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Terça-Feira, 19 de Março de 2024 às 14:15:00
Estudantes sergipanos apresentam soluções sustentáveis e sociais na Febrace 2024
Professora do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, Lark Soany está entre os dez professores de todo o país que fomentam a iniciação científica

Dos 218 projetos finalistas apresentados na 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace 2024, aberta nesta terça-feira, 19, na Universidade de São Paulo, quatro são sergipanos e levaram para todo o país experimentos alinhados à sustentabilidade e à responsabilidade propostos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Dos quatro, três são do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, de Canindé de São Francisco, no alto sertão, e um do Colégio Estadual Anfilófio Fernandes, de Umbaúba, no sul do estado.

O projeto 'Sergipe Acendra: purificação de águas de barreiros à base de biopolímero extraído do quiabo', que tem como orientadora a professora de Química Lark Soany e  coorientadora a professora de Geografia Marisa Gomes Nobre, ambas do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, de  Canindé de São Francisco, levou para a Febrace o desenvolvimento de um método para a purificação de água de barreiro sem uso de coagulantes químicos, utilizando mucilagem de quiabo, que resulta em água potável por meio de um processo de baixo custo.

Participam do projeto 'Sergipe Acendra' os alunos Lucas Adib Nascimento Magalhães, Arthur Jorge Bezerra Sandes e Anne Gabriela de Freitas Almeida. A professora orientadora Lark Soany explica que a justificativa para o desenvolvimento da técnica foi observar que 52% da população do alto sertão sergipano é considerada rural, em territórios com escassez de água potável, devido aos longos períodos de estiagem. O projeto foi enquadrado no eixo 'Engenharia' e se destacou na feira por alinhar estratégias aos ODS da ONU.

Também do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, de Canindé de São Francisco, o projeto 'Agrosapiens: cultivando o amanhã, um campo de possibilidades', sob a orientação do professor de Biologia Alex Alves Cordeiro, e coorientação de Lark Soany, participaram os alunos João Pedro da Silva, Francisco Patriota de Andrade Netto e Milton Mariano Monteiro. O projeto foi apresentado no eixo 'Agrárias' e levou tecnologia para o campo com projeto de irrigação gerenciado por tecnologia artificial, com o objetivo de levar conforto e praticidade para o homem do campo.

“Nós estamos num perímetro irrigado, e a utilização dessa tecnologia, além de contribuir para a preservação ambiental ao minimizar insumos e fertilizantes, reduz o trabalho braçal e otimiza a produção e qualidade de vida do trabalhador”, afirma o orientador Alex Alves Cordeiro.

O terceiro projeto do Colégio Estadual Dom Juvêncio, desta vez com a parceria do Centro de Excelência Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, representou Sergipe no eixo 'Saúde' com o 'Farma-sertão: um estudo sobre as plantas medicinais no Alto Sertão Sergipano'. Participaram os alunos Ana Clara Silva Almeida e Diógenes Felipe Rodrigues dos Santos. A pesquisa utilizou fitoterápicos de baixo custo e sem reação adversa com objetivo de diminuir inflamações de garganta, diarreia, feridas, queimaduras, dores de cabeça, por meio de ervas e plantas medicinais.

No eixo 'Engenharia', o Colégio Estadual Anfilófio Fernandes, de Umbaúba, participa da Febrace pela segunda vez. O projeto atual, intitulado 'Fibra de cocos nucifera: uma alternativa sustentável na produção em tijolo de solocimento', chamou a atenção da Comissão Julgadora por levar à Feira uma proposta sustentável de fabricação de tijolo à base de fibra de coco. A pesquisa foi realizada pelos estudantes Yan Kayk da Cruz Ferreira, Shaiana Lima Guimarães e Raquel de Souza Cruz, orientados pelo professor Makel Bruno Oliveira Santos e coorientado pelo ex-aluno do colégio, Alisson Souza da Cruz.

Alisson Souza lembra que o projeto 'Tecnologia alternativa e sustentável no combate à Mosca Negra dos Citrus’ estreou o Colégio Anfilófio na Febrace, e em várias outras feiras de ciências pelo país e na Argentina e Equador. Desta vez, como coorientador, ele pretende, juntamente com professor Makel Oliveira, constituir outros grupos de pesquisa em Umbaúba, a fim de que a escola fomente mais iniciação científica. 

Ele ainda explicou como acontecem as etapas da Febrace. “Nas primeiras etapas de avaliação virtual, os avaliadores puderam expressar para os alunos o que eles poderiam melhorar e, no intervalo de tempo para chegarmos até o momento presencial, trabalhamos, corrigimos, conseguimos fazer todas as etapas. Temos muito o que publicar. Também realizamos oficina com a comunidade tradicional de Sítios Novos, mostrando que é viável e possível”, detalha Alisson Souza.

