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Quarta-Feira, 20 de Abril de 2011 às 14:37:00
SSP detalha a conclusão do caso de cárcere privado
Diversos profissionais envolvidos no caso concederam entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 20

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) realizou nesta quarta-feira, dia 20, uma entrevista coletiva com profissionais envolvidos no caso de cárcere privado. Eles detalharam as ações desenvolvidas enquanto o técnico em eletrônica José Elígio Tavares, 30, manteve a ex-companheira, a vendedora Cristelaine Mota Santos, 21, sob a mira de um revólver. Foram quase 30 horas de cerceamento numa casa do bairro Suíssa, em Aracaju, até o momento em que ele a liberou e se entregou na tarde da quarta-feira, 19, após intensa negociação.

Dentre os responsáveis pelo diálogo com o sequestrador e a vítima, estiveram presentes o coordenador do Gabinete de Gerenciamento de Crises e Conflitos (GGCC) da Polícia Militar, tenente-coronel Luis Fernando Silveira de Almeida, o diretor do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, delegado Everton Santos, o chefe da Segurança do governador Marcelo Déda, major Eduardo Henrique, e a psicóloga Juliana Andrade, da Defensoria Pública do Estado.

Todos comentaram as suas impressões pessoais das seguidas horas de confinamento da vítima e como cada um interagiu com o sequestrador em busca da resolução pacífica do fato.

“Percebemos que o Elígio pretendia, inicialmente, matar a Cristelaine e depois se matar. Com o passar do tempo, percebemos que precisávamos mudar a atitude da vítima, para que ela não entrasse em conflito com ele e, sim, o acalmasse. Com a colaboração da vítima, o ex-companheiro foi se acalmando. Ele passou a se preocupar mais e mais com o estado dela a se culpar por ter atirado nela no início da ocorrência. Com o passar das horas, Elígio temia o que poderia acontecer a ele, bem como à sua esposa e chegou a pedir que a polícia invadisse a casa e o matasse”, detalhou Everton Santos.

Em seguida, o tenente-coronel Luis Fernando e o major Eduardo Santos, citaram mais informações técnicas sobre a negociação, que contou com a interlocução do capitão da PM Marcos Carvalho, também integrante do GGCC. "As negociações foram se estendendo e nós fomos mudando de caminhos para manter o diálogo com o José Eligio, com a participação de mais pessoas, que iam se revezando na conversa com ele, durante os turnos que se seguiram. Conseguimos inclusive infiltrar o cabo Amintas Oliveira como se fosse um enfermeiro. Ele não teve oportunidade de agir, mas nos passou informações importantes e ganhou a confiança do Eligio", comentou Luis Fernando.

Os dois oficiais da PM falaram que o humor do acusado oscilava muito e que ele  estava muito inseguro e não tinha experiência com armas e nem envolvimento com ações criminosas. "Ele não é um bandido, por isso pensamos sempre em conduzir a conversa e demovê-lo das ameaças, para que ele se entregasse sem atirar na mãe do seu filho e as técnicas foram essenciais para preparar o terreno até que ele se abrisse para um acordo satisfatótio para todos", complementou o major Eduardo.

O cerceamento da liberdade de  durou quase 30 horas e para chegar ao seu fim o episódio contou com o apoio da psicóloga Juliana Andrade. Elígio aceitou falar com ela depois de receber uma carta da Defensoria Geral do Estado garantindo que sua integridade seria resguardada e que ele seria avaliado psicologicamente. “Conversei com ele sobre a família e quando percebi que falar disso o emocionava, continue a falar sobre o filho. Elígio me mostrou fotos e uma gravata feito pelo filho que tinha escritor super pai. Então eu o questionei: Que tipo de pai é esse que prende a mãe? Ele chorou. Depois dessa conversa, ele colocou a arma no chão e foi pegando na minha mão", pontuou.

