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Quinta-Feira, 08 de Fevereiro de 2024 às 10:45:00
Maternidade Nossa Senhora de Lourdes alerta para riscos da gravidez na adolescência
Em 2023, a unidade realizou mais de 500 partos em adolescentes, o que representa 10% dos atendimentos

Um desafio muito grande para a saúde pública é trabalhar a prevenção da gravidez na adolescência. Em 2019, por meio da Lei 13.798, foi instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que é sempre celebrada na 1ª semana de fevereiro, com o objetivo divulgar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. Em Sergipe, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) registrou em 2023 mais de 500 partos de adolescentes.

Na MNSL, em 2023, mais de 10% de todos os partos realizados foram em adolescentes. No ano passado, foram realizados cerca de cinco mil partos e destes, 523 foram em adolescentes, uma média de 44 partos por mês. Em relação ao ano de 2022, houve uma pequena redução, já que tiveram 575 partos. 

A gravidez na adolescência acarreta muitas dificuldades físicas e sociais como a formação educacional das jovens, pois a maioria interrompe os estudos, assim que descobre a gestação. Como foi o caso da adolescente de 14 anos, A. C. A. S, moradora do bairro Santa Maria, em Aracaju. Há duas semanas, ela teve uma bebê com 1.356 g e 31 semanas de gestação. “Eu estudei só até o 6º ano e parei de estudar aos 13 anos, fiquei grávida, casei e agora vou cuidar da minha menininha”, contou. 

Segundo a responsável técnica em Psicologia da MNSL, Naiara França, atualmente a adolescência é considerada dos 10 aos 19 anos e por ser uma fase de transformações físicas e psíquicas, a gravidez na adolescência é um fator gerador de grandes mudanças e conflitos, trazendo uma série de impactos físicos, sociais e emocionais. 

A psicóloga explica que para a adolescente gestante, existe maior risco de mortalidade materna, eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão e anemia. Para o bebê, existe maior probabilidade de parto prematuro, baixo peso ao nascer e malformações. “Os riscos da gravidez na adolescência não são apenas físicos. Gestar nessa idade traz também um impacto psicológico muito grande para essas meninas, que muitas vezes têm dificuldade de entender a situação”, enfatizou a psicóloga. 

“As consequências mais comuns de uma gravidez na adolescência costumam incluir a interrupção ou o abandono escolar, o atraso ou a inserção não qualificada no mundo do trabalho e uma continuidade do ciclo intergeracional de pobreza e desigualdade. É fundamental que a gestante adolescente tenha uma rede de apoio familiar e, se possível, um acompanhamento profissional durante a gravidez para que ela consiga lidar bem com essa fase e não passe por dificuldades de adaptação social, que pode ocasionar um isolamento espontâneo dos amigos, por vergonha de ser a única grávida entre eles, ou problemas mais graves como ansiedade e depressão”, explicou.

 

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Maternidade Nossa Senhora de Lourdes alerta para riscos da gravidez na adolescência
Em 2023, a unidade realizou mais de 500 partos em adolescentes, o que representa 10% dos atendimentos
Quinta-Feira, 08 de Fevereiro de 2024 às 10:45:00

Um desafio muito grande para a saúde pública é trabalhar a prevenção da gravidez na adolescência. Em 2019, por meio da Lei 13.798, foi instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que é sempre celebrada na 1ª semana de fevereiro, com o objetivo divulgar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. Em Sergipe, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) registrou em 2023 mais de 500 partos de adolescentes.

Na MNSL, em 2023, mais de 10% de todos os partos realizados foram em adolescentes. No ano passado, foram realizados cerca de cinco mil partos e destes, 523 foram em adolescentes, uma média de 44 partos por mês. Em relação ao ano de 2022, houve uma pequena redução, já que tiveram 575 partos. 

A gravidez na adolescência acarreta muitas dificuldades físicas e sociais como a formação educacional das jovens, pois a maioria interrompe os estudos, assim que descobre a gestação. Como foi o caso da adolescente de 14 anos, A. C. A. S, moradora do bairro Santa Maria, em Aracaju. Há duas semanas, ela teve uma bebê com 1.356 g e 31 semanas de gestação. “Eu estudei só até o 6º ano e parei de estudar aos 13 anos, fiquei grávida, casei e agora vou cuidar da minha menininha”, contou. 

Segundo a responsável técnica em Psicologia da MNSL, Naiara França, atualmente a adolescência é considerada dos 10 aos 19 anos e por ser uma fase de transformações físicas e psíquicas, a gravidez na adolescência é um fator gerador de grandes mudanças e conflitos, trazendo uma série de impactos físicos, sociais e emocionais. 

A psicóloga explica que para a adolescente gestante, existe maior risco de mortalidade materna, eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão e anemia. Para o bebê, existe maior probabilidade de parto prematuro, baixo peso ao nascer e malformações. “Os riscos da gravidez na adolescência não são apenas físicos. Gestar nessa idade traz também um impacto psicológico muito grande para essas meninas, que muitas vezes têm dificuldade de entender a situação”, enfatizou a psicóloga. 

“As consequências mais comuns de uma gravidez na adolescência costumam incluir a interrupção ou o abandono escolar, o atraso ou a inserção não qualificada no mundo do trabalho e uma continuidade do ciclo intergeracional de pobreza e desigualdade. É fundamental que a gestante adolescente tenha uma rede de apoio familiar e, se possível, um acompanhamento profissional durante a gravidez para que ela consiga lidar bem com essa fase e não passe por dificuldades de adaptação social, que pode ocasionar um isolamento espontâneo dos amigos, por vergonha de ser a única grávida entre eles, ou problemas mais graves como ansiedade e depressão”, explicou.