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Quarta-Feira, 07 de Maio de 2014 às 17:46:00
SSP promove seminário técnico sobre homicídios em Sergipe
O objetivo foi apresentar os resultados de três pesquisas científicas que analisaram o tema homicídios nos últimos dois anos no Estado

A Secretaria de Segurança Pública promove durante esta quarta-feira, 7, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o I Seminário Técnico Sobre Homicídios em Sergipe. O objetivo foi apresentar os resultados de três pesquisas científicas que analisaram o tema homicídios nos últimos dois anos no Estado.

Os trabalhos apresentados foram: “Ambiente e Violência em Sergipe. Mapeamento dos Homicídios nos Municípios Sergipanos Ocorridos no Período de 2006 à 2012 (Professora Vânia Fonseca); Diagnóstico dos Homicídios no Baixo São Francisco:Levantamento e Caracterização dos Homicídios por motivos Fúteis (Marcelo de Almeida Ferreri) e Análise da Causalidade dos Homicídios no Brasil e em Sergipe sob a Ótica da Economia do Crime no Período 2001-2010 (Prof. Marco Antônio Jorge)”.

De acordo com a cientista Vânia Fonseca, a sua pesquisa tentou explicar perguntas sobre os motivos de se matar mais em um município e menos em outros. Após análises dos dados, ela concluiu que a desestruturação familiar, a falta de perspectiva no futuro, aliado ao ensino de valores deturpados para as crianças criaram uma geração de jovens imediatistas e egoístas cuja preocupação principal é a satisfação dos seus desejos imediatos. “Somando esses fatores a um ambiente de extrema pobreza, esse jovem começa a praticar pequenos roubos e furtos para saciar-se. Não demora muito e ele passa a matar ou a morrer”, explicou.
 
Diferentemente do que se imaginava, Vânia Fonseca não encontrou relação direta entre o crime de homicídio e o tráfico de drogas. “Só encontramos essa relação direta com o crime de roubo, pois o infrator, sem dinheiro, passa a cometer pequenos roubos para alimentar os seus vícios. Outra coisa é que a maioria dos casos catalogados na pesquisa foram de jovens que vieram de outros Estados, a exemplo de Alagoas, para cometer roubos em Sergipe”.
O seminário também apresentou uma palestra sobre políticas de Redução de Homicídios proferida senhor Orlando Zaconne, delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Mestre e Doutor em Ciência Política e autor do livro "Acionistas do nada: quem são os traficantes de drogas?". Zaconne apresentou uma proposta polêmica ao afirmar que o Brasil fracassou no combate as drogas. “Acredito firmemente que a redução de homicídios passa pela política de regulamentação das drogas no Brasil”, defende.
 
Para defender sua teoria, ele disse que o álcool é uma droga muito mais nociva que os entorpecentes ilícitos, “porém é aceita pela sociedade e pelo poder político devido aos fortes interesses econômicos envolvidos. Quando é assunto drogas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identifica o tráfico de entorpecentes como a 3ª maior economia do mundo e seu maior beneficiário é o sistema financeiro mundial”, assegurou.

Homicídios no Brasil

Ao tratar sobre as políticas de redução de homicídios no Brasil, Zaconne disse que a realidade do Rio de Janeiro é bem distinta da encontrada em Sergipe. “No Rio, um terço dos homicídios são praticados em regiões controladas pelas milícias. A lógica da milícia é a seguinte: roubou tem que morrer. Entendo que enquanto tratarmos as vítimas dos homicídios como simples números não teremos um combate verdadeiro a este tipo de delito”, garantiu, completando. “Não é só com segurança pública que resolveremos os problemas dos homicídios no Brasil. Isso não é um problema só de polícia, mas sobretudo, da Ciência Política”.
 
Para o secretário-adjunto da SSP, João Batista Santos Júnior, hoje é um dia histórico para a segurança pública do Estado. “Nossa expectativa é de consolidar mais um passo entre tantos outros a serem dados para diminuir a violência em Sergipe, melhorar a efetividade das ações policiais rotineiras e minimizar desgastes e riscos enfrentados por todos  operadores de segurança pública. Hoje é um dia de colheita de um projeto semeado lá atrás e cujos os primeiros resultados serão sentidos no futuro bem próximo”, explicou Batista. 

Já a superintendente da Polícia Civil, Katarina Feitoza, enfatizou que o seminário entrará para a história como o dia em que a polícia abriu de vez suas portas para o mundo acadêmico. “Isso representa uma quebra de paradigmas sem precedentes. Aproveito a oportunidade para elogiar as integrantes do NAPSEC por este belo trabalho”.

Relatórios completos com os resultados das pesquisas sobre homicídios estão disponíveis no site www.napsec.se.gov.br. O diretor-presidente da Fapitec, Ricardo Santana, informou que até o mês de junho a Fapitec deverá assinar um novo convênio com as secretárias envolvidas no projeto a fim de aprofundar as análises de demandas das secretarias.

No auditório estavam presentes oficiais da Polícia Militar, Guarda Municipal, delegados da Polícia, a diretora da Assessoria de Planejamento da SSP, Alessandra Fabiana, o promotor de Justiça, Diego Gouveia, além de gestores de outras secretarias do Estado.

