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Sexta-Feira, 10 de Abril de 2015 às 13:43:00
"Herdei a vocação para política de minha mãe”, diz Jackson durante ato do centenário de Neuzice Barreto
Em comemoração ao centenário de Neuzice, Jackson Barreto voltou a sua terra natal, Santa Rosa de Lima, nesta sexta-feira, 10, e prestou homenagens através da inauguração de obras e de busto da professora na praça da cidade

Professora, matriarca da família Barreto e militante política. Essas eram as diversas facetas de Neuzice Barreto Lima, mãe do governador Jackson Barreto, que se estivesse viva teria completado 100 anos no último dia 4 de abril. Apesar de plural, ela se fez singular através de uma trajetória de 73 anos, na qual colocava a família sempre em primeiro lugar.

Em comemoração ao centenário de Neuzice, Jackson Barreto voltou a sua terra natal, Santa Rosa de Lima, nesta sexta-feira, 10, e prestou homenagens através da inauguração da urbanização de praça que recebeu o busto da professora. A noite de celebração continuou com a visita ao túmulo da matriarca, com elevação de coroa de flores, e seguiu com uma missa na igreja em que Neuzice frequentou e se casou com Etelvino Alves de Lima. Ainda como parte das homenagens, no sábado, 11, será inaugurado em Nossa Senhora do Socorro o complexo Habitacional Neuzice Barreto Lima.

Emocionado em voltar à cidade em que nasceu, Jackson destacou as melhores lembranças que guarda da mãe. “Ela foi a estrela guia de toda a família. Não posso esquecer nunca a mãe que tive e é por isso que estou aqui. É um momento de alegria e ao mesmo tempo de emoção. Eu volto a Santa Rosa para comemorar aniversário dela com meus queridos familiares, e para dizer muito obrigado, minha mãe. Não estou aqui por vaidade de ser governador, e sim para te dizer que foi graças a sua luz, orientação, força, experiência, luta e iniciativa, que a gente pode ocupar esse espaço. Quero dizer a ela em seu centenário: 'você nunca morreu. Você está e continuará viva no coração, pensamento, na cabeça, consciência, fé e esperança de todos'”, ressaltou.

Para homenagear o centenário de Neuzice, os Correios lançou um selo comemorativo. De acordo com o representante da direção regional da empresa, Geraldo Feitosa, o tributo a mãe do governador também está relacionado à história de Jackson, que não só trabalhou como carteiro, como defendeu os interesses da Instituição e dos servidores. A respeito do selo, o representante destacou que ele terá circulação nacional.

O governador agradeceu a homenagem dos Correios e destacou que sua mãe agora vai ser conhecida por todo o país. “Neuzice vai circular pelo Brasil. Minha mãe, além de ser de Santa Rosa de Lima e de Sergipe, agora é do Brasil”, evidenciou.

A educadora

Uma mulher presente e que se preocupava com a educação não só dos filhos, como dos sobrinhos e netos. Essa é uma das maiores lembranças da família de Dona Neuzice. De acordo com Eliene Barreto, irmã de Jackson, apesar de sua mãe não ter tido uma formação elevada, pois estudou apenas até o primário, ela era muito inteligente. “Minha mãe tinha uma visão de mundo muito grande. Ela lia bastante e sabia debater sobre tudo com Jackson”, relatou.

Outra lembrança de Eliene é das diversas vezes em que Neuzice acomodava em sua casa os sobrinhos que não tinham condições de estudar na capital. “Foram muitos primos meus que passaram pela nossa casa. Ela participava do engrandecimento da vida deles”, destacou.

Dos tempos de professora de sua mãe, Eliene recorda da dedicação com a qual Neuzice trabalhava. “Eram pilhas e mais pilhas de cadernos que ela levava para casa”. Tomando a mãe como exemplo, não só Eliene como mais dois filhos seguiram o caminho do magistério e também se tornaram docentes.

