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Quinta-Feira, 09 de Julho de 2015 às 14:40:00
Museus sergipanos preservam história e atraem turistas
Museu da Gente Sergipana atraiu mais de 300 mil visitantes

A sexta matéria em homenagem à Emancipação política de Sergipe destaca os museus como espaços de preservação da memória.

Silvânio Júnior, estagiário da ASN


Conhecer os aspectos da história, relembrar momentos de extrema importância para construção da identidade de um povo, viajar pelos quatro cantos do estado através de exposições sensoriais e interativas. Tudo isso pode ser vivenciado por quem visita os espaços destinados à preservação da memória histórica e cultural de Sergipe Palácio Museu Olímpio Campos e Museu da Gente Sergipana.  

Os museus localizados na capital buscam aproximar sergipanos e turistas da valorização do que é regional. É uma oportunidade que as pessoas têm de se inteirar daquilo que faz parte da cultura local, principalmente em um momento importante para Sergipe, onde é comemorada no dia 08 de Julho, a emancipação política.

Palácio Museu Olimpio Campos

A história política de Sergipe sendo contada por meio da residência dos chefes de estado, transformada em museu e que recebe várias pessoas por dia. Assim é o Palácio Museu Olímpio Campos, que possui na sua estrutura arquitetônica uma trajetória de 151 anos.

Foi em meados do século XIX que o casarão foi idealizado para que pudesse abrigar a sede do governo da província na capital sergipana, que já era Aracaju. O espaço servia também como residência oficial do governador.

Com influência neoclássica e imponente, o palácio foi construído com materiais nobres e possuía um estilo eclético, possibilitando que cada governante deixasse a residência oficial do jeito que preferisse.

Segundo relatos históricos, somente em 1954 no governo de Arnaldo Garcez, o palácio recebeu o nome do jornalista, professor e sacerdote Monsenhor Olympio de Souza Campos, pelo seu destaque político como deputado federal, presidente do estado e senador. O palácio passou por uma profunda reforma no ano do centenário da emancipação política de Sergipe, resultado da visita da missão italiana no estado.

A iniciativa de transformar o espaço em museu surgiu durante a gestão do ex-governador Marcelo Déda, que vislumbrou na recuperação do palácio, uma possibilidade de ser uma casa aberta ao público, tamanha é a importância daquele prédio governamental para a história de Sergipe.

De acordo com a coordenadora de acervo museológico do palácio, Izaura Ramos, a recuperação do espaço procurou manter as mesmas características da grande reforma ocorrida na época do centenário. “O palácio passou por uma restauração profunda na estrutura arquitetônica e artística. E a recuperação em 2007 deu ao prédio a estrutura que existia em 1917, 1918. Isso remota ao visitante a vivência com alguns políticos de Sergipe que foram próximos ao povo como Leandro Maciel, Luiz Garcia, Marcelo Déda, Lourival Batista”, conta.

No hall do museu, os visitantes podem contemplar as obras do pintor e escritor Jordão de Oliveira, que retratam as primeiras atividades econômicas do estado, a cana e o gado. E em outra tela, o coco e o sal, mas voltada para o desenvolvimento no período republicano.

As salas seguintes mostram de que maneira se dá o processo político, a exemplo da sala da província, com Sergipe ainda na época provincial, e todos os presidentes de província, como eram chamados os governantes da época, retratados em fotografias.

Em outras salas são rendidas homenagens a algumas figuras importantes para a evolução política e histórica de Sergipe, como o Barão de Maruim, que junto com Inácio Barbosa decidiu criar Aracaju, além de Dom Pedro I, por ter deixado Sergipe independente e Dom Pedro II que autorizou a construção do palácio, após a transferência da capital.

A história das duas figuras importantes para a política sergipana, Fausto Cardoso e Olimpio Campos e seu embate ideológico que resultou na morte de ambos, também está representada, por marcar a história do palácio. “Esse momento é muito importante, pois Fausto Cardoso, com suas ideias liberais, chama o povo para tomar o palácio e, depois de confronto com o exército, acaba sendo assassinado na praça que hoje leva o seu nome. Percebendo isso como um jogo político, a família de Fausto vai para o Rio de Janeiro e Olimpio acaba sendo morto também.”, comenta Izaura.

No pavimento superior, espaço utilizado como residência oficial dos governantes, o requinte fica por conta da mobília, toda de época, que leva o visitante a uma viagem no tempo. Obras de artistas sergipanos compõem o cenário que conta ainda com a riqueza dos lustres imponentes que enfeitam os salões que eram utilizados para festas e reuniões importantes, além de detalhes peculiares como o teto do palácio, que traz pinturas que remetem à agricultura e indústria.

