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Terça-Feira, 01 de Setembro de 2020 às 17:00:00
Live da Secretaria de Estado da Inclusão encerra Mês da Visibilidade Lésbica
Encontro virtual debateu experiências e reivindicações com representantes do movimento lésbico e conselheiras dos Direitos da Mulher em Sergipe

O Mês da Visibilidade Lésbica (agosto) foi encerrado com uma Live sobre experiências e desafios da mulher lésbica na sociedade contemporânea. O encontro virtual aconteceu na última segunda-feira, 31, no canal do YouTube da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), e contou com a participação das psicólogas e integrantes do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM) Lili Drapala e Camila Calaça de Sá. Durante o debate, promovido através da diretoria estadual de Direitos Humanos, as participantes compartilharam experiências e pautas de reivindicação.

A Live contou com a mediação da referência técnica estadual em políticas públicas para população LGBTQIA+ da Seias, Adriana Lohanna Santos, que ressaltou temáticas como saúde pública, conflitos e acolhimento em ambiente familiar, e formas de violências sofridas pelas mulheres lésbicas. “O Brasil lidera o ranking de país que mais mata a população LGBTQIA+ no mundo, sendo a maioria desses crimes cometidos por homens e em ambientes públicos, motivados pela discriminação e preconceito. Esta Live é um tipo de espaço necessário, sobretudo porque, mesmo dentro do movimento, as mulheres lésbicas ainda são invisibilizadas e suas pautas merecem atenção, cuidado e respeito”, afirmou. 

A necessidade de debater sexualidade com famílias e escolas foi um dos pontos abordados pela psicóloga Camila Sá. “Eu também experimentei conflitos em ambiente familiar. Por ser uma lésbica que, de acordo com os padrões patriarcais impostos pela sociedade, é masculinizada, eu sofri muito durante o processo de autoaceitação. Foi no ambiente educacional da universidade que me senti acolhida. O silenciamento é um dos percalços que nos adoece, então espaços como este da Live, que nos dá o poder de fala e nos acolhem, são de extrema importância. Compartilhar nossas dores e experiências é necessário para o fortalecimento da nossa luta”, pontuou. 

Para a psicóloga Lili Drapala, o sofrimento da mulher lésbica é duplamente reforçado pela sociedade, já que essas mulheres se diferenciam da feminilidade imposta. “Hegemonicamente, a religião do cristianismo impõe os padrões da família. Então, a família ocupa o papel de tentar modular o sujeito para que siga o padrão hegemônico imposto, independente das escolhas individuais de cada um. E quando as famílias permitem o diálogo e a aceitação, acabam se preocupando demasiadamente com possíveis violações externas e produzem a mesma supressão da subjetividade que a sociedade faz. Apesar das pedras em nossos caminhos, estamos construindo muitas coisas e a Secretaria de Estado da Inclusão é nossa parceira nessa luta de resistência do movimento”, finalizou.

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Live da Secretaria de Estado da Inclusão encerra Mês da Visibilidade Lésbica
Encontro virtual debateu experiências e reivindicações com representantes do movimento lésbico e conselheiras dos Direitos da Mulher em Sergipe
Terça-Feira, 01 de Setembro de 2020 às 17:00:00

O Mês da Visibilidade Lésbica (agosto) foi encerrado com uma Live sobre experiências e desafios da mulher lésbica na sociedade contemporânea. O encontro virtual aconteceu na última segunda-feira, 31, no canal do YouTube da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), e contou com a participação das psicólogas e integrantes do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM) Lili Drapala e Camila Calaça de Sá. Durante o debate, promovido através da diretoria estadual de Direitos Humanos, as participantes compartilharam experiências e pautas de reivindicação.

A Live contou com a mediação da referência técnica estadual em políticas públicas para população LGBTQIA+ da Seias, Adriana Lohanna Santos, que ressaltou temáticas como saúde pública, conflitos e acolhimento em ambiente familiar, e formas de violências sofridas pelas mulheres lésbicas. “O Brasil lidera o ranking de país que mais mata a população LGBTQIA+ no mundo, sendo a maioria desses crimes cometidos por homens e em ambientes públicos, motivados pela discriminação e preconceito. Esta Live é um tipo de espaço necessário, sobretudo porque, mesmo dentro do movimento, as mulheres lésbicas ainda são invisibilizadas e suas pautas merecem atenção, cuidado e respeito”, afirmou. 

A necessidade de debater sexualidade com famílias e escolas foi um dos pontos abordados pela psicóloga Camila Sá. “Eu também experimentei conflitos em ambiente familiar. Por ser uma lésbica que, de acordo com os padrões patriarcais impostos pela sociedade, é masculinizada, eu sofri muito durante o processo de autoaceitação. Foi no ambiente educacional da universidade que me senti acolhida. O silenciamento é um dos percalços que nos adoece, então espaços como este da Live, que nos dá o poder de fala e nos acolhem, são de extrema importância. Compartilhar nossas dores e experiências é necessário para o fortalecimento da nossa luta”, pontuou. 

Para a psicóloga Lili Drapala, o sofrimento da mulher lésbica é duplamente reforçado pela sociedade, já que essas mulheres se diferenciam da feminilidade imposta. “Hegemonicamente, a religião do cristianismo impõe os padrões da família. Então, a família ocupa o papel de tentar modular o sujeito para que siga o padrão hegemônico imposto, independente das escolhas individuais de cada um. E quando as famílias permitem o diálogo e a aceitação, acabam se preocupando demasiadamente com possíveis violações externas e produzem a mesma supressão da subjetividade que a sociedade faz. Apesar das pedras em nossos caminhos, estamos construindo muitas coisas e a Secretaria de Estado da Inclusão é nossa parceira nessa luta de resistência do movimento”, finalizou.