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Terça-Feira, 19 de Março de 2024 às 17:15:00
Saúde orienta sobre partos em mulheres acima dos 35 anos
A recomendação é realizar o acompanhamento antes da gestação e durante o pré-natal para minimizar os riscos

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza cerca de cinco mil partos por ano, e alguns profissionais tem percebido um crescimento no número de partos em mulheres acima dos 35 anos. Por esse motivo, a SES busca orientar essas mulheres, principalmente aquelas que desejam ter a primeira gestação após essa idade.

De acordo com a psicóloga do Centro Obstétrico da MNSL, Marília Mesquita, o número de puérperas (mulheres que tiveram recém-nascidos) acima dos 35 anos vem aumentando. “Isso me deixou curiosa e eu fui pesquisar e percebi que é uma realidade mundial, as mulheres estão optando em ter seus filhos mais tardiamente, ter a sua estabilidade e independência financeira primeiro, e o organismo vai se adaptando a essa nova realidade”, comentou a psicóloga.

Ela mesma é um exemplo disso. “Eu tive a minha filha acima dos 35 anos, sem problema nenhum. Nasceu com 38 semanas, é bastante saudável, e eu não tive nenhuma intercorrência. Fiz o meu pré-natal direitinho, como toda mulher deve fazer. E essa minha realidade atual eu vejo aqui dentro da maternidade. Apesar de ser uma unidade hospitalar de alto risco, as mães têm problemas de saúde independentemente da idade, pois a idade somente não é critério para vir para cá, existem várias mulheres dessa faixa etária que têm os seus bebês nas outras maternidades tanto públicas, quanto privadas”, disse Marília. 

Outro exemplo é a secretária técnica da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Catarina Souza, de 37 anos, que, após duas graduações, estabilidade profissional e financeira, resolveu ter um bebê. “Sempre tive o sonho de ter um filho, mas só depois de ter condições de oferecer uma vida digna. Então só engravidei após os 35 anos, tive meu bebê aos 36, e ele é muito saudável. Hoje ele tem um ano e três meses, anda, corre, fala quase tudo e ainda mama”, afirmou. Ela foi doadora de leite por quase nove meses no Banco de Leite Humano Marly Sarney.

Tanto Marília quanto Catarina tiveram seus primeiros filhos após os 35 anos. Já a moradora de Capela Maria Anézia Souza Silva, 41, teve o terceiro filho na MNSL, no início deste mês de março. “Tive meu primeiro filho aos 22, a segunda com 39 e agora tive este. Eu fui encaminhada para cá porque tive diabetes gestacional e sou hipertensa, mas ocorreu tudo bem, fiz meu pré-natal direitinho. Graças a Deus meus três filhos são saudáveis”, frisou.

Segundo um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que comparou os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) entre os anos de 2000 e 2020, o número de mulheres que engravidam depois dos 35 anos tem crescido no país nos últimos 20 anos. De acordo com os dados, em 2000, 9,1% dos bebês nascidos foram de mulheres a partir dos 35 anos, já em 2020 esse número quase dobrou e subiu para 16,5%.

Orientações

O médico ginecologista e obstetra Luiz Henrique Barreto Vieira Júnior, referência técnica da MNSL, explicou que é considerada gestação tardia aquela que ocorre pela primeira vez em mulheres acima dos 35 anos. "A partir desta idade, ocorrem mudanças fisiológicas que expõem a mulher gestante a riscos aumentados para algumas situações como hipertensão arterial, diabetes e fetos com malformações. Contudo, isso não denota uma impossibilidade de gestar e ter filhos. A gestação após essa idade pode sim transcorrer sem nenhum tipo de problema, porém o bom acompanhamento pré-gestacional e pré-natal se faz de grande importância", ressaltou.

De acordo com o médico, com as atuais mudanças de vida e com a crescente importância das mulheres em todos os setores da sociedade, elas optam por engravidar mais tarde. "E o mais importante é que elas tenham conhecimento dos possíveis riscos e a possibilidade de terem um acompanhamento adequado antes de engravidar e durante o pré-natal para que os melhores resultados sejam obtidos", reforçou.

