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Terça-Feira, 24 de Outubro de 2023 às 13:45:00
Funcap anuncia os contemplados nos editais da Lei dos Mestres da Cultura Popular
Os mestres contemplados passarão a receber incentivo vitalício de dois salários mínimos mensais para dar continuidade a seus trabalhos

A ‘Segundona da Sergipanidade’, nesta segunda-feira, 23, na Rua São João, abriu a programação da Semana da Sergipanidade, organizada pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), com muitas novidades, dentre elas a divulgação dos nomes dos Mestres contemplados na Lei de Mestres da Cultura Popular, cuja finalidade é reconhecer, incentivar e impulsionar a atuação cultural de pessoas que tradicionalmente mantém e salvaguardam aspectos relevantes da cultura de Sergipe.

Foram contemplados os Mestres Tonho Preto, Mestre Orlando do Couro, Tia Madá, Beto Pezão e Mestra Zefinha. A escolha desses mestres é resultado de um criterioso processo de seleção realizado pela Funcap, levando em consideração não apenas a importância de suas contribuições, mas também seu impacto na comunidade e seu comprometimento em manter viva a riqueza cultural sergipana.

Presente na solenidade, Igor Albuquerque, presidente do Conselho Estadual de Cultura, ressaltou a importância da Lei de Mestres. “Essa lei é de extrema importância, pois representa uma política pública de cultura e um marco para o estado. Por meio dela, após um rigoroso processo de seleção, no qual o Conselho Estadual de Cultura desempenhou um papel ativo, cinco indivíduos foram escolhidos, entre diversos outros candidatos, pelo governador. Estamos aqui testemunhando a implementação de uma política pública de cultura histórica e justa, reconhecendo e valorizando esses fazedores e fazedoras de cultura”, explicou.

Ao serem contemplados, esses mestres recebem um importante incentivo de dois salários mínimos durante toda a vida, para dar continuidade às suas atividades culturais e aprimorar seus trabalhos.

“Essa iniciativa não apenas valoriza, mas também perpetua o conhecimento desses mestres. Além disso, eles estarão à disposição da Fundação para o Governo de Sergipe, prontos para ministrar palestras e participar de ações que visam expandir ainda mais seu saber”, indicou a presidente da Funcap, Antônia Amorosa.

Na ocasião, Mestre Orlando do Couro foi representado pelo seu filho, Bruno Marques. “Como filho do Mestre Orlando, é uma verdadeira honra para mim estar presente neste momento. Tenho lutado pelo reconhecimento do trabalho do meu pai, pois acredito que esses mestres da cultura popular possuem um conhecimento precioso. Além de gerar renda para suas famílias, eles também são responsáveis por trazer alegria à cultura popular do nosso estado. Estou realmente muito emocionado”, contou Bruno Marques.

Com a realização dos editais da Lei de Mestres da Cultura Popular, a Funcap reafirma seu compromisso em fomentar e fortalecer a cultura sergipana, valorizando aqueles que dedicam suas vidas à preservação e disseminação das manifestações culturais tradicionais. Por meio da iniciativa, o Governo de Sergipe demonstra seu apoio e reconhecimento aos mestres da cultura popular, contribuindo para a preservação e valorização do patrimônio cultural do estado.

Mestres da Cultura Popular

Antônio Modesto, conhecido como Tonho Preto, de 82 anos, natural de Boquim, no sul do estado. Líder do Grupo de Pífano de Santo Antônio e organizador das cavalgadas e da Missa do Vaqueiro no Povoado Céu há seis décadas, sua paixão pela música começou na infância, quando acompanhava a mãe nos novenários. Quando chegava em casa, ele construía seus próprios instrumentos utilizando galhos de mamão.

Mestre Orlando do Couro, da cidade de Poço Redondo, no alto sertão, une tradição e renovação na criação de artigos em couro. Do chapéu e do gibão típicos dos vaqueiros da região até os sapatos 'roló' (botas de couro), passando por chinelos, brincos e reproduções da flor que adornava os chapéus das cangaceiras, cada peça carrega um saber precioso transmitido por gerações na família.

Maria Madalena Santos, conhecida como Tia Madá, é Mestra do Samba de Coco da Ilha Grande, em São Cristóvão, na região metropolitana de Aracaju. Com 75 anos, ela é uma guardiã da tradição passada por seus tataravós. Tia Madá se dedica a transmitir essa arte para os membros de sua família, incluindo filhos, netos e sobrinhos, que compõem o grupo.

José Roberto Freitas, artesão e escultor conhecido como Beto Pezão, nasceu em às margens do Rio São Francisco, em 1952. Com destaque aos pés grandes, suas esculturas talhadas no barro, carregam traços fortes e detalhes marcantes, suas obras emocionam ao retratar os sentimentos autênticos do povo nordestino.

Maria Josefa Santos d’Assunção, de 80 anos e conhecida como Zefinha, é mestra da Batucada Buscapé, em Estância, no sul sergipano. O grupo foi criado em 1985 e possui 46 componentes. O mais novo tem cinco anos. Zefinha é responsável pela confecção das roupas, tamancos e adereços. Com o grupo, já viajou para diversos lugares do Brasil. Para ela, ser mestra é uma honra.