Aracaju está em clima de festa. Neste domingo, 17 de março, a capital de Sergipe celebra seus 169 anos de existência, e a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) não poderia deixar essa data passar despercebida. Até porque a Educação Pública se faz presente há 154 anos nesse espaço urbano, ofertando à sociedade diversos equipamentos educativos, culturais e esportivos que contribuem com a formação social e cidadã de inúmeras gerações de aracajuanos.
A história nos evidencia, por exemplo, que o Centro de Excelência Atheneu Sergipense foi o primeiro estabelecimento de Instrução Pública da Província de Sergipe. Criado no ano de 1833, localizado ainda na antiga capital, a cidade de São Cristóvão, o ‘Atheneu Sergipense’, chamado na época de ‘Liceu Sergipano’, vinha com o intuito de formar e educar os sergipanos, tornando-os homens e mulheres detentores de conhecimento e preparados para assim contribuírem no desenvolvimento do seu estado.
Após mudanças, desafios, transformações e obstáculos enfrentados, o Atheneu Sergipense firmou-se já na nova capital de Sergipe, Aracaju. Fundado no século XIX, em 4 de outubro de 1870, no governo de Francisco Cardoso Júnior, seu primeiro diretor foi Manoel Luiz Azevedo d’Araújo, que também era diretor da Instrução Pública da província.
Na época, Aracaju já se enquadrava como cidade, após o ato de elevação de categoria e transferência de capital proposta por Inácio Joaquim Barbosa, em 1855. No entanto, ao longo do tempo, a instituição também precisou se reconfigurar e utilizar novos espaços, em consonância com a dinâmica da cidade. Por cerca de oito décadas, o estabelecimento de ensino funcionou no prédio situado na avenida Ivo do Prado, carinhosamente conhecido até os dias de hoje como o velho ‘Atheneuzinho’ (atual Museu da Gente Sergipana). Outro fato interessante diz respeito ao período histórico de 3 de dezembro de 1925 a 16 de fevereiro de 1938, quando a instituição recebeu a denominação de ‘Atheneu Pedro II’, (equiparando-se ao Colégio Pedro II do Rio de Janeiro). No entanto, em 1942, por força da Reforma Capanema, teve a denominação de Colégio Estadual de Sergipe, pelo Decreto nº 32, de 6 de maio de 1942. E a partir da década de 1950, deu-se a transferência para o atual prédio, situado na Praça Graccho Cardoso, no bairro São José, Aracaju.
Memórias intergeracionais
Desde os primórdios, o Atheneu Sergipense foi projetado para disponibilizar dois cursos diferentes - o de humanidades e o de escola normal. Por muito tempo, foi exclusivamente nesse espaço de formação educacional e cultural que se concentrou a intelectualidade sergipana e de onde saíram grandes nomes de escritores e pensadores sergipanos. Não obstante, o Atheneu Sergipense também foi palco para a formação cidadã de inúmeras gerações de aracajuanos que acabam por construir memórias intergeracionais desse respeitado estabelecimento de ensino.
A aposentada Maria Helena de Oliveira Cavalcante é um exemplo vivo. No auge dos seus 91 anos, dona Helena coleciona grandes memórias afetivas dos seus tempos estudantis no Atheneu Sergipense. Aracajuana, em 1950 concluiu os estudos na instituição e, aos 18 anos, mudou-se para Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano. Por lá casou-se, construiu sua família, fez amigos, e as lembranças de sua terra natal e do Atheneu sempre foram presentes.
“Minha família é de Aracaju e os laços permanecem sempre fortes. Lembro-me de tudo. O Atheneu tem uma importância muito grande na minha vida. Tudo que sou hoje devo ao ensino recebido no Atheneu. As melhores lembranças com todas as minhas amigas e amigos estão presentes no meu coração. Éramos uma família”, recorda dona Helena.
A ex-aluna conta que, desde aquela época, o Atheneu sempre foi destaque na educação de Aracaju e todo o estado de Sergipe. “Quando iniciei os estudos no Atheneu, o prédio funcionava na Praça Camerindo. Depois mudamos para a avenida Ivo do Prado, onde hoje é o lindo Museu da Gente Sergipana. Por sinal, quando o visitei, revivi lindos momentos do meu tempo de estudante. Cheguei a frequentar o atual prédio da praça Graccho Cardoso, que estava em construção. Era lá que fazíamos educação física pelas manhãs”, relembra.
