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Terça-Feira, 10 de Outubro de 2023 às 16:15:00
Arquivo Público de Sergipe comemora 100 anos de história
Durante a comemoração em alusão à data, autores que prestaram relevantes serviços à instituição foram homenageados

O Arquivo Público de Sergipe (Apes) realizou uma solenidade festiva nesta terça-feira, 10, em alusão aos 100 anos da instituição pública. O encontro foi aberto com o quinteto de cordas da Orquestra Jovem de Sergipe. 

A diretora do Arquivo Público de Sergipe (Apes), Sayonara Rodrigues, falou sobre a grandiosidade do local. “O Arquivo Público está vivo e permanecerá vivo. O Apes é eterno não somente na parte física, mas nos corações daqueles que construíram e constroem a história”. 

Foram agraciados com o Diploma de Reconhecimento instituições do Executivo, Legislativo e Judiciário; os ex-diretores do Apes; funcionários que prestam relevantes serviços; instituições de educação e memória, além de familiares de pesquisadores in memoriam e personalidades que contribuíram com a implantação e o fortalecimento da instituição.

Estiveram entre os homenageados os familiares de Maria Thetis Nunes, Pedrinho dos Santos, Epiphanio Dória; as pesquisadoras Beatriz Góis Dantas, a primeira diretora mulher do Apes, Terezinha Oliva, o cacique dos indígenas Xokó, Bá; além do Departamento de História da UFS (Edna Matos); a Biblioteca Pública Epiphanio Dorea (Juciene de Jesus), o Arquivo Municipal de São Cristóvão (Adailton Andrade); o Memorial do Centro de Excelência Atheneu Sergipense (Eva Siqueira e Daniel Lemos) e Instituto Rui Barbosa (Sueli e Rosemeire Marcedo).

Também foi lançada uma parceria com a TV Alese sobre o projeto “100 anos do Apes na TV Alese”, que publicará vídeos e um documentário ao longo do centenário da instituição. Ainda durante o evento, aconteceu a obliteração de um selo comemorativo impresso pela Casa da Moeda do Brasil e distribuído pelos Correios, com o carimbo personalizado do centenário e lançada a página oficial do Arquivo Público de Sergipe, a ser acessada por meio do endereço https://apes.seduc.se.gov.br/

O secretário executivo da Seduc, Marcel Rezende, representando o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, também utilizou a expressão o “Arquivo Público está vivo” e explicou que a instituição vai além de ser um prédio somente arquivista para ser um centro cultural, de resguardo de memória, saberes e história. “Um acervo documental fantástico que conta desde a época colonial até dados recentes. É uma data que temos que comemorar. É especial para a educação e para a cultura sergipana, e que cada vez mais o Apes esteja aberto para a população”, destacou.

Encontros e histórias

Dentre os homenageados, a professora e pesquisadora Beatriz Góis Dantas, cujas trajetória e obra se confundem com o fortalecimento do Arquivo Público de Sergipe ao longo de mais de 50 anos de vida dedicados ao arquivamento, pesquisa, escrita e estudos dos documentos da instituição sergipana.

Emocionada, a professora Beatriz Góis recebeu o Diploma de Reconhecimento e falou da honra em participar dos 100 anos, já que se deu conta de que em mais de 50 deles, ela participou ativamente da construção do Apes. “No centenário me dei conta de que metade da vida do arquivo, eu acompanhei, desde que fizemos a reorganização do arquivo. Eu me incorporei à vida do arquivo como pesquisadora, como gente que lutava para melhorar o prédio, as condições de trabalho e ultimamente eu doei a documentação que consegui reunir ao longo desses 50 anos sobre a questão dos índios Xokó. Foi aqui no Arquivo que encontrei a documentação que serviu para comprovar os direitos que eles tinham sobre as terras da Ilha Caiçara, em São Pedro. Sinto-me muito feliz”, afirmou ao mirar o olhar para o Cacique Xokó, Bá, que estava na plateia.

A historiadora e pesquisadora Terezinha Oliva também recebeu homenagem como ex-diretora e por ser a primeira mulher presidente do instituto. Também emocionada, Terezinha Oliva lembrou que participou da turma de alunos de história da professora Beatriz Góis que reorganizou o então Arquivo Público. “Tenho a alegria imensa de ter participado da fase de reconstrução com a professora Beatriz que me iniciou nesse campo. Tenho também orgulho de acompanhar como funcionária, diretora, pesquisadora e professora”, disse.