O visitante tem ainda a oportunidade de conhecer os quartos, sala de jantar, além do gabinete que os governadores despachavam. O espaço também abrigava a Casa Civil e o gabinete do exército. “Buscamos restaurar e manter tudo do jeito que a missão italiana deixou. Conseguimos recuperar cerca de 80% do original. Isso faz com que os sergipanos e turistas que nos visitam, sintam-se à época e dessa forma saibam da importância desse lugar para Sergipe”, disse Izaura, ressaltando que o museu ainda conta com biblioteca e espaço para palestras.

Para a coordenadora, a existência de espaços como o palácio museu, contribui de maneira significativa para que o sentimento de sergipanidade cresça ainda mais. “Temos o feriado de emancipação política e muitas pessoas ainda não sabem o motivo. O trabalho que o palácio faz mantém essa história sempre viva e reafirma a importância da história de Sergipe, tanto para os nativos, como para os turistas. A sergipanidade deve ser bem mais comemorada do que já é. Tem que ser um dia onde o estado inteiro se volte pra esse momento tão importante”, explica.

Museu da Gente Sergipana

Interatividade é a proposta do Museu da Gente Sergipana, espaço criado há três anos e meio pelo governo do Estado. O espaço valoriza o patrimônio artístico material e imaterial de Sergipe, já recebeu prêmios e é conhecido nacionalmente por apresentar uma linguagem que une passado, presente e futuro.

Manifestações culturais, comidas típicas, objetos que simbolizam uma gente, vocabulários, entre outras singularidades estão representados nas exposições permanentes e temporárias que o museu oferece em suas instalações. O uso do aparato tecnológico torna a experiência ainda mais interessante.

Os espaços são dosados e mantém a interatividade proposta pelo Museu da Gente. Além da sala dos espelhos, é possível conhecer a literatura de cordel e repentes, a exposição Nossas Festas, que com a brincadeira de amarelinha os visitantes conseguem conhecer as principais festas de Sergipe e a sessão Nossos Pratos, que através de uma mesa interativa possibilita a elaboração de pratos típicos.

O espaço também expõe outras curiosidades do estado como os principais rios e praças, além de mostras fotográficas, de cinema e lançamentos de obras musicais e literárias.

Segundo o diretor superintendente do Instituto Banese, órgão que administra o museu, Ézio Deda, há uma relação de identidade que as pessoas enxergam a partir do que elas têm em casa. “Várias vezes eu já vi crianças em algumas instalações, especificamente, na sala dos espelhos, vendo uma sela de um cavalo e dizendo que tem na casa dos avós”, conta.

Sobre o público visitante, Ézio comenta que além de alunos das escolas particulares e públicas, costumam frequentar também pessoas da comunidade e turistas de várias partes do país. “A relação de orgulho das pessoas que são daqui, fazem com que elas usem esse espaço como um cartão de visita para apresentar Sergipe pra quem vem de fora. Recebemos mais de 300 mil visitas em três anos e meio”, disse.

As exposições temporárias fazem com que o ambiente fique dinâmico e os temas são escolhidos através de um conselho da diretoria, que se mostra atento aos apelos expositivos das pessoas que visitam o local, a exemplo da exposição sobre a cantora Clemilda e do prático Zé Peixe, figuras emblemáticas da história de Sergipe.

De acordo com Ézio Deda, o museu está sempre em transformação para que continue convidando sergipanos e turistas a explorar a cultura local. “Esse museu foi construído com a intenção de descontrair o sergipano e fazê-lo sentir os aspectos da sergipanidade existentes dentro de cada um. A questão do sensorial e interatividade que o museu oferece, faz com que essas informações sejam assimiladas de forma cognitiva por quem nos visita”, comenta.

Ainda sobre o futuro, Ézio conta que o museu está buscando levar algumas exposições para fora do Estado, como a mostra de Clemilda que foi exposta em Maceió e o caminho inverso também está sendo cogitado.

A Sergipanidade que o Museu busca manter com suas exposições também é destacada pelo diretor. “O turista quando vem nos visitar, quer entender mais sobre nossa cultura. Em um mundo globalizado, onde ocorre uma pasteurização cultural, a importância da nossa identidade é fundamental. Esse museu tem a função de sedimentar as raízes, fortalecer e de ser uma antena pro mundo”, finaliza.

Turistas da Bahia, o casal Nivaldo e Simone confirma a declaração do diretor do Espaço. Para eles, o Museu da Gente Sergipana “possibilita que os visitantes de outros estados conheçam de maneira inovadora a cultura local”.

