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Sexta-Feira, 11 de Junho de 2021 às 13:15:00
II Simpósio Estadual de Enfrentamento ao Trabalho Infantil reúne Rede de Proteção a criança e adolescente em Sergipe
Disponível no YouTube SEIAS SE, encontro virtual integra campanha em alusão ao Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12 de junho)

O trabalho infantil em Sergipe, no Brasil e no mundo foi tema do II Simpósio Estadual de Fortalecimento da Agenda Intersetorial de Enfrentamento ao Trabalho Infantil: “agindo juntos pela erradicação do trabalho infantil em Sergipe”, realizado virtualmente na última quinta-feira (10), com transmissão no YouTube SEIAS SE.

O encontro envolveu diversos atores da Rede de Proteção à criança e ao adolescente, e faz parte da campanha da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS), em alusão ao Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12 de junho). A campanha também mobiliza a I Marcha Virtual Sergipe Livre do Trabalho Infantil e Enquete Pública sobre trabalho infantil em Sergipe. Para assistir ao Simpósio, preencher o formulário da Enquete e participar da Marcha Virtual, basta clicar no link

A vice-governadora do Estado, Eliane Aquino, ressaltou a importância do II Simpósio Estadual. “Este encontro é executado por todos os parceiros que lutam pela erradicação do trabalho infantil, que é um sonho, mas juntos um dia poderemos ver o nosso país livre dessa chaga, que nos faz tanto mal, enquanto sociedade e País. Precisamos fazer com que todos entendam que as crianças são nossa prioridade absoluta”.

Mediadora do encontro virtual, a referência técnica estadual para o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da SEIAS, Ana Paula Lomes, ressaltou o objetivo da campanha. “O Simpósio trouxe como pauta as três premissas mobilizadoras da campanha global: inspirar ações de enfrentamento ao trabalho infantil; agir para erradicar o trabalho infantil; e alavancar o fluxo de frequência escolar.

Tradição cultural

O Simpósio contou com o lançamento do livro “Trabalho Infantojuvenil em Sergipe: desafios e perenidade de uma tradição cultural”, de autoria dos pesquisadores em Geografia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Prof. Dr. Carlos Alberto e Dra. Diana Mendonça de Carvalho. “O livro trata especificamente do trabalho de crianças e adolescentes nos municípios citricultores de Sergipe e da olericultura em Itabaiana, agreste sergipano”, disse o Prof. Carlos Alberto.

Também autora do livro, Diana Mendonça completou que “o trabalho infantil existe como algo cultural nas famílias, com a ideia de transmissão de experiência dos pais para os filhos. Infelizmente, muitos adolescentes de 14 e 15 anos acabam abandonando os estudos em prol de uma atividade econômica”, disse a pesquisadora.

Já o procurador do trabalho Raymundo Lima Ribeiro, coordenador regional do combate ao trabalho infantil do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT/SE), avalia que o trabalho não pode ser aceito como algo cultural e destaca que é uma relação de poder que vai contra as Leis Brasileiras. “A Constituição e os Direitos Humanos estão sendo rasgados. É muito comum a gente ouvir que trabalho infantil é cultural. A verdade, no entanto, é que é uma relação de poder que acaba gerando uma subsunção, ou seja, faz com que o explorado legitime o discurso do explorador. Os explorados se tornam objetos, e não sujeitos de direitos – humanos e trabalhistas”, defendeu o procurador.

A subsistência de famílias é uma das principais motivações para o trabalho infantil e, por isso, a coordenadora estadual da Vigilância Socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social (VIGSUAS), Elaine Barroso, ressaltou a importância de ter diferentes tipos de abordagens para diferentes situações. “Precisamos entender as motivações e o que de fato leva a criança àquela situação. Essa motivação pode ser a família, pela necessidade de renda. Então, para proteger a criança, temos que proteger a família e ter um tipo de abordagem diferente da feita em combate às redes de exploração”, sensibilizou Elaine.

Ações para “Aumentar a frequência escolar” foram apresentadas pela coordenadora operacional estadual da Busca Ativa Escolar e programa Bolsa Família na Educação, Rute Rosendo, da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (SEDUC). Também participaram do Simpósio jovens integrantes da Rede de Proteção de outros estados do Brasil, como a escritora Ana Luiza Calixto e o ativista social Felipe Caetano, ambos do Comitê Nacional de Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Conapeti).

No encerramento, a secretária municipal da Assistência Social de Canindé de São Francisco, Edilma Lins dos Santos, homenageou o menino Vitor da Silva Santos, conhecido como ‘Juninho da Cocada”, de 11 anos, que trabalhava vendendo cocada e morreu após ser alvejado por um tiro no município, em 24 de maio deste ano.