A jovem Cristelaine Mota já se encontra na residência da família.  Elígio está internado no Hospital São Marcelo. “Vamos esperar que ele melhor um pouco e ai sim vamos ouví-lo. A partir dos laudos médicos que serão emitidos, a Justiça irá determinar se ele é capaz de compreender os crimes que cometeu e como irá responder ao caso”, acrescentou Everton Santos.

Apoio

O encontro com as presenças da superintendente da Polícia Civil, delegada Katarina Feitoza, e o comandante da Polícia Militar, coronel Aelson Resende, que representaram o secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy de Menezes.

"Destacamos a integração, o preparo e o profissionalismo que as polícias Civil e Militar apresentaram durante negociações e investigações, além do apoio prestado pelo Corpo de Bombeiros, Samu 192 Sergipe [Serviço de Atendimento Médico de Urgência], OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e Defensoria Pública do Estado. Todos foram muito importantes e trabalharam em prol da manutenção das duas vidas envolvidas", comentou Katarina.

Resende enfatizou ainda o apoio prestado pelos moradores da rua Wendell Quaranta, no Suíssa, onde fica a residência em que Cristielane foi rendida por José Elígio. "As pessoas cederam espaços de suas casas para que policiais pudessem trabalhar e deram até mesmo

Também participaram o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Enilson Aragão, e o coordenador da Polícia Civil da Capital, delegado Fernando Melo. Ambos foram citados pelos demais como responsáveis principais pelas atividades complementares à ocorrência, essenciais ao bom andamento da negociação e obtenção de recursos complementares para solucionar o caso.

"Agradecemos a compreensão de radialistas e jornalistas que estavam cobrindo o evento e atenderam às restrições que o fato exigiam", disse Melo. "Lembramos nesse momento de todos os profissionais de comunicação, de segurança pública, de saúde e do direito que colaboraram para o desfecho positivo da negociação, a transmissão de informações precisas à população e o conforto necessário à família do casal envolvido", acrescentou Enilson.

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SSP detalha a conclusão do caso de cárcere privado
Diversos profissionais envolvidos no caso concederam entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 20
Quarta-Feira, 20 de Abril de 2011 às 14:37:00

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) realizou nesta quarta-feira, dia 20, uma entrevista coletiva com profissionais envolvidos no caso de cárcere privado. Eles detalharam as ações desenvolvidas enquanto o técnico em eletrônica José Elígio Tavares, 30, manteve a ex-companheira, a vendedora Cristelaine Mota Santos, 21, sob a mira de um revólver. Foram quase 30 horas de cerceamento numa casa do bairro Suíssa, em Aracaju, até o momento em que ele a liberou e se entregou na tarde da quarta-feira, 19, após intensa negociação.

Dentre os responsáveis pelo diálogo com o sequestrador e a vítima, estiveram presentes o coordenador do Gabinete de Gerenciamento de Crises e Conflitos (GGCC) da Polícia Militar, tenente-coronel Luis Fernando Silveira de Almeida, o diretor do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, delegado Everton Santos, o chefe da Segurança do governador Marcelo Déda, major Eduardo Henrique, e a psicóloga Juliana Andrade, da Defensoria Pública do Estado.

Todos comentaram as suas impressões pessoais das seguidas horas de confinamento da vítima e como cada um interagiu com o sequestrador em busca da resolução pacífica do fato.

“Percebemos que o Elígio pretendia, inicialmente, matar a Cristelaine e depois se matar. Com o passar do tempo, percebemos que precisávamos mudar a atitude da vítima, para que ela não entrasse em conflito com ele e, sim, o acalmasse. Com a colaboração da vítima, o ex-companheiro foi se acalmando. Ele passou a se preocupar mais e mais com o estado dela a se culpar por ter atirado nela no início da ocorrência. Com o passar das horas, Elígio temia o que poderia acontecer a ele, bem como à sua esposa e chegou a pedir que a polícia invadisse a casa e o matasse”, detalhou Everton Santos.