Outra pessoa que também virou educador e fez parte da história de Neuzice foi Francisco Andrade, ou como é conhecido por todos, o professor de química Chico. Apesar de ter, na época, cerca de 7 anos, o docente lembra de características marcantes da ex-professora do primário.

“Dona Neuzice era muito querida por todo mundo. Tive aula com ela no grupo José Augusto Ferraz, situado no bairro Industrial. Ela tinha o costume de passar a mão na cabeça da gente e tratava como filhos os alunos que estudavam bem. Lembro que dona Neuzice era extremamente doce e o que impressiona era a paciência que possuía. Ela sempre tinha um sorriso e uma palavra amável. Guardo uma grande recordação dela”, rememorou.

Dos momentos que passou com a professora de primário, Chico ainda destaca a última vez em que a viu. “Quando Dona Neuzice estava doente, fui visitá-la no hospital. Tive essa oportunidade depois de muito tempo e ela me reconheceu. Falou meu nome e ficou com os olhos brilhando”, recordou.

Durante a missa, celebrada pelo arcebispo Dom Palmeira Lessa, a professora Marilene Oliveira contou que conheceu Neuzice em Aracaju, em uma das escolas onde trabalhou. Com a memória afiada, ela lembra não só de histórias vividas com a amiga, como do primeiro dia que a conheceu. “Foi em 1º de agosto de 1957, quando fui transferida do município de Capela. Ao chegar, fui recebida por ela. A partir daí passei a conhecê-la mais e começamos uma grande amizade. Ela falava da família e das dificuldades que enfrentava para criar os filhos. Voltávamos do trabalho juntas todos os dias”, comentou, acrescentando que Neuzice era muito dedicada, presente e que sempre se esforçava para atender as necessidades dos filhos.

A matriarca

A mãe de 16 filhos saiu de Santa Rosa de Lima para Aracaju com o objetivo de oferecer oportunidades melhores para os filhos, segundo conta Jackson Barreto. “Quando minha mãe lutava para sair do interior para Aracaju, era para poder dar uma chance aos filhos e a família, pois em Santa Rosa não havia muita expectativa, existiam só canaviais. Ela tinha a visão de que para educar a família e todos tivessem independência, formação e consciência política, era necessário estar em um centro maior. Em Aracaju, morávamos em uma casa com um quarto só e dava para 11 pessoas A gente era feliz e não sabia”, relatou.

De acordo com Jackson, a mãe tinha o costume de levar pessoas de Santa Rosa para sua casa, na capital. O governador ainda lembra que a mãe fazia de sua casa hospedaria e mantinha o coração sempre aberto.

“A casa de minha avó só vivia cheia de gente, e todo mundo era recebido de braços abertos. Ela tinha o coração generoso demais e dava muita atenção aos netos”. Essa é uma das lembranças de Manoel Cândido dos Santos Pereira Neto. Ele conta que um dos momentos que mais recorda da avó é no Natal, quando todos se reuniam para manter a tradição da matriarca.

Essa união da família também foi destacada pela filha de Neuzice, Eliene. Ela conta que a matriarca nunca deixou que um filho ficasse brigado com o outro. “Minha mãe era muito presente. Era o meu esteio maior. Depois que ela faleceu, Jackson passou um bom tempo reunindo todo mundo na casa dele durante o Natal. Essa era uma coisa que ela fazia muito”, relatou.

Sobrinho de Neuzice, Ubirajara Barreto, também ressalta as qualidades da matriarca da família. “Dindinha, como a gente chamava, foi uma líder. Sempre que era preciso, ajudava. Escuto histórias que era uma pessoa franca e dura, quando necessário, mas com coração enorme. Era equilibrada em suas atitudes. Sempre visitava a família e aconselhava quem estava ao seu redor. E era, acima de tudo, uma mulher correta”, destacou.

