As unidades escolares da rede pública estadual realizam no mês de novembro uma série de atividades em alusão ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Mas não é somente na data que acontecem atividades. Ao longo do ano letivo, projetos, oficinas, atividades e encontros culturais fazem parte do Projeto Político Pedagógico das 318 escolas da rede estadual, com o intuito de trazer para a discussão e para o ensino-aprendizagem a temática da educação antirracista e a prevenção aos diversos tipos de preconceito. As ações também buscam o cumprimento da lei nº 10.639/2003, que completa 20 anos de promulgada.
A Rede Pública Estadual de Educação de Sergipe tem, atualmente, 168.687 alunos matriculados nos diversos níveis e modalidades ofertados. Desse quantitativo, 76% dos alunos são autodeclarados pretos e pardos, o que aponta a maioria dos estudantes negros.
No Centro de Excelência José Carlos de Sousa, em Aracaju, a programação foi iniciada nesta segunda-feira, 13, na quadra da escola, com as palestras 'Mulheres negras e literatura antirracista no Brasil', com a professora Sara Rogéria, e 'Escola Antirracista', com a professora e técnica da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), Geneluça Santana. A apresentação artística ficou por conta de Lari Lima, do Clube de Dança e do Clube de Música, além da oficina 'Espiritualidade de matrizes africanas'. No dia 16, a escola participará do espetáculo 'Um Quê de Negritude'. No dia 20, haverá a culminância do projeto 'Consciência Negra', com uma vasta programação de apresentações.
No Colégio Estadual Quilombola Três de Maio, localizado em Brejo Grande, as atividades acontecem nos dias 13 e 14 de novembro. Haverá danças e maracatus, almoço com comidas típicas afro-brasileiras, desfile, premiações, oficinas de turbantes e homenagens aos líderes da comunidade.
Nos dias 15 e 16 de novembro, será apresentado o tradicional balé folclórico 'Um Quê de Negritude', com base no Centro de Excelência Atheneu Sergipense e conduzido pela professora Clélia Ferreira Ramos. A atração volta aos palcos sergipanos após participar do Festival Austro-Brasileiro, em Viena, com o novo espetáculo 'Agbara Obinrin – A força da Mulher'. 'Um Quê de Negritude' completa neste ano 16 anos de antirracismo, e traz a representação da historiadora, professora, escritora e ativista pelos direitos humanos sergipana, Beatriz Nascimento, que entrou neste mês no livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O convite poderá ser baixado pelo site oficial do grupo e acontecerá no Teatro Tobias Barreto, às 19h.
“Traremos no espetáculo uma representação da filha de Beatriz, a Bethânia Nascimento, primeira bailarina negra a alcançar o mais alto posto de uma companhia internacional. Também iremos mostrar, por meio da dança e da cultura popular, a história de Beatriz e sua relação com 'o Quilombo' como processo de identidade cultural, no qual o próprio reduto é espaço em que surgem grandes grupos de culturas populares”, explica.
No Colégio Estadual Ivo do Prado, em Aracaju, desde o início do ano letivo que vem sendo desenvolvido o projeto 'Bullying no Ivo: entre cores e gêneros', protagonizado pelo professor Everaldo Freire. O projeto revisitou temáticas importantes na construção de uma educação antirracista através de oficinas como a de turbantes (Thaty Menezes), bonecas Abanyomis (Maria Batista Lima e Tânia Maria de Lima ), bullying e cordel (Chiquinho do Além Mar), cartilhas antirracistas (Alexis Magnum), arte stencil (Luis Mario), poesia falada slam (Yala Souza e Anne Souza), intolerência religiosa (Martha Sales), lambe-sujos e caboclinhos (Fabíola Santos e Luan Carvalho), break (Tiago Sitinela), e hip hop (Mano Sinho), além de exposição permanente sobre a vida e a obra de Lélia Gonzalez, em parceria com o Instituto Braços.
