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Quinta-Feira, 30 de Abril de 2009 às 11:40:00
Bases descentralizadas consolidam novo modelo de operação do Samu
No total, serão 36 bases no território sergipano, todas com o mesmo padrão de ambiência

A inauguração da primeira base descentralizada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), ocorrida na semana passada, em Cristinápolis, oficializa uma nova etapa do processo de consolidação da assistência pré-hospitalar no estado. Também desta vez, a marca do pioneirismo se faz presente, já que o Samu 192 Sergipe é o primeiro no país a implantar pontos de apoio próprios e estruturados para abrigar suas equipes.

“Na verdade, a lógica de descentralização do atendimento pré-hospitalar no estado já vem sendo trabalhada desde que começamos a reestruturar o Samu. A novidade agora é o fato de, através da estruturação dessas bases, o serviço oferecer melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e, consequentemente, uma maior qualidade na assistência prestada”, explica Conceição Mendonça, coordenadora de Enfermagem do Samu 192 Sergipe.

No total, serão 36 bases no território sergipano, todas com o mesmo padrão de ambiência. Além da base de Cristinápolis, oficialmente entregue pelo governador Marcelo Déda na semana passada, pelo menos mais 18 encontram-se prontas. Entre elas, as que estão situadas em Pirambu, Canindé do São Francisco, Riachuelo, Simão Dias, Monte Alegre, Itabaianinha, Areia Branca, Boquim, Poço Verde, Barra dos Coqueiros e Neópolis.

Profissionais

As mudanças geradas com o funcionamento dessas bases já começam a ser percebidas por aqueles que vivem o dia a dia do serviço. “Com nosso próprio espaço, a equipe agora tem mais autonomia para atuar. A gente não fica mais dependente do que a estrutura do hospital local tem para nos oferecer”, considera o condutor de uma das equipes de suporte básico de Cristinápolis, Emiltomy Wanderley Souza.

A situação relatada por Emiltomy faz referência à forma como funcionam as bases descentralizadas dos outros 146 Samus existentes no país. “Não há um ponto de apoio específico. A equipe atua sempre em anexo a um hospital, a um posto do Corpo de Bombeiros ou da polícia”, afirma Conceição. Segundo a enfermeira, em algumas cidades existem até bases formadas apenas por um toldo, onde as ambulâncias ficam de plantão.

Em Sergipe, as novas bases substituirão as que ainda operam vinculadas a unidades de saúde ou de segurança. Cada uma delas dispõe de espaços para expurgo, farmácia, almoxarifado, repouso, copa, banheiros com chuveiro, além da área para colocar as Unidades de Suporte Básico (USB) e Avançado (USA). “Num ambiente assim a gente tem até mais disposição para trabalhar, e quem sai ganhando é a população”, diz a auxiliar de enfermagem, Wilma Mayrink de Souza.

Tempo resposta

A implantação de bases distribuídas no território sergipano segue um novo modelo batizado de geocêntrico, que permite ampliar a cobertura do Samu no estado e sua capacidade de atender de forma rápida todos os chamados, seja qual for a localidade de onde eles partirem. “Essa organização garante que o tempo máximo de resposta a uma chamada não ultrapasse 20 minutos em nenhuma região de Sergipe”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho.

Segundo ele, os avanços registrados nos últimos dois anos pelo Governo de Sergipe, para efetivamente colocar o Samu em funcionamento, abrem caminho para o alcance dessa meta. “O serviço foi criado em setembro 2006 e, quando assumimos a gestão, no início do ano seguinte, contávamos com 28 ambulâncias, sendo 21 USB e sete USA. Porém, por falta de recursos humanos, apenas 50% deste total estavam em operação”, lembra Rogério.

A aquisição de viaturas para cobrir o território sergipano, realizada em paralelo à contratação de pessoal, foi iniciada já no primeiro ano do governo Marcelo Déda. Atualmente, o Samu Sergipe tem 14 USA, 36 USB e mais 32 motolâncias, recentemente enviadas pelo Governo Federal. Trata-se de motos equipadas e pilotadas por auxiliares de enfermagem treinados para prestar os primeiros-socorros até que a equipe completa chegue com a ambulância.

Regionalização

Com a operacionalização das bases descentralizadas, Sergipe atende ainda a portaria do Ministério da Saúde, publicada em dezembro do ano passado, sobre a instituição de diretrizes técnicas e financeiras de fomento à regionalização da rede nacional do Samu 192. “A grande maioria dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência no país é municipalizada e o Governo Federal quer agora integrar essas redes, de modo a qualificar o serviço e otimizar os recursos repassados”, esclarece a coordenadora de Enfermagem do Samu Sergipe.

De acordo com Conceição, o Ministério acredita na regionalização de serviços e sistemas de saúde como um dos pilares para a efetivação das diretrizes do SUS - universalidade, integralidade e equidade -, já que nem todos os municípios, devido ao contingente populacional, possuem condições para a implantação do Samu. “Sergipe, na verdade, desde que o serviço começou a ser reestruturado, trabalha com esta concepção de região, já que sua pequena extensão territorial, em comparação aos demais estados, permite a concretização desse conceito”, finaliza.

