“O perfil dos adolescentes que chegam nas unidades permanece o mesmo; os atos infracionais, também. Não houve mudança da porta pra fora, houve mudança da porta pra dentro. Há mais de quatro anos estamos multiplicando os investimentos em cultura, esporte, inclusão, e, sobretudo, na pedagogia da presença. Passamos a ouvir e dialogar mais com os adolescentes acolhidos pelo Estado”, afirma Wellington Mangueira, presidente da Fundação Renascer, que vinculada à secretaria de Estado da Inclusão Social, é responsável por administrar as unidades que aplicam medidas socioeducativas em meio fechado em Sergipe.
Tipificadas dentro do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - Sinase, as medidas destinadas aos adolescentes em conflito com a lei são executadas no Centro de Atendimento ao Menor (Cenam); na Unidade Feminina (Unifem); na Casa de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip); e na Casa São Francisco de Assis (Case I e II), voltada para a semiliberdade. Diferentemente dos cenários de conflitos vivenciados até meados de 2015, as unidades passam por um período de paz.
Hoje é possível se deparar com adolescentes mais interessados em participar das atividades socioeducativas, integrados pedagogicamente com os profissionais da área de saúde, e em relações harmoniosas com monitores e educadores que trabalham diariamente na perspectiva de qualificar o sistema, administrado pelo governo de Sergipe. Com três passagens pela Usip, e uma – a atual -, pelo Cenam, o jovem C.V.S, de 18 anos, se diz à vontade parar relatar a mudança de cultura dentro das unidades. Para o jovem, hoje, a perspectiva de vida renovada está mais evidente.
“Quem disser que isso aqui não mudou é porque realmente quer prejudicar alguém ou apenas falar mal do Estado. Antes eu não tinha direito a nada. Cheguei a passar mais de 12 horas sem beber água por covardia do sistema. Hoje eu jogo futebol, faço aula de percussão, flauta, pintura e até teatro. Tenho a opção de escolher do que participar junto de professores que nos apertam a mão, e a uma direção que olha nos nossos olhos e dizem acreditar que seremos pessoas melhores quando sairmos daqui”, relatou. São ofertadas, ainda, para os adolescentes, oficinas de manutenção de computadores, de ar-condicionados, corte de cabelo, informática, plantação e cultivo de hortaliças, violão e aulas dentro do currículo escolar.
As atividades visam atender às normativas presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). A resposta a esse progresso pode ser avaliada, também, no índice de evasões e rebeliões que, somente no Cenam, representa redução de 100% nos últimos três anos. A última ocorrência foi registrada em outubro de 2015. Atribui-se a mudança de conduta dos adolescentes justamente à oferta ampliada de atividades. Para o adolescente F.B.S, de 17 anos, o conhecimento pedagógico oferecido ultrapassa as paredes das unidades.
“Eu nunca imaginei participar de peças de teatro. Como alguns colegas foram, eu também topei participar e tive a oportunidade de me apresentar no Tribunal de Justiça. Fiquei meio com vergonha, mas percebi que as oportunidades estão aí para quem quer mudar de vida”, declarou. Nesta atividade, após a apresentação no salão nobre do TJ/SE, os adolescentes foram conduzidos ao Museu da Gente Sergipana e ao Largo da Gente. “Eu conheci o Rio Sergipe e os bonecos gigantes que antes apenas tinha visto pela televisão. Não imaginava que mesmo no Cenam teria a condição de sair da ala e conhecer o rio”, contou o jovem, morador do município de Nossa Senhora da Glória.
Avanços
Para o presidente Wellington Mangueira, relatos como esse incentivam a equipe a acreditar em um futuro melhor para os adolescentes acolhidos pelo Estado. Ele aponta a construção da nova unidade socioeducativa em Nossa Senhora do Socorro como um avanço significativo do sistema. Com capacidade para receber até 84 adolescentes, o local é tido como um dos mais modernos centros de ressocialização da América Latina. O início das atividades ocorreu oficialmente no dia 28 de novembro do ano passado, quando - sem algemas - dois grupos de 42 adolescentes foram encaminhados ao novo espaço.
“Não temos mais registro de maus tratos, rebeliões, evasões ou crises na relação entre os jovens e os funcionários das unidades. A situação é outra. Em um trabalho conjunto, foi possível diminuir conflitos, erguer uma nova unidade, firmar parcerias com as secretarias estaduais, com o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Justiça, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Tribunal de Contas e comunidades religiosas. Enquanto seguirmos batalhando pela ressocialização de cada adolescente acolhido, Sergipe permanecerá avançando e se destacando positivamente no país”, concluiu o presidente da Fundação Renascer.
