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Quarta-Feira, 14 de Junho de 2023 às 00:15:00
Dia de Santo Antônio tem muito forró sergipano no Arraiá do Povo
Na noite dedicada ao primeiro santo do ciclo junino, forró autêntico sergipano botou público que foi a Orla da Atalaia para dançar

A terça-feira é de lei, artista sergipano no Arraiá do Povo tem. Nesta edição da festa foram contratados mais de 140 artistas sergipanos, além das quadrilhas juninas e trios pés de serra para se apresentarem nos eventos realizados pelo Governo do Estado, um marco na história dos festejos juninos de Sergipe, que mostra a valorização da atual gestão com os artistas locais. E o Palco Rogério, neste 13 de junho, teve o cantor Erick Souza, a banda Somos Loucos e o Forró Maturi, para alegria de sergipanos e turistas que foram dançar um bom forrozinho.

A noite de Santo Antônio, dia do primeiro santo do ciclo junino, iniciou com o campeão do Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit) 2017, o cantor sergipano Erick Souza, que entrou no palco pontualmente às 19 horas e apresentou um repertório mesclado por forró autêntico e piseiro. “A gente faz tudo para agradar ao público e aprende muita coisa na vida artística. Já cantei em quadrilha, depois como zabumbeiro participei da banda Balança Eu, tive um trio pé de serra chamado Manduri, ganhamos o Prêmio Sanfona de Ouro, em 2015, e em 2016 sai em carreira solo, muito incentivado pelo cantor Mimi do Acordeon”, relembrou. 

O artista, há seis anos, foi vencedor do maior festival de forró pé de serra do mundo, em Itaúnas, no Espírito Santo, que recebe todos os anos, em julho, grupos de forró pé de serra do Brasil inteiro, inclusive do exterior. “E eu fui o primeiro sergipano a ser campeão, fato que me abriu muitas portas”, disse.

Erick já participou do Arraiá do Povo, mas no Palco Rogério foi a primeira vez que se apresentou. “Essa iniciativa do Governo do Estado em priorizar artistas locais é muito importante. É graças a essa medida do Governo de Sergipe que estou aqui. Na pandemia fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar a trabalhar. Ficamos parados muito tempo e hoje vejo artistas sergipanos subindo nesse palco, fico maravilhado e agradeço ao governador Fábio Mitidieri pelo impulso. A gente precisa dessa valorização”, afirmou. 

Forró das antigas

A dupla Leninha Mendes e Elvis Morales, da banda Somos Loucos, não deixou ninguém parado com o forró das antigas. “O País do Forró não pode deixar de ter uma banda representando essa discografia linda que é o forró das antigas”, ressaltou Morales. A banda existe há 11 anos e há oito Leninha e Elvis se apresentam juntos.

Ela foi da banda Mulheres Perdidas e ele, da banda Caviar com Rapadura. A dupla se apresentou pela primeira vez no Arraiá do Povo. “Iniciamos com o pé direito, pois vamos ao principal palco do evento. Estar aqui fazendo parte dessa festa linda era um sonho nosso que agora realizamos e podemos dizer que fazemos parte dessa história”, observou Leninha.

Para Elvis Morales, a nova gestão tem oportunizado espaço para a classe artística local. "Viajamos pelo país e ouvimos muitas reclamações. Este ano Sergipe está fazendo diferente da maioria dos estados. Parabenizo a todo Governo do Estado por essa iniciativa”.

Homenagem aos grandes mestres

O Forró Maturi fechou a noite de terça-feira no Arraiá do Povo. Os integrantes da banda – formada pelo sanfoneiro Lukinha Nascimento, no vocal, Papel, no zabumba, Bicó, no cavaquinho, Cleidivan Santos, no pandeiro, Betinho Caixa d’Água, e no baixo, Rony Peterson - está há 11 anos juntos e no Arraiá do Povo toca desde 2015. “Viemos numa crescente desde 2015, quando iniciamos tocando no coreto. A partir de 2017 a 2019, no palco principal. Na pandemia fizemos a live que aconteceu no Complexo Cultural Gonzagão e este ano fomos contemplados para mostrar nosso trabalho no Palco Rogério. Um orgulho para nós”, relatou Lukinha. 

