Agricultores familiares do município São Cristóvão atendidos pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNFC) encontraram na produção de camarão um negócio rentável. A pesca feita em apenas um tanque, no lote do produtor José Bonfim Araújo, rendeu 600 quilos de camarão na última terça-feira (16). Vendida a R$ 15 o quilo, a produção gerou uma renda de R$ 9 mil para a família de seu José. Se mantiver este resultado, ao final do ano, com dois tanques produzindo a cada 70 dias, ele terá conquistado uma renda de R$ 90 mil.
“Eles deixaram de ser agricultores sem-terra e passaram a ser empreendedores”, avalia o coordenador da unidade técnica do Crédito Fundiário em Sergipe, Alceu Oliveira Diniz. Ainda segundo ele, em São Cristóvão, o programa permitiu o acesso à terra a 39 famílias, distribuídas nas propriedades Bom Jesus, São Francisco e Novo Horizonte, todas no povoado Colônia. “Foram investidos, nas três propriedades, R$ 1,8 milhão - sendo R$ 1,3 milhão para a compra da terra (583 ha) e R$ 538 mil para investimentos comunitários, como a construção de estradas, sistema de abastecimento de água, limpeza e cercamento dos lotes”, detalhou Alceu.
O coordenador da unidade técnica, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), disse que os produtores de São Cristóvão têm um diferencial porque são os únicos beneficiários deste programa público de acesso à terra em Sergipe que trabalham com a carcinicultura. “Nem todos estão na atividade do camarão. Outros seguiram como agricultores e pecuaristas, que é a vocação da maioria de nossos beneficiários no estado”, acrescentou.
Na propriedade Novo Horizonte, o produtor José Bonfim Araújo, 33 anos, fala em mudança de vida. “Eu e muitos aqui trabalhávamos como diaristas, arrendando um pedaço de terra, trabalhando como caseiros. Hoje, graças a Deus, estamos trabalhando em nossa própria terra. No meu caso, batalhando com o camarão, que tem rendido bem e tem me dado condições de dar uma vida melhor para a minha família”, revelou o produtor, satisfeito.
José Araújo explica que tem dois tanques de cem por cento e cinquenta metros, que funcionam por gravidade, com as águas da maré do Rio Vaza-Barris. Ele tira, em média, 600 quilos do pescado a cada ciclo de 70 dias. O quilo do camarão é vendido, o ano inteiro, ao preço que varia entre R$ 15 e R$ 18 para o atravessador, que revende nas feiras livres e mercados da grande Aracaju. “Esse é um tipo de produção que envolve muita gente e gera renda para outras pessoas, como os que trabalham na construção dos tanques, na manutenção na segurança, na pesca e venda do camarão”, acrescenta o produtor.
A carcinicultura em Sergipe
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Camarão de São Cristóvão, Sandro Monteiro dos Santos, Sergipe está entre os maiores produtores do Nordeste. A produção abrange os municípios banhados pelas marés e pelo Rio São Francisco, como é o caso de Brejo Grande, maior produtor estadual, responsável pela metade de tudo que é produzido. “Mas outros municípios vêm se destacando como São Cristóvão, Socorro, Estância, Indiaroba, Santa Luzia. A cadeia produtiva do camarão tem, hoje, um papel importante, porque envolve o comércio de larvas, de ração, além dos produtores e comerciantes deste pescado”, explicou.
Segundo ele, em São Cristóvão há cerca de 70 produtores de camarão, cuja produção média mensal é de 30 toneladas, conforme estimativa da associação. Sandro avalia que a produção de camarão em Sergipe é predominantemente familiar. “Esse é o nosso diferencial em relação a outros estados do Nordeste. Aqui, temos 95% de produtores familiares e apenas 5% de grandes produtores. E é uma produção que tem relação direta com pequenos comerciantes, e consumo básico voltado para receitas da culinária caseira. Prova disso é que o camarão mais produzido e vendido aqui tem entre 8 e 12 gramas (da espécie vannamei, também conhecida como camarão-branco-do-pacífico). É o que a maioria da população tem condições financeiras de consumir”, analisa.
Crédito Fundiário
Possibilitando o acesso à terra e aos investimentos básicos e produtivos para agricultores familiares, o Programa Nacional de Crédito Fundiário é executado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), em parceria com o Governo Federal. Visando à estruturação dos imóveis rurais, desde 2003, o programa investiu R$ 79,35 milhões, beneficiando 2.257 famílias sergipanas. Nos últimos cinco meses, foram adquiridas seis novas propriedades, beneficiando 45 famílias, através de um investimento equivalente a R$ 3,29 milhões, dos quais R$ 2,1 milhões foram para a compra da terra e R$ 1 milhão para investimentos iniciais para a produção.
Para o secretário da Agricultura, André Bomfim, o programa possibilita autonomia e descentralização do processo de aquisição de imóveis rurais. “É uma das parcerias exitosas entre o governo Federal e o governo Estadual para acesso à terra; complementar ao Programa de Reforma Agrária. Entendemos esse programa como central, porque a garantia do acesso à terra conduz à consolidação da agricultura familiar, estimulando a geração de emprego e renda no campo e contribuindo para a diminuição da pobreza rural nos municípios. Quando vemos casos de sucesso como o do seu José, percebemos o quanto o programa faz a diferença na vida dessas famílias”, concluiu André.