“O perfil dos adolescentes que chegam nas unidades permanece o mesmo; os atos infracionais, também. Não houve mudança da porta pra fora, houve mudança da porta pra dentro. Há mais de quatro anos estamos multiplicando os investimentos em cultura, esporte, inclusão, e, sobretudo, na pedagogia da presença. Passamos a ouvir e dialogar mais com os adolescentes acolhidos pelo Estado”, afirma Wellington Mangueira, presidente da Fundação Renascer, que vinculada à secretaria de Estado da Inclusão Social, é responsável por administrar as unidades que aplicam medidas socioeducativas em meio fechado em Sergipe.
Tipificadas dentro do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - Sinase, as medidas destinadas aos adolescentes em conflito com a lei são executadas no Centro de Atendimento ao Menor (Cenam); na Unidade Feminina (Unifem); na Casa de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip); e na Casa São Francisco de Assis (Case I e II), voltada para a semiliberdade. Diferentemente dos cenários de conflitos vivenciados até meados de 2015, as unidades passam por um período de paz.
Hoje é possível se deparar com adolescentes mais interessados em participar das atividades socioeducativas, integrados pedagogicamente com os profissionais da área de saúde, e em relações harmoniosas com monitores e educadores que trabalham diariamente na perspectiva de qualificar o sistema, administrado pelo governo de Sergipe. Com três passagens pela Usip, e uma – a atual -, pelo Cenam, o jovem C.V.S, de 18 anos, se diz à vontade parar relatar a mudança de cultura dentro das unidades. Para o jovem, hoje, a perspectiva de vida renovada está mais evidente.
“Quem disser que isso aqui não mudou é porque realmente quer prejudicar alguém ou apenas falar mal do Estado. Antes eu não tinha direito a nada. Cheguei a passar mais de 12 horas sem beber água por covardia do sistema. Hoje eu jogo futebol, faço aula de percussão, flauta, pintura e até teatro. Tenho a opção de escolher do que participar junto de professores que nos apertam a mão, e a uma direção que olha nos nossos olhos e dizem acreditar que seremos pessoas melhores quando sairmos daqui”, relatou. São ofertadas, ainda, para os adolescentes, oficinas de manutenção de computadores, de ar-condicionados, corte de cabelo, informática, plantação e cultivo de hortaliças, violão e aulas dentro do currículo escolar.
As atividades visam atender às normativas presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). A resposta a esse progresso pode ser avaliada, também, no índice de evasões e rebeliões que, somente no Cenam, representa redução de 100% nos últimos três anos. A última ocorrência foi registrada em outubro de 2015. Atribui-se a mudança de conduta dos adolescentes justamente à oferta ampliada de atividades. Para o adolescente F.B.S, de 17 anos, o conhecimento pedagógico oferecido ultrapassa as paredes das unidades.
“Eu nunca imaginei participar de peças de teatro. Como alguns colegas foram, eu também topei participar e tive a oportunidade de me apresentar no Tribunal de Justiça. Fiquei meio com vergonha, mas percebi que as oportunidades estão aí para quem quer mudar de vida”, declarou. Nesta atividade, após a apresentação no salão nobre do TJ/SE, os adolescentes foram conduzidos ao Museu da Gente Sergipana e ao Largo da Gente. “Eu conheci o Rio Sergipe e os bonecos gigantes que antes apenas tinha visto pela televisão. Não imaginava que mesmo no Cenam teria a condição de sair da ala e conhecer o rio”, contou o jovem, morador do município de Nossa Senhora da Glória.
Avanços
Para o presidente Wellington Mangueira, relatos como esse incentivam a equipe a acreditar em um futuro melhor para os adolescentes acolhidos pelo Estado. Ele aponta a construção da nova unidade socioeducativa em Nossa Senhora do Socorro como um avanço significativo do sistema. Com capacidade para receber até 84 adolescentes, o local é tido como um dos mais modernos centros de ressocialização da América Latina. O início das atividades ocorreu oficialmente no dia 28 de novembro do ano passado, quando - sem algemas - dois grupos de 42 adolescentes foram encaminhados ao novo espaço.
“Não temos mais registro de maus tratos, rebeliões, evasões ou crises na relação entre os jovens e os funcionários das unidades. A situação é outra. Em um trabalho conjunto, foi possível diminuir conflitos, erguer uma nova unidade, firmar parcerias com as secretarias estaduais, com o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Justiça, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Tribunal de Contas e comunidades religiosas. Enquanto seguirmos batalhando pela ressocialização de cada adolescente acolhido, Sergipe permanecerá avançando e se destacando positivamente no país”, concluiu o presidente da Fundação Renascer.