O Governo de Sergipe vai inaugurar nesta sexta-feira, 8 de março, a Vila da Páscoa Iluminada. O evento inédito segue até o dia 31 e deve atrair famílias inteiras para os lagos localizados na Orla da Atalaia, em Aracaju. A programação da Vila da Páscoa terá shows musicais, encenação da Paixão de Cristo, comercialização de artesanato e uma área gastronômica. Celebrando a maior festa do Cristianismo, a Vila da Páscoa é um potencial produto do turismo religioso, que, destaque-se, vem se consolidando no estado.

O secretário de Estado do Turismo, Marcos Franco, comemorou a criação desse novo evento turístico, que acaba de ser apresentado pelo Governo de Sergipe. Segundo ele, a Vila da Páscoa Iluminada vai surpreender visitantes e também turistas. “Está tudo lindo, com decoração belíssima e locais instagramáveis. Além disso, haverá muitas apresentações musicais e teatrais. Tudo pensado para atrair famílias inteiras, principalmente porque é a exaltação da maior festa cristã e também da cultura. Com isso, estamos dando um passo que considero importante para, no futuro, tornar esse evento, de fato, um produto do turismo religioso, atraindo pessoas de outros estados”, comentou o secretário.

É importante ressaltar que a realização das vilas temáticas tem gerado impactos econômicos positivos para o estado. A Vila do Forró, durante o Arraiá do Povo, em junho, e a Vila do Natal Iluminado, em dezembro, contribuíram significativamente para o aumento da arrecadação, geração de empregos e movimentação do comércio em Sergipe. De acordo com Marcos Franco, essa iniciativa se soma às ações já realizadas pelo Estado em prol da promoção do turismo em Sergipe.

E, durante os 24 dias da Vila da Páscoa Iluminada, a diversificada programação contará com atividades que começarão a partir das 17h e serão encerradas às 23h. No total, serão 46 atrações musicais cristãs – duas por dia – e a encenação da Paixão de Cristo aos sábados e domingos, às 19h. Mais: a estrutura conta com capela cenográfica, feirinha de artesanato, área gastronômica e opções de recreações infantis.

Turismo religioso

Para a turismóloga Laura Almeida, coordenadora do curso de Turismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Vila da Páscoa Iluminada é uma inovação, porque Sergipe nunca teve um evento voltado exclusivamente à Semana Santa. De acordo com ela, isso causa comoção e sensibilização junto ao público. Consequentemente, a especialista aponta, oferece uma opção a mais para visitantes e turistas que inicialmente buscam lazer e entretenimento, mas acabam tendo contato com a valorização cultural por meio desse evento.

“Considero que trazer essa possibilidade de discutir, de sensibilizar aqueles que já o fazem, por meio da Semana Santa, é um grande acerto para o desenvolvimento do turismo. Vejo como a oportunidade de dinamizar as estruturas turísticas, de ser um convite, na realidade, para que a população possa ter esse pertencimento com seus atrativos e valores. Acredito que cria uma possibilidade de equilíbrio entre oferta e demanda, o que é muito importante, principalmente em relação à taxação ocupacional dos hotéis”, avalia a turismóloga.

Laura Almeida explicou que o turismo religioso, hoje, se caracteriza por ser uma atividade que se desenvolve através da dimensão da crença. “É a fé que conduz, que motiva as pessoas a se deslocarem em busca de experiências religiosas, espirituais, também de motivação para conhecer, visitar templos, santuários, ir a shows católicos ou evangélicos. Então, acredito que a Vila da Páscoa pode, sim, vir a se tornar ou vir a estar dentro de uma perspectiva de um conceito de turismo religioso, considerando que, para que o turismo ocorra, é necessário que as pessoas se sintam motivadas a vir visitar o destino”, analisa.

A turismóloga enfatizou, ainda, a questão econômica fomentada pelo turismo religioso. Com a venda de artigos religiosos e alimentícios, por exemplo, esse segmento turístico promove a geração de renda. “O turismo religioso vai além das romarias, das peregrinações. Ele visa também essa possibilidade de desenvolvimento na perspectiva de geração de renda. É claro que isso acaba fortalecendo não somente a cultura e a religião enquanto uma prática cultural de cada município”, acrescentou.

Laura Almeida salientou ser muito positivo que Sergipe possa trabalhar outros segmentos além do ‘sol e praia’ e criar outros produtos. Desse modo, estimula a possibilidade de geração de empregos e renda, e de fortalecimento do setor. “Eu acredito que, sobretudo, o turismo religioso pode colaborar para o desenvolvimento socioeconômico sustentável. E quando a gente fala em sustentabilidade no setor turístico, a gente está falando em manutenção, que vem quando se consegue trabalhar a sazonalidade por meio da criação de novos produtos”, declarou.