 

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Museus sergipanos preservam história e atraem turistas
Museu da Gente Sergipana atraiu mais de 300 mil visitantes
Quinta-Feira, 09 de Julho de 2015 às 14:40:00

A sexta matéria em homenagem à Emancipação política de Sergipe destaca os museus como espaços de preservação da memória.

Silvânio Júnior, estagiário da ASN


Conhecer os aspectos da história, relembrar momentos de extrema importância para construção da identidade de um povo, viajar pelos quatro cantos do estado através de exposições sensoriais e interativas. Tudo isso pode ser vivenciado por quem visita os espaços destinados à preservação da memória histórica e cultural de Sergipe Palácio Museu Olímpio Campos e Museu da Gente Sergipana.  

Os museus localizados na capital buscam aproximar sergipanos e turistas da valorização do que é regional. É uma oportunidade que as pessoas têm de se inteirar daquilo que faz parte da cultura local, principalmente em um momento importante para Sergipe, onde é comemorada no dia 08 de Julho, a emancipação política.

Palácio Museu Olimpio Campos

A história política de Sergipe sendo contada por meio da residência dos chefes de estado, transformada em museu e que recebe várias pessoas por dia. Assim é o Palácio Museu Olímpio Campos, que possui na sua estrutura arquitetônica uma trajetória de 151 anos.

Foi em meados do século XIX que o casarão foi idealizado para que pudesse abrigar a sede do governo da província na capital sergipana, que já era Aracaju. O espaço servia também como residência oficial do governador.

Com influência neoclássica e imponente, o palácio foi construído com materiais nobres e possuía um estilo eclético, possibilitando que cada governante deixasse a residência oficial do jeito que preferisse.

Segundo relatos históricos, somente em 1954 no governo de Arnaldo Garcez, o palácio recebeu o nome do jornalista, professor e sacerdote Monsenhor Olympio de Souza Campos, pelo seu destaque político como deputado federal, presidente do estado e senador. O palácio passou por uma profunda reforma no ano do centenário da emancipação política de Sergipe, resultado da visita da missão italiana no estado.

A iniciativa de transformar o espaço em museu surgiu durante a gestão do ex-governador Marcelo Déda, que vislumbrou na recuperação do palácio, uma possibilidade de ser uma casa aberta ao público, tamanha é a importância daquele prédio governamental para a história de Sergipe.

De acordo com a coordenadora de acervo museológico do palácio, Izaura Ramos, a recuperação do espaço procurou manter as mesmas características da grande reforma ocorrida na época do centenário. “O palácio passou por uma restauração profunda na estrutura arquitetônica e artística. E a recuperação em 2007 deu ao prédio a estrutura que existia em 1917, 1918. Isso remota ao visitante a vivência com alguns políticos de Sergipe que foram próximos ao povo como Leandro Maciel, Luiz Garcia, Marcelo Déda, Lourival Batista”, conta.

No hall do museu, os visitantes podem contemplar as obras do pintor e escritor Jordão de Oliveira, que retratam as primeiras atividades econômicas do estado, a cana e o gado. E em outra tela, o coco e o sal, mas voltada para o desenvolvimento no período republicano.

As salas seguintes mostram de que maneira se dá o processo político, a exemplo da sala da província, com Sergipe ainda na época provincial, e todos os presidentes de província, como eram chamados os governantes da época, retratados em fotografias.

Em outras salas são rendidas homenagens a algumas figuras importantes para a evolução política e histórica de Sergipe, como o Barão de Maruim, que junto com Inácio Barbosa decidiu criar Aracaju, além de Dom Pedro I, por ter deixado Sergipe independente e Dom Pedro II que autorizou a construção do palácio, após a transferência da capital.

A história das duas figuras importantes para a política sergipana, Fausto Cardoso e Olimpio Campos e seu embate ideológico que resultou na morte de ambos, também está representada, por marcar a história do palácio. “Esse momento é muito importante, pois Fausto Cardoso, com suas ideias liberais, chama o povo para tomar o palácio e, depois de confronto com o exército, acaba sendo assassinado na praça que hoje leva o seu nome. Percebendo isso como um jogo político, a família de Fausto vai para o Rio de Janeiro e Olimpio acaba sendo morto também.”, comenta Izaura.

No pavimento superior, espaço utilizado como residência oficial dos governantes, o requinte fica por conta da mobília, toda de época, que leva o visitante a uma viagem no tempo. Obras de artistas sergipanos compõem o cenário que conta ainda com a riqueza dos lustres imponentes que enfeitam os salões que eram utilizados para festas e reuniões importantes, além de detalhes peculiares como o teto do palácio, que traz pinturas que remetem à agricultura e indústria.

