O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) está produzindo desde a semana passada o chamado crioprecipitado, componente do sangue que contém o Fator de Coagulação VIII (proteína derivada do próprio sangue responsável por sua coagulação), importante para o atendimento de rotina dos pacientes vivendo com hemofilia 'A'.

A produção da substância supre a falta do Fator VIII, hemoderivado fabricado no exterior, adquirido pelo Ministério da Saúde e repassado aos hemocentros de todo o país. O fato foi comunicado ao Hemose na última sexta-feira, 11, pela Federação Brasileira de Hemofilia. De imediato, o hemocentro de Sergipe se adiantou no processo de substituição.

"Estamos selecionando os doadores mais recentes e fidelizados para garantir maior segurança na produção deste hemocomponente e continuar atendendo nossos hemofílicos com a mesma qualidade, assim como comunicando o fato à população não só de Sergipe, mas de alguns estados vizinhos como Bahia e Alagoas, de onde recebemos pacientes vivendo com hemofilia", disse a gerente de Atividades Técnicas do Hemose, Mariamália Andrade. 

O crioprecipitado é produzido a partir do plasma de doadores de sangue de qualquer fator, positivo ou negativo. Depois de extraída, a substância passa por um processo tecnológico para retirada das partes ricas em Fator VIII e Fibrinogênias, entre outros componentes do sangue.

Hemofilia

É uma doença hereditária causada pela deficiência de uma proteína plasmática denominada de fator da coagulação. A deficiência do Fator VIII é chamada de hemofilia 'A' e a deficiência do Fator IX de hemofilia 'B'. A doença é resultado de herança ligada ao cromossomo X e transmitida quase que exclusivamente a indivíduos do sexo masculino por mãe portadora. Apesar de muito raro, a hemofilia pode ocorrer em mulher.