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Quinta-Feira, 11 de Agosto de 2016 às 18:28:00
Secretaria de Inclusão cadastra artesãs em Cedro de São João
Uma vez inscritas no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), as artesãs podem adquirir a Carteira Nacional do Artesão

No pontilhado minúsculo, as linhas coloridas dão forma a diversas figuras, criadas sob olhar atento e delicadeza no tato. Assim firmou-se a tradição do bordado Ponto Cruz, no município de Cedro de São João, que é referência sergipana nesse segmento, tornando o ofício parte da identidade cultural do estado. Na quarta-feira, 10, a Gerência Geral de Atividades de Artesanato da Coordenadoria de Trabalho e Emprego da Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) esteve no povoado Poço dos Bois, para realizar o cadastramento e recadastramento de cerca de 40 profissionais artesãs.

Uma vez inscritas no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), as artesãs podem adquirir a Carteira Nacional do Artesão. Gratuito, o serviço integra o Programa de Artesanato de Sergipe, que também avalia as peças produzidas. Aos 71 anos, dona Maria José da Cruz Santos foi uma das artesãs a realizar o cadastro para obter sua primeira carteira. “Aprendi a bordar com a minha avó e minha mãe, que criou 18 filhos e vivia disso. Hoje, além de comercializar aqui, levo bastante para São Paulo também. As peças que mais vendem são toalhas de mesa, de bandeja, e de banho; passadeiras; almofadas; colchas de cama; etc. Tenho uma boa renda, por isso, procuro fazer o melhor para agradar os clientes”, disse.

Noélia Vieira mescla, nas peças, o talento do ponto cruz com o crochê há mais de 30 anos. Ela conta que sua relação com o artesanato é maternal, pois aprendeu a aperfeiçoar o ponto com a mãe. “É uma herança que passamos para os filhos. Minhas filhas também sabem bordar, mas elas trabalham em outras áreas. Faço bastante encomenda. Em Aracaju eu vendo toda semana, mas também viajo de dois em dois meses para Maceió, João Pessoa e Recife. Às vezes a fase é difícil para ter lucro, mas o artesanato foi o que me ajudou até agora e, sempre que pude, contribuí com o meu esposo para vivermos”, relatou.

Segundo a secretária de Assistência Social de Cedro de São João, Simone da Costa Alves, a visibilidade desse trabalho é essencial por ser uma das maiores fontes de renda do município. “Temos bordadeiras que tem o ponto cruz como a única fonte de renda, daí a importância de terem uma orientação, acompanhamento, e cadastro para receber as carteiras, já que a profissão de artesão hoje é regulamentada. Isso é mais um grande incentivo para essas mulheres”, pontuou Simone.

Para a confirmação do registro, o artesão passa por uma prova de habilidades técnicas, cuja aprovação é da Coordenação do Programa de Artesanato de Sergipe, que trabalha em parceria com o Programa de Artesanato Brasileiro (PAB). Entre os benefícios do Sicab estão o acesso a incentivos fiscais, a participação em feiras de artesanatos nacionais e internacionais, além de oficinas e cursos.

De acordo com a técnica de artesanato da Seidh, Silvanira Santos, há diferenças entre o artesanato e o trabalho manual. “O ponto cruz, em outros estados, não é considerado artesanato, mas em Sergipe é um prática tradicional. Artesanato é usar a matéria prima e transformar. Há outros produtos que não se enquadram, mas há uma autenticidade naquele trabalho, principalmente por demonstrar particularidades da região. Quem vir um artigo desse, vai saber que existe essa legitimidade. É importante lembrar que avaliamos a forma que o artesão trabalha, o acabamento, a combinação de cores, ou seja, como ele desenvolve o produto”, finalizou.
 

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Secretaria de Inclusão cadastra artesãs em Cedro de São João
Uma vez inscritas no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), as artesãs podem adquirir a Carteira Nacional do Artesão
Quinta-Feira, 11 de Agosto de 2016 às 18:28:00

No pontilhado minúsculo, as linhas coloridas dão forma a diversas figuras, criadas sob olhar atento e delicadeza no tato. Assim firmou-se a tradição do bordado Ponto Cruz, no município de Cedro de São João, que é referência sergipana nesse segmento, tornando o ofício parte da identidade cultural do estado. Na quarta-feira, 10, a Gerência Geral de Atividades de Artesanato da Coordenadoria de Trabalho e Emprego da Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) esteve no povoado Poço dos Bois, para realizar o cadastramento e recadastramento de cerca de 40 profissionais artesãs.

Uma vez inscritas no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), as artesãs podem adquirir a Carteira Nacional do Artesão. Gratuito, o serviço integra o Programa de Artesanato de Sergipe, que também avalia as peças produzidas. Aos 71 anos, dona Maria José da Cruz Santos foi uma das artesãs a realizar o cadastro para obter sua primeira carteira. “Aprendi a bordar com a minha avó e minha mãe, que criou 18 filhos e vivia disso. Hoje, além de comercializar aqui, levo bastante para São Paulo também. As peças que mais vendem são toalhas de mesa, de bandeja, e de banho; passadeiras; almofadas; colchas de cama; etc. Tenho uma boa renda, por isso, procuro fazer o melhor para agradar os clientes”, disse.

Noélia Vieira mescla, nas peças, o talento do ponto cruz com o crochê há mais de 30 anos. Ela conta que sua relação com o artesanato é maternal, pois aprendeu a aperfeiçoar o ponto com a mãe. “É uma herança que passamos para os filhos. Minhas filhas também sabem bordar, mas elas trabalham em outras áreas. Faço bastante encomenda. Em Aracaju eu vendo toda semana, mas também viajo de dois em dois meses para Maceió, João Pessoa e Recife. Às vezes a fase é difícil para ter lucro, mas o artesanato foi o que me ajudou até agora e, sempre que pude, contribuí com o meu esposo para vivermos”, relatou.

Segundo a secretária de Assistência Social de Cedro de São João, Simone da Costa Alves, a visibilidade desse trabalho é essencial por ser uma das maiores fontes de renda do município. “Temos bordadeiras que tem o ponto cruz como a única fonte de renda, daí a importância de terem uma orientação, acompanhamento, e cadastro para receber as carteiras, já que a profissão de artesão hoje é regulamentada. Isso é mais um grande incentivo para essas mulheres”, pontuou Simone.

Para a confirmação do registro, o artesão passa por uma prova de habilidades técnicas, cuja aprovação é da Coordenação do Programa de Artesanato de Sergipe, que trabalha em parceria com o Programa de Artesanato Brasileiro (PAB). Entre os benefícios do Sicab estão o acesso a incentivos fiscais, a participação em feiras de artesanatos nacionais e internacionais, além de oficinas e cursos.

De acordo com a técnica de artesanato da Seidh, Silvanira Santos, há diferenças entre o artesanato e o trabalho manual. “O ponto cruz, em outros estados, não é considerado artesanato, mas em Sergipe é um prática tradicional. Artesanato é usar a matéria prima e transformar. Há outros produtos que não se enquadram, mas há uma autenticidade naquele trabalho, principalmente por demonstrar particularidades da região. Quem vir um artigo desse, vai saber que existe essa legitimidade. É importante lembrar que avaliamos a forma que o artesão trabalha, o acabamento, a combinação de cores, ou seja, como ele desenvolve o produto”, finalizou.