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SSP promove seminário técnico sobre homicídios em Sergipe
O objetivo foi apresentar os resultados de três pesquisas científicas que analisaram o tema homicídios nos últimos dois anos no Estado
Quarta-Feira, 07 de Maio de 2014 às 17:46:00

A Secretaria de Segurança Pública promove durante esta quarta-feira, 7, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o I Seminário Técnico Sobre Homicídios em Sergipe. O objetivo foi apresentar os resultados de três pesquisas científicas que analisaram o tema homicídios nos últimos dois anos no Estado.

Os trabalhos apresentados foram: “Ambiente e Violência em Sergipe. Mapeamento dos Homicídios nos Municípios Sergipanos Ocorridos no Período de 2006 à 2012 (Professora Vânia Fonseca); Diagnóstico dos Homicídios no Baixo São Francisco:Levantamento e Caracterização dos Homicídios por motivos Fúteis (Marcelo de Almeida Ferreri) e Análise da Causalidade dos Homicídios no Brasil e em Sergipe sob a Ótica da Economia do Crime no Período 2001-2010 (Prof. Marco Antônio Jorge)”.

De acordo com a cientista Vânia Fonseca, a sua pesquisa tentou explicar perguntas sobre os motivos de se matar mais em um município e menos em outros. Após análises dos dados, ela concluiu que a desestruturação familiar, a falta de perspectiva no futuro, aliado ao ensino de valores deturpados para as crianças criaram uma geração de jovens imediatistas e egoístas cuja preocupação principal é a satisfação dos seus desejos imediatos. “Somando esses fatores a um ambiente de extrema pobreza, esse jovem começa a praticar pequenos roubos e furtos para saciar-se. Não demora muito e ele passa a matar ou a morrer”, explicou.
 
Diferentemente do que se imaginava, Vânia Fonseca não encontrou relação direta entre o crime de homicídio e o tráfico de drogas. “Só encontramos essa relação direta com o crime de roubo, pois o infrator, sem dinheiro, passa a cometer pequenos roubos para alimentar os seus vícios. Outra coisa é que a maioria dos casos catalogados na pesquisa foram de jovens que vieram de outros Estados, a exemplo de Alagoas, para cometer roubos em Sergipe”.
O seminário também apresentou uma palestra sobre políticas de Redução de Homicídios proferida senhor Orlando Zaconne, delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Mestre e Doutor em Ciência Política e autor do livro "Acionistas do nada: quem são os traficantes de drogas?". Zaconne apresentou uma proposta polêmica ao afirmar que o Brasil fracassou no combate as drogas. “Acredito firmemente que a redução de homicídios passa pela política de regulamentação das drogas no Brasil”, defende.
 
Para defender sua teoria, ele disse que o álcool é uma droga muito mais nociva que os entorpecentes ilícitos, “porém é aceita pela sociedade e pelo poder político devido aos fortes interesses econômicos envolvidos. Quando é assunto drogas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identifica o tráfico de entorpecentes como a 3ª maior economia do mundo e seu maior beneficiário é o sistema financeiro mundial”, assegurou.

Homicídios no Brasil

Ao tratar sobre as políticas de redução de homicídios no Brasil, Zaconne disse que a realidade do Rio de Janeiro é bem distinta da encontrada em Sergipe. “No Rio, um terço dos homicídios são praticados em regiões controladas pelas milícias. A lógica da milícia é a seguinte: roubou tem que morrer. Entendo que enquanto tratarmos as vítimas dos homicídios como simples números não teremos um combate verdadeiro a este tipo de delito”, garantiu, completando. “Não é só com segurança pública que resolveremos os problemas dos homicídios no Brasil. Isso não é um problema só de polícia, mas sobretudo, da Ciência Política”.
 
Para o secretário-adjunto da SSP, João Batista Santos Júnior, hoje é um dia histórico para a segurança pública do Estado. “Nossa expectativa é de consolidar mais um passo entre tantos outros a serem dados para diminuir a violência em Sergipe, melhorar a efetividade das ações policiais rotineiras e minimizar desgastes e riscos enfrentados por todos  operadores de segurança pública. Hoje é um dia de colheita de um projeto semeado lá atrás e cujos os primeiros resultados serão sentidos no futuro bem próximo”, explicou Batista. 

Já a superintendente da Polícia Civil, Katarina Feitoza, enfatizou que o seminário entrará para a história como o dia em que a polícia abriu de vez suas portas para o mundo acadêmico. “Isso representa uma quebra de paradigmas sem precedentes. Aproveito a oportunidade para elogiar as integrantes do NAPSEC por este belo trabalho”.

Relatórios completos com os resultados das pesquisas sobre homicídios estão disponíveis no site www.napsec.se.gov.br. O diretor-presidente da Fapitec, Ricardo Santana, informou que até o mês de junho a Fapitec deverá assinar um novo convênio com as secretárias envolvidas no projeto a fim de aprofundar as análises de demandas das secretarias.

No auditório estavam presentes oficiais da Polícia Militar, Guarda Municipal, delegados da Polícia, a diretora da Assessoria de Planejamento da SSP, Alessandra Fabiana, o promotor de Justiça, Diego Gouveia, além de gestores de outras secretarias do Estado.