“O diretor, na minha época, foi o professor Joaquim Vieira Sobral. Até hoje tenho recordações das aulas e dos meus mestres, como professora Ofenísia Freire, professor Gentil Tavares, professor Donald, professor José Augusto, Dom Avelar Brandão Vilela, professor Franco Freire e tantos outros. Além das disciplinas tradicionais, tínhamos aulas de latim, música e francês. Os anos se passaram na Bahia, dois dos meus três filhos vieram estudar em Aracaju e tive a honra de vê-los no Atheneu. Só tenho gratidão e grandes recordações”, afirma dona Helena.
Setenta e quatro anos separam as memórias de dona Helena daquelas que ainda estão sendo construídas por Yngrid Ranielly, aluna da 2ª série do Ensino Médio do Centro de Excelência Atheneu Sergipense. Duas gerações de mulheres diferentes nos hábitos e, ao mesmo tempo, parecidas no entusiasmo com os estudos. “Eu me sinto bem acolhida pelo Atheneu. A escola é muito boa. O jeito que os professores explicam o conteúdo é muito bom, e eu tenho muitos amigos aqui. Inclusive, sempre que possível eu convido os novos alunos para uma visita ao Centro de Educação e Memórias do Atheneu Sergipense (Cemas), pois considero um dos lugares mais bacanas da escola. Aqui, além de estarmos rodeados de histórias e memórias, também há muitos objetos interessantes para conhecermos e explorarmos”, destaca a estudante, curiosa pelo passado.
Cemas aberto ao público
Idealizado pela professora titular de Educação, Eva Maria Siqueira Alves, e implementado e mantido com a colaboração dos professores João Paulo Gama Oliveira e Rosemeire Marcedo Costa, todos vinculados à Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Centro de Educação e Memória do Atheneu Sergipense (Cemas) é pura historicidade, pois transporta múltiplos fazeres cotidianos de sujeitos que passaram pela ‘Casa de Educação Literária’ e que se imortalizaram nos registros das atas, ofícios, provas, cadernetas, jornais estudantis, relatórios, concursos, livros, móveis e fotografias.
De acordo com o professor e responsável pelo Cemas, João Paulo Gama, o projeto de pesquisa e de salvaguarda dos documentos históricos da educação pública de Sergipe, por meio da criação de um memorial, ocorreu, em 2005, em comemoração aos 125 anos do Atheneu Sergipense. Para o professor, salvaguardar documentos históricos desta natureza contribui “tanto para que, no presente, possamos ter acesso ao que aconteceu no passado, quanto para prepará-lo para o futuro, a fim de que as novas gerações saibam o que aconteceu aqui no Estado e como nossa educação evoluiu. Dito de outro modo, a memória e a conservação de certas informações, contribui para que o passado não seja completamente esquecido, visto que o passado é capaz de trazer identidade e sentido; ou seja, é como olhar o Atheneu e não compreender sua importância para a formação social de nossa cidade”, comenta o educador.
Materialmente, cada documento histórico salvaguardado no Cemas encontra-se acondicionado em pacotes, com numeração específica, sendo distribuído de acordo com a série documental em 233 caixas-arquivo, contendo mais de 100 mil páginas em diferente estado de conservação.
Rede pública nos dias atuais
Atualmente, a rede pública estadual de ensino está presente em todo o território aracajuano, com a oferta de 77 unidades escolares para cerca de 42.624 mil estudantes matriculados. Este serviço é destinado ao público estudantil do Ensino Básico, que compreende os nove anos do Ensino Fundamental, somados aos três anos do Ensino Médio, além da Educação de Jovens e Adultos e do Ensino Profissional.
Desse universo, 21 centros de excelência oferecem educação em tempo integral, 51 escolas regulares funcionam em tempo parcial e três instituições ofertam Educação Profissional e Tecnológica (EPT), além de um Centro de Referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja) e um Centro de Atendimento de Educacional Especializado (CAEE).
A Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) também disponibiliza serviços educacionais para adolescentes que estão em privação ou restrição de liberdade, tanto na Unidade de Internação Feminina (Unifem) quanto na Unidade Educativa de Internação Provisória (Usipe), as quais são unidades socioeducativas da Fundação Renascer.
