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Sexta-Feira, 21 de Maio de 2021 às 19:45:00
Roda de Conversa debate relações de gênero e autonomia a partir do projeto Dom Távora
Dentre os pontos debatidos, destacam-se a experiência das Cadernetas Agroecológicas e a criação de uma Comissão Estadual de Gênero com enfoque nas mulheres rurais, com data prevista de lançamento para 18 de junho, e que reunirá diversas representações sociais e governamentais

Com o objetivo de dialogar sobre relações de gênero e empoderamento de mulheres no âmbito do projeto Dom Távora, foi realizado nesta sexta, 21, um encontro virtual para apresentação dos resultados alcançados pelo projeto e a importância da construção de políticas públicas e estratégias que possam seguir apoiando o desenvolvimento de todas as mulheres que estiveram inseridas na iniciativa. Dentre os pontos debatidos, destacam-se a experiência das Cadernetas Agroecológicas e a criação de uma Comissão Estadual de Gênero com enfoque nas mulheres rurais, com data prevista de lançamento para 18 de junho, e que reunirá diversas representações sociais e governamentais.  

Presente ao encontro, a vice-governadora Eliane Aquino enalteceu a importância de serem traçadas estratégias eficazes que ofertem um suporte e incentivo para que as mulheres, e suas famílias, beneficiadas pelo projeto sigam com autonomia as atividades que tem desenvolvido. “Sabemos que os desafios para essas mulheres são enormes, ainda mais para as que possuem filhos pequenos e têm que administrar seu tempo e sua energia com o trabalho no campo, os cuidados com os filhos e com a casa. As relações de gênero seguem sendo injustas e fazendo recair um peso ainda maior nos ombros das mulheres que mais precisam de apoio, mas que não têm estrutura para ter condições de buscar sua renda e desempenhar seu papel de mãe como gostariam”, destacou Eliane ao parabenizar a organização da iniciativa e lembrar ainda que tem um grande carinho pelo projeto, que foi defendido fortemente pelo ex-governador Marcelo Déda frente ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para a conquista do seu financiamento.

A consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para o proejto Dom Távora, Daniela Bento explica que o objetivo dessa nova etapa da articulação é fruto justamente da necessidade identificada de que haja um direcionamento para que todos os avanços e autonomia conquistados por essas mulheres no decorrer do Dom Távora não se percam com o término do projeto. “Essa é uma pauta sempre difícil de ser trabalhada. Nessa reta final, tenho assumido esse desafio com as mulheres especialmente diante dos dados que nos demonstram que o público feminino precisa de muito apoio na área de atuação da agricultura, ainda dominada pelos homens. A idéia, então, é implementar uma Comissão que reúna representações que possam contribuir efetivamente para o avanço de políticas públicas e ações que promovam o desenvolvimento e empoderamento das mulheres do campo”.

Segundo a análise do perfil das agricultoras participantes do projeto, cerca de 75% são negras, 16% se identificaram como quilombolas, 9% assentadas. Dentre os dados relativos à educação, cerca 40, 5% possuem apenas o ensino fundamental incompleto. 4,35% ainda são analfabetas e cerca de 2,5% possui ensino superior.

Para Verônica Santana, representante do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais, a criação da Comissão é em parte fruto da percepção de que as experiências mostram que há muita convergência entre as pautas e metodologias de trabalho entre as diversas organizações que atuam nos territórios sergipanos. “Nosso intuito é levar as mulheres de Sergipe cada vez mais longe, com ações concretas que incidam na construção de políticas públicas nos âmbitos municipais, inclusive a partir das experiências da agroecologia e da economia solidária. Temos pautas importantes como o enfrentamento à fome, violência doméstica, racismo e outros desafios que também são presentes no universo da mulher do campo. Nosso desejo é que, de modo colaborativo, possamos dar o devido protagonismo à mulher do campo”.

Caderneta agroecológica 
Trata-se de um instrumento político-pedagógico criado em 2012 pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata. Nela é registrado o consumo, a doação, a troca e a venda da produção sob responsabilidade das mulheres.

O objetivo é contribuir para mensurar e dar visibilidade ao trabalho das agricultoras agroecológicas e promover sua autonomia. Em Sergipe, 118 mulheres usaram a caderneta agroecológica, sendo o quarto estado do Nordeste com maior número de anotações. Ao todo, a iniciativa esteve presente em oito municípios sergipanos: Canhoba, Nossa Senhora Aparecida, Aquidabã, Japoatã, Simão Dias, Tobias Barreto, Pacatuba e Poço Verde.

Presenças

O encontro contou ainda com a presença da secretária de Estado da Inclusão e Assistência Social, Lucivanda Nunes; e com a representação da Secretaria de Estado da Agricultura, do Movimento Camponês Popular (MCP), da Sociedade de Apoio Socioambientalista e Cultural (Sasac), do Movimento dos Pequenos Agricultores/as (MPA), da Articulação do Semiarido Brasileiro (ASA), do Instituto Ressurgir, da Comissão Pastoral dos Pescadores/as (CPP) e do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR).

