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Quinta-Feira, 23 de Novembro de 2023 às 09:15:00
Artistas e sociedade civil definem delegados para representar Sergipe na Conferência Nacional de Cultura
Propostas debatidas na Conferência Estadual serão representadas por 28 delegados, entre poder público e sociedade civil

Artistas, fazedores de cultura e sociedade civil engajada apresentaram propostas para ampliação e desenvolvimento do cenário cultural do estado em todas as frentes e segmentos, na última quarta-feira, dia 22, na 3ª Conferência Estadual de Cultura, ocorrida no Teatro Atheneu e promovida pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap).

As discussões giraram em torno de seis eixos temáticos, abordando questões cruciais para a cultura local, como o incentivo à produção cultural, a democratização do acesso aos recursos culturais, a gestão cultural e a participação social na formulação de políticas culturais, entre outros. A diversidade de tópicos refletiu a complexidade e a riqueza do panorama cultural de Sergipe.

A importância do encontro foi destacada pelos artistas, que reconhecem seu papel na valorização e fortalecimento do setor cultural. O artista cênico Ivo Adnil ressaltou que a realização da conferência é um marco para a cultura em Sergipe. "Possibilita que os artistas tenham voz e sejam ouvidos pelas autoridades responsáveis pela formulação de políticas culturais. É uma oportunidade de contribuir ativamente para a construção de um cenário cultural mais dinâmico, inclusivo e valorizado".

Ao final dos debates, cada grupo de trabalho apresentou suas propostas, e as duas mais votadas pelo público serão levadas por delegados eleitos à Conferência Nacional de Cultura, agendada para os dias 4 a 8 de março de 2024, com o tema central 'Democracia e Direito à Cultura'. Essa etapa nacional será uma oportunidade para amplificar as vozes dos artistas sergipanos e garantir que suas demandas sejam consideradas em âmbito nacional.

Os delegados selecionados para representar Sergipe na Conferência Nacional de Cultura foram definidos por meio de eleições democráticas. Das 28 vagas disponíveis, 1/3 são destinadas ao poder público, incluindo gestores culturais municipais, secretários e técnicos de cultura, enquanto 2/3 são designados à sociedade civil. Assim, dos 65 delegados presentes que representavam o poder público, também eleitos em conferências municipais e intermunicipais, foram selecionados dois homens e duas mulheres. As votações levaram em consideração as diferentes regiões do estado e as diversas expressões artísticas.

No que diz respeito aos representantes da sociedade civil, após um acordo entre os presentes, das 10 vagas disponíveis, 3 foram destinadas à representação de pessoas com deficiência (PCD), indígenas e quilombolas. A representatividade de cada região do estado também foi considerada durante a seleção.

Selma dos Santos, quilombola do município de Estância, destacou a importância de ser escolhida para representar sua região e ter a oportunidade de levar as demandas que precisam de atenção para quem faz a cultura e vive da arte. "O sentimento de ser escolhida para uma região é você ter o direito de se expressar, de usar o espaço para levar todas as demandas que precisam de um olhar voltado para que as políticas públicas realmente ocorram na prática, beneficiando quem faz a cultura, quem vive da arte e que realmente precisa de um olhar mais atencioso, para que tudo aconteça", afirmou.

A secretária adjunta da Barra dos Coqueiros, Pétala Tâmisa, falou sobre a responsabilidade de representar o estado na Conferência Nacional, expressando sua satisfação por representar tanto a capital Aracaju quanto a Barra dos Coqueiros. "Isso é uma conquista para nós, pois geralmente não há representações da Barra, mas estou também representando a classe artística, porque, acima de tudo, eu também sou artista, sou da música".

A descentralização da cultura em Sergipe e o fomento dos debates acerca de políticas públicas voltadas para a cultura em todos os municípios têm sido um dos principais objetivos da atual gestão. Segundo a presidente da Funcap, Antônia Amorosa, a Fundação realizou 12 oitivas na capital e 11 no interior. " Além de colaborar com conferências municipais por meio de técnicos da cultura e conferências intermunicipais organizadas pela própria instituição. Essas ações visam fortalecer os municípios que enfrentam maiores dificuldades”. Como resultado desses esforços, destaca-se a adesão de 92% dos municípios nas conferências.

"O empenho da Dicult [Diretoria de Cultura] atendeu nossa expectativa no sentido de mobilizar o maior número possível de representações de todo o estado, para que fosse eleito entre os delegados, uma diversidade de vozes que contribuem com o fazer cultural no estado de Sergipe”, completou o diretor de Políticas Culturais da Funcap, Pascoal Maynard.

A expectativa é que as propostas resultantes da Conferência Estadual de Cultura de Sergipe contribuam para a formulação de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com as necessidades e aspirações dos artistas e fazedores de cultura.

A  coordenadora do Escritório do Ministério da Cultura (MinC) em Sergipe, Thiane Araújo, enfatizou a importância do evento. "Foi um momento caloroso de debates, de propostas, de compreensão das políticas públicas de cultura, tanto em nível municipal quanto estadual e nacional. Agora, é trabalhar junto ao Poder Público, ao governo e também ao governo federal, pois o Ministério da Cultura está atento às necessidades do setor cultural. Foi realmente muito importante".