Para além dos estabelecimentos educacionais disponíveis em Aracaju, a Seduc também oferta às sociedades aracajuana e sergipana uma gama de equipamentos educativos, culturais e esportivos que contribuem com a formação social e cidadã dos aracajuanos. Dentre eles, pode-se citar: o Arquivo Público Estadual de Sergipe; a Biblioteca Pública Epiphanio Dória; o Conservatório de Música de Sergipe; e as Escolas de Esportes.
Para o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, a presença forte e constante da Rede Pública Estadual de Ensino em Aracaju também deve ser considerada motivo de celebração. “Para além da qualidade e quantidade de escolas e de instituições existentes no âmbito da Educação, o Governo de Sergipe garante que os serviços ofertados à população aracajuana sejam, a cada novo dia, mais inclusivos e de melhor qualidade para todos e todas. A educação alcança todos os públicos e ficamos felizes ao ver histórias sendo contadas e futuros construídos”, destaca o gestor.
Arquivo Público Estadual de Sergipe
Foi em 1923, no governo de Maurício Graccho Cardoso, que se criou o Arquivo Público do Estado, com a finalidade de receber e conservar, sob classificação sistemática, todos os documentos relativos ao direito público, à legislação, à administração, à história e, em geral, às manifestações do pensamento científico, literário e artístico de Sergipe ou quaisquer outros documentos cujo depósito seja oficialmente determinado (Lei n° 845, de 15/10/1923). Seu intuito é atuar como órgão central da política estadual de arquivos, promovendo, por meio da gestão, a preservação e o acesso aos documentos da administração pública estadual, contribuindo para a consolidação do estado democrático de direito, através do acesso à informação, produção do conhecimento e garantia dos direitos do cidadão.
Biblioteca Pública Epiphanio Dória
A Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória (BPED) é uma entidade cultural da comunidade sergipana, administrada e gerenciada pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), mediante aprovação da Resolução nº 01/2019/FUNCAP/SE, homologada pelo Decreto Estadual nº 40.261/2019, criada pela Lei n° 233, de 16 de junho de 1848. Por meio do Decreto nº 2020, de 30 de dezembro de 1970, passou a ser denominada Biblioteca Pública Epiphanio Dória e encontra-se situada no bairro Praia Treze de Julho, na cidade de Aracaju. Dentre os objetivos da BPED, podem-se destacar: oferecer informações e atividades que atendam às necessidades e aos interesses da comunidade em geral; despertar em seus usuários e especialmente nas crianças o prazer de ler; favorecer a integração da comunidade, inclusive, através de serviços de extensão bibliotecária para o leitor que não tem condições de frequentar sua sede.
Conservatório de Música de Sergipe
Fundado em 1945 pelo Professor Genaro Plech, o Conservatório de Música de Sergipe (CMSE), vinculado à Seduc, é um importante polo cultural e educacional do estado. Originalmente chamado de Instituto de Música e Canto Orfeônico de Sergipe, sua missão era formar profissionais no ensino de música e canto orfeônico. Com o passar dos anos e diversas mudanças, incluindo a mudança de nome para Conservatório de Música de Sergipe, a instituição se estabeleceu como um marco na educação musical do estado. “Sua importância transcende o ensino de música, atuando como um berço cultural e artístico, influenciando a sociedade sergipana e cultivando talentos que contribuem significativamente para a riqueza cultural de nosso estado”, pontua o diretor do Conservatório de Música de Sergipe, Carlos Heitor Rocha Mendonça. O CMSE oferta uma ampla gama de serviços educacionais musicais, desde cursos básicos até técnicos profissionalizantes de nível médio em diferentes instrumentos musicais.
Escolas de Esportes
Por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Seel) e da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), o Governo de Sergipe também oferta às sociedades aracajuana e sergipana as seguintes Escolas de Esporte: José Gerivaldo Garcia, Professor Kardec, Estação Cidadania e Parque Aquático Oseas Dias de Miranda. As escolas de esporte de Sergipe oferecem a prática de judô, jiu-jitsu, ginástica rítmica, ginástica artística, voleibol, futsal, futebol, tiro com arco, tênis de mesa, atletismo, paratletismo, badminton, parabadminton, polo aquático, natação e paranatação. Em 2023, mais de 800 jovens com idades entre 7 e 17 anos foram atendidos em todas as unidades.
