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Sexta-Feira, 20 de Setembro de 2019 às 17:30:00
Secretaria de Inclusão cadastra internas do Presídio Feminino para emissão da Carteira Nacional do Artesão

Bordados, costuras e serigrafias dão vazão ao talento manual de internas do sistema prisional sergipano. Nesta quinta-feira, 19, a coordenação Estadual de Artesanato da secretaria de Estado da Inclusão Social e do Trabalho (Seit) realizou o cadastramento das artesãs que integram o projeto Odara, no Presídio Feminino - Prefem, localizado em Nossa Senhora do Socorro. Uma vez registradas no Programa do Artesanato Brasileiro em Sergipe (PAB Sergipe), elas poderão receber a Carteira Nacional do Artesão.

Segundo a coordenadora do Artesanato da Seit, Ana Rosa Tavares, o Estado de Sergipe conta atualmente com cerca de 4.500 artesãos. “Além de ser um documento oficial com foto, a carteira nacional do artesão traz benefícios, como a aposentadoria, isenção em emissão de notas fiscais, além de viabilizar a participação em feiras estaduais e nacionais. Já é a segunda vez que a gente vem ao Prefem e é muito gratificante fazer as carteiras delas, porque se interessam em aprender e passar o saber para outras mulheres. Elas trabalham com crochê, amigurumi, bordado em ponto cruz, vagonite, bonecas de pano, entre outros. Tudo com acabamento perfeito”, conta.

A interna A. P. P. S., de 32 anos, conta que não tinha profissão antes de entrar no Prefem, mas que, agora, a sua profissão é artesã. “Entrei em 2017 e tive muito interesse no Projeto Odara, onde aprendi a fazer crochê. Não acho que o presídio é o fim. Aqui é o começo do recomeço, é um lugar para sermos renovadas. Eu não tinha profissão e agora já tenho uma. Eu e mais algumas meninas temos o objetivo de montar um grupo de artesãs quando sairmos daqui, para revender os nossos produtos. O artesanato nos deu uma nova oportunidade, e é isso que queremos e precisamos. Nós somos privilegiadas”, disse.

O projeto Odara surgiu em 2017 e mudou a vida das internas no Prefem, como afirma a interna A. S. G. M. A., de 53 anos. “O projeto chegou para abrilhantar a cadeia. Tudo aqui é feito com muita intensidade, com muito amor. O artesanato tira a nossa ociosidade e agradeço muito a esta direção pelo projeto. A gente não se sente presa aqui dentro, parece que estamos saindo para trabalhar. Me identifiquei com a reta e o overlock e, com isso, faço os aventais, os uniformes e tudo o que precisa pra o nosso uso. O melhor de tudo é que sairemos daqui com uma visão promissora, temos o futuro pela frente”, diz, esperançosa.

De acordo com a vice-diretora do Prefem, Edjane Marinho, são ofertados cursos de aperfeiçoamento artesanal às internas, em parcerias com instituições. “Temos uma parceria com o Ministério Público Estadual, o Projeto Florescer, que oferta cursos voltados às habilidades manuais, como boneca, pintura e patchwork. A partir daí, descobrimos os talentos delas e selecionamos as participantes para o Projeto Odara. Temos também outras parcerias, como a Universidade Federal de Sergipe e a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho – FUNDAT. A proposta é trazer a concepção do trabalho como produção criativa e rentável, para que elas usem essa produção para sair da criminalidade. Aqui, elas são remuneradas com 70% do salário mínimo”, conta.

A profissão de artesão é regulamentada pela Lei nº 13.180, de 23 de outubro de 2015, que estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão, institui a carteira profissional para a categoria e autoriza o poder Executivo a dar apoio aos artesãos.  Através do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB Sergipe), a Seit emite a Carteira Nacional do Artesão com validade de quatro anos, em todo o território nacional. Quem tiver interesse deve ligar para (79) 3222-5942.

