O São João não passou despercebido para os acolhidos em abrigos estaduais e usuários de equipamentos socioassistenciais mantidos pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias). No Restaurante Popular Padre Pedro, localizado no centro de Aracaju, os usuários receberam um cardápio especial na véspera e no dia de São João (23 e 24), com milho verde, paçoca, cuscuz recheado, suco de jenipapo e broa de milho, através da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (CSAN) da Seias; e o clima junino se repetirá também no almoço e jantar do dia de São Pedro (29), com cozido, pirão, cuscuz e broa de milho. Ainda na capital, acolhidos na Casa de Passagem Estadual e na Casa-Abrigo Professora Neuzice Barreto tiveram mesa farta com quitutes variados, música e decoração junina na véspera de São João (23). Ações especiais também foram realizadas no interior do estado, nos abrigos regionais de Frei Paulo e de Carmópolis.

A véspera de São João caiu numa quarta-feira, dia da semana preferido pelos usuários do Restaurante Padre Pedro por ter churrasco no almoço, que ganhou acompanhamento de itens regionais, como conta a nutricionista da Seias, Angelina Cruz. “Fizemos algumas modificações específicas. Para o dia 23, a gente mudou a salada e colocou milho, suco de jenipapo e, de sobremesa, a paçoca. Já no dia 24, o jantar teve broa de milho e cuscuz recheado de calabresa, bacon, frango e alguns temperos. Ficou uma delícia. Na próxima terça-feira (29), dia de São Pedro, o cardápio também será especial, com almoço oferecendo carne cozida e pirão da carne e jantar com cuscuz recheado e broa de milho. Incrementamos o cardápio por saber que eles gostam, para valorizar a regionalidade e também para oferecer um pouco mais de calor e carinho para eles”, reforçou Angelina.

Usuário do restaurante popular, Fernando Domingos é vendedor ambulante no Centro de Aracaju e vai ao Padre Pedro adquirir sua quentinha por R$ 1 real, de segunda a sexta-feira. Para ele, é importante valorizar o clima junino com cardápio especial. “O São João é a tradição do nordestino, né? Infelizmente, este ano não terá forró, mas a animação continua", afirmou. O ambulante garantiu que está se cuidando contra a Covid-19 e já foi vacinado com a primeira dose da vacina. "Apenas a máscara não resolve. Tem que tomar a vacina pra se proteger", aconselha Fernando. Já a também ambulante Marcleide de Souza vai com a filha ao Padre Pedro todos os dias, no almoço e no jantar, e aprovou a mudança no cardápio. “É legal, é bom pra gente. A comida é uma delícia, principalmente dia de hoje, que é churrasco. Hoje é especial. A comida é gostosa e alimenta as pessoas que não têm condições de comprar. Por um real, ajuda muito mesmo”, considera Marcleide.

Na Casa de Passagem, unidade de acolhimento para pessoas em situação de rua, a coordenadora Jainne Oliveira conta que a Seias e o equipamento social proporcionaram aos usuários uma mesa farta de comidas típicas da festa junina. “Conseguimos também uma decoração especialmente feita pelos colegas da Casa de Passagem. Essa pequena celebração fez todo o diferencial nesse período junino. Mediante o momento pandêmico, tivemos que pensar em estratégias para que todos os acolhidos, assim como os funcionários, tivessem um cuidado maior”, destacou Jainne, fazendo um agradecimento especial aos funcionários da unidade pelo apoio. Para a assistente social da Casa de Passagem, Gilvânia Moreira, a preparação da comemoração do São João representa aumento da autoestima para os usuários. “Eles ficam muito felizes com essa ação, e para a gente é uma honra trazer essa festa junina para eles”, disse Gilvânia.

Acolhido há quase dois meses na Casa de Passagem, Ícaro Menezes aprova o serviço oferecido pelo Governo do Estado na unidade de acolhimento. “Os cuidadores daqui ajudam todos os dias, levando a gente para o médico, para a assistente social. E, agora, programaram o festejo junino, com merendas, suco e guaraná. Foi um intuito bacana, pois nem todos aqui teriam condição de comprar”, revelou Ícaro. Para o mineiro Marcelino de Souza, também acolhido pela unidade, festejar o São João em Sergipe é novidade. “Na minha cidade, não é tão alegre como aqui. Estou achando muito bom, muito gostoso, nunca vivi. Aqui dentro, tem pessoas que foram abandonadas e, neste lugar, o funcionário acolhe a gente, o educador supervisiona todo mundo com o maior amor e carinho. Um momento assim vem trazer um pouco mais de alegria para as nossas vidas”, avaliou Marcelino.