Aracaju está em clima de festa. Neste domingo, 17 de março, a capital de Sergipe celebra seus 169 anos de existência, e a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) não poderia deixar essa data passar despercebida. Até porque a Educação Pública se faz presente há 154 anos nesse espaço urbano, ofertando à sociedade diversos equipamentos educativos, culturais e esportivos que contribuem com a formação social e cidadã de inúmeras gerações de aracajuanos.
A história nos evidencia, por exemplo, que o Centro de Excelência Atheneu Sergipense foi o primeiro estabelecimento de Instrução Pública da Província de Sergipe. Criado no ano de 1833, localizado ainda na antiga capital, a cidade de São Cristóvão, o ‘Atheneu Sergipense’, chamado na época de ‘Liceu Sergipano’, vinha com o intuito de formar e educar os sergipanos, tornando-os homens e mulheres detentores de conhecimento e preparados para assim contribuírem no desenvolvimento do seu estado.
Após mudanças, desafios, transformações e obstáculos enfrentados, o Atheneu Sergipense firmou-se já na nova capital de Sergipe, Aracaju. Fundado no século XIX, em 4 de outubro de 1870, no governo de Francisco Cardoso Júnior, seu primeiro diretor foi Manoel Luiz Azevedo d’Araújo, que também era diretor da Instrução Pública da província.
Na época, Aracaju já se enquadrava como cidade, após o ato de elevação de categoria e transferência de capital proposta por Inácio Joaquim Barbosa, em 1855. No entanto, ao longo do tempo, a instituição também precisou se reconfigurar e utilizar novos espaços, em consonância com a dinâmica da cidade. Por cerca de oito décadas, o estabelecimento de ensino funcionou no prédio situado na avenida Ivo do Prado, carinhosamente conhecido até os dias de hoje como o velho ‘Atheneuzinho’ (atual Museu da Gente Sergipana). Outro fato interessante diz respeito ao período histórico de 3 de dezembro de 1925 a 16 de fevereiro de 1938, quando a instituição recebeu a denominação de ‘Atheneu Pedro II’, (equiparando-se ao Colégio Pedro II do Rio de Janeiro). No entanto, em 1942, por força da Reforma Capanema, teve a denominação de Colégio Estadual de Sergipe, pelo Decreto nº 32, de 6 de maio de 1942. E a partir da década de 1950, deu-se a transferência para o atual prédio, situado na Praça Graccho Cardoso, no bairro São José, Aracaju.
Memórias intergeracionais
Desde os primórdios, o Atheneu Sergipense foi projetado para disponibilizar dois cursos diferentes - o de humanidades e o de escola normal. Por muito tempo, foi exclusivamente nesse espaço de formação educacional e cultural que se concentrou a intelectualidade sergipana e de onde saíram grandes nomes de escritores e pensadores sergipanos. Não obstante, o Atheneu Sergipense também foi palco para a formação cidadã de inúmeras gerações de aracajuanos que acabam por construir memórias intergeracionais desse respeitado estabelecimento de ensino.
A aposentada Maria Helena de Oliveira Cavalcante é um exemplo vivo. No auge dos seus 91 anos, dona Helena coleciona grandes memórias afetivas dos seus tempos estudantis no Atheneu Sergipense. Aracajuana, em 1950 concluiu os estudos na instituição e, aos 18 anos, mudou-se para Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano. Por lá casou-se, construiu sua família, fez amigos, e as lembranças de sua terra natal e do Atheneu sempre foram presentes.
“Minha família é de Aracaju e os laços permanecem sempre fortes. Lembro-me de tudo. O Atheneu tem uma importância muito grande na minha vida. Tudo que sou hoje devo ao ensino recebido no Atheneu. As melhores lembranças com todas as minhas amigas e amigos estão presentes no meu coração. Éramos uma família”, recorda dona Helena.
A ex-aluna conta que, desde aquela época, o Atheneu sempre foi destaque na educação de Aracaju e todo o estado de Sergipe. “Quando iniciei os estudos no Atheneu, o prédio funcionava na Praça Camerindo. Depois mudamos para a avenida Ivo do Prado, onde hoje é o lindo Museu da Gente Sergipana. Por sinal, quando o visitei, revivi lindos momentos do meu tempo de estudante. Cheguei a frequentar o atual prédio da praça Graccho Cardoso, que estava em construção. Era lá que fazíamos educação física pelas manhãs”, relembra.