Militância política

A política estava na vida de Neuzice desde muito cedo. De acordo com relatos de Jackson Barreto, sua mãe participou de passeatas, campanhas das Diretas e percorreu parte do Brasil durante campanha de Tancredo Neves. Ela atuou também nas movimentações eleitorais do PSD ligadas à família do senador Leite Neto.

“Ela era vocacionada nessa área política. Eu me recordo que minha mãe me acordava às 6h para que eu ouvisse a rádio Mayrink Veiga durante a campanha eleitoral do Jânio e do Marechal Lott em 1960. Ela tinha um interesse político muito grande, e herdei minha vocação para política dela”, complementa Jackson.

Eliene também se recorda de como a política se fazia presente na vida dela e dos irmãos, e conta que a mãe costumava levar todos os filhos para comícios. “Ela era política ferrenha. Ficava em cima dos palanques e todo mundo a conhecia. Ela também abrigava eleitores de Jackson. Lavava a roupa do povo doente que ia para lá. Ia muita gente do interior e de todo o canto. São coisas que marcaram a gente para a vida toda”, comentou.

Por fim, a filha de Neuzice lembra como era a relação da mãe e de Jackson na esfera política. “Poderia todo mundo estar almoçando, mas se Jackson não estivesse presente, ela sempre o esperava para conversar. Politicamente falando, eles eram muito próximos. Jackson herdou tudo de minha mãe, e acho que ele deu continuidade ao que ela fazia. Ele a tinha como referência, e minha mãe se orgulhava muito da vida política do filho”, ressaltou.

O interesse em comum pela política entre Jackson e Neuzice também era observado pela amiga dela, Marilene. Ela conta que, quando Jackson ingressou na vida pública, Neuzice era companheira inseparável dele. A professora ainda destaca um dos momentos em que a matriarca da família Barreto expôs um grande desejo. “Lembro-me como se fosse hoje que depois que Jackson foi prefeito de Aracaju, Neuzice profetizou que um dia ele ainda seria governador do estado de Sergipe. E agora tenho certeza que, onde ela estiver, está muito feliz”, finaliza.

Homenagem

Em janeiro, a trajetória de Dona Neuzice Barreto Lima foi lembrada pelos alunos do Instituto Luciano Barreto Júnior, que homenagearam a professora nominando com seu nome a turma de concludentes de 2014.

Na noite da homenagem, o empresário Luciano Franco Barreto afirmou que aquela era uma noite especial para o Instituto, pois homenageava uma docente que representava os dois pilares básicos do Instituto Luciano Barreto Júnior, educação e superação. “Através destes dois pilares é que se constrói uma família e a sociedade. Foi isso que Neuzice Barreto fez e por isso está sendo homenageada”, disse o empresário.

Centenário

Nascida em 4 de abril de 1915, em Siriri/SE, Neuzice Barreto Lima formou-se em magistério primário e tornou-se professora da rede pública municipal de Divina Pastora/SE, em 1930. Em 1950, foi lotada na rede estadual de ensino no Grupo Escolar Dr. Manoel Luiz, localizado na Praça da Bandeira, em Aracaju, onde exerceu o cargo de diretora e aposentou-se.

Casada com Etelvino Alves de Lima e mãe de 16 filhos, a professora Neuzice iniciou a militância política no velho Partido Social Democrático (PSD), militando também no MDB, depois PMDB. Ela formou várias gerações e, segundo seus familiares, deixou a lição que, para vencer na vida é preciso acreditar e perseverar.

Presenças

Compareceram a solenidade o vice-governador Belivaldo Chagas, secretários de Estado, o ex-governador Albano Franco; os deputados federais Valadares Filho, Fábio Reis; o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luciano Bispo; os deputados estaduais Jairo de Glória, Garibalde Mendonça; prefeitos, o empresário Luciano Barreto, o desembargador Rui Pinheiro, representando o presidente do Tribunal de Justiça, Luis Mendonça, lideranças locais, correligionários e a população em geral.

