Não é necessário ser especialista em saúde para compreender que o tempo de espera por uma cirurgia é inversamente proporcional às chances de sobrevivência de uma pessoa. Quanto menor for a demora para a realização de um procedimento cirúrgico, maior será a possibilidade de continuar a viver. A relação feita permite entender os efeitos positivos de ações do Governo de Sergipe para atender a demanda de adultos e recém-nascidos por neurocirurgias.
No caso dos adultos, a disponibilização do serviço aos pacientes do SUS também passou a ser feita, desde 8 de setembro deste ano, no Hospital Cirurgia. "Em pouco mais de dois meses, já foram realizados cerca de 50 procedimentos, o que contribuiu para extinção da fila de pacientes que demandavam esse tipo de cirurgia, bem como para desafogar o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), que continua sendo referência para o serviço", destaca o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho.
De acordo com o neurocirurgião Augusto César Esmeraldo, até dois anos atrás, essas cirurgias eram feitas no Hospital São José e no HUSE. Porém, o São José não dispunha da estrutura necessária para a realização de procedimentos de alta complexidade. "Em março deste ano, ficou então acertado no Ministério Público que o Hospital Renascença passasse a atender os usuários do SUS, mas o número de procedimentos cirúrgicos que a unidade vinha conseguindo realizar era muito baixo: de três a oito cirurgias por mês", esclarece Augusto César.
Na tentativa de solucionar o problema e atender a demanda do sistema público de saúde, o Governo do Estado aproveitou a estrutura do Hospital Cirurgia para tornar a unidade a segunda referência em Sergipe na realização de neurocirurgias. Hoje, a demanda é atendida da seguinte forma: o HUSE acolhe os casos de urgência e o Cirurgia os eletivos (aqueles que podem ser programados).
"Pacientes internados no próprio HUSE a espera do procedimento cirúrgico também são encaminhados ao Hospital Cirurgia", acrescenta o neurocirurgião. Segundo Augusto César, a medida deu mais agilidade ao serviço. "Hoje temos vários casos de pessoas que realizam a consulta e os exames em uma semana e na outra já estão sendo submetidas à cirurgia", comenta.
Maternidade
No caso dos bebês, as cirurgias são feitas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Do mês de agosto até a primeira quinzena de novembro, por exemplo, foram realizadas na unidade 33 neurocirurgias, a maioria de casos de hidrocefalia - acúmulo de água no cérebro. "Antes, a criança era levada ao HUSE para ser submetida à intervenção cirúrgica e depois retornava à maternidade, onde permanecia na UTI Neonatal", lembra o neurocirurgião Rilton Morais.
Segundo ele, esse deslocamento antes necessário não existe mais. "Todo o procedimento ocorre agora num único local. Isso não apenas tem impacto direto na redução do tempo levado até a efetivação da cirurgia, como na recuperação do bebê, que na maternidade, desde o nascimento até a alta médica, é acompanhado por neonatologistas e não se distancia dos cuidados da mãe", explica Rilton, acrescentando que em muitos casos a questão do tempo é crucial para a vida do recém-nascido.
Como exemplo, ele cita os bebês que nascem com mielomeningocele. "Eles devem ser operados em 72 horas, caso contrário morrem. Hoje nós estamos operando casos desse tipo no segundo dia de nascimento da criança", informa o neurocirurgião. O médico explica que a mielomeningocele é uma malformação congênita da coluna vertebral, que deixa exposta a medula espinhal - 'tronco' de ligação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo humano. "A cirurgia é justamente feita para fechar a medula, de modo a protegê-la e evitar traumas e infecções", completa.
Rilton Morais destaca também como benefício do pouco tempo que se leva para operar um recém-nascido, a possibilidade de identificar, de forma mais rápida, a hidrocefalia em bebês submetidos à neurocirurgia por outras patologias. "Foi o que aconteceu no último sábado, 15, quando operamos um recém-nascido com Síndrome de Chiari (tipo 2) e conseguimos detectar sinais de hidrocefalia", relata o neurocirurgião. A Síndrome de Chiari é uma alteração congênita associada a malformações do desenvolvimento do sistema nervoso.
Mãe de um dos bebês operados em outubro por hidrocefalia, Márcia dos Santos Cruz, 23 anos, viu suas esperanças renovadas após a cirurgia pela qual passou seu filho. 'Agora tenho fé de que ele vai melhorar. Pior foi quando o médico disse que seria difícil ele sobreviver por causa do problema na respiração, mas graças a Deus meu filho está vivo e vai sair bem daqui", conta a jovem mãe, residente em Muribeca. Durante a gravidez, ela teve infecção urinária e hipertensão. A criança nasceu com Síndrome de Down e hidrocefalia.