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Saúde orienta sobre partos em mulheres acima dos 35 anos
A recomendação é realizar o acompanhamento antes da gestação e durante o pré-natal para minimizar os riscos
Terça-Feira, 19 de Março de 2024 às 17:15:00

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza cerca de cinco mil partos por ano, e alguns profissionais tem percebido um crescimento no número de partos em mulheres acima dos 35 anos. Por esse motivo, a SES busca orientar essas mulheres, principalmente aquelas que desejam ter a primeira gestação após essa idade.

De acordo com a psicóloga do Centro Obstétrico da MNSL, Marília Mesquita, o número de puérperas (mulheres que tiveram recém-nascidos) acima dos 35 anos vem aumentando. “Isso me deixou curiosa e eu fui pesquisar e percebi que é uma realidade mundial, as mulheres estão optando em ter seus filhos mais tardiamente, ter a sua estabilidade e independência financeira primeiro, e o organismo vai se adaptando a essa nova realidade”, comentou a psicóloga.

Ela mesma é um exemplo disso. “Eu tive a minha filha acima dos 35 anos, sem problema nenhum. Nasceu com 38 semanas, é bastante saudável, e eu não tive nenhuma intercorrência. Fiz o meu pré-natal direitinho, como toda mulher deve fazer. E essa minha realidade atual eu vejo aqui dentro da maternidade. Apesar de ser uma unidade hospitalar de alto risco, as mães têm problemas de saúde independentemente da idade, pois a idade somente não é critério para vir para cá, existem várias mulheres dessa faixa etária que têm os seus bebês nas outras maternidades tanto públicas, quanto privadas”, disse Marília. 

Outro exemplo é a secretária técnica da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Catarina Souza, de 37 anos, que, após duas graduações, estabilidade profissional e financeira, resolveu ter um bebê. “Sempre tive o sonho de ter um filho, mas só depois de ter condições de oferecer uma vida digna. Então só engravidei após os 35 anos, tive meu bebê aos 36, e ele é muito saudável. Hoje ele tem um ano e três meses, anda, corre, fala quase tudo e ainda mama”, afirmou. Ela foi doadora de leite por quase nove meses no Banco de Leite Humano Marly Sarney.

Tanto Marília quanto Catarina tiveram seus primeiros filhos após os 35 anos. Já a moradora de Capela Maria Anézia Souza Silva, 41, teve o terceiro filho na MNSL, no início deste mês de março. “Tive meu primeiro filho aos 22, a segunda com 39 e agora tive este. Eu fui encaminhada para cá porque tive diabetes gestacional e sou hipertensa, mas ocorreu tudo bem, fiz meu pré-natal direitinho. Graças a Deus meus três filhos são saudáveis”, frisou.

Segundo um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que comparou os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) entre os anos de 2000 e 2020, o número de mulheres que engravidam depois dos 35 anos tem crescido no país nos últimos 20 anos. De acordo com os dados, em 2000, 9,1% dos bebês nascidos foram de mulheres a partir dos 35 anos, já em 2020 esse número quase dobrou e subiu para 16,5%.

Orientações

O médico ginecologista e obstetra Luiz Henrique Barreto Vieira Júnior, referência técnica da MNSL, explicou que é considerada gestação tardia aquela que ocorre pela primeira vez em mulheres acima dos 35 anos. "A partir desta idade, ocorrem mudanças fisiológicas que expõem a mulher gestante a riscos aumentados para algumas situações como hipertensão arterial, diabetes e fetos com malformações. Contudo, isso não denota uma impossibilidade de gestar e ter filhos. A gestação após essa idade pode sim transcorrer sem nenhum tipo de problema, porém o bom acompanhamento pré-gestacional e pré-natal se faz de grande importância", ressaltou.

De acordo com o médico, com as atuais mudanças de vida e com a crescente importância das mulheres em todos os setores da sociedade, elas optam por engravidar mais tarde. "E o mais importante é que elas tenham conhecimento dos possíveis riscos e a possibilidade de terem um acompanhamento adequado antes de engravidar e durante o pré-natal para que os melhores resultados sejam obtidos", reforçou.