O visitante tem ainda a oportunidade de conhecer os quartos, sala de jantar, além do gabinete que os governadores despachavam. O espaço também abrigava a Casa Civil e o gabinete do exército. “Buscamos restaurar e manter tudo do jeito que a missão italiana deixou. Conseguimos recuperar cerca de 80% do original. Isso faz com que os sergipanos e turistas que nos visitam, sintam-se à época e dessa forma saibam da importância desse lugar para Sergipe”, disse Izaura, ressaltando que o museu ainda conta com biblioteca e espaço para palestras.

Para a coordenadora, a existência de espaços como o palácio museu, contribui de maneira significativa para que o sentimento de sergipanidade cresça ainda mais. “Temos o feriado de emancipação política e muitas pessoas ainda não sabem o motivo. O trabalho que o palácio faz mantém essa história sempre viva e reafirma a importância da história de Sergipe, tanto para os nativos, como para os turistas. A sergipanidade deve ser bem mais comemorada do que já é. Tem que ser um dia onde o estado inteiro se volte pra esse momento tão importante”, explica.

Museu da Gente Sergipana

Interatividade é a proposta do Museu da Gente Sergipana, espaço criado há três anos e meio pelo governo do Estado. O espaço valoriza o patrimônio artístico material e imaterial de Sergipe, já recebeu prêmios e é conhecido nacionalmente por apresentar uma linguagem que une passado, presente e futuro.

Manifestações culturais, comidas típicas, objetos que simbolizam uma gente, vocabulários, entre outras singularidades estão representados nas exposições permanentes e temporárias que o museu oferece em suas instalações. O uso do aparato tecnológico torna a experiência ainda mais interessante.

Os espaços são dosados e mantém a interatividade proposta pelo Museu da Gente. Além da sala dos espelhos, é possível conhecer a literatura de cordel e repentes, a exposição Nossas Festas, que com a brincadeira de amarelinha os visitantes conseguem conhecer as principais festas de Sergipe e a sessão Nossos Pratos, que através de uma mesa interativa possibilita a elaboração de pratos típicos.

O espaço também expõe outras curiosidades do estado como os principais rios e praças, além de mostras fotográficas, de cinema e lançamentos de obras musicais e literárias.

Segundo o diretor superintendente do Instituto Banese, órgão que administra o museu, Ézio Deda, há uma relação de identidade que as pessoas enxergam a partir do que elas têm em casa. “Várias vezes eu já vi crianças em algumas instalações, especificamente, na sala dos espelhos, vendo uma sela de um cavalo e dizendo que tem na casa dos avós”, conta.

Sobre o público visitante, Ézio comenta que além de alunos das escolas particulares e públicas, costumam frequentar também pessoas da comunidade e turistas de várias partes do país. “A relação de orgulho das pessoas que são daqui, fazem com que elas usem esse espaço como um cartão de visita para apresentar Sergipe pra quem vem de fora. Recebemos mais de 300 mil visitas em três anos e meio”, disse.

As exposições temporárias fazem com que o ambiente fique dinâmico e os temas são escolhidos através de um conselho da diretoria, que se mostra atento aos apelos expositivos das pessoas que visitam o local, a exemplo da exposição sobre a cantora Clemilda e do prático Zé Peixe, figuras emblemáticas da história de Sergipe.

De acordo com Ézio Deda, o museu está sempre em transformação para que continue convidando sergipanos e turistas a explorar a cultura local. “Esse museu foi construído com a intenção de descontrair o sergipano e fazê-lo sentir os aspectos da sergipanidade existentes dentro de cada um. A questão do sensorial e interatividade que o museu oferece, faz com que essas informações sejam assimiladas de forma cognitiva por quem nos visita”, comenta.

Ainda sobre o futuro, Ézio conta que o museu está buscando levar algumas exposições para fora do Estado, como a mostra de Clemilda que foi exposta em Maceió e o caminho inverso também está sendo cogitado.

A Sergipanidade que o Museu busca manter com suas exposições também é destacada pelo diretor. “O turista quando vem nos visitar, quer entender mais sobre nossa cultura. Em um mundo globalizado, onde ocorre uma pasteurização cultural, a importância da nossa identidade é fundamental. Esse museu tem a função de sedimentar as raízes, fortalecer e de ser uma antena pro mundo”, finaliza.

Turistas da Bahia, o casal Nivaldo e Simone confirma a declaração do diretor do Espaço. Para eles, o Museu da Gente Sergipana “possibilita que os visitantes de outros estados conheçam de maneira inovadora a cultura local”.