Notícias
Notícias
Quinta-Feira, 29 de Julho de 2021 às 15:45:00
Adolescentes socioeducandas da Unifem participam de oficinas na área de Estética
Ação realizada pela Seias em parceria com o Curso Mais Aracaju integra Campanha "Eu, Mulher Negra Resisto"

Nesta quarta e quinta-feira, 28 e 29 de julho, as adolescentes acolhidas na Unidade de Internação Feminina – Unifem da Fundação Renascer participaram de oficinas profissionalizantes de Auto Maquiagem, Design de Sobrancelhas e Limpeza de Pele. Integrando a campanha “Eu, Mulher Negra, Resisto”, em alusão ao Dia da Mulher Negra (25 de julho). A ação foi realizada pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias) em parceria com o Curso Mais Aracaju. Para as jovens acolhidas, a capacitação na área da Estética e Beleza abriu novas perspectivas de vida e renda, para quando deixarem a unidade socioeducativa.

A jovem V. H. J. D., de 16 anos, está grávida de sete meses, e encontrou na oficina uma possibilidade de renda para criar seu filho. “Gostei muito dessa ação. A gente pôde enxergar a força da mulher e o amor próprio. Quero me profissionalizar em algo que seja interessante para mim e para outras pessoas, como a Estética, para que eu consiga ter uma renda. Quando eu sair daqui, já vou ter um filho. Preciso de algo que me faça crescer e sair da vida em que eu estava. Quero conseguir comprar as coisas que vou precisar de uma forma digna. Isso vai me trazer autonomia e vou poder me sentir uma pessoa independente”, declarou. 

A referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais e População Negra da Seias, Iyá Sônia Oliveira, conta por que a ação foi pensada como parte da programação da Campanha "Eu, Mulher Negra, Resisto". “Boa parte dessas meninas que estão aqui, em cumprimento de medida socioeducativa, são negras, e é muito importante que elas entendam esse processo de identidade e consciência racial. Nestes dois dias, trazemos novas possibilidades de inserção no mercado de trabalho através do empreendedorismo. Isso faz valer, inclusive, uma tradição ancestral, renovando o que a gente chama de tecnologias ancestrais com essas meninas, no sentido da autoafirmação da sua identidade, com possibilidades de existência para a resistência”, explica.

Aos 18 anos, a também socioeducanda, N. E. R. R. se identifica como mulher trans. Considerando necessária a valorização da mulher negra, ela revelou com o que quer trabalhar. “Eu me identifico como negra, por meu cabelo, minha alma. Ações desse tipo fortalecem a luta da mulher negra, que sempre sofreu e merece vitória. Gosto muito da área da Estética, principalmente maquiagem e cabelo. Inclusive, já faço esse tipo de trabalho aqui mesmo dentro da unidade. Faço o cabelo das meninas e elas ficam belíssimas. Quando sair daqui, quero fazer mais cursos para trabalhar com isso”, afirma.

Inclusão e geração de renda

Para o representante do Curso Mais Aracaju, Matheus Santana, a parceria com a Seias representa a união dos poderes público e privado para trazer de volta a esperança para as adolescentes. “Pensando na inclusão, temos ofertado bolsas de estudos, em parceria com a Seias, e estamos vendo a possibilidade de oferecer bolsas também para essas meninas adentrarem no mercado de trabalho. Temos mais de 50 cursos profissionalizantes, e os principais estão nas áreas de Estética e Beleza. A partir desses cursos, os alunos podem começar a ganhar seu próprio dinheiro, seja de forma autônoma ou não”. 

A diretora da Unifem, Silvia Angela Resnati, finaliza destacando que oportunidades como esta são essenciais para a ressocialização das jovens. “Todas as nossas meninas vêm das periferias, a maioria se identifica como negra e nenhuma delas teve possibilidades de concluir o ensino fundamental. Essa ação é fundamental para a Unifem, porque as adolescentes conseguem vislumbrar alguma possibilidade no mundo do trabalho. É essencial termos essas propostas, estímulos e, quem sabe, bolsas de estudos destinadas para o nosso público”, disse a diretora da unidade, que acolhe oito adolescentes atualmente.

