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Terça-Feira, 10 de Novembro de 2009 às 10:06:00
O sistema bancário em Sergipe - Saumíneo Nascimento
Presidente do Banese faz retrato da bancarização em Sergipe

* Por Saumíneo Nascimento, economista, Dr. em Geografia e presidente do Banese

Os bancos são instituições essenciais na economia, pois o fornecimento de serviços financeiros dinamiza os negócios de um território. Os bancos realizam empréstimos, financiamentos, acatam depósitos, realizam aplicações financeiras, intermediação de recursos entre compradores e vendedores e, facilitam recebimentos e pagamentos diversos. Por tudo isso, os bancos se inserem no cotidiano das pessoas. O conceito de sistema bancário é definido pelo conjunto de instituições do tipo banco comercial, banco de desenvolvimento, banco múltiplo, caixa econômica ou banco de investimento e, pelos conglomerados financeiros compostos aos menos por uma dessas instituições. A principal representatividade do setor bancário brasileiro é através da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entidade fundada em 1967 para fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Na perspectiva de conhecer a realidade do sistema bancário em Sergipe, em face de sua importância, conforme já comentado, abordarei adiante, algumas peculiaridades do setor no Estado de Sergipe.

Atualmente atuam em Sergipe 13 bancos, conforme tabela 1 adiante e,  disponibilizam para a sociedade 167 agências bancárias e 299 postos bancários, dos 13 bancos que atuam em Sergipe, 04 bancos são públicos, sendo três federais e um estadual. Os quatro bancos públicos respondem por 83% das agências bancárias e 52% dos postos bancários.  O Banco com o maior número de agências é o Banese com 61 (37% das agências); já o Banco do Brasil possui o maior número de postos com 124 (41% dos postos) .

Na distribuição geográfica dos bancos em Sergipe, verifica-se a existência de uma concentração na capital (Aracaju). Os 13 bancos presentes em Sergipe possuem na capital sergipana 61 agências, ou seja, 37% das agências bancárias e 188 postos bancários (63% dos postos). Se avaliarmos somente a atuação dos bancos privados,  do ponto de vista de presença no interior, verifica-se que das 29 agências dos bancos privados, apenas 09 são localizadas no interior, ou seja, os bancos privados possuem apenas 8% das agências bancárias existentes no interior sergipano, são 07 agências do Brasdesco, 01 agência do Banco Itaú e 01 agência do Banco Santander do Brasil S/A, este dado revela a lógica capitalista dos bancos privados de busca de mercados que possam maximizar os resultados.

A interiorização do sistema bancário sergipano está calcada na atuação e presença dos bancos públicos (Banco do Estado de Sergipe S/A, Banco do Brasil S/A, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil S/A), pois eles respondem por 92% das agências existentes no interior, sendo que o Banco do Estado de Sergipe S/A - Banese, o único banco estadual da Região Nordeste, possui a maior participação absoluta de agências bancárias no interior sergipano. O Banese com 43 agências no interior sergipano, responde por 41% das agências bancárias existentes no interior sergipano, sendo que em muitos municípios é o único banco com agência bancária.

A distribuição proporcional de agências e postos dos bancos que atuam em Sergipe aponta que o Banco que possui a maior proporcionalidade de suas agências no interior de Sergipe é o Banco do Nordeste com 87%, seguido pelo Banco do Brasil com 73% e Banese com 70%; já no quesito de postos bancários quem possui a maior proporcionalidade no interior é o Banco do Brasil com 53%, seguido pelo Bradesco com 39% e Itaú com 10%. Registre-se que alguns bancos, no quesito agências e postos, atuam exclusivamente na capital, são os casos de HSBC, Unibanco, Banco Industrial e Comercial S/A, Banco Mercantil do Brasil S/A, Banco Triângulo S/A e Banco Rural S/A.

O conhecimento da realidade bancária em Sergipe é importante dentro do contexto da bancarização, que apresentou um crescimento de 30% no número de CPFs com relacionamento ativo no sistema financeiro, no período de julho/2005 a setembro/2009. Ainda no quesito bancarização, na América Latina, o Brasil possui o maior número de caixas eletrônicos para cada 100 mil habitantes (32), indicador bem maior que o da Colômbia (16), Venezuelea (17), Argentina (19), entre outros. Em Sergipe o número de caixas eletrônicos também já é bastante significativo, porém o grau de utilização ainda requer avanços por parte da população.

Entender a tipologia dos bancos também é importante, pois no cenário de crise econômica mundial, o crédito foi o canal pelo qual mais se sentiu a crise no Brasil com impactos distintos no mercado cambial e no mercado doméstico de crédito. Para Sergipe o impacto foi menor, pois a influência cambial no estado é pequena e, ainda, do ponto de vista da oferta de crédito doméstico, a participação maior dos bancos públicos no mercado bancário de Sergipe salvaguardou a disponibilização de recursos para empréstimos e financiamentos, possibilitando a liquidez do setor empresarial e pessoas físicas.

Os bancos também possuem correlação positiva alta com as políticas públicas que tanto ajudaram a manutenção do nível de renda da população. Com isso, as expectativas de mercado para a inflação medida pelo IPCA e para o PIB são de em 2009 fecharmos com uma inflação de 4,29%, chegando a 4,5% em 2010; tendo-se um crescimento do PIB de 0,18% em 2009 e 4,80% em 2010. Registre-se que no Brasil, a participação do crédito no PIB salta de 21,8% em 2003 para 45,2% em ago/2009.

Em Sergipe que acompanha de forma diferenciada o crescimento brasileiro, face às novas dinâmicas de crescimento econômico que são pautadas, vemos crescentes oportunidades de expansão do mercado de crédito.