No dia 16 de novembro, o colégio voltará a promover um encontro entre os alunos e o integrante do Movimento Negro, Severo D´Acelino, das 10h às 11h20. Na oportunidade, serão debatidas temáticas como a língua portuguesa na África; musicalidade africana: quizomba, funanã e kuduro; os jogos e brincadeiras africanos; e as manifestações culturais, religiosas, artísticas e gastronômicas influenciadas pela cultura africana em Sergipe. No dia 17, será apresentada a culminância do Projeto da Consciência Negra: ‘As africanidades que existem em/entre nós’, com apresentações, tanto pela manhã quanto pela tarde, de 36 turmas, na quadra do Colégio, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Nos dias 20 e 21, o Grupo de dança e teatro Parlacênico, com base no Centro de Excelência Nelson Mandela e orientado pelo professor Evenilson Santana, apresenta o espetáculo ‘Sobreviventes de Palmares’. As apresentações ocorrem às 9h30 e às 14h30, no Teatro Atheneu, com um texto atemporal que trata sobre os sobreviventes, por entender que todos os responsáveis e integrantes de movimentos sociais são descendentes de Palmares. O grupo Parlacênico faz parte das ações estratégicas do projeto Alma Africana, desenvolvido pela unidade escolar durante todo o ano.
Selo antirracista
As escolas que desenvolvem atividades poderão se inscrever no processo de certificação do Selo Escola Antirracista ‘Professora Maria Beatriz Nascimento’ até o dia 27 de novembro. O Selo Escola Antirracista efetiva-se no compromisso do Governo de Sergipe de ampliação de uma obrigação legal, ao atender às leis federais nº 10.639/2003 e 11.645/08, que instituem na rede de ensino de todo o país a oferta obrigatória de ‘História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena’, permitindo o resgate histórico da contribuição de pessoas negras na formação e construção da sociedade brasileira.
Com o selo, as escolas assumem o compromisso em ofertar uma educação plural e multicultural, de modo a coibir a perpetuação do racismo no ambiente escolar. “Trata-se de um movimento de reconhecimento, valorização e disseminação do ensino da cultura afro-indígena na educação pública sergipana”, disse a chefe da Coordenação de Educação do Campo e Diversidade (Cecad/Seduc), Geneluça Santana.
O objetivo da formação é promover o diálogo e ações para fomentar, nas unidades escolares estaduais, práticas de efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08, já que a equidade na educação é um assunto para todos, obrigatoriamente para os gestores e suas equipes pedagógicas. Esta ideia tem em vista o compromisso de assegurar que todos os estudantes tenham o direito ao acesso, à permanência e à garantia de aprendizagens, como também de efetivar a equidade racial, que é um fator determinante para a melhoria da qualidade de ensino e elevação do índice de aprendizagem.
As unidades escolares da rede pública estadual realizam no mês de novembro uma série de atividades em alusão ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Mas não é somente na data que acontecem atividades. Ao longo do ano letivo, projetos, oficinas, atividades e encontros culturais fazem parte do Projeto Político Pedagógico das 318 escolas da rede estadual, com o intuito de trazer para a discussão e para o ensino-aprendizagem a temática da educação antirracista e a prevenção aos diversos tipos de preconceito. As ações também buscam o cumprimento da lei nº 10.639/2003, que completa 20 anos de promulgada.
A Rede Pública Estadual de Educação de Sergipe tem, atualmente, 168.687 alunos matriculados nos diversos níveis e modalidades ofertados. Desse quantitativo, 76% dos alunos são autodeclarados pretos e pardos, o que aponta a maioria dos estudantes negros.
No Centro de Excelência José Carlos de Sousa, em Aracaju, a programação foi iniciada nesta segunda-feira, 13, na quadra da escola, com as palestras 'Mulheres negras e literatura antirracista no Brasil', com a professora Sara Rogéria, e 'Escola Antirracista', com a professora e técnica da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), Geneluça Santana. A apresentação artística ficou por conta de Lari Lima, do Clube de Dança e do Clube de Música, além da oficina 'Espiritualidade de matrizes africanas'. No dia 16, a escola participará do espetáculo 'Um Quê de Negritude'. No dia 20, haverá a culminância do projeto 'Consciência Negra', com uma vasta programação de apresentações.
No Colégio Estadual Quilombola Três de Maio, localizado em Brejo Grande, as atividades acontecem nos dias 13 e 14 de novembro. Haverá danças e maracatus, almoço com comidas típicas afro-brasileiras, desfile, premiações, oficinas de turbantes e homenagens aos líderes da comunidade.
Nos dias 15 e 16 de novembro, será apresentado o tradicional balé folclórico 'Um Quê de Negritude', com base no Centro de Excelência Atheneu Sergipense e conduzido pela professora Clélia Ferreira Ramos. A atração volta aos palcos sergipanos após participar do Festival Austro-Brasileiro, em Viena, com o novo espetáculo 'Agbara Obinrin – A força da Mulher'. 'Um Quê de Negritude' completa neste ano 16 anos de antirracismo, e traz a representação da historiadora, professora, escritora e ativista pelos direitos humanos sergipana, Beatriz Nascimento, que entrou neste mês no livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O convite poderá ser baixado pelo site oficial do grupo e acontecerá no Teatro Tobias Barreto, às 19h.