“O diretor, na minha época, foi o professor Joaquim Vieira Sobral. Até hoje tenho recordações das aulas e dos meus mestres, como professora Ofenísia Freire, professor Gentil Tavares, professor Donald, professor José Augusto, Dom Avelar Brandão Vilela, professor Franco Freire e tantos outros. Além das disciplinas tradicionais, tínhamos aulas de latim, música e francês. Os anos se passaram na Bahia, dois dos meus três filhos vieram estudar em Aracaju e tive a honra de vê-los no Atheneu. Só tenho gratidão e grandes recordações”, afirma dona Helena.
Setenta e quatro anos separam as memórias de dona Helena daquelas que ainda estão sendo construídas por Yngrid Ranielly, aluna da 2ª série do Ensino Médio do Centro de Excelência Atheneu Sergipense. Duas gerações de mulheres diferentes nos hábitos e, ao mesmo tempo, parecidas no entusiasmo com os estudos. “Eu me sinto bem acolhida pelo Atheneu. A escola é muito boa. O jeito que os professores explicam o conteúdo é muito bom, e eu tenho muitos amigos aqui. Inclusive, sempre que possível eu convido os novos alunos para uma visita ao Centro de Educação e Memórias do Atheneu Sergipense (Cemas), pois considero um dos lugares mais bacanas da escola. Aqui, além de estarmos rodeados de histórias e memórias, também há muitos objetos interessantes para conhecermos e explorarmos”, destaca a estudante, curiosa pelo passado.
Cemas aberto ao público
Idealizado pela professora titular de Educação, Eva Maria Siqueira Alves, e implementado e mantido com a colaboração dos professores João Paulo Gama Oliveira e Rosemeire Marcedo Costa, todos vinculados à Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Centro de Educação e Memória do Atheneu Sergipense (Cemas) é pura historicidade, pois transporta múltiplos fazeres cotidianos de sujeitos que passaram pela ‘Casa de Educação Literária’ e que se imortalizaram nos registros das atas, ofícios, provas, cadernetas, jornais estudantis, relatórios, concursos, livros, móveis e fotografias.
De acordo com o professor e responsável pelo Cemas, João Paulo Gama, o projeto de pesquisa e de salvaguarda dos documentos históricos da educação pública de Sergipe, por meio da criação de um memorial, ocorreu, em 2005, em comemoração aos 125 anos do Atheneu Sergipense. Para o professor, salvaguardar documentos históricos desta natureza contribui “tanto para que, no presente, possamos ter acesso ao que aconteceu no passado, quanto para prepará-lo para o futuro, a fim de que as novas gerações saibam o que aconteceu aqui no Estado e como nossa educação evoluiu. Dito de outro modo, a memória e a conservação de certas informações, contribui para que o passado não seja completamente esquecido, visto que o passado é capaz de trazer identidade e sentido; ou seja, é como olhar o Atheneu e não compreender sua importância para a formação social de nossa cidade”, comenta o educador.
Materialmente, cada documento histórico salvaguardado no Cemas encontra-se acondicionado em pacotes, com numeração específica, sendo distribuído de acordo com a série documental em 233 caixas-arquivo, contendo mais de 100 mil páginas em diferente estado de conservação.
Rede pública nos dias atuais
Atualmente, a rede pública estadual de ensino está presente em todo o território aracajuano, com a oferta de 77 unidades escolares para cerca de 42.624 mil estudantes matriculados. Este serviço é destinado ao público estudantil do Ensino Básico, que compreende os nove anos do Ensino Fundamental, somados aos três anos do Ensino Médio, além da Educação de Jovens e Adultos e do Ensino Profissional.
Desse universo, 21 centros de excelência oferecem educação em tempo integral, 51 escolas regulares funcionam em tempo parcial e três instituições ofertam Educação Profissional e Tecnológica (EPT), além de um Centro de Referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja) e um Centro de Atendimento de Educacional Especializado (CAEE).
A Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) também disponibiliza serviços educacionais para adolescentes que estão em privação ou restrição de liberdade, tanto na Unidade de Internação Feminina (Unifem) quanto na Unidade Educativa de Internação Provisória (Usipe), as quais são unidades socioeducativas da Fundação Renascer.
