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Quarta-Feira, 30 de Setembro de 2009 às 07:00:00
Produção de quiabo em Canindé chega a 80 toneladas diariamente
Em 2008, o quiabo gerou uma receita de R$ 1,5 milhão no perímetro irrigado

O mês de setembro é marcado pela comemoração religiosa dos santos Cosme e Damião, padroeiros dos gêmeos e das crianças. Os seguidores da tradição festejam a data distribuindo brinquedos, guloseimas e caruru, comida feita à base de quiabo e camarão. Por conta disso, a demanda pelo quiabo cresce de forma considerável neste período. Mas graças aos produtores do perímetro irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco, o que não faltou foi produto nas bancas dos mercados, das feiras livres e dos supermercados não só de Sergipe, mas da Bahia e Alagoas, para onde o produto também é vendido.

O perímetro irrigado, gerenciado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), por meio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e de Irrigação (Cohidro), atualmente é o maior produtor de quiabo de Sergipe, com uma média de produção em torno de 80 toneladas por dia.

A importância desse vegetal de origem africana é tão grande em Canindé, que o município realizou agora em setembro a tradicional Festa do Quiabo, reunindo sergipanos de várias partes do estado e milhares de turistas, que aproveitam para experimentar da culinária à base do produto.

Mas nem sempre era possível comemorar os bons resultados do quiabo. O cultivo, que chegou a ocupar 70% do perímetro, não era sinônimo de lucratividade e ânimo para os produtores, principalmente pela grande oferta e baixo preço alcançado no mercado. O engenheiro agrônomo e diretor do perímetro, José Gomes da Silva Filho, lembra que em janeiro de 2007, todos os produtores estavam não só desmotivados, mas endividados.

“A renda trazida pelo quiabo não pagava sequer o trabalho que o produtor tinha para plantá-lo. Como ninguém quer plantar e não ver a produção gerar renda, os agricultores ficaram desmotivados, abandonando suas áreas de produção”, esclarece o engenheiro.

A primeira medida para solucionar os problemas do cultivo foi reduzir a área plantada. O resultado dessa iniciativa foi a valorização da cultura. “O que vem acontecendo com o quiabo é muito benéfico para o perímetro. Reduzimos a área plantada e o resultado foi imediato. O quiabo vinha tendo produção muito baixa e quando um produto no mercado adquire preços baixos o produtor não se capitaliza. Se ele não ganha, não tem como investir”, frisa.

Segundo Gomes, o preço do quiabo melhorou porque os irrigantes hoje produzem menos do que o mercado consome, o que gera uma valorização do produto. “O quiabo hoje é rentável porque seguimos a política do mercado. Se você fugir das tendências, sem sombra de dúvidas fará um mau negócio. Mesmo que não pareça, é um produto tão vantajoso a ser comercializado quanto a goiaba, desde que tenha uma comercialização bem programada”, detalha o engenheiro.

Bom investimento

De acordo com o produtor Cleverton Macedo dos Santos, que reside na cidade de Canindé há dois anos e é um dos responsáveis pela Cooperativa dos Pequenos Agricultores do Projeto Califórnia (Coofrucal), foi um bom negócio comprar o lote irrigado no qual planta atualmente. Através da goiaba e da melhora de preço do quiabo, ele está conseguindo se estabilizar no perímetro. “Graças a Deus o quiabo teve uma melhora de preço. Antigamente, o saco era vendido a R$ 3. Há dois anos não baixou de R$ 15, sendo que tem gente pagando R$ 25”, contabiliza o produtor.

Com uma visão empreendedora e aproveitando a boa localização do seu lote, Cleverton Macedo abriu um restaurante regional na chamada Rota do Sertão, inaugurada recentemente pelo Governo do Estadi. Pratos como galinha de capoeira, carneiro e carne assada fazem parte do cardápio. No acompanhamento, vários produtos aproveitados do Califórnia, o que gera uma nova renda e dá oportunidade para os produtores rurais mostrarem a qualidade dos seus produtos para os visitantes do Alto Sertão sergipano.

“Estou satisfeito por ter conseguido tantas coisas e por ajudar os produtores daqui a conseguir também. Cerca de 70%do que  sirvo no meu restaurante é retirado do perímetro. Nós fizemos uma cadeia produtiva no Califórnia. Exportamos e oferecemos para os nossos visitantes, o que antes não acontecia aqui na cidade”, relata.

Crescimento

Em 2008, o quiabo gerou uma receita de R$ 1,5 milhão no perímetro irrigado. A previsão é de que esse ano o lucro dado ao produto seja maior. “O quiabo nos trouxe uma lucratividade muito boa ano passado. Acredito que se a produção continuar da forma que está e se continuarmos exportando para estados considerados grandes consumidores, como a Bahia e Alagoas, o valor será maior do que o obtido ano passado”, estima José Gomes.