Agricultores familiares do município São Cristóvão atendidos pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNFC) encontraram na produção de camarão um negócio rentável. A pesca feita em apenas um tanque, no lote do produtor José Bonfim Araújo, rendeu 600 quilos de camarão na última terça-feira (16). Vendida a R$ 15 o quilo, a produção gerou uma renda de R$ 9 mil para a família de seu José. Se mantiver este resultado, ao final do ano, com dois tanques produzindo a cada 70 dias, ele terá conquistado uma renda de R$ 90 mil.
“Eles deixaram de ser agricultores sem-terra e passaram a ser empreendedores”, avalia o coordenador da unidade técnica do Crédito Fundiário em Sergipe, Alceu Oliveira Diniz. Ainda segundo ele, em São Cristóvão, o programa permitiu o acesso à terra a 39 famílias, distribuídas nas propriedades Bom Jesus, São Francisco e Novo Horizonte, todas no povoado Colônia. “Foram investidos, nas três propriedades, R$ 1,8 milhão - sendo R$ 1,3 milhão para a compra da terra (583 ha) e R$ 538 mil para investimentos comunitários, como a construção de estradas, sistema de abastecimento de água, limpeza e cercamento dos lotes”, detalhou Alceu.
O coordenador da unidade técnica, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), disse que os produtores de São Cristóvão têm um diferencial porque são os únicos beneficiários deste programa público de acesso à terra em Sergipe que trabalham com a carcinicultura. “Nem todos estão na atividade do camarão. Outros seguiram como agricultores e pecuaristas, que é a vocação da maioria de nossos beneficiários no estado”, acrescentou.
Na propriedade Novo Horizonte, o produtor José Bonfim Araújo, 33 anos, fala em mudança de vida. “Eu e muitos aqui trabalhávamos como diaristas, arrendando um pedaço de terra, trabalhando como caseiros. Hoje, graças a Deus, estamos trabalhando em nossa própria terra. No meu caso, batalhando com o camarão, que tem rendido bem e tem me dado condições de dar uma vida melhor para a minha família”, revelou o produtor, satisfeito.
José Araújo explica que tem dois tanques de cem por cento e cinquenta metros, que funcionam por gravidade, com as águas da maré do Rio Vaza-Barris. Ele tira, em média, 600 quilos do pescado a cada ciclo de 70 dias. O quilo do camarão é vendido, o ano inteiro, ao preço que varia entre R$ 15 e R$ 18 para o atravessador, que revende nas feiras livres e mercados da grande Aracaju. “Esse é um tipo de produção que envolve muita gente e gera renda para outras pessoas, como os que trabalham na construção dos tanques, na manutenção na segurança, na pesca e venda do camarão”, acrescenta o produtor.
A carcinicultura em Sergipe
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Camarão de São Cristóvão, Sandro Monteiro dos Santos, Sergipe está entre os maiores produtores do Nordeste. A produção abrange os municípios banhados pelas marés e pelo Rio São Francisco, como é o caso de Brejo Grande, maior produtor estadual, responsável pela metade de tudo que é produzido. “Mas outros municípios vêm se destacando como São Cristóvão, Socorro, Estância, Indiaroba, Santa Luzia. A cadeia produtiva do camarão tem, hoje, um papel importante, porque envolve o comércio de larvas, de ração, além dos produtores e comerciantes deste pescado”, explicou.
Segundo ele, em São Cristóvão há cerca de 70 produtores de camarão, cuja produção média mensal é de 30 toneladas, conforme estimativa da associação. Sandro avalia que a produção de camarão em Sergipe é predominantemente familiar. “Esse é o nosso diferencial em relação a outros estados do Nordeste. Aqui, temos 95% de produtores familiares e apenas 5% de grandes produtores. E é uma produção que tem relação direta com pequenos comerciantes, e consumo básico voltado para receitas da culinária caseira. Prova disso é que o camarão mais produzido e vendido aqui tem entre 8 e 12 gramas (da espécie vannamei, também conhecida como camarão-branco-do-pacífico). É o que a maioria da população tem condições financeiras de consumir”, analisa.
Crédito Fundiário
Possibilitando o acesso à terra e aos investimentos básicos e produtivos para agricultores familiares, o Programa Nacional de Crédito Fundiário é executado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), em parceria com o Governo Federal. Visando à estruturação dos imóveis rurais, desde 2003, o programa investiu R$ 79,35 milhões, beneficiando 2.257 famílias sergipanas. Nos últimos cinco meses, foram adquiridas seis novas propriedades, beneficiando 45 famílias, através de um investimento equivalente a R$ 3,29 milhões, dos quais R$ 2,1 milhões foram para a compra da terra e R$ 1 milhão para investimentos iniciais para a produção.
Para o secretário da Agricultura, André Bomfim, o programa possibilita autonomia e descentralização do processo de aquisição de imóveis rurais. “É uma das parcerias exitosas entre o governo Federal e o governo Estadual para acesso à terra; complementar ao Programa de Reforma Agrária. Entendemos esse programa como central, porque a garantia do acesso à terra conduz à consolidação da agricultura familiar, estimulando a geração de emprego e renda no campo e contribuindo para a diminuição da pobreza rural nos municípios. Quando vemos casos de sucesso como o do seu José, percebemos o quanto o programa faz a diferença na vida dessas famílias”, concluiu André.