Não é necessário ser especialista em saúde para compreender que o tempo de espera por uma cirurgia é inversamente proporcional às chances de sobrevivência de uma pessoa. Quanto menor for a demora para a realização de um procedimento cirúrgico, maior será a possibilidade de continuar a viver. A relação feita permite entender os efeitos positivos de ações do Governo de Sergipe para atender a demanda de adultos e recém-nascidos por neurocirurgias.
No caso dos adultos, a disponibilização do serviço aos pacientes do SUS também passou a ser feita, desde 8 de setembro deste ano, no Hospital Cirurgia. "Em pouco mais de dois meses, já foram realizados cerca de 50 procedimentos, o que contribuiu para extinção da fila de pacientes que demandavam esse tipo de cirurgia, bem como para desafogar o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), que continua sendo referência para o serviço", destaca o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho.
De acordo com o neurocirurgião Augusto César Esmeraldo, até dois anos atrás, essas cirurgias eram feitas no Hospital São José e no HUSE. Porém, o São José não dispunha da estrutura necessária para a realização de procedimentos de alta complexidade. "Em março deste ano, ficou então acertado no Ministério Público que o Hospital Renascença passasse a atender os usuários do SUS, mas o número de procedimentos cirúrgicos que a unidade vinha conseguindo realizar era muito baixo: de três a oito cirurgias por mês", esclarece Augusto César.
Na tentativa de solucionar o problema e atender a demanda do sistema público de saúde, o Governo do Estado aproveitou a estrutura do Hospital Cirurgia para tornar a unidade a segunda referência em Sergipe na realização de neurocirurgias. Hoje, a demanda é atendida da seguinte forma: o HUSE acolhe os casos de urgência e o Cirurgia os eletivos (aqueles que podem ser programados).
"Pacientes internados no próprio HUSE a espera do procedimento cirúrgico também são encaminhados ao Hospital Cirurgia", acrescenta o neurocirurgião. Segundo Augusto César, a medida deu mais agilidade ao serviço. "Hoje temos vários casos de pessoas que realizam a consulta e os exames em uma semana e na outra já estão sendo submetidas à cirurgia", comenta.
Maternidade
No caso dos bebês, as cirurgias são feitas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Do mês de agosto até a primeira quinzena de novembro, por exemplo, foram realizadas na unidade 33 neurocirurgias, a maioria de casos de hidrocefalia - acúmulo de água no cérebro. "Antes, a criança era levada ao HUSE para ser submetida à intervenção cirúrgica e depois retornava à maternidade, onde permanecia na UTI Neonatal", lembra o neurocirurgião Rilton Morais.
Segundo ele, esse deslocamento antes necessário não existe mais. "Todo o procedimento ocorre agora num único local. Isso não apenas tem impacto direto na redução do tempo levado até a efetivação da cirurgia, como na recuperação do bebê, que na maternidade, desde o nascimento até a alta médica, é acompanhado por neonatologistas e não se distancia dos cuidados da mãe", explica Rilton, acrescentando que em muitos casos a questão do tempo é crucial para a vida do recém-nascido.
Como exemplo, ele cita os bebês que nascem com mielomeningocele. "Eles devem ser operados em 72 horas, caso contrário morrem. Hoje nós estamos operando casos desse tipo no segundo dia de nascimento da criança", informa o neurocirurgião. O médico explica que a mielomeningocele é uma malformação congênita da coluna vertebral, que deixa exposta a medula espinhal - 'tronco' de ligação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo humano. "A cirurgia é justamente feita para fechar a medula, de modo a protegê-la e evitar traumas e infecções", completa.
Rilton Morais destaca também como benefício do pouco tempo que se leva para operar um recém-nascido, a possibilidade de identificar, de forma mais rápida, a hidrocefalia em bebês submetidos à neurocirurgia por outras patologias. "Foi o que aconteceu no último sábado, 15, quando operamos um recém-nascido com Síndrome de Chiari (tipo 2) e conseguimos detectar sinais de hidrocefalia", relata o neurocirurgião. A Síndrome de Chiari é uma alteração congênita associada a malformações do desenvolvimento do sistema nervoso.
Mãe de um dos bebês operados em outubro por hidrocefalia, Márcia dos Santos Cruz, 23 anos, viu suas esperanças renovadas após a cirurgia pela qual passou seu filho. 'Agora tenho fé de que ele vai melhorar. Pior foi quando o médico disse que seria difícil ele sobreviver por causa do problema na respiração, mas graças a Deus meu filho está vivo e vai sair bem daqui", conta a jovem mãe, residente em Muribeca. Durante a gravidez, ela teve infecção urinária e hipertensão. A criança nasceu com Síndrome de Down e hidrocefalia.