Breve história

As origens do Arquivo Público do Estado de Sergipe (Apes) remontam à antiga Biblioteca Provincial de Sergipe de São Cristóvão, criada pela Lei nº 233, de 16 de junho de 1848, à qual o arquivo vinculava-se como uma seção. Somente em 1923 o Apes é institucionalizado pela Lei nº 845, de 15 de outubro de 1923, no governo Graccho Cardoso. Em 1926, o Arquivo volta a ser uma seção da Biblioteca por falta de recursos e é “recriado” pelo Decreto-lei nº 617, de 03 de abril de 1945, na Interventoria Federal de Maynard Gomes.

Por um século a serviço da sociedade sergipana, o Apes persevera em sua missão de oferecer à comunidade serviços de caráter primordial para o fortalecimento da cidadania. Ao celebrar seu centenário, o Apes tem uma trajetória marcada por ininterrupta dedicação, promovendo a reflexão sobre a história nos esforços de conservação e preservação de uma significativa parcela do patrimônio documental do Estado de Sergipe.

 O Apes é uma instituição encarregada de guardar, preservar e dar publicidade aos documentos produzidos pelo Poder Executivo ao longo de sua história, como correspondências oficiais, leis, decretos, documentos da burocracia estadual, mapas, fotografias, jornais, entre outros. O Arquivo tem alimentado pesquisas, entre monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado, produzidas dentro e fora do estado, e até pesquisas de estudiosos de outros países.

São aproximadamente 2 milhões de registros administrativos e históricos, mais de seis mil obras bibliográficas em sua biblioteca e em torno de 2.600 fotografias e negativos no Acervo Iconográfico. Além disso, o espaço também guarda uma coleção de jornais e diários oficiais na Hemeroteca, e mapas, projetos e plantas do Acervo Cartográfico de obras divididas em fundos arquivísticos subdivididos em pacotilhas arquivadas em um montante de estantes que compõem o prédio secular.

O acervo do Apes possui um universo documental da Emancipação Política de Sergipe, versando sobre as histórias da Administração do Estado, da Assembleia Provincial, da História do Império do Brasil e suas ramificações em Sergipe, do Regime Republicano no país e no estado, a História indígena, a História da Escravidão, processos, inventários e testamentos e listagens eleitorais.

Dentre os inúmeros documentos estão a escritura de compra e venda de uma propriedade rural de 1673, além da coleção do pesquisador Sebrão Sobrinho digitalizada na íntegra; do jurista Gumercindo Bessa; de documentos do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epiphanio Dória, entre outros. Consta ainda do acervo do Apes todo o diário oficial, digitalizado, impresso em Sergipe desde a primeira edição em 1895.

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Arquivo Público de Sergipe comemora 100 anos de história
Durante a comemoração em alusão à data, autores que prestaram relevantes serviços à instituição foram homenageados
Terça-Feira, 10 de Outubro de 2023 às 16:15:00

O Arquivo Público de Sergipe (Apes) realizou uma solenidade festiva nesta terça-feira, 10, em alusão aos 100 anos da instituição pública. O encontro foi aberto com o quinteto de cordas da Orquestra Jovem de Sergipe. 

A diretora do Arquivo Público de Sergipe (Apes), Sayonara Rodrigues, falou sobre a grandiosidade do local. “O Arquivo Público está vivo e permanecerá vivo. O Apes é eterno não somente na parte física, mas nos corações daqueles que construíram e constroem a história”. 

Foram agraciados com o Diploma de Reconhecimento instituições do Executivo, Legislativo e Judiciário; os ex-diretores do Apes; funcionários que prestam relevantes serviços; instituições de educação e memória, além de familiares de pesquisadores in memoriam e personalidades que contribuíram com a implantação e o fortalecimento da instituição.

Estiveram entre os homenageados os familiares de Maria Thetis Nunes, Pedrinho dos Santos, Epiphanio Dória; as pesquisadoras Beatriz Góis Dantas, a primeira diretora mulher do Apes, Terezinha Oliva, o cacique dos indígenas Xokó, Bá; além do Departamento de História da UFS (Edna Matos); a Biblioteca Pública Epiphanio Dorea (Juciene de Jesus), o Arquivo Municipal de São Cristóvão (Adailton Andrade); o Memorial do Centro de Excelência Atheneu Sergipense (Eva Siqueira e Daniel Lemos) e Instituto Rui Barbosa (Sueli e Rosemeire Marcedo).

Também foi lançada uma parceria com a TV Alese sobre o projeto “100 anos do Apes na TV Alese”, que publicará vídeos e um documentário ao longo do centenário da instituição. Ainda durante o evento, aconteceu a obliteração de um selo comemorativo impresso pela Casa da Moeda do Brasil e distribuído pelos Correios, com o carimbo personalizado do centenário e lançada a página oficial do Arquivo Público de Sergipe, a ser acessada por meio do endereço https://apes.seduc.se.gov.br/

O secretário executivo da Seduc, Marcel Rezende, representando o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, também utilizou a expressão o “Arquivo Público está vivo” e explicou que a instituição vai além de ser um prédio somente arquivista para ser um centro cultural, de resguardo de memória, saberes e história. “Um acervo documental fantástico que conta desde a época colonial até dados recentes. É uma data que temos que comemorar. É especial para a educação e para a cultura sergipana, e que cada vez mais o Apes esteja aberto para a população”, destacou.

