A Polícia Civil de Sergipe, através da Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Delegacia de Nossa Senhora Aparecida, esclareceu na manhã desta quarta-feira, 23, o caso do assassinato do aposentado Antônio Santos, 80 anos, no povoado Cruz das Graças, município de Nossa Senhora Aparecida, onde três irmãos aparecem como suspeitos do homicídio.

De acordo com o delegado Renato Oliveira, o crime foi registrado no mês de abril deste ano após a vítima reclamar com o dono do bar que o som de um cliente estava muito alto e incomodando a vizinhança. O proprietário acolheu a reclamação e pediu para o cliente baixar o volume do som do carro.

O cliente não atendeu à solicitação e resolveu aumentar mais ainda o volume. "O dono do bar percebendo que não conseguiria acabar com a situação pediu que o rapaz retirasse os fios de sua energia, fato que gerou atritos", explicou Oliveira.

O referido cliente é filho de José Genivaldo, que após sentir-se contrariado procurou o pai e fez a reclamação contra o idoso. José Genilvaldo de Oliveira, 49 anos, e seus irmãos José Gileno de Oliveira, 50, e Josué de Oliveira, 41, se armaram com uma espingarda calibre 12 e foram a casa do ancião.

"Eles pularam o muro da residência, momento em que Genivaldo disparou um tiro contra a vítima que estava sentada em uma cadeira dentro de casa. O suspeito errou o disparo e os irmãos resolveram quebrar a porta para matar Antônio Santos", explicou Flávio Albuquerque, diretor do Cope.

Consta nos autos que o segundo disparo, que tirou a vida da vítima, foi efetuado por Josué de Oliveira. Após seis meses foragidos, os irmãos resolveram se apresentar na manhã desta terça-feira, 2, na Delegacia Regional de Estância, fato que foi criticado pelo delegado Flávio Albuquerque.

"Ficou claro que esta apresentação foi uma estratégia da defesa que resolveu entregar seus clientes em uma delegacia que não conhece os fatos. Este inquérito foi concluido e remetido à Justiça em maio deste ano, mas agora todas as diligências e interrogatórios serão feitas pelo Cope", assegurou Albuquerque.

Depoimentos

Em depoimento, José Genivaldo assumiu sozinho a autoria do homicídio e disse que os irmãos estavam no local apenas para controlar os ânimos. A polícia não acredita nesta confissão e afirma ter provas robustas da participação de cada um dos suspeitos na execução do crime. "Há relatos de testemunhas que afirmam que o tiro fatal foi dado por Josué e não por Genivaldo", declarou Renato Oliveira.

Na oportunidade Flávio Albuquerque explicou que o Cope assumiu as investigações porque foi requisitado pela Superintendência da Polícia Civil. "O Cope pode investigar qualquer tipo de crime que ocorra no Estado sempre que for requisitado, pois por força de lei tem atribuição de coordenar operacionalmente as ações da Polícia Civil", explicou.

Os irmãos foram indiciados por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe.