O Espaço Cuidar do bairro Santa Maria vem transformando vidas durante os 365 dias desde a sua reativação, completos na última quinta-feira, 08 de setembro. O Centro de Cidadania e Inclusão Social, pertencente à Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) atua acolhendo e cuidando da comunidade, sendo um divisor de águas na vida dos seus usuários, gerando mais integração e cidadania para os moradores do bairro.
A unidade, localizada na rua B9 do conjunto Valadares – bairro Santa Maria, trabalha paralelamente aos Equipamentos de Proteção Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que inclui os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), serviços monitorados pelo Governo do Estado. Durante esse um ano de reativação, o Espaço consolidou vínculos, por meio de atividades e oportunidades ofertadas gratuitamente, que possibilitam livre acesso à comunidade.
No início, capacitações atraíram os moradores da região, com o objetivo de viabilizar oportunidades no mercado de trabalho, como o curso de Auxiliar Administrativo e Eletricista Predial Básico, fruto de uma parceria com da Seidh com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Outras ações também envolveram a comunidade, como campanhas de saúde para conscientização; celebrações alusivas a datas comemorativas; e – em destaque – os grupos de jovens e de idosos que se formaram no local; além das Oficinas do Bem, que incluem aulas de biscuit, capoeira, dança, ginástica, grafite, percussão, teatro, canto, violão e horta comunitária.
Robson Moreira é um dos moradores que aproveitaram o curso de Eletricista Predial. Hoje, ele é funcionário de uma empresa que presta serviço ao Centro. “Na época eu trabalhava com reciclagem e, por curiosidade, fui ao Espaço procurar saber se tinha algo que eu poderia fazer. Ao chegar lá, me deparei com a vaga no curso de eletricista e a coordenadora Lucivânia providenciou minha inscrição de imediato”, conta Robson.
Não parou por aí. Ele relata que, depois disso, participou de outras atividades, como a oficina de Língua Inglesa. “Também passei a ajudar a unidade, sempre que necessário, com serviços de eletricista. Já faz cinco meses que estou atuando nessa empresa com carteira assinada. Posso dizer que essa experiência agregou positivamente em minha vida, já que aprendi muitas coisas e posso ajudar e incentivar meus filhos com os estudos. Me fez ter acesso a novos conhecimentos e abriu meus horizontes”, diz.
Já Dona Selma Teles participa do grupo ‘Alegria de Viver’, voltado para a terceira idade. Os idosos se reúnem todas as terças-feiras e fazem aulas de ginástica, além de atividade psicossocial, que busca a melhoria da sua qualidade de vida. “É muito importante poder participar desse grupo, por isso convidei várias amigas. A atividade física é fundamental pra nós, que já não temos as mesmas condições físicas que um jovem. Alivia nossas dores e traz disposição. Gosto muito do Espaço Cuidar, porque me acolheu com muito carinho”, destaca.
De acordo com a coordenadora do Espaço, Lucivânia Ferreira, a entidade realiza um trabalho de extrema relevância para a comunidade. Ela ressalta que o nome ‘cuidar’ já define o serviço, e que os resultados são satisfatórios, considerando que a comunidade necessitada dessa atenção. “Muitas pessoas assistidas por nossa equipe relatam que suas vidas e concepções de sociedade mudaram a partir do trabalho que vem sendo realizado. Posso dizer que é um serviço que cativa as pessoas e não medimos esforços para ajudá-las da melhor forma. Dá para perceber a dedicação das pessoas em uma comunidade que nos acolheu. Eles sentem que a unidade é uma extensão dos seus lares. Isso é recíproco e gratificante. Enxergo como um ano de grandes conquistas e espero que esse ofício avance cada vez mais”, relata a coordenadora.
Vidas transformadas
A Equipe do Espaço Cuidar reúne profissionais de diversas áreas, como assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, além de técnicos e instrutores das oficinas. Um dos casos de superação acompanhados pelo Espaço é o de Maria Aparecida da Silva, que foi diagnosticada com depressão e, a partir do suporte recebido pelo lugar, está recuperada. Ela participa das oficinas de biscuit, violão, teatro, ginástica e dança. “Minha amiga me indicou esse espaço quando estava passando por dificuldades psicológicas graves. Conheci novas pessoas que contribuíram com minha recuperação. Aprendi mais do que esperava e isso fez eu me sentir importante, levantou meu astral. Eu não tinha o que fazer e me ocupei. Pensei que não conseguiria e todos no espaço me ajudaram. Estou vivendo uma nova história a partir daqui, e a equipe é merecedora de todo reconhecimento”, conta.