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Bases descentralizadas consolidam novo modelo de operação do Samu
No total, serão 36 bases no território sergipano, todas com o mesmo padrão de ambiência
Quinta-Feira, 30 de Abril de 2009 às 11:40:00

A inauguração da primeira base descentralizada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), ocorrida na semana passada, em Cristinápolis, oficializa uma nova etapa do processo de consolidação da assistência pré-hospitalar no estado. Também desta vez, a marca do pioneirismo se faz presente, já que o Samu 192 Sergipe é o primeiro no país a implantar pontos de apoio próprios e estruturados para abrigar suas equipes.

“Na verdade, a lógica de descentralização do atendimento pré-hospitalar no estado já vem sendo trabalhada desde que começamos a reestruturar o Samu. A novidade agora é o fato de, através da estruturação dessas bases, o serviço oferecer melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e, consequentemente, uma maior qualidade na assistência prestada”, explica Conceição Mendonça, coordenadora de Enfermagem do Samu 192 Sergipe.

No total, serão 36 bases no território sergipano, todas com o mesmo padrão de ambiência. Além da base de Cristinápolis, oficialmente entregue pelo governador Marcelo Déda na semana passada, pelo menos mais 18 encontram-se prontas. Entre elas, as que estão situadas em Pirambu, Canindé do São Francisco, Riachuelo, Simão Dias, Monte Alegre, Itabaianinha, Areia Branca, Boquim, Poço Verde, Barra dos Coqueiros e Neópolis.

Profissionais

As mudanças geradas com o funcionamento dessas bases já começam a ser percebidas por aqueles que vivem o dia a dia do serviço. “Com nosso próprio espaço, a equipe agora tem mais autonomia para atuar. A gente não fica mais dependente do que a estrutura do hospital local tem para nos oferecer”, considera o condutor de uma das equipes de suporte básico de Cristinápolis, Emiltomy Wanderley Souza.

A situação relatada por Emiltomy faz referência à forma como funcionam as bases descentralizadas dos outros 146 Samus existentes no país. “Não há um ponto de apoio específico. A equipe atua sempre em anexo a um hospital, a um posto do Corpo de Bombeiros ou da polícia”, afirma Conceição. Segundo a enfermeira, em algumas cidades existem até bases formadas apenas por um toldo, onde as ambulâncias ficam de plantão.

Em Sergipe, as novas bases substituirão as que ainda operam vinculadas a unidades de saúde ou de segurança. Cada uma delas dispõe de espaços para expurgo, farmácia, almoxarifado, repouso, copa, banheiros com chuveiro, além da área para colocar as Unidades de Suporte Básico (USB) e Avançado (USA). “Num ambiente assim a gente tem até mais disposição para trabalhar, e quem sai ganhando é a população”, diz a auxiliar de enfermagem, Wilma Mayrink de Souza.

Tempo resposta

A implantação de bases distribuídas no território sergipano segue um novo modelo batizado de geocêntrico, que permite ampliar a cobertura do Samu no estado e sua capacidade de atender de forma rápida todos os chamados, seja qual for a localidade de onde eles partirem. “Essa organização garante que o tempo máximo de resposta a uma chamada não ultrapasse 20 minutos em nenhuma região de Sergipe”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho.

Segundo ele, os avanços registrados nos últimos dois anos pelo Governo de Sergipe, para efetivamente colocar o Samu em funcionamento, abrem caminho para o alcance dessa meta. “O serviço foi criado em setembro 2006 e, quando assumimos a gestão, no início do ano seguinte, contávamos com 28 ambulâncias, sendo 21 USB e sete USA. Porém, por falta de recursos humanos, apenas 50% deste total estavam em operação”, lembra Rogério.

A aquisição de viaturas para cobrir o território sergipano, realizada em paralelo à contratação de pessoal, foi iniciada já no primeiro ano do governo Marcelo Déda. Atualmente, o Samu Sergipe tem 14 USA, 36 USB e mais 32 motolâncias, recentemente enviadas pelo Governo Federal. Trata-se de motos equipadas e pilotadas por auxiliares de enfermagem treinados para prestar os primeiros-socorros até que a equipe completa chegue com a ambulância.

Regionalização

Com a operacionalização das bases descentralizadas, Sergipe atende ainda a portaria do Ministério da Saúde, publicada em dezembro do ano passado, sobre a instituição de diretrizes técnicas e financeiras de fomento à regionalização da rede nacional do Samu 192. “A grande maioria dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência no país é municipalizada e o Governo Federal quer agora integrar essas redes, de modo a qualificar o serviço e otimizar os recursos repassados”, esclarece a coordenadora de Enfermagem do Samu Sergipe.

De acordo com Conceição, o Ministério acredita na regionalização de serviços e sistemas de saúde como um dos pilares para a efetivação das diretrizes do SUS - universalidade, integralidade e equidade -, já que nem todos os municípios, devido ao contingente populacional, possuem condições para a implantação do Samu. “Sergipe, na verdade, desde que o serviço começou a ser reestruturado, trabalha com esta concepção de região, já que sua pequena extensão territorial, em comparação aos demais estados, permite a concretização desse conceito”, finaliza.