 

 

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Em comemoração ao centenário de Neuzice, Jackson Barreto voltou a sua terra natal, Santa Rosa de Lima, nesta sexta-feira, 10, e prestou homenagens através da inauguração de obras e de busto da professora na praça da cidade
Sexta-Feira, 10 de Abril de 2015 às 13:43:00

Professora, matriarca da família Barreto e militante política. Essas eram as diversas facetas de Neuzice Barreto Lima, mãe do governador Jackson Barreto, que se estivesse viva teria completado 100 anos no último dia 4 de abril. Apesar de plural, ela se fez singular através de uma trajetória de 73 anos, na qual colocava a família sempre em primeiro lugar.

Em comemoração ao centenário de Neuzice, Jackson Barreto voltou a sua terra natal, Santa Rosa de Lima, nesta sexta-feira, 10, e prestou homenagens através da inauguração da urbanização de praça que recebeu o busto da professora. A noite de celebração continuou com a visita ao túmulo da matriarca, com elevação de coroa de flores, e seguiu com uma missa na igreja em que Neuzice frequentou e se casou com Etelvino Alves de Lima. Ainda como parte das homenagens, no sábado, 11, será inaugurado em Nossa Senhora do Socorro o complexo Habitacional Neuzice Barreto Lima.

Emocionado em voltar à cidade em que nasceu, Jackson destacou as melhores lembranças que guarda da mãe. “Ela foi a estrela guia de toda a família. Não posso esquecer nunca a mãe que tive e é por isso que estou aqui. É um momento de alegria e ao mesmo tempo de emoção. Eu volto a Santa Rosa para comemorar aniversário dela com meus queridos familiares, e para dizer muito obrigado, minha mãe. Não estou aqui por vaidade de ser governador, e sim para te dizer que foi graças a sua luz, orientação, força, experiência, luta e iniciativa, que a gente pode ocupar esse espaço. Quero dizer a ela em seu centenário: 'você nunca morreu. Você está e continuará viva no coração, pensamento, na cabeça, consciência, fé e esperança de todos'”, ressaltou.

Para homenagear o centenário de Neuzice, os Correios lançou um selo comemorativo. De acordo com o representante da direção regional da empresa, Geraldo Feitosa, o tributo a mãe do governador também está relacionado à história de Jackson, que não só trabalhou como carteiro, como defendeu os interesses da Instituição e dos servidores. A respeito do selo, o representante destacou que ele terá circulação nacional.

O governador agradeceu a homenagem dos Correios e destacou que sua mãe agora vai ser conhecida por todo o país. “Neuzice vai circular pelo Brasil. Minha mãe, além de ser de Santa Rosa de Lima e de Sergipe, agora é do Brasil”, evidenciou.

A educadora

Uma mulher presente e que se preocupava com a educação não só dos filhos, como dos sobrinhos e netos. Essa é uma das maiores lembranças da família de Dona Neuzice. De acordo com Eliene Barreto, irmã de Jackson, apesar de sua mãe não ter tido uma formação elevada, pois estudou apenas até o primário, ela era muito inteligente. “Minha mãe tinha uma visão de mundo muito grande. Ela lia bastante e sabia debater sobre tudo com Jackson”, relatou.

Outra lembrança de Eliene é das diversas vezes em que Neuzice acomodava em sua casa os sobrinhos que não tinham condições de estudar na capital. “Foram muitos primos meus que passaram pela nossa casa. Ela participava do engrandecimento da vida deles”, destacou.

Dos tempos de professora de sua mãe, Eliene recorda da dedicação com a qual Neuzice trabalhava. “Eram pilhas e mais pilhas de cadernos que ela levava para casa”. Tomando a mãe como exemplo, não só Eliene como mais dois filhos seguiram o caminho do magistério e também se tornaram docentes.