O Espaço Cuidar também foi o berço de surgimento do grupo de jovens ‘Juventude do Santa Maria em Ação’ (Jusama), que tem por objetivo sensibilizar os jovens do bairro a buscarem crescimento e oportunidades, tomando como base os estudos e a qualificação profissional. Uma das missões mais importantes do grupo é combater a evasão escolar. Para um dos coordenadores do Jusama, Everton dos Santos, foi observado que, devido à marginalização do bairro, os jovens se sentiam desmotivados, com relatos de falta de oportunidade e preconceito.
A partir dessa situação, o grupo se reunia para debater idéias relacionadas às políticas de juventude, na busca de mecanismos que diminuíssem o índice de evasão escolar. “Muitos jovens ainda permitem que seus sonhos morram e não desenvolvem a sua capacidade. Muitos ainda procuram outros meios para viver, se enganando, se deixando levar por uma suposta facilidade na vida, como as drogas, o que causa desinteresse pelo aprendizado, saindo da escola antes do tempo necessário pra a sua formação”, pontua.
O Jusama realizou levantamento em algumas instituições de ensino sobre o que os jovens desejavam para as suas respectivas vidas, inclusive no âmbito profissional. Em uma delas, a direção do colégio informou que a fuga dos estudantes diminuiu cerca de 50%. “Ficamos bastante satisfeitos, pois foi um número bastante significativo. Vivenciei coisas que todo jovem vivencia. Muitos chegaram a relatar que tinha receio de ir para a escola por causa do medo de assaltos e outras formas de violência. Mas se tivermos incentivos e oportunidades, teremos menos jovens envolvidos com a criminalidade. O jovem contemporâneo tem sonhos, quer se profissionalizar, ter uma vida melhor, pois a marginalidade existe e trabalhamos para que isso não aconteça”, defende Everton.
Egresso do curso de auxiliar administrativo, o Everton cursa o ensino médio e quer prestar o Enem para a faculdade de Tecnologia da Informação (T.I). Ele afirma que o Espaço o ajudou a ter outra visão da vida, na qual entende a sociedade como instrumento de transformação. Eu também faço teatro e também participo do projeto da Horta Comunitária. O curso de auxiliar me ajudou a ter uma base profissional, sobretudo se eu quiser ter meu próprio negócio. É uma educação financeira onde os participantes aprenderam sobre custos, lucros, renda, etc. Eu era desiludido com a sociedade. Através do Jusama, mudei minha visão e meu comportamento perante a sociedade”, finaliza o jovem.
O Espaço Cuidar do bairro Santa Maria vem transformando vidas durante os 365 dias desde a sua reativação, completos na última quinta-feira, 08 de setembro. O Centro de Cidadania e Inclusão Social, pertencente à Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) atua acolhendo e cuidando da comunidade, sendo um divisor de águas na vida dos seus usuários, gerando mais integração e cidadania para os moradores do bairro.
A unidade, localizada na rua B9 do conjunto Valadares – bairro Santa Maria, trabalha paralelamente aos Equipamentos de Proteção Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que inclui os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), serviços monitorados pelo Governo do Estado. Durante esse um ano de reativação, o Espaço consolidou vínculos, por meio de atividades e oportunidades ofertadas gratuitamente, que possibilitam livre acesso à comunidade.
No início, capacitações atraíram os moradores da região, com o objetivo de viabilizar oportunidades no mercado de trabalho, como o curso de Auxiliar Administrativo e Eletricista Predial Básico, fruto de uma parceria com da Seidh com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Outras ações também envolveram a comunidade, como campanhas de saúde para conscientização; celebrações alusivas a datas comemorativas; e – em destaque – os grupos de jovens e de idosos que se formaram no local; além das Oficinas do Bem, que incluem aulas de biscuit, capoeira, dança, ginástica, grafite, percussão, teatro, canto, violão e horta comunitária.
Robson Moreira é um dos moradores que aproveitaram o curso de Eletricista Predial. Hoje, ele é funcionário de uma empresa que presta serviço ao Centro. “Na época eu trabalhava com reciclagem e, por curiosidade, fui ao Espaço procurar saber se tinha algo que eu poderia fazer. Ao chegar lá, me deparei com a vaga no curso de eletricista e a coordenadora Lucivânia providenciou minha inscrição de imediato”, conta Robson.
Não parou por aí. Ele relata que, depois disso, participou de outras atividades, como a oficina de Língua Inglesa. “Também passei a ajudar a unidade, sempre que necessário, com serviços de eletricista. Já faz cinco meses que estou atuando nessa empresa com carteira assinada. Posso dizer que essa experiência agregou positivamente em minha vida, já que aprendi muitas coisas e posso ajudar e incentivar meus filhos com os estudos. Me fez ter acesso a novos conhecimentos e abriu meus horizontes”, diz.