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Presidente do Banese faz retrato da bancarização em Sergipe
Terça-Feira, 10 de Novembro de 2009 às 10:06:00

* Por Saumíneo Nascimento, economista, Dr. em Geografia e presidente do Banese

Os bancos são instituições essenciais na economia, pois o fornecimento de serviços financeiros dinamiza os negócios de um território. Os bancos realizam empréstimos, financiamentos, acatam depósitos, realizam aplicações financeiras, intermediação de recursos entre compradores e vendedores e, facilitam recebimentos e pagamentos diversos. Por tudo isso, os bancos se inserem no cotidiano das pessoas. O conceito de sistema bancário é definido pelo conjunto de instituições do tipo banco comercial, banco de desenvolvimento, banco múltiplo, caixa econômica ou banco de investimento e, pelos conglomerados financeiros compostos aos menos por uma dessas instituições. A principal representatividade do setor bancário brasileiro é através da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entidade fundada em 1967 para fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Na perspectiva de conhecer a realidade do sistema bancário em Sergipe, em face de sua importância, conforme já comentado, abordarei adiante, algumas peculiaridades do setor no Estado de Sergipe.

Atualmente atuam em Sergipe 13 bancos, conforme tabela 1 adiante e,  disponibilizam para a sociedade 167 agências bancárias e 299 postos bancários, dos 13 bancos que atuam em Sergipe, 04 bancos são públicos, sendo três federais e um estadual. Os quatro bancos públicos respondem por 83% das agências bancárias e 52% dos postos bancários.  O Banco com o maior número de agências é o Banese com 61 (37% das agências); já o Banco do Brasil possui o maior número de postos com 124 (41% dos postos) .

Na distribuição geográfica dos bancos em Sergipe, verifica-se a existência de uma concentração na capital (Aracaju). Os 13 bancos presentes em Sergipe possuem na capital sergipana 61 agências, ou seja, 37% das agências bancárias e 188 postos bancários (63% dos postos). Se avaliarmos somente a atuação dos bancos privados,  do ponto de vista de presença no interior, verifica-se que das 29 agências dos bancos privados, apenas 09 são localizadas no interior, ou seja, os bancos privados possuem apenas 8% das agências bancárias existentes no interior sergipano, são 07 agências do Brasdesco, 01 agência do Banco Itaú e 01 agência do Banco Santander do Brasil S/A, este dado revela a lógica capitalista dos bancos privados de busca de mercados que possam maximizar os resultados.

A interiorização do sistema bancário sergipano está calcada na atuação e presença dos bancos públicos (Banco do Estado de Sergipe S/A, Banco do Brasil S/A, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil S/A), pois eles respondem por 92% das agências existentes no interior, sendo que o Banco do Estado de Sergipe S/A - Banese, o único banco estadual da Região Nordeste, possui a maior participação absoluta de agências bancárias no interior sergipano. O Banese com 43 agências no interior sergipano, responde por 41% das agências bancárias existentes no interior sergipano, sendo que em muitos municípios é o único banco com agência bancária.

A distribuição proporcional de agências e postos dos bancos que atuam em Sergipe aponta que o Banco que possui a maior proporcionalidade de suas agências no interior de Sergipe é o Banco do Nordeste com 87%, seguido pelo Banco do Brasil com 73% e Banese com 70%; já no quesito de postos bancários quem possui a maior proporcionalidade no interior é o Banco do Brasil com 53%, seguido pelo Bradesco com 39% e Itaú com 10%. Registre-se que alguns bancos, no quesito agências e postos, atuam exclusivamente na capital, são os casos de HSBC, Unibanco, Banco Industrial e Comercial S/A, Banco Mercantil do Brasil S/A, Banco Triângulo S/A e Banco Rural S/A.

O conhecimento da realidade bancária em Sergipe é importante dentro do contexto da bancarização, que apresentou um crescimento de 30% no número de CPFs com relacionamento ativo no sistema financeiro, no período de julho/2005 a setembro/2009. Ainda no quesito bancarização, na América Latina, o Brasil possui o maior número de caixas eletrônicos para cada 100 mil habitantes (32), indicador bem maior que o da Colômbia (16), Venezuelea (17), Argentina (19), entre outros. Em Sergipe o número de caixas eletrônicos também já é bastante significativo, porém o grau de utilização ainda requer avanços por parte da população.

Entender a tipologia dos bancos também é importante, pois no cenário de crise econômica mundial, o crédito foi o canal pelo qual mais se sentiu a crise no Brasil com impactos distintos no mercado cambial e no mercado doméstico de crédito. Para Sergipe o impacto foi menor, pois a influência cambial no estado é pequena e, ainda, do ponto de vista da oferta de crédito doméstico, a participação maior dos bancos públicos no mercado bancário de Sergipe salvaguardou a disponibilização de recursos para empréstimos e financiamentos, possibilitando a liquidez do setor empresarial e pessoas físicas.

Os bancos também possuem correlação positiva alta com as políticas públicas que tanto ajudaram a manutenção do nível de renda da população. Com isso, as expectativas de mercado para a inflação medida pelo IPCA e para o PIB são de em 2009 fecharmos com uma inflação de 4,29%, chegando a 4,5% em 2010; tendo-se um crescimento do PIB de 0,18% em 2009 e 4,80% em 2010. Registre-se que no Brasil, a participação do crédito no PIB salta de 21,8% em 2003 para 45,2% em ago/2009.

Em Sergipe que acompanha de forma diferenciada o crescimento brasileiro, face às novas dinâmicas de crescimento econômico que são pautadas, vemos crescentes oportunidades de expansão do mercado de crédito.