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Quinta-Feira, 09 de Maio de 2024 às 17:45:00
Saúde de Sergipe realiza dois procedimentos inéditos em menos de 20 dias
Mais de 150 profissionais estiveram engajados no parto da gestante com morte encefálica e captação de órgãos

A Saúde de Sergipe tem avançado diariamente, e dois acontecimentos recentes comprovam isso. Em menos de 20 dias, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a dedicação de profissionais capacitados e empenhados, atuaram em dois casos de grande destaque: o parto da bebê de uma gestante com morte encefálica e o procedimento de reimplante de mão de um homem. A SES reuniu a imprensa na tarde desta quinta-feira, 9, no auditório do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), em Aracaju, para divulgar mais detalhes sobre os casos, ambos inéditos na Saúde de Sergipe.

No Sistema Único de Saúde (SUS) de Sergipe, há muitas histórias de superação, dedicação e acolhimento. Na última quarta-feira, 8, um caso chamou atenção dentro e fora do estado: o parto de uma gestante com morte encefálica e, posteriormente, a doação de órgãos. A jovem K.L.D.S., de 20 anos, grávida de aproximadamente 22 semanas, deu entrada Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) no dia 17 de abril, com uma grave lesão no crânio provocada por arma de fogo. Mesmo com todo o trabalho da equipe multidisciplinar e acompanhamento intensivo para salvar a vida da jovem, foi fechado o protocolo de morte encefálica da paciente no dia 22 de abril.

A criança nasceu com aproximadamente 26 semanas e pesando 580 gramas, na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência em partos de alto risco. A bebê apresenta quadro estável de saúde e segue internada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) da MNSL.

Além disso, a família da paciente K.L.D.S. autorizou a captação de órgãos. Com a doação das córneas, rins e fígado, será possível salvar outras vidas. Diversos profissionais estiveram envolvidos no nascimento do bebê, e o caso se configura como um dos primeiros registrados em literatura científica do Brasil.  

Dedicação e comprometimento

Mais de 150 profissionais estiveram envolvidos e engajados para o sucesso do procedimento do nascimento da bebê, entre eles a equipe do Huse, a MNSL, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), a Central de Regulação de Urgência (CRU), a Central de Transplantes de Sergipe e a Organização da Procura de Órgãos (OPO).

Entre os profissionais está o médico e coordenador do eixo crítico do Huse, José Edvaldo, que destacou a qualidade da assistência que foi dada no hospital para a viabilidade e êxito do procedimento. “Nós garantimos que não houvesse nenhuma disfunção orgânica, e isso foi comprovado a partir do momento em que realizamos a captação dos órgãos, após a autorização da família, e que não apresentou nenhum sinal de disfunção”, relatou.

Após ser constatada a morte encefálica da paciente, ela passou por todo um acompanhamento e força-tarefa. A médica da OPO Myrna Ribeiro relatou que a mãe da bebê foi mantida na ala de Terapia Intensiva, onde foi necessário realizar o papel fisiológico do organismo dela. “Foi preciso realizar o funcionamento do organismo por conta do dano cerebral grave e, durante todo esse tempo, foi feito o acompanhamento em conjunto com a maternidade e a equipe de Terapia Intensiva para a sua manutenção e suporte das condições do bebê. Chegou um momento em que realmente o bebê não estava tendo mais condições e optamos por fazer a sua retirada, mesmo sendo uma prematura extrema. É um caso raro em nosso país, mas tivemos todo o cuidado para manter a pressão arterial, temperatura corporal e a prevenção de infecções”, salientou a médica da OPO.

A neonatologista da MNSL Andréa Andrade explicou como os procedimentos foram realizados após o nascimento da criança. “Tínhamos neonatologista treinado em reanimação neonatal em sala de parto, equipe, suporte e leito pronto de UTI neonatal para receber essa bebê em incubadora. Então ela nasceu no centro obstétrico, com leito pronto na UTI, foi encaminhada à incubadora e entubada. A bebê foi para o centro de prematuros extremos, abaixo de um quilo, com todo o suporte necessário”, contou.

Outro profissional essencial durante o caso inédito foi o cirurgião geral e de transporte de múltiplos órgãos Leandro Barros. “Tivemos todo o cuidado com a paciente, pois uma vez detectada a morte encefálica, o potencial doador precisa ser acolhido por toda a equipe médica e assistencial para o cuidado com os órgãos e a sua preservação da melhor forma possível”, evidenciou.  

Outro caso inédito

Outro caso inédito marcou a história de Sergipe e renovou a esperança do ajudante de pedreiro Anderson Pereira. Internado desde o dia 21 de abril, o paciente, que teve uma amputação traumática no punho e precisou passar por um procedimento de reimplante de mão no Huse, teve alta médica na última terça-feira, 7.

O procedimento exigiu bastante de toda a equipe, que realizou toda a reconstrução de artérias e veias do paciente durante dez horas. Foram mais de 20 tendões reparados, além do osso e, por fim, a pele. O paciente deverá realizar acompanhamento no Ambulatório de Retorno Dr. José Maria Rodrigues do Huse, mas já está de volta à rotina. “Quero agradecer ao doutor Alex, que colocou a minha mão no lugar, ao doutor Diego e a toda equipe. Já estou mexendo os dedos e bem feliz que tudo deu certo”, comemorou Anderson.