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Produção de quiabo em Canindé chega a 80 toneladas diariamente
Em 2008, o quiabo gerou uma receita de R$ 1,5 milhão no perímetro irrigado
Quarta-Feira, 30 de Setembro de 2009 às 07:00:00

O mês de setembro é marcado pela comemoração religiosa dos santos Cosme e Damião, padroeiros dos gêmeos e das crianças. Os seguidores da tradição festejam a data distribuindo brinquedos, guloseimas e caruru, comida feita à base de quiabo e camarão. Por conta disso, a demanda pelo quiabo cresce de forma considerável neste período. Mas graças aos produtores do perímetro irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco, o que não faltou foi produto nas bancas dos mercados, das feiras livres e dos supermercados não só de Sergipe, mas da Bahia e Alagoas, para onde o produto também é vendido.

O perímetro irrigado, gerenciado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), por meio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e de Irrigação (Cohidro), atualmente é o maior produtor de quiabo de Sergipe, com uma média de produção em torno de 80 toneladas por dia.

A importância desse vegetal de origem africana é tão grande em Canindé, que o município realizou agora em setembro a tradicional Festa do Quiabo, reunindo sergipanos de várias partes do estado e milhares de turistas, que aproveitam para experimentar da culinária à base do produto.

Mas nem sempre era possível comemorar os bons resultados do quiabo. O cultivo, que chegou a ocupar 70% do perímetro, não era sinônimo de lucratividade e ânimo para os produtores, principalmente pela grande oferta e baixo preço alcançado no mercado. O engenheiro agrônomo e diretor do perímetro, José Gomes da Silva Filho, lembra que em janeiro de 2007, todos os produtores estavam não só desmotivados, mas endividados.

“A renda trazida pelo quiabo não pagava sequer o trabalho que o produtor tinha para plantá-lo. Como ninguém quer plantar e não ver a produção gerar renda, os agricultores ficaram desmotivados, abandonando suas áreas de produção”, esclarece o engenheiro.

A primeira medida para solucionar os problemas do cultivo foi reduzir a área plantada. O resultado dessa iniciativa foi a valorização da cultura. “O que vem acontecendo com o quiabo é muito benéfico para o perímetro. Reduzimos a área plantada e o resultado foi imediato. O quiabo vinha tendo produção muito baixa e quando um produto no mercado adquire preços baixos o produtor não se capitaliza. Se ele não ganha, não tem como investir”, frisa.

Segundo Gomes, o preço do quiabo melhorou porque os irrigantes hoje produzem menos do que o mercado consome, o que gera uma valorização do produto. “O quiabo hoje é rentável porque seguimos a política do mercado. Se você fugir das tendências, sem sombra de dúvidas fará um mau negócio. Mesmo que não pareça, é um produto tão vantajoso a ser comercializado quanto a goiaba, desde que tenha uma comercialização bem programada”, detalha o engenheiro.

Bom investimento

De acordo com o produtor Cleverton Macedo dos Santos, que reside na cidade de Canindé há dois anos e é um dos responsáveis pela Cooperativa dos Pequenos Agricultores do Projeto Califórnia (Coofrucal), foi um bom negócio comprar o lote irrigado no qual planta atualmente. Através da goiaba e da melhora de preço do quiabo, ele está conseguindo se estabilizar no perímetro. “Graças a Deus o quiabo teve uma melhora de preço. Antigamente, o saco era vendido a R$ 3. Há dois anos não baixou de R$ 15, sendo que tem gente pagando R$ 25”, contabiliza o produtor.

Com uma visão empreendedora e aproveitando a boa localização do seu lote, Cleverton Macedo abriu um restaurante regional na chamada Rota do Sertão, inaugurada recentemente pelo Governo do Estadi. Pratos como galinha de capoeira, carneiro e carne assada fazem parte do cardápio. No acompanhamento, vários produtos aproveitados do Califórnia, o que gera uma nova renda e dá oportunidade para os produtores rurais mostrarem a qualidade dos seus produtos para os visitantes do Alto Sertão sergipano.

“Estou satisfeito por ter conseguido tantas coisas e por ajudar os produtores daqui a conseguir também. Cerca de 70%do que  sirvo no meu restaurante é retirado do perímetro. Nós fizemos uma cadeia produtiva no Califórnia. Exportamos e oferecemos para os nossos visitantes, o que antes não acontecia aqui na cidade”, relata.

Crescimento

Em 2008, o quiabo gerou uma receita de R$ 1,5 milhão no perímetro irrigado. A previsão é de que esse ano o lucro dado ao produto seja maior. “O quiabo nos trouxe uma lucratividade muito boa ano passado. Acredito que se a produção continuar da forma que está e se continuarmos exportando para estados considerados grandes consumidores, como a Bahia e Alagoas, o valor será maior do que o obtido ano passado”, estima José Gomes.