Outra pessoa que também virou educador e fez parte da história de Neuzice foi Francisco Andrade, ou como é conhecido por todos, o professor de química Chico. Apesar de ter, na época, cerca de 7 anos, o docente lembra de características marcantes da ex-professora do primário.

“Dona Neuzice era muito querida por todo mundo. Tive aula com ela no grupo José Augusto Ferraz, situado no bairro Industrial. Ela tinha o costume de passar a mão na cabeça da gente e tratava como filhos os alunos que estudavam bem. Lembro que dona Neuzice era extremamente doce e o que impressiona era a paciência que possuía. Ela sempre tinha um sorriso e uma palavra amável. Guardo uma grande recordação dela”, rememorou.

Dos momentos que passou com a professora de primário, Chico ainda destaca a última vez em que a viu. “Quando Dona Neuzice estava doente, fui visitá-la no hospital. Tive essa oportunidade depois de muito tempo e ela me reconheceu. Falou meu nome e ficou com os olhos brilhando”, recordou.

Durante a missa, celebrada pelo arcebispo Dom Palmeira Lessa, a professora Marilene Oliveira contou que conheceu Neuzice em Aracaju, em uma das escolas onde trabalhou. Com a memória afiada, ela lembra não só de histórias vividas com a amiga, como do primeiro dia que a conheceu. “Foi em 1º de agosto de 1957, quando fui transferida do município de Capela. Ao chegar, fui recebida por ela. A partir daí passei a conhecê-la mais e começamos uma grande amizade. Ela falava da família e das dificuldades que enfrentava para criar os filhos. Voltávamos do trabalho juntas todos os dias”, comentou, acrescentando que Neuzice era muito dedicada, presente e que sempre se esforçava para atender as necessidades dos filhos.

A matriarca

A mãe de 16 filhos saiu de Santa Rosa de Lima para Aracaju com o objetivo de oferecer oportunidades melhores para os filhos, segundo conta Jackson Barreto. “Quando minha mãe lutava para sair do interior para Aracaju, era para poder dar uma chance aos filhos e a família, pois em Santa Rosa não havia muita expectativa, existiam só canaviais. Ela tinha a visão de que para educar a família e todos tivessem independência, formação e consciência política, era necessário estar em um centro maior. Em Aracaju, morávamos em uma casa com um quarto só e dava para 11 pessoas A gente era feliz e não sabia”, relatou.

De acordo com Jackson, a mãe tinha o costume de levar pessoas de Santa Rosa para sua casa, na capital. O governador ainda lembra que a mãe fazia de sua casa hospedaria e mantinha o coração sempre aberto.

“A casa de minha avó só vivia cheia de gente, e todo mundo era recebido de braços abertos. Ela tinha o coração generoso demais e dava muita atenção aos netos”. Essa é uma das lembranças de Manoel Cândido dos Santos Pereira Neto. Ele conta que um dos momentos que mais recorda da avó é no Natal, quando todos se reuniam para manter a tradição da matriarca.

Essa união da família também foi destacada pela filha de Neuzice, Eliene. Ela conta que a matriarca nunca deixou que um filho ficasse brigado com o outro. “Minha mãe era muito presente. Era o meu esteio maior. Depois que ela faleceu, Jackson passou um bom tempo reunindo todo mundo na casa dele durante o Natal. Essa era uma coisa que ela fazia muito”, relatou.

Sobrinho de Neuzice, Ubirajara Barreto, também ressalta as qualidades da matriarca da família. “Dindinha, como a gente chamava, foi uma líder. Sempre que era preciso, ajudava. Escuto histórias que era uma pessoa franca e dura, quando necessário, mas com coração enorme. Era equilibrada em suas atitudes. Sempre visitava a família e aconselhava quem estava ao seu redor. E era, acima de tudo, uma mulher correta”, destacou.

