Denúncia (181). Os casos de flagrantes podem ser direcionados à Polícia Militar (190). Qualquer pessoa pode denunciar”, finalizou a titular da DAGV Lagarto