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Roda de Conversa debate relações de gênero e autonomia a partir do projeto Dom Távora
Dentre os pontos debatidos, destacam-se a experiência das Cadernetas Agroecológicas e a criação de uma Comissão Estadual de Gênero com enfoque nas mulheres rurais, com data prevista de lançamento para 18 de junho, e que reunirá diversas representações sociais e governamentais
Sexta-Feira, 21 de Maio de 2021 às 19:45:00

Com o objetivo de dialogar sobre relações de gênero e empoderamento de mulheres no âmbito do projeto Dom Távora, foi realizado nesta sexta, 21, um encontro virtual para apresentação dos resultados alcançados pelo projeto e a importância da construção de políticas públicas e estratégias que possam seguir apoiando o desenvolvimento de todas as mulheres que estiveram inseridas na iniciativa. Dentre os pontos debatidos, destacam-se a experiência das Cadernetas Agroecológicas e a criação de uma Comissão Estadual de Gênero com enfoque nas mulheres rurais, com data prevista de lançamento para 18 de junho, e que reunirá diversas representações sociais e governamentais.  

Presente ao encontro, a vice-governadora Eliane Aquino enalteceu a importância de serem traçadas estratégias eficazes que ofertem um suporte e incentivo para que as mulheres, e suas famílias, beneficiadas pelo projeto sigam com autonomia as atividades que tem desenvolvido. “Sabemos que os desafios para essas mulheres são enormes, ainda mais para as que possuem filhos pequenos e têm que administrar seu tempo e sua energia com o trabalho no campo, os cuidados com os filhos e com a casa. As relações de gênero seguem sendo injustas e fazendo recair um peso ainda maior nos ombros das mulheres que mais precisam de apoio, mas que não têm estrutura para ter condições de buscar sua renda e desempenhar seu papel de mãe como gostariam”, destacou Eliane ao parabenizar a organização da iniciativa e lembrar ainda que tem um grande carinho pelo projeto, que foi defendido fortemente pelo ex-governador Marcelo Déda frente ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para a conquista do seu financiamento.

A consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para o proejto Dom Távora, Daniela Bento explica que o objetivo dessa nova etapa da articulação é fruto justamente da necessidade identificada de que haja um direcionamento para que todos os avanços e autonomia conquistados por essas mulheres no decorrer do Dom Távora não se percam com o término do projeto. “Essa é uma pauta sempre difícil de ser trabalhada. Nessa reta final, tenho assumido esse desafio com as mulheres especialmente diante dos dados que nos demonstram que o público feminino precisa de muito apoio na área de atuação da agricultura, ainda dominada pelos homens. A idéia, então, é implementar uma Comissão que reúna representações que possam contribuir efetivamente para o avanço de políticas públicas e ações que promovam o desenvolvimento e empoderamento das mulheres do campo”.

Segundo a análise do perfil das agricultoras participantes do projeto, cerca de 75% são negras, 16% se identificaram como quilombolas, 9% assentadas. Dentre os dados relativos à educação, cerca 40, 5% possuem apenas o ensino fundamental incompleto. 4,35% ainda são analfabetas e cerca de 2,5% possui ensino superior.

Para Verônica Santana, representante do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais, a criação da Comissão é em parte fruto da percepção de que as experiências mostram que há muita convergência entre as pautas e metodologias de trabalho entre as diversas organizações que atuam nos territórios sergipanos. “Nosso intuito é levar as mulheres de Sergipe cada vez mais longe, com ações concretas que incidam na construção de políticas públicas nos âmbitos municipais, inclusive a partir das experiências da agroecologia e da economia solidária. Temos pautas importantes como o enfrentamento à fome, violência doméstica, racismo e outros desafios que também são presentes no universo da mulher do campo. Nosso desejo é que, de modo colaborativo, possamos dar o devido protagonismo à mulher do campo”.

Caderneta agroecológica 
Trata-se de um instrumento político-pedagógico criado em 2012 pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata. Nela é registrado o consumo, a doação, a troca e a venda da produção sob responsabilidade das mulheres.

O objetivo é contribuir para mensurar e dar visibilidade ao trabalho das agricultoras agroecológicas e promover sua autonomia. Em Sergipe, 118 mulheres usaram a caderneta agroecológica, sendo o quarto estado do Nordeste com maior número de anotações. Ao todo, a iniciativa esteve presente em oito municípios sergipanos: Canhoba, Nossa Senhora Aparecida, Aquidabã, Japoatã, Simão Dias, Tobias Barreto, Pacatuba e Poço Verde.

Presenças

O encontro contou ainda com a presença da secretária de Estado da Inclusão e Assistência Social, Lucivanda Nunes; e com a representação da Secretaria de Estado da Agricultura, do Movimento Camponês Popular (MCP), da Sociedade de Apoio Socioambientalista e Cultural (Sasac), do Movimento dos Pequenos Agricultores/as (MPA), da Articulação do Semiarido Brasileiro (ASA), do Instituto Ressurgir, da Comissão Pastoral dos Pescadores/as (CPP) e do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR).