O relato da professora Georgina Machado revela como a desinformação pode ser grave. O diagnóstico dela foi tardio, pois, na década de 90, quando foi infectada pelo companheiro, não fazia parte do tal grupo de risco, tinha um relacionamento estável, não usava drogas. Georgina emagreceu muito chegando a pesar 29 kg, perdeu o emprego e morava sozinha com uma filha de 11 anos. Vivia do hospital para casa e de casa para o hospital e ninguém suspeitava que pudesse estar infectada pelo vírus da Aids, apenas quando foi internada no Hospital João Alves foi que descobriram que ela era soropositiva, e nisso já haviam se passado quatro anos.
“Nós mulheres sofremos muito preconceito, ninguém pensa que nós fomos expostas ao vírus pela confiança em nossos companheiros. Mas antes nós nos escondíamos para morrer e hoje nós nos mostramos para viver. Temos que ser ousadas e conversar com essas mulheres. Eu via os remédios que meu companheiro usava, ele tirava os rótulos, dizia que era para os joelhos. Não tem coisa pior do que saber a verdade pela boca de outra pessoa. Se não fosse Deus e as pessoas que cuidaram de mim, que nem eram da minha família, eu não sei se hoje eu estaria aqui, eu não sei o que seria da minha filha que na época tinha 11 anos. Então usem camisinha, façam os testes, porque quando se descobre a tempo é possível ter uma vida saudável e uma sobrevida maior”, contou Georgina.
A história de Maria de Fátima segue o mesmo caminho do relato de Georgina e de tantas outras mulheres anônimas. Ela foi contaminada pelo marido, com quem esteve casada por 35 anos, pai dos seus filhos. “Hoje estou com 61 anos, meu marido foi meu primeiro e único namorado, com quem me casei aos 17 anos. Ele morreu doze dias após descobrir que estava com Aids. Meus filhos não estão preparados para o preconceito, minha filha já sofreu chantagem por ter uma mãe soropositiva. Sofri preconceito até do agente de saúde do posto, mas estou aqui, falando para outras mulheres. Então, o único meio que não contamina, se você usar corretamente, é a camisinha”, revelou.
SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) proporcionou às mulheres e demais servidores, na última sexta-feira (8), o Dia Internacional das Mulheres, a oportunidade de conhecer mais sobre o tema HIV/Aids, através de palestra ministrada pelo médico sanitarista e gerente do Programa IST/Aids, Dr. Almir Santana, que contou com dois depoimentos emocionantes de mulheres fortes e corajosas que receberam o diagnóstico positivo para o vírus HIV e hoje ajudam outras mulheres com suas histórias de superação. Durante todo o mês de março, a SES realizará atividades em alusão à data.
Dr. Almir iniciou o evento apresentando as ativistas Georgina Machado e Maria de Fátima e em seguida fez sua explanação com explicações sobre prevenção, tratamento, em especial no caso das mulheres, sobre o HIV/Aids. Segundo ele, a maioria das mulheres está se infectando nas relações estáveis pela dificuldade de discutir com o parceiro acerca do uso da camisinha. A mucosa da vagina daquelas que usam anticoncepcionais orais ou hormonais, por exemplo, sofre alterações que se transforma numa porta aberta para contrair o vírus.
“O tempo do diagnóstico é muito importante, por isso a gente estimula tanto a realização dos exames porque quanto mais cedo detectar, mais cedo vai tratar. Quando o diagnóstico é tardio o impacto é mais forte sob o ponto de vista orgânico. Além disso, há o preconceito que diminuiu muito, mas ainda existe, nas famílias, nos ambientes de trabalho, na escola, nas Unidades de Saúde. A prevenção para o HIV não é mais só camisinha, hoje temos a prevenção combinada, a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)”, explicou Almir Santana.
A referência técnica de Saúde da Mulher da SES, Rita Bittencourt, reforçou o carinho com que prepararam as atividades para as mulheres da Secretaria e destacou que outras ações estão programadas para os próximos dias.
“Nós propomos trabalhar a temática violência à mulher nas ações desenvolvidas alusivas ao mês da mulher, entretanto, não dá para deixar de pensar na mulher como um todo. A própria Política Nacional de Saúde da Mulher traz eixos que precisamos ressaltar como gravidez na adolescência, a saúde sexual e reprodutiva, as IST/HIV/Aids e as que estão vivendo com o HIV, a mulher idosa, a gestante, mulheres em situação de violência. Então, no dia de hoje especificamente, a gente trouxe uma palestra sobre o cuidado com o coração da mulher, no sentido das doenças que acometem o órgão mesmo e como previne-las, tão importante para a qualidade de vida delas, como também destacamos as mulheres com o vírus do HIV que acabam sendo um grupo excluído, que sofre muito preconceito, na família e na sociedade e precisam ser empoderadas”, disse Rita.