Militância política

A política estava na vida de Neuzice desde muito cedo. De acordo com relatos de Jackson Barreto, sua mãe participou de passeatas, campanhas das Diretas e percorreu parte do Brasil durante campanha de Tancredo Neves. Ela atuou também nas movimentações eleitorais do PSD ligadas à família do senador Leite Neto.

“Ela era vocacionada nessa área política. Eu me recordo que minha mãe me acordava às 6h para que eu ouvisse a rádio Mayrink Veiga durante a campanha eleitoral do Jânio e do Marechal Lott em 1960. Ela tinha um interesse político muito grande, e herdei minha vocação para política dela”, complementa Jackson.

Eliene também se recorda de como a política se fazia presente na vida dela e dos irmãos, e conta que a mãe costumava levar todos os filhos para comícios. “Ela era política ferrenha. Ficava em cima dos palanques e todo mundo a conhecia. Ela também abrigava eleitores de Jackson. Lavava a roupa do povo doente que ia para lá. Ia muita gente do interior e de todo o canto. São coisas que marcaram a gente para a vida toda”, comentou.

Por fim, a filha de Neuzice lembra como era a relação da mãe e de Jackson na esfera política. “Poderia todo mundo estar almoçando, mas se Jackson não estivesse presente, ela sempre o esperava para conversar. Politicamente falando, eles eram muito próximos. Jackson herdou tudo de minha mãe, e acho que ele deu continuidade ao que ela fazia. Ele a tinha como referência, e minha mãe se orgulhava muito da vida política do filho”, ressaltou.

O interesse em comum pela política entre Jackson e Neuzice também era observado pela amiga dela, Marilene. Ela conta que, quando Jackson ingressou na vida pública, Neuzice era companheira inseparável dele. A professora ainda destaca um dos momentos em que a matriarca da família Barreto expôs um grande desejo. “Lembro-me como se fosse hoje que depois que Jackson foi prefeito de Aracaju, Neuzice profetizou que um dia ele ainda seria governador do estado de Sergipe. E agora tenho certeza que, onde ela estiver, está muito feliz”, finaliza.

Homenagem

Em janeiro, a trajetória de Dona Neuzice Barreto Lima foi lembrada pelos alunos do Instituto Luciano Barreto Júnior, que homenagearam a professora nominando com seu nome a turma de concludentes de 2014.

Na noite da homenagem, o empresário Luciano Franco Barreto afirmou que aquela era uma noite especial para o Instituto, pois homenageava uma docente que representava os dois pilares básicos do Instituto Luciano Barreto Júnior, educação e superação. “Através destes dois pilares é que se constrói uma família e a sociedade. Foi isso que Neuzice Barreto fez e por isso está sendo homenageada”, disse o empresário.

Centenário

Nascida em 4 de abril de 1915, em Siriri/SE, Neuzice Barreto Lima formou-se em magistério primário e tornou-se professora da rede pública municipal de Divina Pastora/SE, em 1930. Em 1950, foi lotada na rede estadual de ensino no Grupo Escolar Dr. Manoel Luiz, localizado na Praça da Bandeira, em Aracaju, onde exerceu o cargo de diretora e aposentou-se.

Casada com Etelvino Alves de Lima e mãe de 16 filhos, a professora Neuzice iniciou a militância política no velho Partido Social Democrático (PSD), militando também no MDB, depois PMDB. Ela formou várias gerações e, segundo seus familiares, deixou a lição que, para vencer na vida é preciso acreditar e perseverar.

Presenças

Compareceram a solenidade o vice-governador Belivaldo Chagas, secretários de Estado, o ex-governador Albano Franco; os deputados federais Valadares Filho, Fábio Reis; o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luciano Bispo; os deputados estaduais Jairo de Glória, Garibalde Mendonça; prefeitos, o empresário Luciano Barreto, o desembargador Rui Pinheiro, representando o presidente do Tribunal de Justiça, Luis Mendonça, lideranças locais, correligionários e a população em geral.