Para além dos estabelecimentos educacionais disponíveis em Aracaju, a Seduc também oferta às sociedades aracajuana e sergipana uma gama de equipamentos educativos, culturais e esportivos que contribuem com a formação social e cidadã dos aracajuanos. Dentre eles, pode-se citar: o Arquivo Público Estadual de Sergipe; a Biblioteca Pública Epiphanio Dória; o Conservatório de Música de Sergipe; e as Escolas de Esportes.
Para o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, a presença forte e constante da Rede Pública Estadual de Ensino em Aracaju também deve ser considerada motivo de celebração. “Para além da qualidade e quantidade de escolas e de instituições existentes no âmbito da Educação, o Governo de Sergipe garante que os serviços ofertados à população aracajuana sejam, a cada novo dia, mais inclusivos e de melhor qualidade para todos e todas. A educação alcança todos os públicos e ficamos felizes ao ver histórias sendo contadas e futuros construídos”, destaca o gestor.
Arquivo Público Estadual de Sergipe
Foi em 1923, no governo de Maurício Graccho Cardoso, que se criou o Arquivo Público do Estado, com a finalidade de receber e conservar, sob classificação sistemática, todos os documentos relativos ao direito público, à legislação, à administração, à história e, em geral, às manifestações do pensamento científico, literário e artístico de Sergipe ou quaisquer outros documentos cujo depósito seja oficialmente determinado (Lei n° 845, de 15/10/1923). Seu intuito é atuar como órgão central da política estadual de arquivos, promovendo, por meio da gestão, a preservação e o acesso aos documentos da administração pública estadual, contribuindo para a consolidação do estado democrático de direito, através do acesso à informação, produção do conhecimento e garantia dos direitos do cidadão.
Biblioteca Pública Epiphanio Dória
A Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória (BPED) é uma entidade cultural da comunidade sergipana, administrada e gerenciada pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), mediante aprovação da Resolução nº 01/2019/FUNCAP/SE, homologada pelo Decreto Estadual nº 40.261/2019, criada pela Lei n° 233, de 16 de junho de 1848. Por meio do Decreto nº 2020, de 30 de dezembro de 1970, passou a ser denominada Biblioteca Pública Epiphanio Dória e encontra-se situada no bairro Praia Treze de Julho, na cidade de Aracaju. Dentre os objetivos da BPED, podem-se destacar: oferecer informações e atividades que atendam às necessidades e aos interesses da comunidade em geral; despertar em seus usuários e especialmente nas crianças o prazer de ler; favorecer a integração da comunidade, inclusive, através de serviços de extensão bibliotecária para o leitor que não tem condições de frequentar sua sede.
Conservatório de Música de Sergipe
Fundado em 1945 pelo Professor Genaro Plech, o Conservatório de Música de Sergipe (CMSE), vinculado à Seduc, é um importante polo cultural e educacional do estado. Originalmente chamado de Instituto de Música e Canto Orfeônico de Sergipe, sua missão era formar profissionais no ensino de música e canto orfeônico. Com o passar dos anos e diversas mudanças, incluindo a mudança de nome para Conservatório de Música de Sergipe, a instituição se estabeleceu como um marco na educação musical do estado. “Sua importância transcende o ensino de música, atuando como um berço cultural e artístico, influenciando a sociedade sergipana e cultivando talentos que contribuem significativamente para a riqueza cultural de nosso estado”, pontua o diretor do Conservatório de Música de Sergipe, Carlos Heitor Rocha Mendonça. O CMSE oferta uma ampla gama de serviços educacionais musicais, desde cursos básicos até técnicos profissionalizantes de nível médio em diferentes instrumentos musicais.
Escolas de Esportes
Por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Seel) e da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), o Governo de Sergipe também oferta às sociedades aracajuana e sergipana as seguintes Escolas de Esporte: José Gerivaldo Garcia, Professor Kardec, Estação Cidadania e Parque Aquático Oseas Dias de Miranda. As escolas de esporte de Sergipe oferecem a prática de judô, jiu-jitsu, ginástica rítmica, ginástica artística, voleibol, futsal, futebol, tiro com arco, tênis de mesa, atletismo, paratletismo, badminton, parabadminton, polo aquático, natação e paranatação. Em 2023, mais de 800 jovens com idades entre 7 e 17 anos foram atendidos em todas as unidades.