Febrace 2024

A coordenadora da Febrace e pesquisadora em tecnologias aplicadas à educação da Escola Politécnica da USP, Roseli de Deus Lopes, destaca que todos os trabalhos finalistas foram selecionados entre mais de 2.900 inscrições de todo o país, até chegar aos 218 participantes. Ao todo, são mais de 498 estudantes presentes na Febrace que, segundo a coordenadora, têm a oportunidade de apresentar e discutir descobertas e inovações com cientistas de diversas áreas do conhecimento.

“A gente precisa ensinar nossos alunos a serem mais críticos, aprenderem a descobrir, identificar, desenvolver soluções bastante originais, soluções que, com um pouco mais de esforço, podem se transformar em produtos comerciais. Eles desenvolvem soluções de problemas reais das comunidades locais onde vivem e soluções que por vezes são de uso global”, explicou Roseli de Deus.

A Febrace prossegue até o dia 21 de março no Centro de Inovação da USP, em São Paulo. Paralelamente à mostra, os alunos, orientadores e coorientadores participam de oficinas e visitas guiadas. Na sexta-feira, 22, haverá a solenidade de entrega dos melhores projetos da feira, além da premiação do Educador Nota 10.

Educador Nota 10

Ainda na solenidade de encerramento, a plateia conhecerá o Educador Nota 10 2024. A pesquisadora sergipana e professora do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, de Canindé do São Francisco, Lark Soany, pelo segundo ano consecutivo está entre os dez professores pesquisadores do país que fomentam a iniciação científica e a pesquisa de base.

A coordenadora Roseli de Deus disse que mais professores pelo país devem se espelhar nesses dez finalistas no fomento de produções investigativas que modificam o dia a dia de comunidades por meio da pesquisa. O Educador Nota 10 será conhecido na sexta-feira, 22, na solenidade de encerramento da Febrace 2024.

“Para podermos ter finalistas, temos que ter inscritos e boas produções. Por meio dos pesquisadores pioneiros, estamos vendo um resultado significativo de produções de pesquisa. Professores, prestem atenção nas produções desses 10 finalistas. Sempre sento na plateia para ver como esses professores encontram caminhos para solucionar. A universidade tem muito o que aprender com a escola e a escola com a universidade”, convidou Roseli. 

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Estudantes sergipanos apresentam soluções sustentáveis e sociais na Febrace 2024
Professora do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, Lark Soany está entre os dez professores de todo o país que fomentam a iniciação científica
Terça-Feira, 19 de Março de 2024 às 14:15:00

Dos 218 projetos finalistas apresentados na 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace 2024, aberta nesta terça-feira, 19, na Universidade de São Paulo, quatro são sergipanos e levaram para todo o país experimentos alinhados à sustentabilidade e à responsabilidade propostos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Dos quatro, três são do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, de Canindé de São Francisco, no alto sertão, e um do Colégio Estadual Anfilófio Fernandes, de Umbaúba, no sul do estado.

O projeto 'Sergipe Acendra: purificação de águas de barreiros à base de biopolímero extraído do quiabo', que tem como orientadora a professora de Química Lark Soany e  coorientadora a professora de Geografia Marisa Gomes Nobre, ambas do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, de  Canindé de São Francisco, levou para a Febrace o desenvolvimento de um método para a purificação de água de barreiro sem uso de coagulantes químicos, utilizando mucilagem de quiabo, que resulta em água potável por meio de um processo de baixo custo.

Participam do projeto 'Sergipe Acendra' os alunos Lucas Adib Nascimento Magalhães, Arthur Jorge Bezerra Sandes e Anne Gabriela de Freitas Almeida. A professora orientadora Lark Soany explica que a justificativa para o desenvolvimento da técnica foi observar que 52% da população do alto sertão sergipano é considerada rural, em territórios com escassez de água potável, devido aos longos períodos de estiagem. O projeto foi enquadrado no eixo 'Engenharia' e se destacou na feira por alinhar estratégias aos ODS da ONU.

Também do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, de Canindé de São Francisco, o projeto 'Agrosapiens: cultivando o amanhã, um campo de possibilidades', sob a orientação do professor de Biologia Alex Alves Cordeiro, e coorientação de Lark Soany, participaram os alunos João Pedro da Silva, Francisco Patriota de Andrade Netto e Milton Mariano Monteiro. O projeto foi apresentado no eixo 'Agrárias' e levou tecnologia para o campo com projeto de irrigação gerenciado por tecnologia artificial, com o objetivo de levar conforto e praticidade para o homem do campo.