O artista ainda relembrou que foi sanfoneiro do cantor Rogério em alguns shows. “É uma honra subir ao palco que leva o nome dele, e não podemos deixar de parabenizar a Funcap [Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe] que este ano fez um trabalho em homenagem aos nossos forrozeiros que já partiram, como Edgar do Acordeon, Clemilda e Marluce. É essencial não esquecermos daqueles que vieram antes de nós”.

Lukinha frisa que as músicas desses grandes artistas sergipanos estão presentes no repertório. “O show ‘Maturi canta os grandes mestres’ engloba artistas sergipanos e os grandes mestres do forró nacional, como Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Dominguinhos, além de nossas músicas autorais, como ‘Beijo seu’, o forró solado, ‘Taí seu Mamedio’, uma homenagem a meu avô, e ‘Menina forrozeira’. E assim a gente vai mesclando para levar forró purinho e genuinamente sergipano para todo o público”, evidenciou.

O artista destaca que a política cultural que o Governo do Estado está realizando é notória. “Eu estou aqui com meu grupo e está recheado de oportunidades para mim. Já toquei no Concurso de Quadrilhas Arranca Unha, no Centro de Criatividade, como músico sanfoneiro. Eu consigo trabalhar na minha cidade, não preciso viajar para outros estados. E, outro detalhe, o dinheiro que eu ganho aqui aplico aqui, faço a economia girar no meu próprio estado. Está de parabéns o governador Fábio Mitidieri e toda a equipe da Funcap por esses dias 31 dias de forró. E emprego para a cadeia produtiva cultural”, destacou Lukinha.

Festa aprovada

Paulista de nascimento, Bruna Bittencourt reside na Itália, mas tem pais sergipanos. Na noite de Santo Antônio ela estava, pela primeira vez, no Arraiá do Povo. E estava encantada com a Vila do Forró e toda a organização. “É uma megaestrutura,” Vi atendimento médico, me senti segura, o volume do som é adequando, a gente consegue conversar, tudo muito bem-organizado e lindo de se ver. Moro fora, mas meu sangue é nordestino. Dá orgulho de ver esse Arraiá”, destacou Bruna, que na quarta-feira já volta à Itália. “Vou voltar porque meus filhos e esposo ficaram, mas quero vir com eles, para que possam conhecer essa festa linda”.

Forrozeira, quadrilheira e animada, a pensionista Leda Maria da Rocha, 66 anos, não parava de dançar no Barracão da Sergipe. Era sua primeira noite e ela já garantiu que vai voltar. “Isso aqui está bom demais e com essa música boa, a gente dança até amanhecer”. Dona Leda estava vestida de Rainha do Milho, pois tinha se apresentado em uma loja de uma rede de supermercado – da qual é embaixadora –, esteve também nos shows que estão acontecendo na praça General Valadão, no centro comercial de Aracaju, e sua parada final foi o Arraiá do Povo, onde estava acompanhada do filho, nora e neta. “Faço zumba, dança do ventre, Academia da Cidade, mas nada se compara ao forró”. E qual o segredo de tanta vitalidade e animação? “Fazer o que a gente gosta e ser feliz”, contou, sorrindo.

País do forró

Este ano, o Governo de Sergipe preparou para os festejos juninos no estado uma programação com mais de 30 dias de festa. Na capital, a festa acontecerá em cinco pontos: Arraiá do Povo, na Orla da Atalaia, Rua São João, Gonzagão, Centro de Criatividade e 18 do Forte. No total, serão mais de 250 atrações, sendo 140 sergipanas, 40 nacionais, 60 apresentações de quadrilhas juninas e 40 trios pés de serra.

A programação dos festejos juninos realizada pelo Governo de Sergipe tem o patrocínio do Banese, Deso, Maratá, PagBet e Eneva e apoio da Energisa e MOB.