A região do Baixo São Francisco foi o sexto território a receber o Encontro da Educação Profissional e Tecnológica com representantes do setor produtivo local. A ação, promovida pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), por meio da Diretoria Regional de Educação 6 (DRE 6), aconteceu nesta quinta-feira (9) e tem percorrido várias regiões do Estado com a finalidade de estreitar as relações entre comunidade empresarial, além das instituições privadas, com as escolas da rede estadual, proporcionando a expansão de cursos técnicos, visitas, oportunidades de estágios, bem como o direcionamento ao mercado de trabalho. O evento aconteceu no auditório do Centro Estadual de Educação Profissional Agonalto Pacheco, em Neópolis.

Segundo o superintendente executivo da Seduc, professor José Ricardo de Santana, o movimento de percorrer todos os territórios é uma forma de viabilizar novas parcerias, além de fazer uma escuta ativa das necessidades de cada comunidade. A proposta também visa a fortalecer a oferta do quinto itinerário formativo do novo Ensino Médio, que prevê cursos de Educação Profissional aos estudantes.

“Nós temos feito parceria com o IFS, com as instituições do Sistema S, como Senai, Senar, Sebrae, trabalhando na possibilidade de ampliação dessa parceria. Esse movimento de reunir-se com o setor produtivo é importante porque a gente faz consulta aos alunos, verifica a tendência econômica da região, então esse diálogo acaba sendo fundamental”, salientou.

A região do Baixo São Francisco conta com três escolas estaduais que ofertam a Educação Profissional: o CEEP Agonalto Pacheco da Silva, em Neópolis, com os cursos de Administração, Alimentos e Segurança do Trabalho; o Centro de Excelência Joana de Freitas, em Propriá, com cursos FICs de microempreendedorismo individual e operador de computador; e a Escola Família Agrícola Ladeirinhas, em Japoatã, com o curso de Agropecuária.

O diretor da DRE 6, professor Max Cardoso Silva, garantiu que para o próximo ano a expansão da EPT alcançará outros municípios, como Amparo de São Francisco, Canhoba, Santana do São Francisco, Telha, Ilha das Flores e Pacatuba, abrangendo a oferta de cursos FICs em Informática, Turismo, Agroecologia, Nutrição e Dietética, Manutenção em Computadores e Agricultura orgânica. 

“O objetivo dessa iniciativa é mostrar ao setor produtivo como nós preparamos o aluno e que ele está apto a inserir-se no mercado de trabalho. Então o nosso desejo é que essas empresas abram suas portas para que esse jovem possa estagiar, terminar o seu componente curricular, finalizar o seu estudo e após a conclusão do Ensino Médio profissionalizante, eles obtenham esse leque de oportunidades ao mercado de trabalho. Que as empresas conheçam o que a gente desenvolve como rede estadual de ensino e que dê leque, essa abertura para o crescimento profissional dos estudantes da nossa região”, declarou Max Cardoso Silva.

A diretora do Departamento de Educação (DED), professora Ana Lúcia Lima, também contribuiu com o evento e destacou a importância de se conhecer as potencialidades de cada território. “Essa interação com o setor produtivo é para que a gente possa oferecer cursos que realmente façam com que esses alunos permaneçam na região; que eles contribuam para o desenvolvimento do seu território e para o seu desenvolvimento como cidadão. Por isso a necessidade de entender quais são as nossas potencialidades e em que podemos contribuir com o desenvolvimento do município”, disse ela. 

Comunidade celebra

Para o diretor do Centro Estadual de Educação Profissional Agonalto Pacheco, professor Diego Silveira, a iniciativa é extremamente louvável, visto que a região espera por uma nova oferta de cursos. “A nossa expectativa é de que esse encontro consiga estreitar caminhos com relação aos setores produtivos da nossa região. Com a entrega dos convites para esse evento, a gente já percebeu a disponibilidade dos representantes para a possibilidade de parcerias na oferta de estágio, de visitas técnicas e a inserção dos nossos alunos no mercado de trabalho”.

A estudante Maria Isabel Ferreira, do curso de Segurança do Trabalho - integrado ao Ensino Médio, também elogiou a proposta do encontro. Segundo ela, o debate sobre as possibilidades em torno da expansão de novos cursos, sobretudo o direcionamento para o mercado de trabalho, é motivo de entusiasmo para a comunidade. “Fico feliz com tudo isso, de poder acompanhar essa mudança que será significativa para a nossa escola e para toda a região. Além de poder esclarecer algumas dúvidas sobre o mundo profissional, temos a oportunidade de ouvir mais sobre outras áreas comerciais”, disse.

O empresário da EncoSeg Brasil, Guilherme Alan Simão, que é ex-aluno do Agonalto Pacheco, ressaltou que esse diálogo é extremamente importante porque abre portas para o estudante. “O aluno já sai com a perspectiva de poder estagiar e se desenvolver melhor no mercado de trabalho. O curso técnico vai dar a noção básica das coisas e lhe mostrar onde achar as respostas. Por isso é muito importante esse alinhamento do setor produtivo com a escola. Ficamos muito felizes em poder abrir esse diálogo, mostrar aos jovens como avançar e buscar sempre o melhor na área em que deseja atuar”. 

A programação contou ainda com a participação da chefe do Serviço de Educação Profissional da Seduc, professora Rivânia Andrade, que apresentou o panorama geral da EPT na rede estadual, como o número de escolas, alunos matriculados, cursos e parcerias. Além de contar também com as palestras “Como se inserir no mercado com as novas necessidades da segurança e saúde no trabalho", ministrada pelo técnico de Saúde e Segurança e especialista em e-Social, Gicléssio dos Santos; “A agroecologia no Baixo São Francisco”, conduzida pela professora Itamara de Paula Andrade; e “A importância do empreendedorismo na Administração”, sob a condução do professor Elder Melo de Oliveira.