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Saúde de Sergipe realiza dois procedimentos inéditos em menos de 20 dias
Mais de 150 profissionais estiveram engajados no parto da gestante com morte encefálica e captação de órgãos
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2024 às 17:45:00

A Saúde de Sergipe tem avançado diariamente, e dois acontecimentos recentes comprovam isso. Em menos de 20 dias, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a dedicação de profissionais capacitados e empenhados, atuaram em dois casos de grande destaque: o parto da bebê de uma gestante com morte encefálica e o procedimento de reimplante de mão de um homem. A SES reuniu a imprensa na tarde desta quinta-feira, 9, no auditório do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), em Aracaju, para divulgar mais detalhes sobre os casos, ambos inéditos na Saúde de Sergipe.

No Sistema Único de Saúde (SUS) de Sergipe, há muitas histórias de superação, dedicação e acolhimento. Na última quarta-feira, 8, um caso chamou atenção dentro e fora do estado: o parto de uma gestante com morte encefálica e, posteriormente, a doação de órgãos. A jovem K.L.D.S., de 20 anos, grávida de aproximadamente 22 semanas, deu entrada Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) no dia 17 de abril, com uma grave lesão no crânio provocada por arma de fogo. Mesmo com todo o trabalho da equipe multidisciplinar e acompanhamento intensivo para salvar a vida da jovem, foi fechado o protocolo de morte encefálica da paciente no dia 22 de abril.

A criança nasceu com aproximadamente 26 semanas e pesando 580 gramas, na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência em partos de alto risco. A bebê apresenta quadro estável de saúde e segue internada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) da MNSL.

Além disso, a família da paciente K.L.D.S. autorizou a captação de órgãos. Com a doação das córneas, rins e fígado, será possível salvar outras vidas. Diversos profissionais estiveram envolvidos no nascimento do bebê, e o caso se configura como um dos primeiros registrados em literatura científica do Brasil.  

Dedicação e comprometimento

Mais de 150 profissionais estiveram envolvidos e engajados para o sucesso do procedimento do nascimento da bebê, entre eles a equipe do Huse, a MNSL, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), a Central de Regulação de Urgência (CRU), a Central de Transplantes de Sergipe e a Organização da Procura de Órgãos (OPO).

Entre os profissionais está o médico e coordenador do eixo crítico do Huse, José Edvaldo, que destacou a qualidade da assistência que foi dada no hospital para a viabilidade e êxito do procedimento. “Nós garantimos que não houvesse nenhuma disfunção orgânica, e isso foi comprovado a partir do momento em que realizamos a captação dos órgãos, após a autorização da família, e que não apresentou nenhum sinal de disfunção”, relatou.

Após ser constatada a morte encefálica da paciente, ela passou por todo um acompanhamento e força-tarefa. A médica da OPO Myrna Ribeiro relatou que a mãe da bebê foi mantida na ala de Terapia Intensiva, onde foi necessário realizar o papel fisiológico do organismo dela. “Foi preciso realizar o funcionamento do organismo por conta do dano cerebral grave e, durante todo esse tempo, foi feito o acompanhamento em conjunto com a maternidade e a equipe de Terapia Intensiva para a sua manutenção e suporte das condições do bebê. Chegou um momento em que realmente o bebê não estava tendo mais condições e optamos por fazer a sua retirada, mesmo sendo uma prematura extrema. É um caso raro em nosso país, mas tivemos todo o cuidado para manter a pressão arterial, temperatura corporal e a prevenção de infecções”, salientou a médica da OPO.

A neonatologista da MNSL Andréa Andrade explicou como os procedimentos foram realizados após o nascimento da criança. “Tínhamos neonatologista treinado em reanimação neonatal em sala de parto, equipe, suporte e leito pronto de UTI neonatal para receber essa bebê em incubadora. Então ela nasceu no centro obstétrico, com leito pronto na UTI, foi encaminhada à incubadora e entubada. A bebê foi para o centro de prematuros extremos, abaixo de um quilo, com todo o suporte necessário”, contou.

Outro profissional essencial durante o caso inédito foi o cirurgião geral e de transporte de múltiplos órgãos Leandro Barros. “Tivemos todo o cuidado com a paciente, pois uma vez detectada a morte encefálica, o potencial doador precisa ser acolhido por toda a equipe médica e assistencial para o cuidado com os órgãos e a sua preservação da melhor forma possível”, evidenciou.  

Outro caso inédito

Outro caso inédito marcou a história de Sergipe e renovou a esperança do ajudante de pedreiro Anderson Pereira. Internado desde o dia 21 de abril, o paciente, que teve uma amputação traumática no punho e precisou passar por um procedimento de reimplante de mão no Huse, teve alta médica na última terça-feira, 7.

O procedimento exigiu bastante de toda a equipe, que realizou toda a reconstrução de artérias e veias do paciente durante dez horas. Foram mais de 20 tendões reparados, além do osso e, por fim, a pele. O paciente deverá realizar acompanhamento no Ambulatório de Retorno Dr. José Maria Rodrigues do Huse, mas já está de volta à rotina. “Quero agradecer ao doutor Alex, que colocou a minha mão no lugar, ao doutor Diego e a toda equipe. Já estou mexendo os dedos e bem feliz que tudo deu certo”, comemorou Anderson.