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Secretaria de Inclusão cadastra internas do Presídio Feminino para emissão da Carteira Nacional do Artesão
Sexta-Feira, 20 de Setembro de 2019 às 17:30:00

Bordados, costuras e serigrafias dão vazão ao talento manual de internas do sistema prisional sergipano. Nesta quinta-feira, 19, a coordenação Estadual de Artesanato da secretaria de Estado da Inclusão Social e do Trabalho (Seit) realizou o cadastramento das artesãs que integram o projeto Odara, no Presídio Feminino - Prefem, localizado em Nossa Senhora do Socorro. Uma vez registradas no Programa do Artesanato Brasileiro em Sergipe (PAB Sergipe), elas poderão receber a Carteira Nacional do Artesão.

Segundo a coordenadora do Artesanato da Seit, Ana Rosa Tavares, o Estado de Sergipe conta atualmente com cerca de 4.500 artesãos. “Além de ser um documento oficial com foto, a carteira nacional do artesão traz benefícios, como a aposentadoria, isenção em emissão de notas fiscais, além de viabilizar a participação em feiras estaduais e nacionais. Já é a segunda vez que a gente vem ao Prefem e é muito gratificante fazer as carteiras delas, porque se interessam em aprender e passar o saber para outras mulheres. Elas trabalham com crochê, amigurumi, bordado em ponto cruz, vagonite, bonecas de pano, entre outros. Tudo com acabamento perfeito”, conta.

A interna A. P. P. S., de 32 anos, conta que não tinha profissão antes de entrar no Prefem, mas que, agora, a sua profissão é artesã. “Entrei em 2017 e tive muito interesse no Projeto Odara, onde aprendi a fazer crochê. Não acho que o presídio é o fim. Aqui é o começo do recomeço, é um lugar para sermos renovadas. Eu não tinha profissão e agora já tenho uma. Eu e mais algumas meninas temos o objetivo de montar um grupo de artesãs quando sairmos daqui, para revender os nossos produtos. O artesanato nos deu uma nova oportunidade, e é isso que queremos e precisamos. Nós somos privilegiadas”, disse.

O projeto Odara surgiu em 2017 e mudou a vida das internas no Prefem, como afirma a interna A. S. G. M. A., de 53 anos. “O projeto chegou para abrilhantar a cadeia. Tudo aqui é feito com muita intensidade, com muito amor. O artesanato tira a nossa ociosidade e agradeço muito a esta direção pelo projeto. A gente não se sente presa aqui dentro, parece que estamos saindo para trabalhar. Me identifiquei com a reta e o overlock e, com isso, faço os aventais, os uniformes e tudo o que precisa pra o nosso uso. O melhor de tudo é que sairemos daqui com uma visão promissora, temos o futuro pela frente”, diz, esperançosa.

De acordo com a vice-diretora do Prefem, Edjane Marinho, são ofertados cursos de aperfeiçoamento artesanal às internas, em parcerias com instituições. “Temos uma parceria com o Ministério Público Estadual, o Projeto Florescer, que oferta cursos voltados às habilidades manuais, como boneca, pintura e patchwork. A partir daí, descobrimos os talentos delas e selecionamos as participantes para o Projeto Odara. Temos também outras parcerias, como a Universidade Federal de Sergipe e a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho – FUNDAT. A proposta é trazer a concepção do trabalho como produção criativa e rentável, para que elas usem essa produção para sair da criminalidade. Aqui, elas são remuneradas com 70% do salário mínimo”, conta.

A profissão de artesão é regulamentada pela Lei nº 13.180, de 23 de outubro de 2015, que estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão, institui a carteira profissional para a categoria e autoriza o poder Executivo a dar apoio aos artesãos.  Através do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB Sergipe), a Seit emite a Carteira Nacional do Artesão com validade de quatro anos, em todo o território nacional. Quem tiver interesse deve ligar para (79) 3222-5942.