“Traremos no espetáculo uma representação da filha de Beatriz, a Bethânia Nascimento, primeira bailarina negra a alcançar o mais alto posto de uma companhia internacional. Também iremos mostrar, por meio da dança e da cultura popular, a história de Beatriz e sua relação com 'o Quilombo' como processo de identidade cultural, no qual o próprio reduto é espaço em que surgem grandes grupos de culturas populares”, explica.
No Colégio Estadual Ivo do Prado, em Aracaju, desde o início do ano letivo que vem sendo desenvolvido o projeto 'Bullying no Ivo: entre cores e gêneros', protagonizado pelo professor Everaldo Freire. O projeto revisitou temáticas importantes na construção de uma educação antirracista através de oficinas como a de turbantes (Thaty Menezes), bonecas Abanyomis (Maria Batista Lima e Tânia Maria de Lima ), bullying e cordel (Chiquinho do Além Mar), cartilhas antirracistas (Alexis Magnum), arte stencil (Luis Mario), poesia falada slam (Yala Souza e Anne Souza), intolerência religiosa (Martha Sales), lambe-sujos e caboclinhos (Fabíola Santos e Luan Carvalho), break (Tiago Sitinela), e hip hop (Mano Sinho), além de exposição permanente sobre a vida e a obra de Lélia Gonzalez, em parceria com o Instituto Braços.
No dia 16 de novembro, o colégio voltará a promover um encontro entre os alunos e o integrante do Movimento Negro, Severo D´Acelino, das 10h às 11h20. Na oportunidade, serão debatidas temáticas como a língua portuguesa na África; musicalidade africana: quizomba, funanã e kuduro; os jogos e brincadeiras africanos; e as manifestações culturais, religiosas, artísticas e gastronômicas influenciadas pela cultura africana em Sergipe. No dia 17, será apresentada a culminância do Projeto da Consciência Negra: ‘As africanidades que existem em/entre nós’, com apresentações, tanto pela manhã quanto pela tarde, de 36 turmas, na quadra do Colégio, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Nos dias 20 e 21, o Grupo de dança e teatro Parlacênico, com base no Centro de Excelência Nelson Mandela e orientado pelo professor Evenilson Santana, apresenta o espetáculo ‘Sobreviventes de Palmares’. As apresentações ocorrem às 9h30 e às 14h30, no Teatro Atheneu, com um texto atemporal que trata sobre os sobreviventes, por entender que todos os responsáveis e integrantes de movimentos sociais são descendentes de Palmares. O grupo Parlacênico faz parte das ações estratégicas do projeto Alma Africana, desenvolvido pela unidade escolar durante todo o ano.
Selo antirracista
As escolas que desenvolvem atividades poderão se inscrever no processo de certificação do Selo Escola Antirracista ‘Professora Maria Beatriz Nascimento’ até o dia 27 de novembro. O Selo Escola Antirracista efetiva-se no compromisso do Governo de Sergipe de ampliação de uma obrigação legal, ao atender às leis federais nº 10.639/2003 e 11.645/08, que instituem na rede de ensino de todo o país a oferta obrigatória de ‘História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena’, permitindo o resgate histórico da contribuição de pessoas negras na formação e construção da sociedade brasileira.
Com o selo, as escolas assumem o compromisso em ofertar uma educação plural e multicultural, de modo a coibir a perpetuação do racismo no ambiente escolar. “Trata-se de um movimento de reconhecimento, valorização e disseminação do ensino da cultura afro-indígena na educação pública sergipana”, disse a chefe da Coordenação de Educação do Campo e Diversidade (Cecad/Seduc), Geneluça Santana.
O objetivo da formação é promover o diálogo e ações para fomentar, nas unidades escolares estaduais, práticas de efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08, já que a equidade na educação é um assunto para todos, obrigatoriamente para os gestores e suas equipes pedagógicas. Esta ideia tem em vista o compromisso de assegurar que todos os estudantes tenham o direito ao acesso, à permanência e à garantia de aprendizagens, como também de efetivar a equidade racial, que é um fator determinante para a melhoria da qualidade de ensino e elevação do índice de aprendizagem.