Compartilhe            
Notícia
/ Notícias / inclusao-social

Adolescentes socioeducandas da Unifem participam de oficinas na área de Estética
Ação realizada pela Seias em parceria com o Curso Mais Aracaju integra Campanha "Eu, Mulher Negra Resisto"
Quinta-Feira, 29 de Julho de 2021 às 15:45:00

Nesta quarta e quinta-feira, 28 e 29 de julho, as adolescentes acolhidas na Unidade de Internação Feminina – Unifem da Fundação Renascer participaram de oficinas profissionalizantes de Auto Maquiagem, Design de Sobrancelhas e Limpeza de Pele. Integrando a campanha “Eu, Mulher Negra, Resisto”, em alusão ao Dia da Mulher Negra (25 de julho). A ação foi realizada pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias) em parceria com o Curso Mais Aracaju. Para as jovens acolhidas, a capacitação na área da Estética e Beleza abriu novas perspectivas de vida e renda, para quando deixarem a unidade socioeducativa.

A jovem V. H. J. D., de 16 anos, está grávida de sete meses, e encontrou na oficina uma possibilidade de renda para criar seu filho. “Gostei muito dessa ação. A gente pôde enxergar a força da mulher e o amor próprio. Quero me profissionalizar em algo que seja interessante para mim e para outras pessoas, como a Estética, para que eu consiga ter uma renda. Quando eu sair daqui, já vou ter um filho. Preciso de algo que me faça crescer e sair da vida em que eu estava. Quero conseguir comprar as coisas que vou precisar de uma forma digna. Isso vai me trazer autonomia e vou poder me sentir uma pessoa independente”, declarou. 

A referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais e População Negra da Seias, Iyá Sônia Oliveira, conta por que a ação foi pensada como parte da programação da Campanha "Eu, Mulher Negra, Resisto". “Boa parte dessas meninas que estão aqui, em cumprimento de medida socioeducativa, são negras, e é muito importante que elas entendam esse processo de identidade e consciência racial. Nestes dois dias, trazemos novas possibilidades de inserção no mercado de trabalho através do empreendedorismo. Isso faz valer, inclusive, uma tradição ancestral, renovando o que a gente chama de tecnologias ancestrais com essas meninas, no sentido da autoafirmação da sua identidade, com possibilidades de existência para a resistência”, explica.

Aos 18 anos, a também socioeducanda, N. E. R. R. se identifica como mulher trans. Considerando necessária a valorização da mulher negra, ela revelou com o que quer trabalhar. “Eu me identifico como negra, por meu cabelo, minha alma. Ações desse tipo fortalecem a luta da mulher negra, que sempre sofreu e merece vitória. Gosto muito da área da Estética, principalmente maquiagem e cabelo. Inclusive, já faço esse tipo de trabalho aqui mesmo dentro da unidade. Faço o cabelo das meninas e elas ficam belíssimas. Quando sair daqui, quero fazer mais cursos para trabalhar com isso”, afirma.

Inclusão e geração de renda

Para o representante do Curso Mais Aracaju, Matheus Santana, a parceria com a Seias representa a união dos poderes público e privado para trazer de volta a esperança para as adolescentes. “Pensando na inclusão, temos ofertado bolsas de estudos, em parceria com a Seias, e estamos vendo a possibilidade de oferecer bolsas também para essas meninas adentrarem no mercado de trabalho. Temos mais de 50 cursos profissionalizantes, e os principais estão nas áreas de Estética e Beleza. A partir desses cursos, os alunos podem começar a ganhar seu próprio dinheiro, seja de forma autônoma ou não”. 

A diretora da Unifem, Silvia Angela Resnati, finaliza destacando que oportunidades como esta são essenciais para a ressocialização das jovens. “Todas as nossas meninas vêm das periferias, a maioria se identifica como negra e nenhuma delas teve possibilidades de concluir o ensino fundamental. Essa ação é fundamental para a Unifem, porque as adolescentes conseguem vislumbrar alguma possibilidade no mundo do trabalho. É essencial termos essas propostas, estímulos e, quem sabe, bolsas de estudos destinadas para o nosso público”, disse a diretora da unidade, que acolhe oito adolescentes atualmente.