O relato da professora Georgina Machado revela como a desinformação pode ser grave. O diagnóstico dela foi tardio, pois, na década de 90, quando foi infectada pelo companheiro, não fazia parte do tal grupo de risco, tinha um relacionamento estável, não usava drogas. Georgina emagreceu muito chegando a pesar 29 kg, perdeu o emprego e morava sozinha com uma filha de 11 anos. Vivia do hospital para casa e de casa para o hospital e ninguém suspeitava que pudesse estar infectada pelo vírus da Aids, apenas quando foi internada no Hospital João Alves foi que descobriram que ela era soropositiva, e nisso já haviam se passado quatro anos.
“Nós mulheres sofremos muito preconceito, ninguém pensa que nós fomos expostas ao vírus pela confiança em nossos companheiros. Mas antes nós nos escondíamos para morrer e hoje nós nos mostramos para viver. Temos que ser ousadas e conversar com essas mulheres. Eu via os remédios que meu companheiro usava, ele tirava os rótulos, dizia que era para os joelhos. Não tem coisa pior do que saber a verdade pela boca de outra pessoa. Se não fosse Deus e as pessoas que cuidaram de mim, que nem eram da minha família, eu não sei se hoje eu estaria aqui, eu não sei o que seria da minha filha que na época tinha 11 anos. Então usem camisinha, façam os testes, porque quando se descobre a tempo é possível ter uma vida saudável e uma sobrevida maior”, contou Georgina.
A história de Maria de Fátima segue o mesmo caminho do relato de Georgina e de tantas outras mulheres anônimas. Ela foi contaminada pelo marido, com quem esteve casada por 35 anos, pai dos seus filhos. “Hoje estou com 61 anos, meu marido foi meu primeiro e único namorado, com quem me casei aos 17 anos. Ele morreu doze dias após descobrir que estava com Aids. Meus filhos não estão preparados para o preconceito, minha filha já sofreu chantagem por ter uma mãe soropositiva. Sofri preconceito até do agente de saúde do posto, mas estou aqui, falando para outras mulheres. Então, o único meio que não contamina, se você usar corretamente, é a camisinha”, revelou.
SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) proporcionou às mulheres e demais servidores, na última sexta-feira (8), o Dia Internacional das Mulheres, a oportunidade de conhecer mais sobre o tema HIV/Aids, através de palestra ministrada pelo médico sanitarista e gerente do Programa IST/Aids, Dr. Almir Santana, que contou com dois depoimentos emocionantes de mulheres fortes e corajosas que receberam o diagnóstico positivo para o vírus HIV e hoje ajudam outras mulheres com suas histórias de superação. Durante todo o mês de março, a SES realizará atividades em alusão à data.
Dr. Almir iniciou o evento apresentando as ativistas Georgina Machado e Maria de Fátima e em seguida fez sua explanação com explicações sobre prevenção, tratamento, em especial no caso das mulheres, sobre o HIV/Aids. Segundo ele, a maioria das mulheres está se infectando nas relações estáveis pela dificuldade de discutir com o parceiro acerca do uso da camisinha. A mucosa da vagina daquelas que usam anticoncepcionais orais ou hormonais, por exemplo, sofre alterações que se transforma numa porta aberta para contrair o vírus.
“O tempo do diagnóstico é muito importante, por isso a gente estimula tanto a realização dos exames porque quanto mais cedo detectar, mais cedo vai tratar. Quando o diagnóstico é tardio o impacto é mais forte sob o ponto de vista orgânico. Além disso, há o preconceito que diminuiu muito, mas ainda existe, nas famílias, nos ambientes de trabalho, na escola, nas Unidades de Saúde. A prevenção para o HIV não é mais só camisinha, hoje temos a prevenção combinada, a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)”, explicou Almir Santana.
A referência técnica de Saúde da Mulher da SES, Rita Bittencourt, reforçou o carinho com que prepararam as atividades para as mulheres da Secretaria e destacou que outras ações estão programadas para os próximos dias.
“Nós propomos trabalhar a temática violência à mulher nas ações desenvolvidas alusivas ao mês da mulher, entretanto, não dá para deixar de pensar na mulher como um todo. A própria Política Nacional de Saúde da Mulher traz eixos que precisamos ressaltar como gravidez na adolescência, a saúde sexual e reprodutiva, as IST/HIV/Aids e as que estão vivendo com o HIV, a mulher idosa, a gestante, mulheres em situação de violência. Então, no dia de hoje especificamente, a gente trouxe uma palestra sobre o cuidado com o coração da mulher, no sentido das doenças que acometem o órgão mesmo e como previne-las, tão importante para a qualidade de vida delas, como também destacamos as mulheres com o vírus do HIV que acabam sendo um grupo excluído, que sofre muito preconceito, na família e na sociedade e precisam ser empoderadas”, disse Rita.