Encontros e histórias

Dentre os homenageados, a professora e pesquisadora Beatriz Góis Dantas, cujas trajetória e obra se confundem com o fortalecimento do Arquivo Público de Sergipe ao longo de mais de 50 anos de vida dedicados ao arquivamento, pesquisa, escrita e estudos dos documentos da instituição sergipana.

Emocionada, a professora Beatriz Góis recebeu o Diploma de Reconhecimento e falou da honra em participar dos 100 anos, já que se deu conta de que em mais de 50 deles, ela participou ativamente da construção do Apes. “No centenário me dei conta de que metade da vida do arquivo, eu acompanhei, desde que fizemos a reorganização do arquivo. Eu me incorporei à vida do arquivo como pesquisadora, como gente que lutava para melhorar o prédio, as condições de trabalho e ultimamente eu doei a documentação que consegui reunir ao longo desses 50 anos sobre a questão dos índios Xokó. Foi aqui no Arquivo que encontrei a documentação que serviu para comprovar os direitos que eles tinham sobre as terras da Ilha Caiçara, em São Pedro. Sinto-me muito feliz”, afirmou ao mirar o olhar para o Cacique Xokó, Bá, que estava na plateia.

A historiadora e pesquisadora Terezinha Oliva também recebeu homenagem como ex-diretora e por ser a primeira mulher presidente do instituto. Também emocionada, Terezinha Oliva lembrou que participou da turma de alunos de história da professora Beatriz Góis que reorganizou o então Arquivo Público. “Tenho a alegria imensa de ter participado da fase de reconstrução com a professora Beatriz que me iniciou nesse campo. Tenho também orgulho de acompanhar como funcionária, diretora, pesquisadora e professora”, disse.

Breve história

As origens do Arquivo Público do Estado de Sergipe (Apes) remontam à antiga Biblioteca Provincial de Sergipe de São Cristóvão, criada pela Lei nº 233, de 16 de junho de 1848, à qual o arquivo vinculava-se como uma seção. Somente em 1923 o Apes é institucionalizado pela Lei nº 845, de 15 de outubro de 1923, no governo Graccho Cardoso. Em 1926, o Arquivo volta a ser uma seção da Biblioteca por falta de recursos e é “recriado” pelo Decreto-lei nº 617, de 03 de abril de 1945, na Interventoria Federal de Maynard Gomes.

Por um século a serviço da sociedade sergipana, o Apes persevera em sua missão de oferecer à comunidade serviços de caráter primordial para o fortalecimento da cidadania. Ao celebrar seu centenário, o Apes tem uma trajetória marcada por ininterrupta dedicação, promovendo a reflexão sobre a história nos esforços de conservação e preservação de uma significativa parcela do patrimônio documental do Estado de Sergipe.

 O Apes é uma instituição encarregada de guardar, preservar e dar publicidade aos documentos produzidos pelo Poder Executivo ao longo de sua história, como correspondências oficiais, leis, decretos, documentos da burocracia estadual, mapas, fotografias, jornais, entre outros. O Arquivo tem alimentado pesquisas, entre monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado, produzidas dentro e fora do estado, e até pesquisas de estudiosos de outros países.

São aproximadamente 2 milhões de registros administrativos e históricos, mais de seis mil obras bibliográficas em sua biblioteca e em torno de 2.600 fotografias e negativos no Acervo Iconográfico. Além disso, o espaço também guarda uma coleção de jornais e diários oficiais na Hemeroteca, e mapas, projetos e plantas do Acervo Cartográfico de obras divididas em fundos arquivísticos subdivididos em pacotilhas arquivadas em um montante de estantes que compõem o prédio secular.

O acervo do Apes possui um universo documental da Emancipação Política de Sergipe, versando sobre as histórias da Administração do Estado, da Assembleia Provincial, da História do Império do Brasil e suas ramificações em Sergipe, do Regime Republicano no país e no estado, a História indígena, a História da Escravidão, processos, inventários e testamentos e listagens eleitorais.

Dentre os inúmeros documentos estão a escritura de compra e venda de uma propriedade rural de 1673, além da coleção do pesquisador Sebrão Sobrinho digitalizada na íntegra; do jurista Gumercindo Bessa; de documentos do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epiphanio Dória, entre outros. Consta ainda do acervo do Apes todo o diário oficial, digitalizado, impresso em Sergipe desde a primeira edição em 1895.