Já Dona Selma Teles participa do grupo ‘Alegria de Viver’, voltado para a terceira idade. Os idosos se reúnem todas as terças-feiras e fazem aulas de ginástica, além de atividade psicossocial, que busca a melhoria da sua qualidade de vida. “É muito importante poder participar desse grupo, por isso convidei várias amigas. A atividade física é fundamental pra nós, que já não temos as mesmas condições físicas que um jovem. Alivia nossas dores e traz disposição. Gosto muito do Espaço Cuidar, porque me acolheu com muito carinho”, destaca.
De acordo com a coordenadora do Espaço, Lucivânia Ferreira, a entidade realiza um trabalho de extrema relevância para a comunidade. Ela ressalta que o nome ‘cuidar’ já define o serviço, e que os resultados são satisfatórios, considerando que a comunidade necessitada dessa atenção. “Muitas pessoas assistidas por nossa equipe relatam que suas vidas e concepções de sociedade mudaram a partir do trabalho que vem sendo realizado. Posso dizer que é um serviço que cativa as pessoas e não medimos esforços para ajudá-las da melhor forma. Dá para perceber a dedicação das pessoas em uma comunidade que nos acolheu. Eles sentem que a unidade é uma extensão dos seus lares. Isso é recíproco e gratificante. Enxergo como um ano de grandes conquistas e espero que esse ofício avance cada vez mais”, relata a coordenadora.
Vidas transformadas
A Equipe do Espaço Cuidar reúne profissionais de diversas áreas, como assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, além de técnicos e instrutores das oficinas. Um dos casos de superação acompanhados pelo Espaço é o de Maria Aparecida da Silva, que foi diagnosticada com depressão e, a partir do suporte recebido pelo lugar, está recuperada. Ela participa das oficinas de biscuit, violão, teatro, ginástica e dança. “Minha amiga me indicou esse espaço quando estava passando por dificuldades psicológicas graves. Conheci novas pessoas que contribuíram com minha recuperação. Aprendi mais do que esperava e isso fez eu me sentir importante, levantou meu astral. Eu não tinha o que fazer e me ocupei. Pensei que não conseguiria e todos no espaço me ajudaram. Estou vivendo uma nova história a partir daqui, e a equipe é merecedora de todo reconhecimento”, conta.
O Espaço Cuidar também foi o berço de surgimento do grupo de jovens ‘Juventude do Santa Maria em Ação’ (Jusama), que tem por objetivo sensibilizar os jovens do bairro a buscarem crescimento e oportunidades, tomando como base os estudos e a qualificação profissional. Uma das missões mais importantes do grupo é combater a evasão escolar. Para um dos coordenadores do Jusama, Everton dos Santos, foi observado que, devido à marginalização do bairro, os jovens se sentiam desmotivados, com relatos de falta de oportunidade e preconceito.
A partir dessa situação, o grupo se reunia para debater idéias relacionadas às políticas de juventude, na busca de mecanismos que diminuíssem o índice de evasão escolar. “Muitos jovens ainda permitem que seus sonhos morram e não desenvolvem a sua capacidade. Muitos ainda procuram outros meios para viver, se enganando, se deixando levar por uma suposta facilidade na vida, como as drogas, o que causa desinteresse pelo aprendizado, saindo da escola antes do tempo necessário pra a sua formação”, pontua.
O Jusama realizou levantamento em algumas instituições de ensino sobre o que os jovens desejavam para as suas respectivas vidas, inclusive no âmbito profissional. Em uma delas, a direção do colégio informou que a fuga dos estudantes diminuiu cerca de 50%. “Ficamos bastante satisfeitos, pois foi um número bastante significativo. Vivenciei coisas que todo jovem vivencia. Muitos chegaram a relatar que tinha receio de ir para a escola por causa do medo de assaltos e outras formas de violência. Mas se tivermos incentivos e oportunidades, teremos menos jovens envolvidos com a criminalidade. O jovem contemporâneo tem sonhos, quer se profissionalizar, ter uma vida melhor, pois a marginalidade existe e trabalhamos para que isso não aconteça”, defende Everton.
Egresso do curso de auxiliar administrativo, o Everton cursa o ensino médio e quer prestar o Enem para a faculdade de Tecnologia da Informação (T.I). Ele afirma que o Espaço o ajudou a ter outra visão da vida, na qual entende a sociedade como instrumento de transformação. Eu também faço teatro e também participo do projeto da Horta Comunitária. O curso de auxiliar me ajudou a ter uma base profissional, sobretudo se eu quiser ter meu próprio negócio. É uma educação financeira onde os participantes aprenderam sobre custos, lucros, renda, etc. Eu era desiludido com a sociedade. Através do Jusama, mudei minha visão e meu comportamento perante a sociedade”, finaliza o jovem.