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II Simpósio Estadual de Enfrentamento ao Trabalho Infantil reúne Rede de Proteção a criança e adolescente em Sergipe
Disponível no YouTube SEIAS SE, encontro virtual integra campanha em alusão ao Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12 de junho)
Sexta-Feira, 11 de Junho de 2021 às 13:15:00

O trabalho infantil em Sergipe, no Brasil e no mundo foi tema do II Simpósio Estadual de Fortalecimento da Agenda Intersetorial de Enfrentamento ao Trabalho Infantil: “agindo juntos pela erradicação do trabalho infantil em Sergipe”, realizado virtualmente na última quinta-feira (10), com transmissão no YouTube SEIAS SE.

O encontro envolveu diversos atores da Rede de Proteção à criança e ao adolescente, e faz parte da campanha da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS), em alusão ao Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12 de junho). A campanha também mobiliza a I Marcha Virtual Sergipe Livre do Trabalho Infantil e Enquete Pública sobre trabalho infantil em Sergipe. Para assistir ao Simpósio, preencher o formulário da Enquete e participar da Marcha Virtual, basta clicar no link

A vice-governadora do Estado, Eliane Aquino, ressaltou a importância do II Simpósio Estadual. “Este encontro é executado por todos os parceiros que lutam pela erradicação do trabalho infantil, que é um sonho, mas juntos um dia poderemos ver o nosso país livre dessa chaga, que nos faz tanto mal, enquanto sociedade e País. Precisamos fazer com que todos entendam que as crianças são nossa prioridade absoluta”.

Mediadora do encontro virtual, a referência técnica estadual para o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da SEIAS, Ana Paula Lomes, ressaltou o objetivo da campanha. “O Simpósio trouxe como pauta as três premissas mobilizadoras da campanha global: inspirar ações de enfrentamento ao trabalho infantil; agir para erradicar o trabalho infantil; e alavancar o fluxo de frequência escolar.

Tradição cultural

O Simpósio contou com o lançamento do livro “Trabalho Infantojuvenil em Sergipe: desafios e perenidade de uma tradição cultural”, de autoria dos pesquisadores em Geografia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Prof. Dr. Carlos Alberto e Dra. Diana Mendonça de Carvalho. “O livro trata especificamente do trabalho de crianças e adolescentes nos municípios citricultores de Sergipe e da olericultura em Itabaiana, agreste sergipano”, disse o Prof. Carlos Alberto.

Também autora do livro, Diana Mendonça completou que “o trabalho infantil existe como algo cultural nas famílias, com a ideia de transmissão de experiência dos pais para os filhos. Infelizmente, muitos adolescentes de 14 e 15 anos acabam abandonando os estudos em prol de uma atividade econômica”, disse a pesquisadora.

Já o procurador do trabalho Raymundo Lima Ribeiro, coordenador regional do combate ao trabalho infantil do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT/SE), avalia que o trabalho não pode ser aceito como algo cultural e destaca que é uma relação de poder que vai contra as Leis Brasileiras. “A Constituição e os Direitos Humanos estão sendo rasgados. É muito comum a gente ouvir que trabalho infantil é cultural. A verdade, no entanto, é que é uma relação de poder que acaba gerando uma subsunção, ou seja, faz com que o explorado legitime o discurso do explorador. Os explorados se tornam objetos, e não sujeitos de direitos – humanos e trabalhistas”, defendeu o procurador.

A subsistência de famílias é uma das principais motivações para o trabalho infantil e, por isso, a coordenadora estadual da Vigilância Socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social (VIGSUAS), Elaine Barroso, ressaltou a importância de ter diferentes tipos de abordagens para diferentes situações. “Precisamos entender as motivações e o que de fato leva a criança àquela situação. Essa motivação pode ser a família, pela necessidade de renda. Então, para proteger a criança, temos que proteger a família e ter um tipo de abordagem diferente da feita em combate às redes de exploração”, sensibilizou Elaine.

Ações para “Aumentar a frequência escolar” foram apresentadas pela coordenadora operacional estadual da Busca Ativa Escolar e programa Bolsa Família na Educação, Rute Rosendo, da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (SEDUC). Também participaram do Simpósio jovens integrantes da Rede de Proteção de outros estados do Brasil, como a escritora Ana Luiza Calixto e o ativista social Felipe Caetano, ambos do Comitê Nacional de Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Conapeti).

No encerramento, a secretária municipal da Assistência Social de Canindé de São Francisco, Edilma Lins dos Santos, homenageou o menino Vitor da Silva Santos, conhecido como ‘Juninho da Cocada”, de 11 anos, que trabalhava vendendo cocada e morreu após ser alvejado por um tiro no município, em 24 de maio deste ano.