Em seguida, o tenente-coronel Luis Fernando e o major Eduardo Santos, citaram mais informações técnicas sobre a negociação, que contou com a interlocução do capitão da PM Marcos Carvalho, também integrante do GGCC. "As negociações foram se estendendo e nós fomos mudando de caminhos para manter o diálogo com o José Eligio, com a participação de mais pessoas, que iam se revezando na conversa com ele, durante os turnos que se seguiram. Conseguimos inclusive infiltrar o cabo Amintas Oliveira como se fosse um enfermeiro. Ele não teve oportunidade de agir, mas nos passou informações importantes e ganhou a confiança do Eligio", comentou Luis Fernando.

Os dois oficiais da PM falaram que o humor do acusado oscilava muito e que ele  estava muito inseguro e não tinha experiência com armas e nem envolvimento com ações criminosas. "Ele não é um bandido, por isso pensamos sempre em conduzir a conversa e demovê-lo das ameaças, para que ele se entregasse sem atirar na mãe do seu filho e as técnicas foram essenciais para preparar o terreno até que ele se abrisse para um acordo satisfatótio para todos", complementou o major Eduardo.

O cerceamento da liberdade de  durou quase 30 horas e para chegar ao seu fim o episódio contou com o apoio da psicóloga Juliana Andrade. Elígio aceitou falar com ela depois de receber uma carta da Defensoria Geral do Estado garantindo que sua integridade seria resguardada e que ele seria avaliado psicologicamente. “Conversei com ele sobre a família e quando percebi que falar disso o emocionava, continue a falar sobre o filho. Elígio me mostrou fotos e uma gravata feito pelo filho que tinha escritor super pai. Então eu o questionei: Que tipo de pai é esse que prende a mãe? Ele chorou. Depois dessa conversa, ele colocou a arma no chão e foi pegando na minha mão", pontuou.

A jovem Cristelaine Mota já se encontra na residência da família.  Elígio está internado no Hospital São Marcelo. “Vamos esperar que ele melhor um pouco e ai sim vamos ouví-lo. A partir dos laudos médicos que serão emitidos, a Justiça irá determinar se ele é capaz de compreender os crimes que cometeu e como irá responder ao caso”, acrescentou Everton Santos.

Apoio

O encontro com as presenças da superintendente da Polícia Civil, delegada Katarina Feitoza, e o comandante da Polícia Militar, coronel Aelson Resende, que representaram o secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy de Menezes.

"Destacamos a integração, o preparo e o profissionalismo que as polícias Civil e Militar apresentaram durante negociações e investigações, além do apoio prestado pelo Corpo de Bombeiros, Samu 192 Sergipe [Serviço de Atendimento Médico de Urgência], OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e Defensoria Pública do Estado. Todos foram muito importantes e trabalharam em prol da manutenção das duas vidas envolvidas", comentou Katarina.

Resende enfatizou ainda o apoio prestado pelos moradores da rua Wendell Quaranta, no Suíssa, onde fica a residência em que Cristielane foi rendida por José Elígio. "As pessoas cederam espaços de suas casas para que policiais pudessem trabalhar e deram até mesmo

Também participaram o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Enilson Aragão, e o coordenador da Polícia Civil da Capital, delegado Fernando Melo. Ambos foram citados pelos demais como responsáveis principais pelas atividades complementares à ocorrência, essenciais ao bom andamento da negociação e obtenção de recursos complementares para solucionar o caso.

"Agradecemos a compreensão de radialistas e jornalistas que estavam cobrindo o evento e atenderam às restrições que o fato exigiam", disse Melo. "Lembramos nesse momento de todos os profissionais de comunicação, de segurança pública, de saúde e do direito que colaboraram para o desfecho positivo da negociação, a transmissão de informações precisas à população e o conforto necessário à família do casal envolvido", acrescentou Enilson.