“Nós estamos num perímetro irrigado, e a utilização dessa tecnologia, além de contribuir para a preservação ambiental ao minimizar insumos e fertilizantes, reduz o trabalho braçal e otimiza a produção e qualidade de vida do trabalhador”, afirma o orientador Alex Alves Cordeiro.

O terceiro projeto do Colégio Estadual Dom Juvêncio, desta vez com a parceria do Centro de Excelência Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, representou Sergipe no eixo 'Saúde' com o 'Farma-sertão: um estudo sobre as plantas medicinais no Alto Sertão Sergipano'. Participaram os alunos Ana Clara Silva Almeida e Diógenes Felipe Rodrigues dos Santos. A pesquisa utilizou fitoterápicos de baixo custo e sem reação adversa com objetivo de diminuir inflamações de garganta, diarreia, feridas, queimaduras, dores de cabeça, por meio de ervas e plantas medicinais.

No eixo 'Engenharia', o Colégio Estadual Anfilófio Fernandes, de Umbaúba, participa da Febrace pela segunda vez. O projeto atual, intitulado 'Fibra de cocos nucifera: uma alternativa sustentável na produção em tijolo de solocimento', chamou a atenção da Comissão Julgadora por levar à Feira uma proposta sustentável de fabricação de tijolo à base de fibra de coco. A pesquisa foi realizada pelos estudantes Yan Kayk da Cruz Ferreira, Shaiana Lima Guimarães e Raquel de Souza Cruz, orientados pelo professor Makel Bruno Oliveira Santos e coorientado pelo ex-aluno do colégio, Alisson Souza da Cruz.

Alisson Souza lembra que o projeto 'Tecnologia alternativa e sustentável no combate à Mosca Negra dos Citrus’ estreou o Colégio Anfilófio na Febrace, e em várias outras feiras de ciências pelo país e na Argentina e Equador. Desta vez, como coorientador, ele pretende, juntamente com professor Makel Oliveira, constituir outros grupos de pesquisa em Umbaúba, a fim de que a escola fomente mais iniciação científica. 

Ele ainda explicou como acontecem as etapas da Febrace. “Nas primeiras etapas de avaliação virtual, os avaliadores puderam expressar para os alunos o que eles poderiam melhorar e, no intervalo de tempo para chegarmos até o momento presencial, trabalhamos, corrigimos, conseguimos fazer todas as etapas. Temos muito o que publicar. Também realizamos oficina com a comunidade tradicional de Sítios Novos, mostrando que é viável e possível”, detalha Alisson Souza.

Febrace 2024

A coordenadora da Febrace e pesquisadora em tecnologias aplicadas à educação da Escola Politécnica da USP, Roseli de Deus Lopes, destaca que todos os trabalhos finalistas foram selecionados entre mais de 2.900 inscrições de todo o país, até chegar aos 218 participantes. Ao todo, são mais de 498 estudantes presentes na Febrace que, segundo a coordenadora, têm a oportunidade de apresentar e discutir descobertas e inovações com cientistas de diversas áreas do conhecimento.

“A gente precisa ensinar nossos alunos a serem mais críticos, aprenderem a descobrir, identificar, desenvolver soluções bastante originais, soluções que, com um pouco mais de esforço, podem se transformar em produtos comerciais. Eles desenvolvem soluções de problemas reais das comunidades locais onde vivem e soluções que por vezes são de uso global”, explicou Roseli de Deus.

A Febrace prossegue até o dia 21 de março no Centro de Inovação da USP, em São Paulo. Paralelamente à mostra, os alunos, orientadores e coorientadores participam de oficinas e visitas guiadas. Na sexta-feira, 22, haverá a solenidade de entrega dos melhores projetos da feira, além da premiação do Educador Nota 10.

Educador Nota 10

Ainda na solenidade de encerramento, a plateia conhecerá o Educador Nota 10 2024. A pesquisadora sergipana e professora do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, de Canindé do São Francisco, Lark Soany, pelo segundo ano consecutivo está entre os dez professores pesquisadores do país que fomentam a iniciação científica e a pesquisa de base.

A coordenadora Roseli de Deus disse que mais professores pelo país devem se espelhar nesses dez finalistas no fomento de produções investigativas que modificam o dia a dia de comunidades por meio da pesquisa. O Educador Nota 10 será conhecido na sexta-feira, 22, na solenidade de encerramento da Febrace 2024.

“Para podermos ter finalistas, temos que ter inscritos e boas produções. Por meio dos pesquisadores pioneiros, estamos vendo um resultado significativo de produções de pesquisa. Professores, prestem atenção nas produções desses 10 finalistas. Sempre sento na plateia para ver como esses professores encontram caminhos para solucionar. A universidade tem muito o que aprender com a escola e a escola com a universidade”, convidou Roseli.